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ALTERACOES NA FORMACAO GESTACIONAL

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TEORIA CROMOSSÔMICA DA HERANÇA(EXEMPLICAR AS ALTERACOES NA FORMACAO GESTACIONAL)
Os traços de um novo indivíduo são determinados por genes específicos herdados do pai e da mãe. Os seres humanos têm aproximadamente 23 mil genes em 46 cromossomos. Os genes no mesmo cromossomo tendem a ser herdados juntos e são chamados de genes ligados. Nas células somáticas, os cromossomos aparecem como 23 pares homólogos, formando o número diploide de 46. São 22 pares de cromossomos pareados, os autossomos, e um par de cromossomos sexuais. Se o par sexual for XX, o indivíduo é, geneticamente, do sexo feminino; se o par for XY, o indivíduo é, geneticamente, do sexo masculino. Um cromossomo de cada par é derivado do gameta materno, o oócito, e um do gameta paterno, o espermatozoide. Assim, cada gameta tem um número haploide de 23 cromossomos, e a união dos gametas na fertilização restabelece o número diploide de 46.
Crossover
Os crossovers, eventos críticos na meiose I, consistem na troca de segmentos das cromátides entre cromossomos homólogos pareados (Figura 2.4C). Segmentos das cromátides se partem e são trocados conforme os cromossomos homólogos se separam. À medida que a separação acontece, os pontos de troca são unidos temporariamente e criam uma estrutura em forma de X, um quiasma (Figura 2.4C). Cerca de 30 a 40 crossovers (um ou dois por cromossomo) que ocorrem a cada divisão da meiose I são mais frequentes entre genes afastados no cromossomo.
Como resultado das divisões meióticas:
■ A variabilidade genética aumenta por intermédio de:
■ Crossovers, que redistribuem o material genético
■ Distribuição aleatória dos cromossomos homólogos para as células-filhas
■ Cada célula germinativa contém um número haploide de cromossomos, de modo que o número diploide de 46 é restabelecido na fertilização
Corpos polares
Durante a meiose, um oócito primário origina quatro célulasfilhas, cada uma com 22 cromossomos mais um cromossomo X (Figura 2.5A). Entretanto, apenas uma delas se desenvolve em um gameta maduro, o oócito; as outras três, os corpos polares, recebem pouco citoplasma e degeneram durante o desenvolvimento subsequente. Semelhantemente, um espermatócito primário origina quatro células-filhas, duas com 22 cromossomos mais um X e duas com 22 cromossomos mais um Y (Figura 2.5B). Entretanto, ao contrário dos oócitos, as quatro se desenvolvem em gametas maduros.
Defeitos congênitos e abortos espontâneos: fatores cromossômicos e genéticos
As anomalias cromossômicas, que podem ser numéricas ou estruturais, são causas importantes de defeitos congênitos e abortos espontâneos. Estima-se que 50% das concepções terminem em abortos espontâneos e que em metade desses haja anomalias cromossômicas revelantes. Assim, cerca de 25% dos conceptos tem um defeito cromossômico importante. As anomalias cromossômicas mais comuns em abortos são: 45, X (síndrome de Turner), triploidia e trissomia do 16. As anomalias cromossômicas representam 10% dos defeitos congênitos importantes, e as mutações gênicas representam mais 8%.
Anomalias numéricas
A célula somática humana normal tem 46 cromossomos; o gameta normal tem 23. As células somáticas normais são diploides, ou 2n; os gametas normais são haploides, ou n. Euploide diz respeito a qualquer múltiplo exato de n (p. ex., diploide ou triploide). O termo aneuploide se refere a qualquer número cromossômico que não é euploide; geralmente é aplicado quando há um cromossomo extra (trissomia), ou quando falta um (monossomia). As anomalias de número de cromossomos se originam durante as divisões meióticas ou mitóticas. Na meiose, dois membros de um par de cromossomos homólogos normalmente se separam durante a primeira divisão, de modo que cada célula-filha recebe um membro de cada par (Figura 2.6A). Entretanto, algumas vezes, a separação não ocorre (não disjunção), e os membros de um par se movem para uma célula (Figura 2.6B e C). Como resultado da não disjunção dos cromossomos, uma célula recebe 24 cromossomos e outra recebe 22 em vez dos 23 normais. Quando, na fertilização, um gameta que tem 23 cromossomos se funde com um que tem 24 ou 22, o resultado é um indivíduo com 47 cromossomos (trissomia) ou 45 cromossomos (monossomia). A não disjunção, que ocorre durante a primeira ou a segunda divisão meiótica das células germinativas, pode envolver cromossomos autossômicos ou sexuais. Nas mulheres, a incidência de anomalias cromossômicas, incluindo a não disjunção, aumenta com a idade, especialmente acima dos 35 anos.
Ocasionalmente, a não disjunção ocorre durante a mitose (não disjunção mitótica) em uma célula embrionária durante as primeiras divisões celulares. Essas condições produzem mosaicismo, com algumas células apresentando número anormal de cromossomos e outras sendo normais. Os indivíduos afetados apresentam poucas ou muitas das características de uma síndrome específica, dependendo do número de células envolvidas e de sua distribuição.
Algumas vezes os cromossomos se fragmentam, e segmentos de um cromossomo se ligam a outro. Nessas translocações, que podem ser balanceadas, ocorre fragmentação e reunião entre dois cromossomos; porém, nenhum material genético crítico é perdido, e os indivíduos são normais. Elas também podem ser não balanceadas, em que parte de um cromossomo é perdida e um fenótipo alterado é produzido. As translocações não balanceadas entre os braços longos dos cromossomos 14 e 21 durante a meiose I ou a II, por exemplo, produzem gametas com uma cópia extra do cromossomo 21, uma das causas da síndrome de Down (Figura 2.7). As translocações são particularmente comuns entre os cromossomos 13, 14, 15, 21 e 22 porque eles se agrupam durante a meiose.
RISSOMIA DO 21 | SÍNDROME DE DOWN
A síndrome de Down é causada por uma cópia extra do cromossomo 21 (trissomia do 21) (Figura 2.8). As características das crianças com síndrome de Down incluem retardo do crescimento; graus variáveis de retardo mental; anomalias craniofaciais, que incluem olhos amendoados, dobras epicânticas (dobra extra de pele nos cantos medianos dos olhos), fácies achatada e orelhas pequenas; defeitos cardíacos e hipotonia (Figura 2.9). Esses indivíduos também têm uma chance aumentada de desenvolverem leucemia, infecções, disfunção tireoidiana e envelhecimento prematuro. Além disso, são observados frequência maior e início mais precoce de doença de Alzheimer. Em 95% dos casos, a síndrome é causada por trissomia do 21 resultante de não disjunção meiótica, e, em 75% desses casos, a não disjunção ocorre durante a formação do oócito. A incidência da síndrome de Down é de aproximadamente 1 a cada 2 mil conceptos para mulheres com idade inferior a 25 anos. Esse risco aumenta com a idade materna para 1 em 300 aos 35 anos e 1 para 100 aos 40 anos.
Em aproximadamente 4% dos casos de síndrome de Down, há uma translocação não balanceada entre o cromossomo 21 e os cromossomos 13, 14, 15 ou 21 (Figura 2.7). O 1% restante é causado por mosaicismo resultante de não disjunção mitótica. Esses indivíduos têm algumas células com número de cromossomos normal e algumas são aneuploides. Eles apresentam poucas ou muitas das características da síndrome de Down.
TRISSOMIA DO 18
Pacientes com a trissomia do 18 apresentam retardo mental, defeitos cardíacos congênitos, orelhas de implantação baixa e flexão dos quirodácticos e das mãos (Figura 2.10). Além disso, os pacientes frequentemente apresentam micrognatismo, anomalias renais, sindactilia e malformações do sistema esquelético. A incidência desse quadro é de aproximadamente 1 em 5 mil recém-nascidos. Oitenta e cinco por cento são perdidos (aborto espontâneo) da décima semana de gestação até o termo, enquanto os que nascem vivos morrem, em geral, até o segundo mês de vida. Aproximadamente 5% sobrevivem além de 1 ano de idade.
TRISSOMIA DO 13
As principais anomalias da trissomia do 13 são: retardo mental, holoprosencefalia, defeitos cardíacos congênitos, surdez, fendas labial e palatina e defeitos nos olhos, como microftalmia, anoftalmia e coloboma (Figura 2.11).A incidência dessa anomalia é de cerca de 1 em cada 20 mil nascimentos, e mais de 90% morrem no primeiro mês após o nascimento. Aproximadamente 5% vivem além de 1 ano de idade.
SÍNDROME DE KLINEFELTER
As características clínicas da síndrome de Klinefelter, encontradas apenas em homens e em geral detectada por amniocentese, incluem: esterilidade, atrofia testicular, hialinização dos túbulos seminíferos e ginecomastia. As células têm 47 cromossomos com um conjunto de cromossomos sexuais do tipo XXY, e uma cromatina sexual (corpúsculo de Barr) é encontrada em 80% dos casos. (Corpúsculo de Barr: formado pela condensação de um cromossomo X inativado; um corpúsculo de Barr também é encontrado em mulheres normais porque um dos cromossomos X é normalmente inativado.) A incidência da síndrome de Klinefelter é de aproximadamente 1 a cada 500 homens. A não disjunção dos homólogos XX é o evento causal mais comum. Ocasionalmente, os pacientes com a síndrome têm 48 cromossomos: 44 autossomos e 4 sexuais (48, XXXY). Embora o retardo mental geralmente não seja parte da síndrome, quanto mais cromossomos X houver, mais provável haver algum grau de comprometimento cognitivo.
Mutações gênicas
Muitas malformações congênitas em seres humanos são herdadas, e algumas apresentam um padrão de herança mendeliano bem definido. Muitos defeitos congênitos são atribuídos diretamente a uma mudança na estrutura ou na função de um único gene, daí o nome mutação gênica única. Estima-se que esse tipo de defeito represente aproximadamente 8% de todas as malformações humanas.
Com exceção dos cromossomos X e Y nos homens, os genes existem em pares, ou alelos, de modo que há duas doses de cada determinante genético: uma da mãe e outra do pai. Se um gene mutante produz uma anomalia em apenas uma dose, apesar da presença de um alelo normal, trata-se de mutação dominante. Se ambos os alelos são anormais (dose dupla) ou se a mutação é ligada ao X (ocorre no cromossomo X) no homem, trata-se de mutação recessiva. Variações nos efeitos de genes mutantes podem ser resultantes de fatores modificantes.
Além de causar malformações congênitas, as mutações podem resultar em erros inatos do metabolismo. Essas doenças, entre as quais fenilcetonúria, homocistinúria e galactosemia são as mais conhecidas, podem ser acompanhadas de ou causar vários graus de retardo mental se não forem instituídos dietas e cuidados médicos adequados.

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