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Síndromes Cromossômicas As anomalias cromossômicas podem ser numéricas ou estruturais , podendo envolver um ou mais autossomos, cromossomos sexuais, ou ambos. O tipo mais comum de anomalias é a aneuploidia – um número anormal de cromossomos devido a um cromossomo extra ou à falta de um deles -, associado a uma malformação física, mental, ou ambas. As translocações recíprocas (uma permuta de segmentos entre cromossomos não homólogos) são relativamente comuns, mas geralmente não apresentam efeito fenotípico, mas, podem estar associadas a um maior risco de prole anormal. Recém – nascidos: 1/160 nascimentos Trissomia 21 (Down) (nascimento) Trissomia 18 (Edwards) (nascimento) Trissomia 13 (Patau) (nascimento) 45, X (Turner) (nascimento) 47, XXY (Klinefelter) (puberdade) 47, XYY (puberdade) 47, XXX (puberdade) Rearranjos balanceados raramente são clinicamente identificados Abortos espontâneos: 40% - 50% - A triploidia e a tetraploidia são responsáveis por uma pequena porcentagem nos casos. 45 X: 20% dos abortos espontâneos cromossomicamente anormais; Trissomia do 16: 1/3 das trissomias entre os abortos Imprinting Genômico Em alguns distúrbios a expressão do fenótipo depende de o alelo mutante ou cromossomo anormal ter sido herdado do pai ou da mãe. Essa diferença na expressão genética são resultados do imprinting genômico. O imprinting é um processo normal derivado das alterações na cromatina que ocorrem na linhagem germinativa do pai ou da mãe. Essas alterações incluem a modificação covalente do DNA – metilação da citosina para formar 5-metil-citosina-, ou a modificação ou substituição na cromatina de tipos histônicos específicos, influenciando a expressão genética dentro de uma região cromossômica. O imprinting afeta a expressão do gene mas não a sequência primária do DNA – forma reversível de inativação genética, mas não de mutação, sendo portanto um efeito epigenético. O imprinting ocorre durante a gametogênese, antes do processo de fertilização e marca alguns genes como provenientes da mãe e do pai. Após o processo de concepção, o imprinting controla a expressão genética dentro da região impritada em alguns ou todos os tecidos somáticos. A condição do imprinting persiste no pós-natal até a vida adulta por meio de centenas de divisões celulares de modo que somente a cópia materna ou paterna do gene seja expressa. CÓPIA IMPRINTADA NÃO É EXPRESSA O imprinting deve ser reversível: um alelo derivado do pai, quando herdado por uma mulher, deve ser convertido em sua linhagem germinativa de modo que ela possa, então, passá-la com um imprinting materno para a sua prole. Igualmente, um alelo derivado com imprinting materno, quando herdado por um homem, deve ser convertido em sua linhagem germinativa de modo que ele possa passá-lo como um alelo paternamente “imprintado” para a sua prole. O controle sobre esse processo de conversão parece ser governado por elementos do DNA denominados centros de imprinting que estão localizados dentro das regiões “imprintadas” por todo o genoma; considerando-se que o seu mecanismo de ação preciso não seja conhecido, ele deve iniciar a alteração epigênica na cromatina, que, então, se dissemina externamente, ao longo do cromossomo sobre a região “imprintada”. A característica distintiva dos genes “imprintados” que os diferencia dos outros loci autossômicos é que somente um alelo, tanto materno quanto paterno, é expresso no tecido relevante. Ao contrário, os loci não “imprintados” são expressos tanto a partir dos alelos maternos quanto dos paternos em cada célula. A expressão do fenótipo da doença depende de o cromossomo anormal ter sido herdado do pai ou da mãe. Síndrome de Prader-Willi: Síndrome dismórfica relativamente comum caracterizada por obesidade, hábitos alimentares excessivos, mãos e pés pequenos, baixa estatura, hipogonadismo e retardo mental. Na maioria dos casos há uma deleção genética envolvendo a porção proximal do braço longo do cromossomo 15 (15q11q13), ocorrendo no cromossomo herdado do pai. Assim, esse paciente possui a informação genética no 15q11-q13 que deriva somente da mãe. Em alguns casos, não há deleção citogeneticamente detectáveis, havendo, então, há a presença de dois cromossomos 15 citogeneticamente normais, ambos herdados da mãe (dissomia uniparental - definida como a presença de uma linhagem celular dissômica contendo dois cromossomos, ou porções destes, herdadas de um único genitor). Assim, se o cromossomo idêntico estiver presente em duplicata, tem-se a isodissomia; se ambos os homólogos de um dos genitores estiverem presentes, a situação é de heterodissomia. Síndrome de Angelman: Caracterizada pelo incomum aspecto facial, baixa estatura, grave retardo mental, espasticidade e convulsões. Na maioria dos casos há uma deleção genética envolvendo a porção proximal do braço longo do cromossomo 15 (15q11q13), ocorrendo no cromossomo herdado da mãe. Assim, esse paciente possui a informação genética no 15q11-q13 que deriva somente do pai. Essa síndrome também possui dissomia uniparental. Mutação na cópia materna d gene E6-AP da ubiquitinaproteína ligase causam essa síndrome, esse gene está localizado no 15q11-q13 Vale ressaltar que uns poucos pacientes com as síndromes de Prader-Willi e de Angelman parecem apresentar um defeito no próprio centro de imprinting. Como resultado, a troca do imprinting feminino para masculino durante a espermatogênese ou do imprinting masculino para o feminino durante a ovocitogênese não ocorre. A fertilização por um espermatozóide portador de um imprinting persistentemente feminino produziria uma criança com a síndrome de Prader-Willi; a fertilização de um óvulo que porte um imprinting inadequadamente masculino resultaria na síndrome de Angelman. Dissomia Uniparental: Presença de uma linhagem célula dissômica contendo dois cromossomos herdados de um único genitor. Síndrome de Bekwith – Wiedemann: A dissomia uniparental de um segmento do cromossomo 11 (11p15) Essa anomalia, demonstra características como crianças muito grandes ao nascerem, língua aumentada e uma frequente protusão do umbigo. Pode ocorrer hipoglicemia grave podendo ser fatal, bem como as neoplasias malignas do rim, adrenal e do fígado. Isso ocorre devido à um excesso de genes paternos ou de perda da contribuição dos genes maternos, ou ambos, os cromossomos 11p15 – incluindo gene do fator 2 do crescimento tipo insulina. Além disso, se observa pacientes com fibrose cística, baixa estatura com duas cópias idênticas da maior parte de todo o cromossomo 7 materno Síndrome de Down (Trissomia do 21) A frequência observada na população é de 1/800, sendo causado por um cromossomo 21 extranumerário. Tem-se uma falha na recombinação corretamente e isso leva a segregação errada durante a meiose I e é uma causa frequente dessa anormalidade cromossômica. As pessoas com essa patologia possui um período de vida menor que o das outras pessoas, além disso, apresentam hipotonia muscular, hiperflexibilidade articular (boca sempre aberta), estatura reduzida, braquicefalia com a região occipital achatada, face plana, epicanto, pescoço curto, ponte nasal baixa, orelhas de baixa implantação, mancha de Brushfield nos olhos, retardo psicomotor, mãos curtas e planas com prega palmar única, quinto dedo encurvado, dermatóhlifos (padrão de linhas dermopapilares) característicos, maior separação entre hálux e segundo dedos dos pés, cardiopatia congênita, apresenta um retardo mental moderado Além disso, apenas 20 a 25% dos conceptos com trissomia do 21 sobrevivem ao nascimento, menor sobrevida entre os portadores de cardiomiopatia congênita, e apresentam 15 vezes mais chances de desenvolver leucemia. Existem ao todo 47 cromossomos, entre eles dois cromossomos X além do cromossomo 21 extra. Portanto, o cariótipo é 47, XX, +21, podendo ser causada por não disjunção do cromossomoem uma das divisões meióticas, sendo que quanto maior a duração da prófase, maior é a chance de que não haja pareamento nem disjunção subsequente do cromossomo. Existem três tipos de ocorrência da Síndrome de Down, sendo esses: Trissomia do 21: Possui trissomia do cromossomo 21, resultado da não disjunção meiótica do par de cromossomos 21. Geralmente ocorre durante a meiose materna – de forma predominante na primeira divisão meiótica-, ou ocorrem em menor proporção na meiose paterna – segunda divisão meiótica -. Translocação Robertsoniana: Os pacientes com síndrome de Down têm 46 cromossomos, com uma translocação robertsoniana que envolve o cromossomo 21q e o braço longo de um outro cromossomo acrocêntrico (geralmente o entre cromossomo 14 ou 22). O cromossomo translocado substitui um dos cromossomos acrocêntricos normais e o cariótipo do paciente é, portanto, 46,XX ou 46,XY,rob(14;21)(q10;q10),+21, ou, 46,XY, rob(22;21) +21, ou 46, XY, (21,21). Especificamente a translocação robertsoniana não está interligada com a idade materna, mas é relativamente alta em famílias nas quais um dos pais é portador de translocação. Por isso, o cariótipo dos pais e , possivelmente, dos irmãos, é essencial antes de fornecer uma informação genética exata. Um portador de translocação robertsoniana envolvendo os cromossomos 14 e 21 tem apenas 45 cromossomos; um cromossomo 14 e um cromossomo 21 são perdidos e substituídos pelo cromossomo translocado. Em teoria a 6 tipos de gametas, sendo, apenas 3 viáveis, sendo um normal, um balanceado e um não balanceado – tendo tanto o cromossomo translocado como o cromossomo 21 normal, que em combinação com um gameta normal, iria gerar uma criança com síndrome de Down por translocação. Translocação 21q21q O cromossomo com translocação 21q21q é um cromossomo composto de dois braços longos do cromossomo 21; isto é visto em um pequeno percentual de pacientes com síndrome de Down. Acredita-se que sua origem seja um isocromossomo, em vez da translocação robertsoniana. Muitos desses casos parecem surgir após a formação do zigoto e, por conseguinte, o risco de recorrência é baixo. ACRESCENTAR Síndrome de Down Mosaico: Geralmente com um cariótipo formado por uma população de células normais ou com trissomia do 21. Há uma ampla variabilidade de fenótipos entre pacientes mosaicos, possivelmente refletindo a proporção variável de células com trissomia do 21 no embrião durante o início do desenvolvimento. Trissomia do 21 Parcial: Apenas o braço longo do cromossomo 21 está triplicado, ou um paciente com anormalidade cromossômica não visível. 152 Síndrome de Patau (Trissomia do 13) Frequência na população 1/15000 a 25000 Tem como causa a não disjunção dos cromossomos durante a anáfase 1 da meiose ou meiose II Cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação não balanceada. Cariótipo: 47,XX, +13; 47,XY,+13 A não-disjunção do cromossomo 13 do gameta feminino forma gametas contendo 2 cromátides, que ao se combinarem ao cromossomo 13 do gameta masculino- contendo uma cromátide- dão origem a um embrião com três cromátides no 13 As causas para essa síndrome são distribuídas entre erros durante a meiose, mosaicismo ou translocação e estão relacionadas à idade avançada da mãe. Os cromossomos do par treze são acrocêntricos, com tamanhos médios e com satélites, e apresentam dificuldades na hora de se distinguir morfologicamente dos outros. Para diferenciá- los, usa-se então a subdivisão em grupos, o par 13 está no grupo D juntamente com o quatorze e o quinze A trissomia tem origem do óvulo feminino, pelo fato de a fêmea maturar geralmente apenas um ovócito Retardo do crescimento e mental grave, malformações no SNC (arrinencefalia, holoprosencefalia), malformação de orelhas, mãos fechadas com sobreposição do segundo e quinto dedo, fenda labial, ou palatina, polidactilia, proeminências nos calcanhares, anomalias cardíacas, anomalias urogenitais. A trissomia do cromossomo 13 por translocação é configurada pela fusão dos cromossomos acrocêntricos que são unidos pela região centromérica e, para a concretização dessa fusão, é necessário que os dois acrocêntricos percam seus braços curtos. Contudo, a ocorrência de translocação não quer dizer que, necessariamente, todos os indivíduos terão fenótipos característicos da síndrome, uma vez que pode ser uma translocação equilibrada. Em casos como esse, os portadores dos cromossomos translocados correm o risco de transmitirem a próxima geração os genes que foram segregados de maneira incorreta O mosaicismo é a causa menos frequente para explicar a síndrome de Patau. Ao contrário da trissomia livre, a não-disjunção dos cromossomos homólogos no mosaicismo, ocorre durante o processo de mitose após a fertilização das células somáticas. Esse fato propicia duas linhagens diferentes, uma linhagem pode apresentar um cromossomo a mais, e outra linhagem, um número normal de cromossomos. A síndrome de Patau, quando relacionada ao mosaicismo, tem uma tendência a não apresentar todos os fenótipos clássicos dessa doença, sendo possível classificar como um menor grau de gravidade Síndrome de Edwards (Trissomia do 18) Frequência na população 1/7500 – Há abortos espontâneos Retardo mental e no desenvolvimento, malformação cardíaca, cabeça com occipúcio proeminente e retrognatia, orelhas mal formadas e implantação baixa, boca e nariz pequenos, rim duplo ou em ferradura, esterno curto e dedos sobrepostos, pés de cadeira de balanço, dermatóglios característicos e prega palmar única. Translocação em 20% dos casos, que envolve todo ou quase todo o cromossomo 18, que pode ser nova ou ter sido herdada de um dos genitores que é portador balanceado A trissomia também pode ser na forma de mosaico, com expressão variável, porém mais brando. 2n=47,XX,+18 As anormalidades apresentadas pelos pacientes são decorrentes do material genético adicional do cromossomo 18 A maioria dos casos de trissomia do cromossomo 18 ocorre devido a uma não disjunção meiótica de novo na meiose II materna. É interessante notar que, nas outras trissomias, os defeitos ocorrem mais comumente na meiose I Síndrome de Cri du Chat (deleção) Frequência na população 1/7000 1% retardo mental, emite choro agudo semelhante a miado de gato, assimetria facial, microcefalia, má formação da laringe, hipertelorismo ocular (distanciamento dos olhos), hipotonia , epicanto, orelhas de baixa implantação, retardamento neuromotor acentuado, defeitos cardíacos. 10 a 15% dos casos translocação. 2n=46, XX, 5p- Deleção terminal ou intersticial de parte do braço curto do cromossomo 5 Os pontos de quebra e extensão do segmento deletado do cromossomo 5p variam em diferentes pacientes, porém a região crítica, ausente em todos os pacientes com o fenótipo, tem sido identificada como banda 5p15. Um número de genes foi identificado como deletado do segmento cromossômico del(5p), e a base da relação entre monossomia de tais genes e o fenótipo clínico está começando a ser elucidada. Muitas das características clínicas parecem ser devido à haploinsuficiência para um gene ou genes da banda 5p15.2, e o choro característico semelhante ao miado de gato parece resultar da deleção de um gene ou genes de uma pequena região na banda 5p15.3. O grau de retardo mental geralmente correlaciona-se com o tamanho da deleção, embora análises por arranjo de CGH sugiram que a haploinsuficiência de regiões específicas em 5p14-p15 possam contribuir desproporcionalmente para retardo mental severo Distúrbios Genômicos: Síndromes de Microdeleção e Duplicação Síndromes com dismorfias severas estão associadas a pequenas, mas, às vezes, citogeneticamente visíveis deleções que levam a uma forma de desequilíbrio genético referido como aneusomia segmentar O termo síndrome de genes contíguos tem sido aplicado para muitas destas condições, sendo o fenótipoatribuível à haploinsuficiência de genes contíguos múltiplos da região deletada. Para outros distúrbios, o fenótipo é aparentemente devido à deleção de apenas um único gene, apesar da associação típica da deleção cromossômica com a condição. Cromossomo Y Na meiose masculina, os cromossomos X e Y normalmente emparelham-se pelos segmentos terminais dos seus braços curtos e sofrem recombinação naquela região. Os segmentos pareados incluem a região pseudoautossômica dos cromossomos X e Y, assim chamada porque as cópias desta região ligadas ao X e Y são essencialmente idênticas entre si e sofrem recombinação homóloga na meiose I, como pares de autossomos. Relativamente pobre em genes e contém apenas cerca de 50 genes, e suas funções de alta proporção destes genes são relacionadas ao desenvolvimento gonadal e genital Pela 6a semana de desenvolvimento em ambos os sexos, as células germinativas primordiais migraram de sua localização extra-embrionária inicial para as saliências genitais, onde são circundadas pelos cordões sexuais para formar o par de gônadas primitivas. Até nesse momento, a gônada em desenvolvimento, seja cromossomicamente XX ou XY, é bipotencial e é frequentemente referida como indiferenciada. O desenvolvimento em ovários ou testículos é determinado pela ação coordenada de um serie de genes que levam ao desenvolvimento ovariano quando o cromossomo Y está ausente ou ao desenvolvimento testicular quando o Y está presente. Se o fato testículo-determinante (TDF)agir como interruptor, desviando o desenvolvimento para a rota masculina, a rota ovarina não é seguida. Na presença do cromossomo Y (com o gene TDF), o tecido medular forma testículos típicos com túbulos seminíferos e células de Leydig que, sob a estimulação da gonadotrofina coriônica da placenta, se tornam capazes de secretar androgênio Se nenhum cromossomo Y está presente, a gônada começa a diferenciar-se para formar um ovário, começando logo na oitava semana de gestação e continuando por várias semanas; o córtex desenvolve-se, a medula regride, e a ovogônia começa a desenvolver-se em folículos Enquanto os cromossomos X e Y normalmente trocam, durante a meiose I, as regiões pseudoautossômica Xp/Yp, trocam em raras ocasiões, dessa forma, a recombinação genética ocorre fora da região pseudoautossômica, ocorrendo duas anormalidades, homens XX e mulheres XY. Homens XX têm fenótipo masculino com cariótipo 46,XX, que, em geral, possui alguma sequência do cromossomo Y translocado para o braço curto do X. E uma proporção de fenótipos femininos com um cariótipo 46,XY perdeu a região testículo determinante do cromossomo Y. O gene situa-se próximo à fronteira pseudo-autossômica do cromossomo Y e está presente em muitos homens 46,XX, sendo deletado ou mutado em uma proporção de pacientes mulheres 46, XY. Assim, implica fortemente SRY na determinação sexual masculina. Gene SRY determinação dos testículos SRY expressa-se apenas brevemente no início do desenvolvimento nas células do cordão germinativo imediatamente antes da diferenciação dos testículos e codifica uma proteína ligada ao DNA que provavelmente é um fator de transcrição, embora genes específicos que fazem esta regulação sejam desconhecidos. No entanto, a presença ou ausência do SRY não explica todos os casos de determinação sexual anormal. SRY não está presente em cerca de 10% de homens XX sem ambiguidade e em muitos casos de hermafroditas verdadeiros XX ou homens XX com genitália ambígua. Além disso, mutações no gene SRY representam apenas cerca de 15% das mulheres 46,XY. Gene AZF espermatogênese – azoospermia não obstrutiva e oligospermia severa Um ou mais genes, chamados de fatores de azoospermia (AZF), são localizados no cromossomo Y, e três regiões nãosobrepostas em Yq (AZFa, AZFb e AZFc) foram definidas A deleção da região AZFc contém várias famílias de genes que se expressam nos testículos, incluindo o gene DAZ (deletado na azoospermia), que codifica proteínas ligadas ao RNA que se expressam apenas nas células germinativas pré-meióticas dos testículos Cromossomo X Inativação do X: Silenciamento epigenético aleatório de um dos cromossomos X nas células somáticas de mulheres –explica a tolerância de anormalidade no cromossomo X; Um dos cromossomos X é inativado em uma fase precoce do desenvolvimento, igualando a expressão dos genes ligados ao X nos dois sexos. Mulheres são mosaicos no que diz respeito à expressão de genes ligados ao X; algumas células expressam alelos do X herdados do pai, mas não herdados da mãe, enquanto outras células fazem o oposto Este padrão de expressão de gene diferencia muitos genes ligados ao X dos genes “imprintados” (que também são expressão de apenas um alelo, porém determinados pela origem parental, e não aleatoriamente), como também da maioria dos genes autossômicos que são expressos de ambos os alelos. Envolve o centro de inativação X em Xq13.2 – o X se torna inativo e forma o corpúsculo de Barr no núcleo em interfase. Característica cromossômica da inativação do X: Inativação de muitos genes ligados ao X no X inativo Escolha aleatória de um dos dois cromossomos X em células femininas Inativação do X – Replicação tardia na fase S, Heterocromatina (Corpúsculo de Barr), expressão RNA DO XIST, associada a modificação de histona macroh2A na cromatina. A região promotora de muitos genes na inativação do cromossomo X é extensivamente modificada pela adição de um grupo metila à citosina pela enzima DNA metiltransferase. Tal metilação do DNA está restrita a dinucleotídeos CpG e contribui para a formação de um estado de uma cromatina inativa. Diferenças adicionais entre cromossomos X ativo e inativo envolvem códigos de histona e parecem ser uma parte essencial do mecanismo de inativação do X O centro de inativação do X contém um gene incomum, o XIST, que parece ser a chave para o locus regulador principal para inativação do X. XIST, um acrônimo para o X inativado (Xi)-fator específico de transcrição, tem a característica recente que é a expressão de apenas um alelo do X inativado; é transcricionalmente silencioso no X ativo tanto em células masculinas quanto femininas. O produto do XIST é um RNA não codificado que permanece no núcleo em íntima associação com o cromossomo X inativo e o corpúsculo de Barr. Alterações cromossômicas e síndromes humanas Os fenótipos associados a estes defeitos cromossômicos são, em geral, menos severos que aqueles associados a distúrbios autossômicos comparáveis, devido à inativação do cromossomo X, como também ao baixo conteúdo de genes de Y, minimizando as consequências clínicas do desequilíbrio do cromossomo sexual. Síndrome de Klinefelter (2n=47, XXY) Frequência na população: 1/1000 Retardo mental moderado, pacientes altos e magros, membros longos, hipogonadismo, infertilidade, infertilidade, ginecomastia, caracteres sexuais pouco desenvolvidos. Cariótipo variante associados a maior gravidade fenotípica ( 48, XXYY; 48 XXXY; 49 XXXXY) - os cromossomos X adicionais (ainda que eles estejam inativados) causam um fenótipo correspondente mais grave, com um maior grau de dismorfismo, maior comprometimento do desenvolvimento sexual e déficit mental de maior gravidade 2n=47,XXY Homens que quase sempre são inférteis Um dos dois cromossomos X está inativado – sendo que cerca de metade dos casos de síndrome de Klinefelter resulta de erros na meiose I paterna devido à falha na recombinação Xp/Xy na região pseudo-autossõmica. Nos casos de origem materna, muitos resultam de erros da meiose I materna e o restante de erros na meiose II ou de erros mitóticos pós-zigóticos que levam ao mosaicismo. A idade materna está aumentada nos casos associados a erros na meiose I materna. O cariótipo em mosaico mais comum é o 46,XY/47XXY, provavelmente como consequência de perda de um cromossomo X emum concepto XXY durante uma divisão pós-zigótica inicial. Síndrome 47,XYY Frequência na população: 1/1000 A constituição cromossômica 47,XYY não está associada a um fenótipo evidentemente anormal, e homens com este cariótipo não podem ser distinguidos dos homens 46,XY normais por qualquer traço físico ou característica comportamental. A origem do erro que leva ao cariótipo XYY deve ser a não-disjunção paterna durante a meiose II, produzindo espermatozóide YY. As variantes menos comuns XXYY e XXXYY, que compartilham características da síndrome XYY e da síndrome de Klinefelter, provavelmente também têm origem paterna como resultado de não-disjunção sequencial na meiose I e na meiose II Inteligencia normal, não são dismórficos, possui alguns problemas educacionais ou comportamentais, fertilidade geralmente normal. Déficit de atenção, hiperatividade, impulsividade Trissomia do X ( 47,XXX) Incidência 1/1000 mulheres nascidas vivas Estatura acima da média, déficit em testes de QI e alguma dificuldade de aprendizado. Nas células 47,XXX, dois dos cromossomos X são inativados. Quase todos os casos originam se de erros na meiose materna, e destes, a maioria se dá durante a meiose I. Existe uma relação com idade materna aumentada, restrita àqueles pacientes cujos erros ocorreram durante a meiose materna I A síndrome da tetrassomia do X (48,XXXX) está associada a retardo do desenvolvimento mais grave tanto físico quanto mental. A síndrome da pentassomia do X (49,XXXXX), apesar da presença de quatro cromossomos X inativos, geralmente inclui retardo mental grave e múltiplos defeitos físicos. Síndrome de Turner (Monossomia do X) Frequência na população 1/4000 Disgenesia ovariana, baixa estatura, palato estreito, pescoço curto, tórax largo com mamilos afastados, anomalia cardíaca, anomalias renais, anomalia de cotovelo, linfedema fetal. A constituição cromossômica mais frequente na síndrome de Turner é 45,X (às vezes escrita erroneamente como 45,XO) sem o segundo cromossomo sexual Aproximadamente um quarto dos casos de síndrome de Turner envolve cariótipos em mosaico, nos quais apenas uma proporção de células é 45,X Pacientes com i(Xq) são semelhantes aos clássicos pacientes 45,X, enquanto pacientes com uma deleção de Xp têm baixa estatura e malformações congênitas, e aqueles com deleção de Xq frequentemente têm apenas disfunção gonadal. O erro cromossômico que leva a perda de um cromossomo sexual é geralmente paterno.
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