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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 1 Mutaçã� Crom�sômic�, Imprintin�, M�aicism� � Herança� Crom� S�uai� Mutação pode ser cromossômica ou gênica. - A cromossômica é dividida em numérica (aneuploidia e euploidia) e estrutural (deleção, translocação, duplicação, isocromossomo, anel e inversão). - A gênica é dividida em deleção, inserção, duplicação e substituição (silenciosa e não silenciosa). A não silenciosa é subdividida em: Sentido trocado, Sem sentido, M. Promotor e Sítio de Corte. Mutações Cromossômicas: podem ser numéricas ou estruturais, podem envolver um ou mais autossomos, cromossomos sexuais ou ambos. Há aumento ou diminuição do número do cariótipo normal da espécie humana. Numéricas: quando altera a quantidade de cromossomos - Aneuploidias -> há um aumento ou diminuição de um ou mais pares de cromossomos, mas não de todos. A maioria dos pacientes aneuploides apresenta trissomia (3 cromossomos em vez do par normal de cromossomo) ou, menos frequente, monossomia (apenas um representante de um cromossomo). Porque acontece às aneuploidias? Devido a um erro de não disjunção - Euploidias: a alteração é múltiplo exato do número haplóide (n). A sobrevivência de um indivíduo totalmente euplóide é impossível. A triploidia provavelmente resulta de falha de uma das divisões da maturação no ovócito ou, geralmente, no espermatozóide. Os tetraplóides são 92, XXXX ou 92 XXYY, resultantes em geral de uma falha da conclusão de uma divisão por clivagem inicial do zigoto. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 2 Aneuploidias: associadas à meiose I ou meiose II devido a uma não disjunção. Quando o erro ocorre na Meiose I, os gametas apresentam um representante de ambos os membros do par de cromossomos ou não possuem todo um cromossomo. Quando o erro ocorre na Meiose II, os gametas anormais contém duas cópias de um cromossomo parental ( e nehuma cópia do outro) ou não possuem um cromossomo. Síndrome de Edwards -> trissomia do cromossomo 18 (duplicado). Síndrome de Klinefelter -> cromossomo sexual X duplicado (XXY) Síndrome de Turner -> ausência de cromossomo sexual Síndrome de Edward (trissomia 18) - hipertonicidade, externo e pescoço curtos, pelve estreita, 2o e 5o dedos se sobrepondo ao 3o 3 4o, estatura abaixo do normal, mandíbula recuada (micrognatia), crânio alongado na região occipital e orelha com implantação baixa. Síndrome de Klinefelter (47, XXY) - indivíduo masculino, características femininas (mama, pelos púbicos, testículos pequenos, ginecomastia), comprometimento de cognição, braços e pernas grandes (membros periféricos maiores), a maioria é infértil. Síndrome de Turner (45, X) - pescoço alado, mulheres, braços curtos, problemas no coração (aorta), maioria inférteis, gonorreia, pode fazer reposição hormonal, tórax mais largo, mamilos afastados, cabelo na nuca, comprometimento da cognição, edemas nas mãos e pés. Disfunção hormonal e amenorreia. Estrutural: durante a interfase quando os cromossomos estão mais distendidos e metabolicamente ativos, eles são mais vulneráveis a variações do ambiente que provocam rupturas de suas estruturas. Deleção, translocação, duplicação, isocromossomo, anel e inversão. - às aberrações estruturais dos cromossomos resultam de quebra cromossômica seguida de reconstituição em uma combinação anormal. Os rearranjos estruturais são definidos como equilibrados e não-equilibrados. Deleção - resulta em um desequilíbrio do cromossomo por perda de um segmento cromossômico. Uma deleção pode ser terminal ou intersticial. As deleções podem Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 3 originar-se por quebra cromossômica e perda do segmento acêntrico. Em alguns casos, às deleções ocorrem por um crossing-over desigual entre cromossomos homólogos desalinhados ou cromátides-irmãs. Devido a isso, os cromossomos ficam menor. Síndrome do miado do gato - criança quando nasce apresenta um choro característico devido a uma alteração na estrutura da laringe. Braço curto (p) e braço longo (q). Paciente baixo, magro, queixo pequeno, mandíbula pequena, pregas baixas loga abaixo das orelhas, dificuldade de aprendizado, cognitivo, complicações gástricas, alterações cardiológicas… Translocação - dois cromossomos sofrem quebras e há a soldadura de um segmento cromossômico a uma região fraturada de outro não homólogo. A troca de cromossomos ocorre espontaneamente numa baixa frequência e também pode ser induzida por agentes causadores de quebras. - Translocações recíprocas: Resultam de quebra de cromossomos não homólogos, com trocas recíprocas de segmentos soltos. Rearranjo resultando dá ruptura de cromossomos não homólogos, fazem uma permuta. Quando os cromossomos de uma translocação recíproca balanceada se pareiam na meiose, forma-se uma figura quadrirradial (em forma de cruz). Na anáfase os cromossomos se segregam a partir desta configuração de três maneiras possíveis. Apresenta 46 cromossomos no cariótipo. - Translocações Robertsonianas: Envolve dois cromossomos acrocêntricos que se fundem próximos à região do centrômero com perda dos braços curtos (onde tinham RNAr somente). Apresenta 45 cromossomos no cariótipo. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 4 Translocação Recíproca: rearranjo balanceado e não balanceado. Normalmente pode acontecer. Pode trazer ou não características fenotípicas. Balanceado: conjunto cromossômico possui o mesmo material genético. Houve troca de lugar sem perda nem adição de material genético. Cromossomos provenientes se pareiam na meiose formando uma figura em forma de cruz (quadrirradial). Com isso, há 3 formas de segregação que pode ser adjacente (não balanceados), alternada (cromossomos normais e balanceados, é a que mais acontece) ou adjacente 2 (cromossomos não balanceados). Podemos ter mutações imperceptíveis. Não balanceado: há adição ou ausência de material genético. Duplicação - Em geral, a duplicação parece ser bem menos nociva que a deleção. As duplicações podem originar-se por crossing-over desigual ou por segregação anormal da meiose num portador de uma translocação ou inversão. Enzima Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 5 citocromo P450 transforma de lipossolúvel em hidrossolúvel adicionando moléculas, radicais. Rápida metabolização. Cromossomo em Anel - formam-se quando um cromossomo sofre duas quebras e as extremidades rompidas se reúnem numa estrutura circular. Encontram dificuldades na mitose, quando as duas cromátides-irmãs tentam separar-se na anáfase. Pode ocorre quebra do anel seguida de fusão, gerando anéis maiores e menores. Em virtude dessa instabilidade mitótica, não é incomum observar-se cromossomos em anel apenas numa dada proporção das células. Comum ocorrer no cromossomo 15. Isocromossomo - São cromossomos que apresentam deficiência total de um dos braços e duplicação completa do outro. Uma hipótese plausível é a que considera a possibilidade de um cromossomo sofrer fratura exatamente junto ao centrômero, pouco antes da anáfase mitótica ou da meiose II. Ou divisão errônea através do centrômero na meiose II. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 6 Inversão Cromossômica - é a ocorrência de duas quebras em um cromossomo uni filamentoso durante a intérfase e a soldadura em posição invertida do fragmento ao restante do cromossomo. - Paracêntrica se as quebras ocorrerem em um mesmo braço cromossômico - Pericêntrica se o fragmento cromossômico invertido incluir o centrômero. Quando uma inversão está presente, uma alça é formada durante o pareamento dos cromossomos na meiose I. A ocorrência de uma permuta no local de uma inversão paracêntrica fará com que de cada bivalente surjam dois cromossomos gaméticos anormais ( um dicêntrico e outro acêntrico), um normal e outro com a inversão original. A ocorrência de permuta em uma inversão pericêntrica fará com que um bivalente dê origem a dois cromossomos anormais (ambos com uma deficiência e uma duplicação), um cromossomo normal e outro com a inversão original. Mosaicismo - presença de duas linhagens celularesque diferem geneticamente, mas provém de um único zigoto (somático ou germinativo). Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 7 Imprinting genômico - Diferenças na expressão gênica entre o alelo herdado da mãe e o alelo do pai. Não é uma mutação é um fenômeno que afeta a expressão de um alelo. Um tipo importante ocorre durante a gametogênese onde, antes da fertilização e marca alguns genes como tendo vindo do pai ou da mãe. Ex: Síndrome de Prader-Willi (SPW) e Angelman (AS). Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 8 Síndrome de Down - características gerais: baixa estatura, braços e pernas curtas. Face achatada, hipodesenvolvimento do ⅓ médio da face, hipotonia muscular, orelha com implantação baixa, pescoço curto com excesso de pele. Nariz em sela, hipotelorismo. Prega palmar transversa única, clinodactilia do 5o dedo. 20% deficiência mental, grau variável de atraso no desenvolvimento motor e mental. Expectativa de vida: 40 anos. Material cromossômico "excedente", 3 tipos: trissomia livre 21 (95%), mosaicismo (2%) e translocação robertsoniana (3%). Trissomia livre - acidente genético (80% dos casos), fator de risco (idade materna elevada >35 anos), risco de recorrência (1 a 2%). Translocação - parte do material de um cromossomo 21 adere-se a outro cromossomo durante a divisão celular, o pai ou a mãe podem ser portadores de uma translocação, estudos cromossômicos dos pais e caso um deles seja portador outros familiares devem ser estudados. Mosaicismo - cariótipos: 46, XY/ 47, XY + 21 ou 46, XX/ 47, XX + 21. Falha na divisão celular, ocorrem por acidentes genéticos e também não são familiares, algumas células exibem cariótipos normais e outras trissomia livre do cromossomo 21. Síndrome de malformações congênitas mais frequente: 1/700 nascimentos (idade materna), causa mais frequente de deficiência mental. Aneuploidia mais comum. - características bucais: macroglossia e língua fissurada, retrusão da maxila, alteração de forma, número e posição dos dentes, baixa incidência de cárie. Diagnóstico: idade materna > 35 anos (60%). < 30 - 1:3000. 30 a 35 anos - 1;600 e > 45 - 1:50. Ovócito velho - alterações na meiose. Diagnóstico Pré-natal: filho anterior com síndrome de down, um dos pais portador de translocação cromossômica envolvendo o cromossomo 21, ultrassonografia (11 a 14 semana, translucência nucal > 3mm, sensibilidade de 80%). Amniocentese, biópsia do vilo corial (placenta), exame de sangue (análise do material genético do Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 9 feto que circula no sangue da mãe). Alteração, concentração de proteínas como B-HCG… Diagnóstico Pós-natal: sinais, sintomas e estudos cromossômicos - nem sempre o paciente apresenta todas às características da SD, nenhuma das características é essencial e/ou suficiente para o diagnóstico, 65-80% aborto espontâneo. Estudo cromossômico - é essencial para o aconselhamento genético, ajuda a aceitação do diagnóstico. Característica clínica - hipotonia muscular, hiperflexibilidade articular, excesso de pele no pescoço, face de perfil achatado, fendas palpebrais inclinadas para cima, orelhas pequenas e/ou anômalas, clinodactilia do 5o dedo, alopecia. O peso da criança com SD é em média 400g <, comprimento normal 1-3 cm<, pescoço mais curto, displasia da pelve, prega da mão única, olhos característicos, língua ... Translucência nucal Sistema nervoso na SD comparação - feto de 18 semana, encéfalo menor e hipocampo menos maduro com tamanhos e pesos diminuídos. Cerebelo e tronco cerebral particularmente pequenos, gênese da hipotonia, processos cognitivos complexos. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 10 Período Neonatal - período crítico para sobrevivência do paciente, pode estar associada a diversas anomalias congênitas (aumento de morbidade e mortalidade neonatais e nos primeiros meses de vida). Malformações cardiovasculares - mais frequente 40 a 50% dos pacientes nos primeiros 2 anos de vida. Diagnóstico através do ecocardiograma, defeito do septo atrioventricular, a maioria pode ser corrigida cirurgicamente. Outras possíveis alterações Endócrinas - hipotiroidismo Gastrointestinais - estenose de duodeno Ap. respiratório - número reduzido de alvéolos, hipertensão pulmonar Hematológicas - leucemia Deficiência imunológica - infecções Otorrinolaringológicas - hipoacusia Demência Alzheimer Dificuldades alimentares - a amamentação nos primeiros dias pode ser dificultada por: problemas anatômicos e hipotonia muscular. Sistema Osteo-articular Instabilidade atlanto-axial: aumento da mobilidade da coluna cervical ao nível da primeira e segunda vértebra. A maioria dos indivíduos são assintomáticos, aprox 10% têm sintomas, excessiva mobilidade das duas vértebras que formam a articulação atlanto-axial. Subluxação atlanto-axial ou à compressão da medula espinal -> déficit neurológico e até possivelmente à morte. Luxação do quadril: frouxidão ligamentar e capsular. Os ossos longos são mais curtos que o normal. O crescimento do tronco é ainda relativa,ente maior que o das extremidades. Avaliação do desenvolvimento: - a sequência do desenvolvimento é a mesma das crianças normais - o ritmo é próprio e mais lento e deve ser respeitado - o importante não é a idade de cada aquisição, más o desenvolvimento progressivo. Fisioterapia - tônus, força, aquisições e habilidades motoras, frouxidão ligamentar, instabilidade articular, cardio-respiratória. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 11 - Tratamento -> estimulação precoce, obedecer às etapas do desenvolvimento, prevenção das complicações respiratórias, fortalecimento muscular e atividades lúdicas. - Síndrome de Patau - tempo de sobrevivência dos afetados: 45% morrem em 1 mês, 69% morrem em 6 meses, 72% morrem em 1 ano. Questões a) não gênica e nem deleção b) não gênica c) não numérica, é estrutural d) V e) não euplóide Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 12 p -> curto O menos (-) -> deleção Estrutural -> 46 cromossomos 01) V 02) F 04) F (é deleção) 08) F 16) V 32) V 64) F Mutação cromossômica de translocação recíproca. O número de cromossomos não mudou. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 13 Síndrome de Edwards - trissomia do cromossomo 18 Translocação Robertsoniana - Down Síndrome de Turner - aneuploidia, mutação numérica. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 14 Síndrome de Klinefelter - duplicação do cromossomo sexual X. EXTRA aneuploidia - perda ou adição de cromossomos inteiros isolados. Trissomia (down 45A + 21, klinefelter 44A XXY), Monossomia (turner 44A XO), Tetrassomia (superfêmea XXXX) EUPLOIDIA - atingir conjuntos inteiros de cromossomos, alterações de todo genoma. Triploidia 3n (69C ou 23TC) e Tetraploidia (92C ou 23QC) *normal - 2n = 44AA, XX ou XY Principais aneuploidias: síndrom� d� Dow� - trissomia do cromossomo 21 (2n = 45AA, XX ou XY + 21) características - Prega Epicântica, protusão da língua, prega palmar única, retardo mental moderado, defeitos cardíacos, hiperflexibilidade das articulações. Atraso de desenvolvimento e intelectual. Ocorre durante a meiose, na formação de gametas. Também causa mosaicismo por uma não disjunção das células na formação do zigoto, deficiência mental. síndrom� d� Edward� - trissomia do cromossomo 18 (2n = 45AA, XX ou XY + 18) características - mais severa que a do 21, pois o cromossomo 18 é > que o 21 - deficiência mental e crescimento, hipertonicidade, implantação baixa das orelhas, mandíbula recuada, 5% a 10% sobrevivem ao ano. síndrom� d� Pata� - trissomia do cromossomo 13 (2n = 45AA, XX ou XY + 13) características - deficiência mental, surdez e polidactilia, lábio e palato fendido, anomalias cardíacas, 89% morre no 1* mês, 5% sobrevive até o 6* mês. síndrom� d� Turner - MONOSSOMIA DO SEXUAL (2n = 44AA, X0) características - fenótipo feminino, sem cromatina sexual, geralmente estéreis, baixa estatura, pescoço alado, mamas pouco desenvolvidas, puberdade tardia, infertilidade e malformações cardíacas.. Carolina PithonRocha | Medicina | 3o semestre 15 síndrom� d� Klinefelter - TRISSOMIA DO SEXUAL (2n = 44AA, XXY) características - fenótipo masculino, com cromatina sexual extra, ginecomastia, timbres femininos e membros alongados, retardo mental leve, braços e pernas grandes, atrofia testicular. Erro durante uma gametogênese. Baixo nível de testosterona e massa muscular, pouco ou nenhum esperma.. ESTRUTURAL Rearranjos não-equilibrados envolvem: > Deleção > Duplicação > Cromossomos em anel > Isocromossomos > Translocação existem dois tipos principais: Translocações recíprocas e Translocações robertsonianas Rearranjos equilibrados: quando o conjunto cromossômico possui o complemento normal de informações.Todas as informações genéticas estão presentes, mas acondicionadas de modo diferente. > Inversão - é a ocorrência de duas quebras em um cromossomo uni filamentoso durante a intérfase e a soldadura em posição invertida do fragmento ao restante do cromossomo. A inversão é dita paracêntrica se as quebras ocorrem em um mesmo braço cromossômico, e é denominada pericêntrica se o fragmento cromossômico invertido incluir o centrômero. Quando uma inversão está presente, uma alça é formada durante o pareamento dos cromossomos na meiose I. A ocorrência de uma permuta no local de uma inversão paracêntrica fará com que de cada bivalente surjam dois cromossomos gaméticos anormais (um dicêntrico e outro acêntrico), um normal e outro com a inversão original: A ocorrência de permuta em uma inversão pericêntrica fará com que um bivalente dê origem a dois cromossomos anormais (ambos com uma deficiência e uma duplicação), um cromossomo normal e outro com a inversão original. Uma inversão geralmente não causa um fenótipo anormal nos portadores. Sua importância médica é para a progênie, pois há o risco de produzir gametas anormais que podem levar a uma prole não-balanceada. - Livro Thompson - Embora as causas de aneuploidia não sejam completamente compreendidas, o mecanismo cromossômico mais comum é a não disjunção meiótica. As consequências genômicas da não disjunção durante a meiose I e a meiose II são diferentes. Se o erro ocorrer durante a meiose I, o gameta com 24 cromossomos conterá ambos os membros cromossômicos, paterno e materno, do par. Se ele ocorrer durante a meiose II, o gameta com o cromossomo extra conterá ambas as cópias do cromossomo materno ou paterno. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 16 Em alguns casos, a aneuploidia pode também resultar da separação prematura de cromátides‐irmãs na meiose I em vez de na meiose II. Se isso ocorrer, as cromátides separadas podem se segregar ao acaso para o ovócito ou para o glóbulo polar, levando a um desequilíbrio do gameta. A não disjunção também pode ocorrer durante uma divisão mitótica após a formação do zigoto. Se isso acontece nas divisões iniciais de clivagem, pode resultar em mosaicismo clinicamente significativo. Em algumas linhagens de células malignas e algumas culturas de células, a não disjunção mitótica pode levar a cariótipos muito anormais. Anomalias Cromossômicas Estruturais São classificados como balanceados, se o genoma possui o complemento normal de material cromossômico, ou desbalanceados, quando existe material adicional ou ausente. A duplicação de parte de um cromossomo leva a uma trissomia parcial nos genes dentro desse segmento; a deleção leva à monossomia parcial. Deleções e Duplicações As deleções envolvem a perda de um segmento cromossômico, resultando em um desbalanço cromossômico. A duplicação parece ser menos prejudicial do que a deleção. Entretanto, uma vez que a duplicação em um gameta resulta em um desbalanço cromossômico (i.e., trissomia parcial), e uma vez que a quebra cromossômica que o gerou pode interromper genes, a duplicação frequentemente leva a alguma anomalia fenotípica. Cromossomos em Anel Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 17 Muitos marcadores cromossômicos perdem o telômero e constituem cromossomos em anel, que são formados quando o cromossomo sofre duas quebras e as extremidades cromossômicas quebradas reúnem‐se numa estrutura em anel. Alguns desses anéis experimentam dificuldades durante a mitose, quando as duas cromátides‐irmãs tornam‐se entrelaçadas durante sua tentativa de disjunção na anáfase. Nesses casos, podem acontecer quebras do anel seguidas de fusão, e anéis maiores e menores podem ser gerados. Devido a essa instabilidade mitótica, não é incomum encontrar cromossomos em anel em apenas uma proporção das células. Isocromossomos Um isocromossomo é um cromossomo no qual um dos braços está ausente e o outro é duplicado em forma de imagem espelhada. Uma pessoa com 46 cromossomos carregando um isocromossomo, portanto, tem uma cópia única do material genético de um braço (monossomia parcial) e três cópias do material genético do outro braço (trissomia parcial). Embora já tenham sido descritos isocromossomos para vários autossomos, o isocromossomo mais comum envolve o braço longo do cromossomo X — designado i(X)(q10) — em uma proporção de indivíduos com síndrome de Turner. Os isocromossomos são também encontrados frequentemente em cariótipos de tumores sólidos e neoplasias hematológicas malignas. Cromossomos Dicêntricos Um cromossomo dicêntrico é um tipo raro de cromossomo anormal no qual dois segmentos cromossômicos, cada um com um centrômero, fundem‐se pelas extremidades. Os cromossomos dicêntricos, apesar dos dois centrômeros, podem ser mitoticamente estáveis se um dos dois centrômeros for inativado epigeneticamente ou se os dois centrômeros sempre coordenarem seus movimentos para o mesmo polo durante a anáfase. Tais cromossomos são tipicamente chamados de pseudodicêntricos. Os cromossomos pseudodicêntricos mais comuns envolvem os cromossomos sexuais ou os cromossomos acrocêntricos (as chamadas translocações robertsonianas). Rearranjos Balanceados Todo o material genômico está presente, mesmo que organizado de forma diferente. Translocações envolve a troca de segmentos cromossômicos entre dois cromossomos. Existem dois tipos principais: a recíproca e a não recíproca. - Translocações Recíprocas resulta de quebra ou de recombinação envolvendo cromossomos não homólogos, com troca recíproca dos segmentos quebrados ou recombinados. Normalmente, apenas dois cromossomos estão envolvidos, e uma vez que a troca é recíproca, o número total de cromossomos não é alterado. As translocações balanceadas são mais comumente encontradas em casais que tiveram dois ou mais abortos espontâneos e em homens inférteis do que na população em geral. A existência de translocações apresenta desafios para o processo de pareamento e recombinação dos cromossomos homólogos durante a meiose. Quando os cromossomos de um portador de uma translocação recíproca balanceada pareiam‐se na meiose, eles devem apresentar uma formação Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 18 quadrivalente para assegurar o alinhamento apropriado das sequências homólogas (em vez das formações bivalentes típicas vistas nos cromossomos normais). - Translocações Robertsonianas são o tipo mais comum de rearranjo cromossômico observado na espécie humana e envolvem dois cromossomos acrocêntricos que se fundem próximo à região do centrômero, com perda dos braços curtos. Tais translocações são não recíprocas e resultam num cariótipo com apenas 45 cromossomos, incluindo o cromossomo translocado, o qual, na prática, é formado pelos braços longos dos dois cromossomos acrocêntricos. Como mencionado anteriormente, devido ao fato de os braços curtos de todos os cinco pares de cromossomos acrocêntricos consistirem basicamente em várias classes de DNA‐satélite, bem como em centenas de cópias de genes de RNA ribossômico, a perda dos braços curtos de dois cromossomos acrocêntricos não é deletéria; dessa forma, o cariótipo é considerado como sendo balanceado, apesar de ter apenas 45 cromossomos. As translocações robertsonianas são tipicamente, embora nem sempre, pseudodicêntricas, refletindo a localização do ponto de quebra em cada cromossomo acrocêntrico.A principal importância clínica desse tipo de translocação é que portadores de translocações robertsonianas envolvendo o cromossomo 21 estão sob risco de terem uma criança com síndrome de Down por translocação. - Inserções é outro tipo de translocação não recíproca que ocorre quando um segmento é removido de um cromossomo e inserido em um cromossomo diferente, tanto em sua orientação usual com relação ao centrômero, quanto invertida. Uma vez que elas requerem três quebras cromossômicas, as inserções são relativamente raras. Inversões - ocorrem quando um único cromossomo sofre duas quebras e é reconstituído com o segmento invertido entre as quebras. As inversões são de dois tipos: paracêntrica, na qual ambas as quebras ocorrem em um mesmo braço (do grego para, fora do centrômero); e pericêntrica, na qual ocorre uma quebra em cada um dos braços (do grego peri, ao redor do centrômero). Quando uma inversão é paracêntrica, os cromossomos recombinados desbalanceados são acêntricos ou dicêntricos e tipicamente não levam à descendência viável; portanto, o risco do portador de uma inversão Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 19 paracêntrica ter um filho com cariótipo anormal é realmente muito baixo. Uma inversão pericêntrica, por outro lado, pode levar à produção de gametas desbalanceados, tanto com duplicação quanto com ausência de segmentos cromossômicos. Mosaicismo para Anomalias Cromossômicas Quando uma pessoa possui uma anomalia cromossômica, seja numérica ou estrutural, a anomalia está normalmente presente em todas as suas células. Algumas vezes, no entanto, dois ou mais complementos cromossômicos diferentes estão presentes no mesmo indivíduo; essa situação é denominada mosaicismo. O mosaicismo é usualmente detectado pela cariotipagem convencional, mas também pode ser suspeitado com base na análise de FISH em interfases ou nos microarranjos cromossômicos. Uma causa comum de mosaicismo é a não disjunção nas divisões mitóticas pós‐zigóticas iniciais. Por exemplo, um zigoto com um cromossomo 21 adicional pode perder esse cromossomo extra em uma divisão mitótica e continuar se desenvolvendo como mosaico 46/47,+21. Acredita‐se frequentemente que indivíduos que são mosaicos para uma determinada trissomia, como o mosaico da síndrome de Down ou da síndrome de Turner, são menos severamente afetados do que indivíduos não mosaicos. Surpreendentemente, a anomalia mais comum em abortos é o cariótipo 45,X (a mesma anomalia encontrada na síndrome de Turner), o qual responde por cerca de 20% dos abortos espontâneos cromossomicamente anormais. Aneuploidia Há apenas três distúrbios cromossômicos não mosaico bem definidos compatíveis com a sobrevida pós‐natal em que existe uma dose anormal de um autossomo inteiro: a trissomia do 21 (síndrome de Down), a trissomia do 18 e a trissomia do 13; a sobrevida além do primeiro ano é rara, em contraste com a síndrome de Down, em que a expectativa média de vida é de mais de 50 anos de idade. Síndrome de Down Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 20 A síndrome de Down é de longe o mais comum e mais conhecido dos distúrbios cromossômicos e é a causa genética isolada mais comum de deficiência intelectual moderada. A hipotonia pode ser a primeira anomalia observada no recém‐nascido. Além das características faciais dismórficas típicas, os pacientes são de pequena estatura e têm braquicefalia com occipício plano. O pescoço é curto, com a pele frouxa na nuca. As mãos são curtas e largas, frequentemente com uma única prega palmar transversal (“prega simiesca”) e os quintos dígitos encurvados (denominado clinodactilia). Determinadas malformações, tais como atresia duodenal e a fístula traqueoesofágica, são muito mais comuns na síndrome de Down do que em outros distúrbios. Apresentam doença cardíaca congênita. Há um aumento de quinze vezes no risco de leucemia entre os pacientes com síndrome de Down que sobrevivem ao período neonatal. A demência precoce, associada a achados neuropatológicos típicos da doença de Alzheimer (atrofia cortical, dilatação ventricular e emaranhados neurobrilares), acomete quase todos os pacientes com síndrome de Down. Trissomia do 21 Em pelo menos 95% de todos os pacientes, o cariótipo da síndrome de Down tem 47 cromossomos, com uma cópia extra do cromossomo 21. Esta trissomia resulta de não disjunção meiótica do par de cromossomos 21. Como observado anteriormente, o risco de se ter um filho com trissomia do 21 aumenta com a idade materna, especialmente após 30 anos de idade. O erro meiótico responsável pela trissomia geralmente ocorre durante a meiose materna (aproximadamente 90% dos casos), predominantemente na meiose I, mas cerca de 10% dos casos ocorrem na meiose paterna, frequentemente na meiose II. Translocação Robertsoniana Aproximadamente 4% dos pacientes com síndrome de Down tem 46 cromossomos, sendo que um deles é uma translocação Robertsoniana entre o cromossomo 21q e o braço longo de um dos outros cromossomos acrocêntricos (geralmente o cromossomo 14 ou o 22). O cromossomo translocado substitui um dos cromossomos acrocêntricos normais e o cariótipo de um paciente com síndrome de Down com uma translocação Robertsoniana entre os cromossomos 14 e 21 é, portanto, 46,XX ou XY, rob(14;21) (q10;q10), + 21. Apesar de ter 46 cromossomos, os pacientes com uma translocação Robertsoniana que envolve o cromossomo 21 são trissômicos para genes em todo o 21q.Um portador de uma translocação Robertsoniana, que envolve, por exemplo, os cromossomos 14 e 21, tem apenas 45 cromossomos; um cromossomo 14 e um cromossomo 21 estão ausentes e são substituídos pelo cromossomo translocado. Translocação do 21q21q Um cromossomo translocado 21q21q é observado em uma pequena percentagem dos pacientes com síndrome de Down e acredita‐se que se origine como um isocromossomo. A síndrome de Down pode ser detectada no pré‐natal por cariotipagem, por análise dos microarranjos cromossômicos, ou por sequenciamento de genoma completo a partir de vilosidades coriônicas ou de células do líquido amniótico. A triagem para Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 21 síndrome de Down também é possível atualmente por triagem pré‐natal não invasiva (TPNI) de DNA fetal livre de células no plasma materno. Síndromes de Deleção Autossômicas Uma síndrome há muito reconhecida é a síndrome cri du chat, na qual existe uma deleção terminal ou intersticial de parte do braço curto do cromossomo 5. Esta síndrome de deleção recebeu seu nome comum porque o choro dos lactentes com este transtorno parecia o miado de um gato. O aspecto facial, é distintivo e inclui microcefalia, hipertelorismo, pregas epicânticas, baixa implantação das orelhas, às vezes com acrocórdons pré‐auriculares e micrognatia. A maioria dos casos de síndrome cri du chat é esporádica; somente 10% a 15% dos pacientes são descendentes de portadores de translocação. Os pontos de quebra e a extensão do segmento deletado do cromossomo 5p são altamente variáveis entre diferentes pacientes, mas a região crítica ausente em todos os pacientes com o fenótipo foi identificada como sendo a banda 5p15. Distúrbios associados a imprinting genômico Para alguns distúrbios, a expressão do fenótipo da doença depende se o alelo mutante ou cromossomo anormal foi herdado do pai ou da mãe. Esses efeitos da origem do progenitor são resultado de imprinting genômico. A marca dos genes imprintados que os distingue de outros loci autossômicos é que apenas um alelo, seja materno ou paterno, é expresso no tecido relevante. O efeito desses mecanismos no fenótipo clínico dependerá necessariamente se um evento mutacional ocorreu no homólogo materno ou paterno. Entre os exemplos mais bem estudados sobre o papel do imprinting genômico na doença humana estão a síndrome de Prader‐Willi e a síndrome de Angelman, e nós os discutimos a seguir para ilustrar as características genéticas e genômicas de condições de imprinting. Outro exemplo, a síndrome de Beckwith‐Wiedemann. Síndromes de Prader Willi e de Angelman A síndrome de Prader‐Willié uma síndrome dismórfica relativamente comum, caracterizada por hipotonia neonatal seguida de obesidade, hábitos alimentares excessivos e indiscriminados, mãos e pés pequenos, baixa estatura, hipogonadismo e deficiência intelectual. A síndrome de Prader‐Willi resulta da ausência de um gene ou genes imprintados paternalmente expressos. Em aproximadamente 70% dos casos da síndrome, há uma deleção citogenética do braço longo do cromossomo 15 (15q11.2‐q13). Na síndrome de Prader‐Willi, a deleção é encontrada apenas no cromossomo 15 herdado do pai do paciente. Assim, os genomas destes pacientes têm informação genômica em 15q11.2‐q13 que derivam apenas de suas mães, e a síndrome resulta da perda da expressão de um ou mais dos genes normalmente paternalmente expressos na região. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 22 Em contrapartida, na maioria dos pacientes com a rara síndrome de Angelman, que é caracterizada por aspecto facial incomum, baixa estatura, deficiência intelectual severa, espasticidade e convulsões, existe uma deleção da mesma região cromossômica, mas, agora no cromossomo 15 herdado da mãe. Portanto, os pacientes com síndrome de Angelman têm informação genética em 15q11.2‐q13 derivadas exclusivamente de seus pais. Alguns pacientes com síndrome de Prader‐Willi não têm deleções citogenéticas detectáveis; em vez disso, eles têm dois cromossomos 15 citogeneticamente normais, sendo que ambos foram herdados da mãe. Esta situação ilustra a dissomia uniparental. Uma porcentagem menor de pacientes com síndrome de Angelman também têm dissomia uniparental, mas no seu caso com dois cromossomos 15 intactos de origem paterna. Esses pacientes reforçam o fato de que, embora o imprinting genômico seja responsável por trazer esses casos à atenção clínica, o defeito subjacente em uma proporção de casos é de segregação cromossômica, e não de imprinting, que é completamente normal nestes casos. A fertilização por um espermatozoide portador de imprint feminino anormalmente persistente produziria uma criança com síndrome de Prader‐Willi; a fertilização de um óvulo que tem imprint masculino inadequadamente persistente resultaria em síndrome de Angelman. Finalmente, há evidências de que as principais características dos fenótipos da síndrome de Prader‐Willi e de Angelman podem ser explicadas por defeitos em genes particulares dentro da região de imprint. Descobriu‐se que mutações na cópia materna de um único gene, o gene da ubiquitina‐proteína ligase E3A (UBE3A), causam síndrome de Angelman. O gene UBE3A está localizado dentro da região de imprint do 15q11.2‐q13 e normalmente é expresso apenas a partir do alelo materno no sistema nervoso central. Mutações monogênicas em UBE3A herdadas da mãe são responsáveis por cerca de 10% dos casos de síndrome de Angelman. Na síndrome de Prader‐Willi, vários pacientes foram descritos com deleções de uma região muito menor no cromossomo 15 herdado do pai, envolvendo especificamente o cluster gênico do pequeno RNA nucleolar não codificante (snoRNA) 116 na etiologia da síndrome. Cromossomos sexuais e suas anomalias Os homens com síndrome de Klinefelter têm 47 cromossomos com dois cromossomos X, bem como um cromossomo Y (cariótipo 47,XXY), enquanto a maioria das mulheres com síndrome de Turner têm apenas 45 cromossomos com um único cromossomo X (cariótipo 45,X). Esses achados inequivocamente estabelecem o papel crucial do cromossomo Y no desenvolvimento masculino normal. • Estabelecimento do sexo cromossômico (ou seja, XY ou XX) no momento da fertilização. • Iniciação de vias alternativas para a diferenciação de um ou do outro sexo gonadal, tal como determinado normalmente pela presença ou ausência do gene determinante de testículos no cromossomo Y. • Continuação da diferenciação específica para o sexo de órgãos sexuais internos e externos. • Especialmente após a puberdade, desenvolvimento de características sexuais secundárias distintivas para criar o sexo fenotípico correspondente, como um homem ou uma mulher. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 23 Embora os cromossomos sexuais desempenhem um papel determinante na especificação do sexo cromossômico e gonadal, alguns genes localizados em ambos os cromossomas sexuais e autossomos estão envolvidos na determinação do sexo e subsequente diferenciação sexual. Cromossomo Y O segmento de pareamento inclui a região pseudoautossômica dos cromossomos X e Y, assim chamada porque cópias ligadas ao X e Y desta região são essencialmente idênticas uma à outra e passam por recombinação homóloga na meiose I, assim como pares de autossomos. (Um segundo segmento menor pseudoautossômico está localizado nas extremidades distais de Xq e Yq.) Em comparação com os autossomos e com o cromossomo X, o cromossomo Y é relativamente pobre em genes e contém menos de 100 genes (alguns dos quais pertencem a famílias de múltiplos genes), especificando apenas cerca de duas dezenas de proteínas distintas. Notavelmente, as funções de uma elevada proporção destes genes são restritas ao desenvolvimento gonadal e genital. Cromossomo X A aneuploidia para o cromossomo X está entre as anomalias citogenéticas mais comuns. A relativa tolerância do desenvolvimento humano para anomalias do cromossomo X pode ser explicada em termos da inativação do cromossomo X, o processo pelo qual a maioria dos genes em um dos dois cromossomos X em mulheres é epigeneticamente silenciada. As mulheres são mosaico no que diz respeito à expressão gênica ligada ao X. Padrões de Inativação do X A inativação do X é normalmente aleatória em células somáticas do sexo feminino e leva a mosaicismo para duas populações de células que expressam alelos de um ou outro X. Onde examinadas, a maioria das mulheres tem proporções aproximadamente iguais de células que expressam alelos do X materno ou paterno (isto é, cerca de 50:50), e cerca de 90% das mulheres fenotipicamente normais entram em uma distribuição que se estende de aproximadamente 25:25 para aproximadamente 75:25. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 24 Síndrome de Klinefelter (47,XXY) Pacientes com Klinefelter são quase sempre estéreis por causa da falha de desenvolvimento de células germinativas e os pacientes são muitas vezes identificados clinicamente pela primeira vez por causa de infertilidade; como tal, a síndrome de Klinefelter é classificada entre os distúrbios do desenvolvimento sexual, como nós veremos na próxima seção. A síndrome de Klinefelter é relativamente comum entre homens inférteis (aproximadamente 4%) ou homens com oligospermia ou azoospermia (aproximadamente 10%). Na idade adulta, uma deficiência persistente de androgênio pode resultar na redução do tônus muscular, em perda da libido e redução da densidade mineral óssea. A incidência de síndrome de Klinefelter é estimada em até 1 em 600 nascimentos do sexo masculino. Aproximadamente metade dos casos resulta de não disjunção na meiose I paterna, devido a uma falha de recombinação normal Xp/Yp na região pseudo autossômica.
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