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Licitações e Contratos Administrativos FGV

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Licitações e Contratos Administrativos
Aluizio Barbosa Jr.
Licitações – Conceito
É um ato administrativo formal pelo qual a administração pública, pretendendo comprar, realizar obras ou serviços, segundo condições e parâmetros previamente estabelecidos e divulgados, convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar aquela que se mostrar mais conveniente ao interesse público
Art. 37, XXI – Constituição Federal
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
 (...)
 XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (...)” (n.g.).
Art. 22, XXVII – Constituição Federal
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
(...)”  
Licitações – Princípios Regulamentadores
Supremacia do Interesse Público
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
 Motivação
Publicidade
Vinculação ao instrumento convocatório
Julgamento objetivo
Adjudicação Compulsória
Promoção ao Desenvolvimento Sustentável
Margem de Preferência
Supremacia do Interesse Público
 Não é absoluta, devendo respeitar os limites da lei
 Ex: Cláusulas Exorbitantes
Legalidade
 Um dos princípios mais importantes da licitação
 Modalidades, critérios para julgamento, cláusulas exorbitantes, somente podem ser criadas e modificadas por lei.
Impessoalidade
 Isonomia entre os licitantes
 Positivado no art. 37, XXI da Constituição Federal e no art. 3º, § 1º, I e II da lei 8.666/93
Art. 3º, § 1º, I e II – Lei 8.666/93
“ Art. 3º (...)
	§ 1º  É vedado aos agentes públicos:
	I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; 
	II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991”
Moralidade
Deve ser observada tanto pela Administração Pública quanto pelos licitantes
Motivação
 Aplicável a todo ato administrativo, ainda que discricionário
 Positivado no art. 38 da Lei 8.666/93 e no art. 50 da Lei 9.784/99
Publicidade
 O procedimento licitatório é público
 A publicação dos atos é condição de sua eficácia (art. 61, § único da Lei 8.666/93)
Vinculação ao Instrumento Convocatório
 O Edital faz lei entre as partes
 Positivado no art. 3º da Lei 8.666/93
 Não significa imutabilidade do Edital
Art. 3º, caput Lei 8.666/93
	“Art. 3º  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos” 
Julgamento Objetivo
 Visa afastar a subjetividade garantindo ainda mais a isonomia no processo licitatório
 Positivado no art. 44 da Lei 8.666/93;
Art. 44 – Lei 8.666/93
“Art. 44.  No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. 
§ 1º  É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. 
§ 2º  Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º  Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração”
Adjudicação Compulsória
 O licitante vencedor tem direito à adjudicação do objeto e não à celebração do contrato
 A Administração Pública não está obrigada a contratar o serviço, mas, havendo interesse, deverá fazê-lo com a empresa vencedora da licitação
 Acórdão 868/06 da 2ª Câmara do TCU: “o fato de o objeto de um dado certame ter sido adjudicado a uma empresa não implica em direito subjetivo da mesma em obter a contratação. O direito do adjudicatário é o de ser convocado em primeiro lugar caso a Administração decida celebrá-lo, conforme vastamente pacificado pela jurisprudência e pela doutrina.”
Promoção ao Desenvolvimento Sustentável
 Medida Provisória 495/10 convertida na lei 12.349/10;
 Alterou o art. 3º da Lei 8.666/93 incluindo a promoção ao desenvolvimento sustentável como princípio das licitações;
 Art. 2º da lei 12.349/10 estabelece sua aplicabilidade ao pregão;
 Regulamentada pelo Decreto 7.746/12 que instituiu a CISAP – Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública
Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (Continuação)
 CISAP composto por:
 a) 2 representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão sendo 1 da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, que presidirá, e outro da Secretaria de Orçamento Federal;
 b) 1 representante do Ministério do Meio Ambiente que será o Vice-Presidente;
 c) 6 representantes sendo 1 da Casa Civil, 1 do Ministério das Minas e Energia, 1 do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 1 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, 1 do Ministério da Fazenda e 1 da Controladoria-Geral da União.
 
Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (Continuação)
 O Instrumento Convocatório poderá estabelecer:
 a) exigência para a contratação de bens constituídos por material reciclado, atóxico ou biodegradável entre outros critérios de sustentabilidade;
 b) especificações ou exigências do projeto básico ou executivo sejam elaborados de modo a proporcionar a economia e manutenção da operacionalização da edificação e redução do consumo de energia e água;
 c) que o contratado adote práticas de sustentabilidade no fornecimento de bens.
Margem de Preferência
 Também previsto na Lei 12.349/10 estabeleceu a preferência para produtos
nacionais;
 Alterou o art. 3º da Lei 8.666/93 incluindo os parágrafos 5º ao 13;
 As margens de preferência poderão ser estendidos aos países membros do MERCOSUL
As margens de preferência serão definidas pelo Poder Executivo Federal podendo ser estabelecidas em virtude do produto ou serviço ser nacional ou pelo fato de ser resultante de desenvolvimento e inovação tecnológicas realizadas no Brasil; 
 O somatório das duas margens de preferência não poderá ultrapassar 25% sobre os produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
Margem de Preferência (Continuação)
 Decreto 7.601/11 -> produtos de confecções, calçados e artefatos;
 Decreto 7.709/12 -> retroescavadeiras e motoniveladoras;
Decreto 7.713/12 -> fármacos e medicamentos;
Decreto 7.756/12 -> aquisição de produtos de confecções, calçados e artefatos;
 Decreto 7.767/12 -> aquisição de produtos médicos;
Margem de Preferência (Continuação)
 Decreto 7.810/12 -> aquisição de papel-moeda;
 Decreto 7.812/12 – veículos em vias férreas;
 Decreto 7.816/12 – caminhões, furgões e implementos rodoviários;
 Decreto 7.840/12 – perfuratrizes e patrulhas mecanizadas;
Margem de Preferência (Continuação)
 Decreto 7.843/12 -> disco para moeda;
 Decreto 7.888/13 – obrigatoriedade da aquisição de produtos manufaturados e serviços nacionais para as ações de mobilidade urbana;
 Decreto 7.903/13 – equipamentos de tecnologia da informação;
 Decreto 8.002/13 – pás carregadoras, tratores de lagartas e produtos afins;
 Decreto 8.167/13 – produtos de confecções e artefatos;
Margem de Preferência (Continuação)
 Decreto 8.171/13 -> aquisição de caminhões, furgões e implementos rodoviários;
 Decreto 8.184/14 -> equipamentos de tecnologia da informação e comunicação;
 Decreto 8.185/14 -> aeronaves executivas;
 Decreto 8.186/14 -> licenciamento de software e serviços correlatos;
 Decreto 8.194/14 -> equipamentos de tecnologia da informação e comunicação; 
Margem de Preferência (Continuação)
 Decreto 8.223/14 -> brinquedos;
 Decreto 8.224/14 -> máquinas e equipamentos;
 Decreto 8.225/14 -> fármacos e medicamentos
ESTUDO DE CASO 1
 Um Hospital decide realizar certame licitatório visando a aquisição de material para uso administrativo. Realizada a licitação de forma regular é declarada vencedora a empresa que, de forma comprovada, não só atendia a todos os requisitos de habilitação estabelecidos no Edital como, também, apresentou a melhor proposta, seja no quesito preço seja nas demais características da proposta.
 
Ocorre que a empresa vencedora tem como dono o pai de um dos membros da Comissão Permanente de Licitação do Hospital.
 
Essa contratação é válida? 
 
Acórdão 1.632/06 – Plenário TCU
A irregularidade é grave, pois afronta os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade que devem orientar a atuação da Administração Pública. É patente que há conflito de interesses na situação em que o pai participa de processo licitatório no qual o filho atua como membro da Comissão Permanente de Licitação.
Mesmo que a Lei nº 8.666/93 não possua dispositivo vedando expressamente a participação de parentes em licitações em que o servidor atue na CPL, entendo que foi cristalina a intenção do legislador, com as disposições do art. 9º da indigitada Lei, em vedar a prática de conflito de interesses nos certames da Administração.
Ademais, devo ressaltar que a ação dos gestores deve pautar-se sempre pela busca do atendimento dos princípios insculpidos na Constituição, mormente os que regem a Administração Pública” (n.g.)
Responsabilidade do Parecerista
O inciso VI do art. 38 estabelece a necessidade de pareceres técnicos e jurídicos para a contratação, seja ela direta ou através de licitação
STF - MS 24.073 -> o advogado somente será responsável em decorrência de erro grave, inescusável ou ato ou omissão praticado com dolo ou culpa.
 STF – MS 24.584 -> responsabilidade solidária já que o administrador decide amparado no parecer técnico
TCU – Acórdão 3024/2013 Plenário -> Os aditivos contratuais são ajustes ao contrato, motivo pelo qual tal disposição também se aplica aos termos aditivos. O parecerista jurídico, quanto a esses pareceres, pode ser responsabilizado solidariamente com os gestores por irregularidades ou prejuízos ao erário.
Edital
 O art. 40 da Lei 8.666/93 estabelece as condições e informações que devem constar no Edital
 Faz lei entre as partes no processo licitatório
 Deve definir claramente o objeto da licitação -> Súmula 177 do TCU
 Prazo de validade das propostas -> 60 dias conforme art. 64, § 3º da Lei 8.666/93.
Súmula 177 do TCU
“A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a quantidade demandada uma das especificações mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão.” 
Formas de Modificar o Edital
 Devem ser utilizadas quando o licitante detecta algum ponto obscuro ou ilegal no Edital - STJ RMS nº 10.847/MA
Pedido de Esclarecimentos
 Impugnação
STJ - RMS nº 10.847/MA
“ROMS. Licitação. Princípio da vinculação ao instrumento convocatório. Desclassificação. Não observância do disposto no edital pela empresa recorrente. Decisão administrativa proferida sob o crivo da legalidade. I – O edital é elemento fundamental do procedimento licitatório. Ele é que fixa as condições de realização da licitação, determina seu objeto, discrimina as garantias e os deveres de ambas as partes, regulando todo o certame público. II – Se o Recorrente, ciente das normas editalícias, não apresentou em época oportuna qualquer impugnação, ao deixar de atendê-las incorreu no risco e na possibilidade de sua desclassificação, como de fato aconteceu. III – Recurso desprovido.” (RMS nº 10.847/MA, Segunda Turma. ROMS nº 1999/0038424-5. DJU, 18 de fevereiro de 2002)
Pedido de Esclarecimentos
O Licitante que encontrar pontos obscuros poderá solicitar esclarecimentos acerca de determinados itens do Edital. 
A Lei não estipula prazo para a apresentação dos pedidos de esclarecimento, cabendo ao edital a estipulação de tal prazo.
Impugnação
É a maneira pela qual o licitante ou qualquer cidadão poderá questionar eventuais pontos de ilegalidade constantes do edital.
O prazo para apresentação da impugnação é de 2 dias úteis anteriores à abertura dos envelopes, quando apresentada pelo licitante, e de 5 dias úteis anteriores quando apresentada por qualquer cidadão.
Recurso Hierárquico
Art. 109 da Lei 8.666/93 – prazo de 5 dias úteis
 Cabível para a) habilitação ou inabilitação do licitante (possuindo efeito suspensivo); b) julgamento das propostas (possuindo efeito suspensivo); c) anulação ou revogação da licitação; d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa 
Representação
Art. 109, II da Lei 8.666/93 – prazo de 5 dias úteis
 Cabível para decisão relacionada ao objeto da licitação ou do contrato que não cabia Recurso Hierárquico.
Pedido de Reconsideração
Art. 109, III da Lei 8.666/93 – prazo de 10 dias úteis
 Cabível para decisão de Ministro de Estado ou Secretário Estadual ou Municipal na aplicação de sanção de Declaração de Inidoneidade (art. 87, § 3º da Lei 8.666/93)
Habilitação
 Visa permitir à Administração Pública averiguar se o licitante está apto a prestar o serviço ou fornecer os bens objeto da licitação
O art. 27 da Lei 8.666/93 estabelece as categorias de habilitação permitidas, quais sejam, (i) habilitação jurídica; (ii) qualificação técnica; (iii) qualificação econômico-financeira;
(iv) regularidade fiscal; (v) cumprimento ao disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal
Habilitação Jurídica
 Visa aferir a capacidade jurídica do licitante em cumprir o objeto do contrato
 Prevista no art. 28 da Lei 8.666/93 basicamente resume-se a apresentação de documentos de constituição e, conforme o caso, autorização para funcionamento.
Qualificação Técnica
 Visa comprovar a aptidão técnica para o cumprimento do objeto da licitação
 Previsto no art. 30 da Lei 8.666/93 os documentos basicamente referem-se a registro em conselhos de classe ou entidades competentes; atestados emitidos por outros usuários dos serviços do licitante
PROBLEMA
Um determinado município realiza licitação para a construção de uma escola e, como condição editalícia, estabelece a necessidade de visita ao terreno onde será executada a obra por todos os licitantes interessados.
Uma empresa interessada em participar da licitação agenda a visita, contudo, não informa, com 24 h de antecedência, conforme previsto em Edital, o nome do Engenheiro responsável que irá participar da visita.
Ao chegar ao local para realizar a visita o funcionário da Prefeitura se recusa a executá-la alegando descumprimento às normas do Edital.
Realizada a licitação, somente esta empresa comparece, e a Prefeitura se recusa a adjudicar o objeto do Edital. A Prefeitura está correta?
TCU – ACÓRDÃO 1215/2014 – 1ª CÂMARA
“Na hipótese de não haver complexidade do objeto, configura restrição indevida à competitividade a exigência de visita técnica ao local de execução da obra, sendo suficiente a declaração, por parte da empresa licitante, de que conhece as condições locais para a execução do objeto.”
Qualificação Econômico-Financeira
 Prevista no art. 31 da Lei 8.666/93 seu objetivo é comprovar a capacidade financeira para o cumprimento da execução do contrato
 Avalia aspectos econômicos e contábeis
Regularidade Fiscal
 Previsto no art. 29 da Lei 8.666/93
 Visa comprovar a regularidade do licitante perante o Fisco
 Quem deve ao Estado não pode receber dele antes de quitar essa dívida – Art. 195 § 3º da Constituição Federal
 Necessidade em manter, durante a execução do contrato, todos as condições de habilitação – Art. 55, XIII da Lei 8.666/93 – STJ – RMS 24.953/08
STJ – RMS 24.953/08
1. É necessária a comprovação de regularidade fiscal do licitante como requisito para sua habilitação, conforme preconizam os arts. 27 e 29 da Lei nº 8.666/93, exigência que encontra respaldo no art. 195, § 3º, da C.F. 
2. A exigência de regularidade fiscal deve permanecer durante toda a execução do contrato, a teor do art. 55, XIII, da Lei nº 8.666/93, que dispõe ser obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. (...)
5. Pode a Administração rescindir o contrato em razão do descumprimento de uma de suas cláusulas e ainda imputar penalidade ao contratado descumpridor. Todavia a retenção do pagamento devido, por não constar do rol do art. 87 da Lei nº 8.666/93, ofende o princípio da legalidade, insculpido na Carta Magna.(...)” 
SICAF
 Constitui o registro cadastral do Poder Executivo Federal tendo como função o cadastramento e habilitação parcial de todos os que pretendem contratar com órgãos ou entidades federais.
CNDT – Certidão Nacional de Débitos Trabalhistas
 Introduzido pela Lei 12.440/11 que alterou a CLT e a Lei 8.666/93;
 Tem por objetivo comprovar a inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho;
 Expedida no site do TST com validade de 180 dias;
 Existência da ADI 4.716 proposta pela CNI – Confederação Nacional das Indústrias questionando a constitucionalidade da lei e, por consequência, da CNDT - Rel. Ministro Dias Toffoli alegando que em fase de execução ainda há direito à ampla defesa e contraditório.
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista
 Arts. 22, XXVII e 173, § 1º, III da Constituição Federal estabelecem a necessidade de lei específica para disciplinar licitações de empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços
 Até o momento tal lei não foi publicada -> aplicação do § único do art. 1º da lei 8.666/93 às empresas públicas e sociedades de economia mista, salvo para aquisições de bens e serviços relacionados às suas atividades-fim conforme Acórdão 1.390/04 do TCU
Art. 22, XVII – Constituição Federal
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre (...)
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III (...) (n.g.)
Art. 173, §1º, III – Constituição Federal
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...) 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública (...); (n.g.)
Acórdão 1.390/04 - TCU
 responder ao consulente que enquanto não for editado o estatuto a que se refere o art. 173, § 1º da Constituição Federal, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços devem observar os ditames da Lei nº 8.666/93 e de seus regulamentos próprios, podendo prescindir da licitação para a contratação de bens e serviços que constituam sua atividade-fim, nas hipóteses em que o referido Diploma Legal constitua óbice intransponível à sua atividade negocial, sem olvidarem, contudo, da observância dos princípios aplicáveis à Administração Pública, bem como, daqueles insertos no referido Estatuto Licitatório.” 
Caso PETROBRAS
 Lei 9.478/97 -> criação da ANP estabelecendo em seu art. 67:
“Art. 67. Os contratos celebrados pela PETROBRÁS, para aquisição de bens e serviços, serão precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser definido em decreto do Presidente da República”
 Decreto 2.745/98 – Procedimento simplificado da PETROBRAS
Caso PETROBRAS (Continuação)
TCU – Decisão 663/02; Acórdãos 1.260/04; 704/05; 39/06; 139/06; 150/06; 908/06; 501/07 e 1249/07
STF - MS 27743; 25.888; 25.986; 26.783; 26.808; 27.232, 27.337 e 27.344 e a Questão de Ordem na Medida Cautelar na Ação Cautelar n. 1193
 Parecer AC-15 da AGU – Decreto 2.745/98 é aplicável a todas as subsidiárias da PETROBRAS
Decreto 2.745/98
Permite, em casos de contratações turn-key, que a mesma empresa faça Projetos Básico e Executivo;
Permite que, em outras contratações, quem faz o Projeto Básico atue como Consultor da PETROBRAS;
 Permite em outras contratações que, a critério da PETROBRAS, haja a contratação integrada onde a mesma empresa fará Projeto Básico e Projeto Executivo
 Prazo mínimo para publicação do Edital para concorrência de 30 dias e tomada de preços 15 dias, podendo ser reduzido para 10 dias;
Aumenta as possibilidades de dispensa e inexigibilidade.
‘
Decreto 2.745/98 – Novas Possibilidades de Dispensa e Inexigibilidade
Quando as propostas de licitação anterior tiverem consignado preços manifestamente superiores aos praticados no mercado, ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos estatais incumbidos do controle oficial de preços; 
 Para a compra de materiais, equipamentos
ou gêneros padronizados por órgão oficial, quando não for possível estabelecer critério objetivo para o julgamento das propostas; 
 Para a aquisição de peças e sobressalentes ao fabricante do equipamento a que se destinam, de forma a manter a garantia técnica vigente do mesmo; 
 Para a obtenção de licenciamento de uso de software com o detentor de sua titularidade autoral, sem distribuidores, representantes comerciais, ou com um destes na hipótese de exclusividade, comprovada esta por documento hábil;
Decreto 2.745/98 – Novas Possibilidades de Dispensa e Inexigibilidade
Para a contratação de serviços ou aquisição de bens, em situações atípicas de mercado em que, comprovadamente, a realização do procedimento licitatório não seja hábil a atender ao princípio da economicidade;
 
No caso de transferência de tecnologia, desde que caracterizada a necessidade e essencialidade da tecnologia em aquisição; 
Para a compra ou locação de imóvel destinado ao serviço da PETROBRÁS, cujas características de instalação ou localização condicionem a sua escolha; 
Para a formação de parcerias, consórcios e outras formas associativas de natureza contratual, objetivando o desempenho de atividades compreendidas no objeto social da PETROBRÁS; 
Decreto 2.745/98 – Novas Possibilidades de Dispensa e Inexigibilidade
Para a celebração de "contratos de aliança", assim considerados aqueles que objetivem a soma de esforços entre empresas, para gerenciamento conjunto de empreendimentos, compreendendo o planejamento, a administração, os serviços de procura, construção civil, montagem, pré-operação, comissionamento e partida de unidades, mediante o estabelecimento de preços "meta" e "teto", para efeito de bônus e penalidades, em função desses preços, dos prazos e do desempenho verificado; 
Para a comercialização de produtos decorrentes da exploração e produção de hidrocarbonetos, gás natural e seus derivados, de produtos de indústrias químicas, para importação, exportação e troca desses produtos, seu transporte, beneficiamento e armazenamento, bem como para a proteção de privilégios industriais e para opeações bancárias e creditícias necessárias à manutenção de participação da PETROBRÁS no mercado;
Decreto 2.745/98 – Novas Possibilidades de Dispensa e Inexigibilidade
Nos casos de competitividade mercadológica, em que a contratação deva ser iminente, por motivo de alteração de programação, desde que cornprovadamente não haja tempo hábil para a realização do procedimento licitatório, justificados o preço da contratação e as razões técnicas da alteração de programação; 
Na aquisição de bens e equipamentos destinados à pesquisa e desenvolvimento tecnológico aplicáveis às atividades da PETROBRÁS.
Sistema S
Segundo o entendimento do Tribunal de Contas da União – TCU pela decisão 907/97 – TCU - Plenário, as entidades de Serviço Social Autônomo tais como SESI, SESC, SENAI, SENAT, SEST,SENAR e SEBRAE, conhecidos como “Sistema S” não estão sujeitas à modalidade de Licitação da Lei 8.666/93.
Contudo, devido ao relevante interesse público nas atividades dessas entidades, cada uma das entidades estão vinculadas a adquirir bens e serviços respeitando seu respectivo Regulamento de Licitações e Contratos dos Órgãos integrantes do Sistema “S”.
Tais regulamentos podem ser obtidos nos sites de cada uma das entidades integrantes do Sistema “S”.
Acórdão 907/97 - TCU
“ O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE:
1. conhecer da presente denúncia, uma vez satisfeitos os requisitos de admissibilidade previstos no art. 213 do RI/TCU, para, no mérito, considerá-la:
1.1. improcedente, tanto no que se refere à questão da “adoção”, pelo SENAC/RS, da praça pública Daltro Filho, em Porto Alegre – RS, quanto no que tange aos processos licitatórios, visto que, por não estarem incluídos na lista de entidades enumeradas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 8.666/93, os serviços sociais autônomos não estão sujeitos à observância dos estritos procedimentos na referida lei, e sim, aos seus regulamentos próprios devidamente publicados.”
Microempresas
Art. 170, IX da Constituição Federal estabelece que as microempresas devem ter tratamento favorecido na ordem econômica brasileira;
 Lei Complementar 123/06 -> Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, alterada pela Lei Complementar 147/14 de 07/08/14;
 Decreto 8.538/15 – regulamenta o tratamento favorecido no âmbito da Administração Pública Federal
 Flexibilidade na comprovação de regularidade fiscal -> deve comprovar somente na assinatura do contrato e não na fase de habilitação, sendo assegurado, ainda prazo suplementar de 5 dias úteis;
Microempresas
 Em caso de empate é critério de desempate ser microempresa ou empresa de pequeno porte.
 Por empate entende-se propostas apresentadas pela microempresa em valores iguais ou superiores em até 10% em relação à proposta vencedora, nas licitações em geral, e 5% em licitações na modalidade pregão.
Microempresas (Continuação)
 Redação atual do art. 47 da LC 123/06 torna obrigatório à União, Estados, Distrito Federal e Municípios a concessão de tratamento favorecido às MEs e EPPs da seguinte forma:
 a) deverão realizar licitações destinadas exclusivamente à participação de ME e EPPs cujo valor seja de até R$ 80 mil;
 b) poderá exigir a obrigatoriedade de o licitante subcontratar ME ou EPP (antigamente no limite de até 30% do objeto e a partir da LC 147/14, sem limite);
 c) em licitações de bens divisíveis, a fixação de cota de até 25% a ser contratado com ME e EPP.
Microempresas – Decreto 8.538/15
 Entrou em vigor em janeiro de 2016;
 Abrange microempresas e empresas de pequeno porte, agricultor familiar, produtor rural pessoa física, microempreendedor individual - MEI e sociedades cooperativas de consumo;
 Subordinam-se ao Decreto órgãos da administração pública federal direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União.
Microempresas – Decreto 8.538/15
 Para a ampliação da participação das microempresas e empresas de pequeno porte nas licitações, os órgãos ou as entidades contratantes deverão, sempre que possível:
I - instituir cadastro próprio, de acesso livre, ou adequar os eventuais cadastros existentes, para identificar as microempresas e empresas de pequeno porte sediadas regionalmente, juntamente com suas linhas de fornecimento, de modo a possibilitar a notificação das licitações e facilitar a formação de parcerias e as subcontratações;
Microempresas – Decreto 8.538/15
II - padronizar e divulgar as especificações dos bens, serviços e obras contratados, de modo a orientar as microempresas e empresas de pequeno porte para que adequem os seus processos produtivos;
III - na definição do objeto da contratação, não utilizar especificações que restrinjam, injustificadamente, a participação das microempresas e empresas de pequeno porte sediadas regionalmente;
IV - considerar, na construção de itens, grupos ou lotes da licitação, a oferta local ou regional dos bens e serviços a serem contratados; e
V - disponibilizar informações no sítio eletrônico oficial do órgão ou da entidade contratante sobre regras para participação nas licitações e cadastramento e prazos, regras e condições usuais de pagamento.
Microempresas – Decreto 8.538/15
 Na habilitação em licitações para o fornecimento de bens para pronta entrega ou para a locação de materiais, não será exigida da microempresa ou da empresa de pequeno porte a apresentação de balanço patrimonial do último exercício social;
Nas licitações, será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte;
Entende-se haver empate quando as ofertas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% superiores ao menor preço, salvo
nas licitações na modalidade pregão onde tal percentual será de 5%.
Microempresas – Decreto 8.538/15
Nas licitações para contratação de serviços e obras, os órgãos e as entidades contratantes poderão estabelecer, nos instrumentos convocatórios, a exigência de subcontratação de microempresas ou empresas de pequeno porte, sob pena de rescisão contratual, sem prejuízo das sanções legais, determinando:
I - o percentual mínimo a ser subcontratado e o percentual máximo admitido, a serem estabelecidos no edital, sendo vedada a sub-rogação completa ou da parcela principal da contratação;
II - que as microempresas e as empresas de pequeno porte a serem subcontratadas sejam indicadas e qualificadas pelos licitantes com a descrição dos bens e serviços a serem fornecidos e seus respectivos valores;
Microempresas – Decreto 8.538/15
III - que, no momento da habilitação e ao longo da vigência contratual, seja apresentada a documentação de regularidade fiscal das microempresas e empresas de pequeno porte subcontratadas, sob pena de rescisão;
IV - que a empresa contratada comprometa-se a substituir a subcontratada, no prazo máximo de trinta dias, na hipótese de extinção da subcontratação, mantendo o percentual originalmente subcontratado até a sua execução total, notificando o órgão ou entidade contratante, sob pena de rescisão, sem prejuízo das sanções cabíveis, ou a demonstrar a inviabilidade da substituição, hipótese em que ficará responsável pela execução da parcela originalmente subcontratada; e
V - que a empresa contratada responsabilize-se pela padronização, pela compatibilidade, pelo gerenciamento centralizado e pela qualidade da subcontratação.
Microempresas – Decreto 8.538/15
A exigência de subcontratação não será aplicável quando o licitante for:
Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte;
Consórcio composto em sua totalidade por microempresas e empresas de pequeno porte; e
Consórcio composto parcialmente por microempresas ou empresas de pequeno porte com participação igual ou superior ao percentual exigido de subcontratação. 
Microempresas – Decreto 8.538/15
Em relação à subcontratação são vedadas:
a subcontratação das parcelas de maior relevância técnica, assim definidas no instrumento convocatório; 
a subcontratação de microempresas e empresas de pequeno porte que estejam participando da licitação; e
a subcontratação de microempresas ou empresas de pequeno porte que tenham um ou mais sócios em comum com a empresa contratante.
Microempresas – Decreto 8.538/15
Nas licitações para a aquisição de bens de natureza divisível, e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou o complexo do objeto, os órgãos e as entidades contratantes deverão reservar cota de até vinte e cinco por cento do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte;
Nas licitações por Sistema de Registro de Preço ou por entregas parceladas, o instrumento convocatório deverá prever a prioridade de aquisição dos produtos das cotas reservadas, ressalvados os casos em que a cota reservada for inadequada para atender as quantidades ou as condições do pedido, justificadamente.
Microempresas – Decreto 8.538/15
 O licitante é responsável por solicitar seu desenquadramento da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte quando houver ultrapassado o limite de faturamento estabelecido no art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 2006, no ano fiscal anterior, sob pena de ser declarado inidôneo para licitar e contratar com a administração pública, sem prejuízo das demais sanções, caso usufrua ou tente usufruir indevidamente dos benefícios previstos neste Decreto.
PROBLEMA
Uma Agência Reguladora realiza licitação para a contratação de empresa visando a prestação de serviços de limpeza.
Havendo empate entre as empresas vencedoras, é adjudicado o objeto da licitação à licitante que se constitui na modalidade de microempresa.
Inconformada com tal decisão, a empresa que perdeu no desempate recorre alegando que, com base no art. 17, XII, perderão o direito ao simples a empresa que realize cessão ou locação de mão-de-obra
Quem está certo? A Agência Reguladora ou a empresa que recorreu?
ACÓRDÃO 1100/14 – TCU - PLENÁRIO
“ O fato de a empresa estar excluída do regime de tributação do Simples Nacional por realizar cessão ou locação de mão de obra (art.17, inciso XII, da Lei Complementar 123/2006) não implica o seu impedimento para participar de certames licitatórios auferindo os benefícios da referida Lei Complementar, pois o que confere a condição de micro ou empresa de pequeno porte é a receita bruta obtida em cada ano-calendário, e não o regime de tributação.”
Cooperativas
 Sociedades de Pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem visar o lucro;
 Lei 5.764/71 -> regime jurídico próprio das cooperativas;
 Lei 12.690/12 -> cooperativas de trabalho;
 Benefícios fiscais -> isenção de COFINS, CSLL, não incidência de IR;
Cooperativas (Continuação)
 Cooperativas Agrícolas -> produtores rurais ou agropastoris e de pesca que trabalham de forma solidária na realização de várias etapas da cadeia produtiva (compra de semente; armazenamento; industrialização; venda no mercado de produção);
 Cooperativas de Consumo -> compra comum de artigos de consumo para seus cooperados. Na prática é um supermercado;
 Cooperativas de Crédito -> proporcionam assistência financeira. Por ser instituição financeira depende de autorização do Banco Central para funcionar;
.
Cooperativas (Continuação)
 Cooperativas Educacionais -> podem oferecer todos os tipos de ensino ou apenas um. Os pais participam da definição pedagógica;
 Cooperativas Especiais -> constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas (deficientes físicos, mentais, etc) devendo proporcionar a tais pessoas atividades agrícolas, industriais, etc;
 Cooperativas de Habitação -> construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais para seu quadro social;
 Cooperativas de Infra Estrutura -> prover serviços de infraestrutura ao próprio quadro social.
Cooperativas (Continuação)
 Cooperativas de Mineração -> tem por finalidade pesquisar, extrair, lavar, industrializar, comercializar, importar e exportar materiais;
 Cooperativas de Produção -> dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e mercadorias, sendo os meios de produção coletivos;
 Cooperativas de Saúde -> se dedicam à recuperação e preservação da saúde humana;
 Cooperativas de Trabalho -> obriga os cooperados a contribuir com bens ou serviços para uma atividade comum sem proveito de lucro. É o tipo mais usual. 
Cooperativas (Continuação)
 Princípios do cooperativismo (exceto cooperativas de trabalho):
 a) adesão livre e voluntária;
 b) controle democrático pelos sócios;
 c) participação econômica dos sócios;
 d) educação, treinamento e informação;
 e) cooperação entre as cooperativas;
 f) preocupação com a comunidade.
Cooperativas (Continuação)
 Princípios do cooperativismo para as cooperativas de trabalho (Lei 12.690/12):
 a) adesão voluntária e livre;
 b) gestão democrática;
 c) participação econômica dos membros;
 d) autonomia e independência;
 e) educação, formação e informação;
 f) intercooperação;
 g) interesse pela comunidade;
 h) preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa;
 i) não precarização do trabalho;
 j) respeito às decisões da Assembléia, observado o disposto em lei;
 k) participação na gestão em todos os níveis de decisão conforme previsto em lei e no Estatuto Social.
Cooperativas (Continuação)
 Tratamento jurídico e fiscal simplificado x princípio da isonomia. Três correntes doutrinárias (exceto cooperativas de trabalho);
 a) vedação absoluta de participação em licitações -> pelos benefícios que têm as cooperativas conseguem reduzir os preços
drasticamente (MG);
 b) participação permitida com equivalência de proposta;
 c) cooperativas de trabalho podem participar livremente -> ausência de vedação legal 
Cooperativas (Continuação)
 Vedação Absoluta -> art. 7º da Lei 5.764/71
 Admite a participação -> art. 86 da Lei 5.764/71
 
Cooperativas de Trabalho
 Art. 10, § 2º da Lei 12.690/12:
 “ A Cooperativa de Trabalho não poderá ser impedida de participar de procedimentos de licitação pública que tenham por escopo os mesmos serviços, operações e atividades previstas em seu objeto social.”
- ADI 4849 – DF proposta pela CNPL – Confederação Nacional das Profissões Liberais contra art. 1º, § único, III da Lei 12.690/12 
Conselhos Profissionais
Em regra todos os Conselhos devem licitar exceto a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil (STF MS 21.797-RJ e ADIN 3.026-4 - DF)
ADI 3026-4
“ (...) Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no Direito Brasileiro(...) Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. (...) A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional.(...)” 
Contratação Direta
 Exceções ao princípio da obrigatoriedade das licitações
 A contratação direta pode se dar através de dispensa (licitação dispensada e licitação dispensável) ou de inexigibilidade de licitação, conforme o caso
 Devem ser justificadas conforme art. 26 da lei 8.666/93 -> Acórdão 1.691/04 e 819/05 do TCU
Acórdão 1.691/04 - TCU
 “ (...) quando contratar serviços ou comprar produtos por inexigibilidade ou dispensa de licitação, publique a ratificação da dispensa, bem como, a justificativa de preço e do fornecedor/contratado, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.666/93 (...)” (n.g.)
Acórdão 819/05 - TCU
“ (...) determinar ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq que: (...) quando contratar a realização de cursos, palestras, apresentações, shows, espetáculos ou eventos similares, demonstre, a título de justificativa de preços, que o fornecedor cobra igual ou similar preço de outros com quem contrata para eventos de mesmo porte, ou apresente as devidas justificativas, de forma a atender ao inc. III do parágrafo único do art. 26 da Lei nº 8.666/93. (...) (n.g.)"
Licitação Dispensada
 Hipóteses relacionadas à alienação de bens condicionada a existência de interesse público e prévia avaliação
 Para alienação de imóveis depende, ainda, de autorização legislativa para Administração Direta e entidades autárquicas e fundacionais
 Para alienação de imóveis as hipóteses de licitação dispensada estão elencadas no art. 17, I da Lei 8.666/93
 Para alienação de móveis as hipóteses de licitação dispensada estão elencadas no art. 17, II da Lei 8.666/93
Licitação Dispensável
 Estão previstas no art. 24 da Lei 8.666/93
 Podem ser classificadas em dispensáveis em virtude:
do valor
de situações excepcionais
do objeto
em razão da pessoa
Licitação Dispensável em Razão do Valor
 Obras e Serviços de Engenharia no valor de até R$ 15 mil
 Outras obras e serviços no valor de até R$ 8 mil
 Para Consórcios Públicos, Sociedades de Economia Mista, Empresas Públicas, Fundações ou Autarquias qualificadas como Agências Executivas os valores acima passam para R$ 30 mil e R$ 16 mil respectivamente 
 
Devem ser os valores totais dos serviços não podendo representar parcelas de um serviço maior cuja aquisição possa ocorrer de uma só vez – Acórdãos 693/03 e 1.560/03 do TCU e RESP 1.356.260-SC
Art. 24, I e II da Lei 8.666/93
	“Art. 24.  É dispensável a licitação:  
	I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; 
	II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez” 
Acórdãos 693/03 - TCU
“Quanto a ocorrência de fracionamento de despesas (nas contas da Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal em Pernambuco relativas ao exercício de 1999) para fugir à obrigatoriedade de licitar, concordo com a Unidade Técnica, pois tanto nas despesas relativas à manutenção e conservação de veículos (R$ 15.970,00 em 30.12.1999) quanto nas relativas a serviços gráficos (R$ 11.363,00 também em 30.12.1999), foram prestados serviços de mesma natureza de valores iguais ou menores que o limite de dispensa de licitação, expresso no inciso II do art. 24 da Lei 8.666/93)” (n.g.)
Acórdãos 1.560/03 - TCU
“Ocorrência: Contratação direta (pelo Conselho Regional de Administração no Amazonas e Roraima – CRA/AM-RR) dos serviços de agenciamento de compra de passagens aéreas e hospedagem junto à empresa Tarusa Viagens e Turismo S.A., caracterizando fuga no processo licitatório (...)
Embora cada aquisição isoladamente tenha tido valor inferior ao limite de dispensa de licitação, previsto no art. 24, II, da Lei nº 8.666/93, o total gasto com as mencionadas aquisições à empresa Tarusa S/A correspondeu a R$ 17.483,05, em 1999, e R$ 25.635,76, em 2000, bem acima do limite legal fixado, caracterizando a irregular contratação sem o devido processo licitatório, em afronta ao art. 37, XXI, da Constituição Federal e arts. 2º c/c 3º da Lei nº 8666/93.” (n.g.)
Resp 1.356.260-SC - STJ
“Não se amolda à hipótese de dispensa de licitação prevista no art. 24, II, da Lei n. 8.666/1993 a situação em que, contratada organizadora para a realização de concurso público por valor inferior ao limite previsto no referido dispositivo, tenha-se verificado que a soma do valor do contrato com o total arrecado a título de taxa de inscrição supere o limite de dispensa previsto no aludido inciso. A Constituição da República estabelece como regra a obrigatoriedade da realização de licitação, que é desnecessária nas excepcionais hipóteses previstas em lei, como na dispensa para a contratação de serviços de valor inferior ao limite estabelecido no art. 24, II, da Lei n. 8.666/1993. (...) ainda que os valores recolhidos como taxa de inscrição não sejam públicos, a adequada destinação deles é de interesse público primário.(...)” 
Licitação Dispensável – Situações Excepcionais
 Contrato Emergencial (art. 24, III e IV Lei 8.666/93)
 Licitação Deserta (art. 24, V da Lei 8.666/93)
 Licitação Fracassada (art. 24, VII da Lei 8.666/93);
 Outras hipóteses previstas no art. 24
Acórdão 1987/15- TCU
“Contratação Direta. Dispensa. Emergência.
A dispensa de licitação, em casos de emergência ou calamidade pública (art.24, incisoIV, da Lei 8.666/93), apenas é cabível se o objeto da contratação direta for o meio adequado, eficiente e efetivo de afastar o risco iminente detectado.” (n.g.) 
Acórdão 4560/15- Segunda Câmara - TCU
“Contratação Direta. Dispensa. Emergência.
É ilegal a contratação emergencial de empresa para construção de unidade de saúde, por meio de dispensa de licitação (art.24, incisoIV, da Lei 8.666/93), quando a nova unidade se destinar ao benefício da população a longo prazo e não a acudir uma situação emergencial concreta e efetiva.”
 
Licitação Dispensável
– Em Razão da Pessoa
 Aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de bens ou serviços de órgão que integre a Administração Pública e que tenha sido criada para esse fim antes da lei 8.666/93 (art. 24, VIII)
 Aquisição de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública que tenham sido criadas para esse fim específico (art. 24, XVI)
 Contratação de Associação de Portadores de Deficiência Física, sem fins lucrativos, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra (art. 24, XX)
Licitação Dispensável – Em Razão da Pessoa (Continuação)
 Contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional ou de instituição dedicada à recuperação social do preso (art. 24, XIII)
Contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado (art. 24, XXII); 
Contratação realizada por empresa pública e sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas para a aquisição ou alienação de bens (art. 24, XXIII); 
Licitação Dispensável – Em Razão da Pessoa (Continuação)
Contratação realizada por Instituto de Ciência e Tecnologia ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida (art. 24, XXV)
 Na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou convênio de cooperação (art. 24, XXVI) 
Licitação Dispensável – Em Razão da Pessoa (Continuação)
Na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (art. 24, inciso XXVII) 
Licitação Inexigível
Caracteriza-se pela ausência de competição (art. 25 Lei 8.666/93)
 Fornecedor exclusivo
 Serviços prestados por profissional de notória especialização (Serviços Técnicos previstos no art. 13)
 Serviços artísticos
Art. 13, I a VII da Lei 8.666/93
“Art. 13.  Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.”
Serviços de Advocacia – Súmulas do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB
SÚMULA N. 04/2012 -> “ADVOGADO. CONTRATAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO. Atendidos os requisitos do inciso II do art. 25 da Lei nº 8.666/93, é inexigível procedimento licitatório para contratação de serviços advocatícios pela Administração Pública, dada a singularidade da atividade, a notória especialização e a inviabilização objetiva de competição, sendo inaplicável à espécie o disposto no art. 89 (in totum) do referido diploma legal.”
Serviços de Advocacia – Súmulas do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB
SÚMULA N. 05/2012 -> “ADVOGADO. DISPENSA OU INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO. PODER PÚBLICO. Não poderá ser responsabilizado, civil ou criminalmente, o advogado que, no regular exercício do seu mister, emite parecer técnico opinando sobre dispensa ou inexigibilidade de licitação para contratação pelo Poder Público, porquanto inviolável nos seus atos e manifestações no exercício profissional, nos termos do art. 2º, § 3º, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB).”
PROBLEMA
Um Banco estatal que tem sede na cidade do Rio de Janeiro, cujo objetivo é se dedicar ao desenvolvimento econômico-social, decide contratar telefones celulares para seu corpo de Diretores e Gerentes, cujas atividades implicam em viagens por todo o Brasil para fiscalizar a aplicação dos recursos concedidos a título de financiamento.
O Banco exige que a operadora de telefonia móvel forneça roaming nacional digital, alegando que as ligações analógicas possuem qualidade inferior.
Na época da contratação só existiam 2 operadoras de telefonia móvel na cidade do Rio de Janeiro, sede do Banco, e, dentre elas, somente 1 possui tal característica.
A exigência do Banco em possuir roaming nacional digital faz sentido?
Qual a maneira mais aconselhável para o Banco efetuar tal contratação?
PROBLEMA (CONTINUAÇÃO)
O contrato foi celebrado pelo período de 12 meses e, com 8 meses de vigência, 2 novas operadoras de telefonia móvel passam a atuar na cidade do Rio de Janeiro com a tecnologia GSM, que permite o roaming nacional digital.
Qual a postura mais aconselhável para o Banco a partir do início das operações das outras 2 operadoras na cidade do Rio de Janeiro?
Acórdão 555/16 – Plenário TCU
“ Contrato Administrativo. Prorrogação de contrato. Inexigibilidade de licitação. Requisito. O contrato celebrado mediante inexigibilidade de licitação não deve ser prorrogado sem que se avalie a manutenção da inviabilidade de competição, mediante pesquisas suficientes a demonstrar que nenhuma outra solução ou fornecedor atendem aos objetivos da contratação”
Tipos de Licitação (Art. 45 Lei 8.666/93)
 Menor Preço;
 Melhor Técnica;
 Técnica e Preço;
 Maior Lance ou Oferta.
Modalidades de Licitação
Concorrência
Tomada de preços
Convite
Leilão
Concurso
Pregão (Lei 10.520/02)
RDC (Lei 12.462/11)
Concorrência (art. 22, I, § 1º)
 É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto; 
 Publicação do Edital -> 
	
	a) 45 dias (empreitada integral ou melhor técnica 	ou técnica e preço) ;
	b) 30 dias (demais casos)
Concorrência (art. 22, I, § 1º)
 Aplicável :
	a) obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00
	b) demais compras e serviços acima de R$ 650.000,00
Tomada de Preços (art. 22, II, § 2º)
É a modalidade de licitação:
Em que podem participar somente interessados cadastrados ou que, observada a necessária qualificação, até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento;
Poderão ser aceitas empresas licitantes cadastradas em outros órgãos da administração pública, desde que permitido no edital.
Tomada de Preços (art. 22, II, § 2º)
Publicação do Edital -> 
	
	a) 30 dias (melhor técnica 	ou técnica e preço) ;
	b) 15 dias (demais casos)
Aplicável :
	a) obras e serviços de engenharia até R$ 1.500.000,00
	b) demais compras e serviços até R$ 650.000,00
Convite (art. 22, III, § 3º)
É a modalidade de licitação:
Entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não;
Entre escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três);
Entre interessados do ramo pertinente ao objeto licitado, na correspondente especialidade, que manifestarem seu interesse com antecedência mínima de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
 Publicação do Edital -> 5 dias úteis
Convite (art. 22, III, § 3º)
Aplicável :
	a) obras e serviços de engenharia até R$ 150.000,00
	b) demais compras e serviços até R$ 80.000,00
Concurso (art.
22, IV, § 4º)
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital; 
Publicação do Edital -> 45 dias 
Leilão (art. 22, V, § 5º)
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis sem utilidade para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação;
Publicação do Edital -> 15 dias
Pregão
Regida pela Lei 10.520/02, é a modalidade de licitação utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns, devendo ser entendido como bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
 Expressamente não se aplica a obras e serviços de engenharia, conforme art. 5º do Anexo I do Decreto 3.555/00
Pregão Eletrônico
O fornecedor interessado deve cadastrar-se por meio do web site do órgão solicitante. O fornecedor recebe uma senha, que permite o acesso à opção para certificação da empresa. Após a confirmação da certificação, o fornecedor está habilitado a participar dos pregões referentes àquele órgão.
O pregão eletrônico acontece como numa sala de bate-papo, onde as propostas são apresentadas pelos concorrentes. Inicia-se com a fixação da menor proposta. O pregoeiro então instiga os concorrentes a fazer lances até que não haja mais propostas. O pregão ocorre como um leilão ao contrário, onde ganha o fornecedor que pedir o menor preço pelo mercadoria ou serviço. Normalmente, a identidade dos autores dos lances não é revelada aos demais concorrentes.
Pregão Eletrônico (Continuação)
Em seguida, verifica-se a habilitação da empresa vencedora. Se ela não estiver perfeitamente habilitada, a habilitação da segunda colocada é verificada. Ao final da sessão, os proponentes podem manifestar a intenção de interpor recursos, com prazo determinado.
Pregão - Recurso
Deve ser interposto imediatamente após o encerramento da sessão, sendo concedido prazo de 3 dias para apresentação das razões de recurso
Finalmente, a contratação é efetuada após a decisão dos recursos interpostos.
Problemática do Robô
Fase de lances aleatória
Softwares que efetuam lances de forma automatizada
 Vantagem em relação aos demais licitantes
Acórdãos 837/11 – Plenário e 1216/14 – Plenário -> TCU
Acórdãos 837/11 - TCU
“(...) Verifica-se que, de fato, a utilização de software de lançamento automático de lances (robôs) demonstra vantagem competitiva dos fornecedores que detêm a tecnologia em questão sobre os demais licitantes, o que demonstra real afronta ao princípio da isonomia, insculpido no artigo 3º, caput, da Lei n.º 8.666/1993 e no artigo 5º, caput, do Decreto n.º 5.450/2005. Do exame realizado concluiu-se não subsistirem as razões apresentadas pela representante ao pleitear a anulação do Pregão Eletrônico n.º 50/2010, (...) em virtude de o certame ter sido devidamente conduzido pela EBC e de a utilização de sistema eletrônico de envio de lances não ser vedada pela norma.”
Acórdãos 1216/14 - TCU
“A utilização de software de remessa automática de propostas comerciais pelos licitantes conduz à vantagem competitiva dos fornecedores que detêm a tecnologia sobre os demais licitantes. Embora não haja vedação expressa, nas normas que regulamentam o pregão, do uso desse tipo de ferramenta, o órgão ou entidade responsável pela condução do certame deve, em observância ao princípio da isonomia, implementar mecanismos inibidores dos efeitos nocivos que o envio automático de lances pode criar no ambiente concorrencial dos pregões eletrônicos.”
Instrução Normativa 3/11 – Secretaria de Tecnologia da Informação e Logística do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Intervalo mínimo entre lances de 20 segundos para
Lances abaixo desse intervalo serão descartados
ESTUDO DE CASO 2
 Um determinado órgão da Administração deseja contratar serviços de auditoria independente e, para tal, realiza certame licitatório na modalidade Pregão.
Essa modalidade é a mais adequada?
 
ESTUDO DE CASO 2
 Entendimento consolidado do TCU que bens e serviços comuns, ao serem contratados pela União, devem ser contratados mediante Pregão, de preferência eletrônico;
 “Comum” significa características padronizadas, identificáveis mediante padrões usuais de mercado;
 CFC orienta que não se participe de licitações na modalidade pregão por entender que representa aviltamento de honorários e entende não ser de natureza comum os serviços de auditoria e contabilidade
 
ESTUDO DE CASO 2
 Acórdão 1046/2014, Plenário – TCU
 os padrões de desempenho e qualidade desses serviços podem ser objetivamente definidos em edital, por meio de especificações usuais no mercado;
 os serviços de auditoria independente são executados segundo protocolos, métodos e técnicas conhecidos e determinados em normas expedidas pelas entidades regulamentadoras;
 a qualidade do trabalho de auditoria é atestada por meio do confronto com normas técnicas e profissionais pré-estabelecidas e, embora possa haver variações metodológicas, estas não são determinantes para a obtenção do resultado desejado pela Administração, qual seja, o parecer de auditoria condizente com as normas aplicáveis; e
 o fato de o objeto exigir capacitação técnica específica não é suficiente, por si só, para excluí-lo do conceito de “bem ou serviço comum”.
 
Registro de Preços
Visa simplificar a contratação de bens e serviços na medida em que, havendo preços pré-estabelecidos, evita-se a necessidade da realização de diversas licitações
Está previsto no art. 15 da Lei 8.666/93 e foi regulamentado pelo Decreto 3.931/03 até 22/02/13, quando entrou em vigor o Decreto 7.892/13
 O art. 3º do Decreto 7.892/13 estabelece as situações onde o registro deva ser utilizado
Art. 3º do Decreto 7.892/13
“ Art. 3º  O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado:
       
	 I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações freqüentes;
   
	II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa;
      
	III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; e
      
	IV - quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.”
      
	
Registro de Preços
Será realizada na modalidade concorrência nos termos da Lei 8.666/93 ou 10.520/02;
Excepcionalmente poderá ser utilizada a modalidade técnica e preço;
 O prazo de validade da Ata não será superior a 12 meses;
 É vedada aos órgãos da Administração Pública Federal aderirem a Atas de órgãos municipais, estaduais ou distritais;
 É facultada aos órgãos da Administração Pública estadual, municipal e distrital, aderirem a atas de órgãos da Administração Pública Federal.
Registro de Preços
As aquisições adicionais não poderão representar, por órgão ou entidade, fornecimento que ultrapasse 100% dos quantitativos totais de cada ata;
 O instrumento convocatório deverá prever que o quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na totalidade, ao quintúplo do quantitativo de cada item registrado na ata, independente do número de órgãos não participantes que aderirem
 Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante deverá efetivar a aquisição ou contratação solicitada em até noventa dias, observado o prazo de vigência da ata. 
Acórdãos 1712/15 - TCU
“O sistema de registro de preços não é aplicável nas situações em que o objeto não é padronizável, tais
como os serviços de promoção de eventos, em que os custos das empresas são díspares e impactados por vários fatores, a exemplo da propriedade dos bens ou da sua locação junto terceiros; de sazonalidades (ocorrência de feiras, festas, shows e outros eventos nos mesmos dia e localidade); do local e do dia de realização do evento; e do prazo de antecedência disponível para realização do evento e reserva dos espaços.” (g.n.)
Acórdãos 1285/15 – Plenário - TCU
“Licitação. Registro de preços. Natureza jurídica da ata. 
A ata de registro de preços caracteriza-se como um negócio jurídico em que são acordados entre as partes, Administração e licitante, apenas o objeto licitado e os respectivos preços ofertados. A formalização da ata gera apenas uma expectativa de direito ao signatário, não lhe conferindo nenhum direito subjetivo à contratação.” (n.g.)
Sistema de Defesa Nacional
 Art. 24, IX da lei 8.666/93 -> licitação dispensável quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional;
 Decreto 2.295/97 -> dispensa de licitações para a aquisição de (I) recursos bélicos navais, terrestres e aeroespaciais; (II) aquisição de equipamentos;
 Lei 12.598/12 -> oriunda da Medida Provisória 544;
 Regulamentada pelo Decreto 7.970 publicado em 01/04/13
 A Lei 8.666/93 aplica-se subsidiariamente.
Sistema de Defesa Nacional
PRODE -> Produto de Defesa. Bem ou serviço utilizado nas atividades finalísticas de defesa exceto para fins administrativos; 
 
PED -> Produto Estratégico de Defesa. Todo PRODE que, pelo conteúdo tecnológico, dificuldade de obtenção seja estratégico tais como recursos bélicos navais, terrestres e aeroespaciais;
SD -> Sistema de Defesa
EED -> Empresa Estratégica de Defesa.
Sistema de Defesa Nacional
 Podem existir licitações destinadas somente à EED para fornecimento de PED
 Editais e contratos relacionados à PED ou SD devem conter obrigatoriamente cláusulas relacionadas a:
 a) continuidade produtiva;
 b) transferência de direitos de propriedade intelectual;
 c) concessão de poderes à Administração Pública Federal para criar ou alterar PED.
Sistema de Defesa Nacional
 CMID -> Comissão Mista da Indústria da Defesa
 Assessora o Ministério da Defesa em processos decisórios relacionados à indústria da defesa;
 
 Emite parecer e propõe ao Ministro da Defesa a classificação de bens e serviços como PRODE, SD e PED, bem como, de empresas em EED;
Sistema de Defesa Nacional
 É composta por 4 representantes da Administração Central do Ministério da Defesa; 1 representante do Comando da Marinha; 1 representante do Comando do Exército; 1 representante do Comando da Aeronáutica; 1 representante do Ministério da Fazenda; 1 representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; 1 representante do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação; e 1 representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; 
 Deverão ser oficiais-generais ou, no caso de servidores civis, ocupantes de cargo em comissão  
Contratação de Serviços de Publicidade
 Disciplinada pela Lei 12.232/10;
 As Leis 8.666/93 e 4.680/65 (regulamenta a profissão de publicitário) aplicam-se de forma complementar;
 Publicidade -> conjunto de atividades realizadas integralmente que tenham por objetivo o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir ideias ou informar o público em geral (art. 2º da Lei 12.232/10)
Contratação de Serviços de Publicidade
 Poderão ser incluídos como serviços complementares: 
planejamento e execução de pesquisas e de outros instrumentos de avaliação e geração de conhecimento sobre mercado, público-alvo, meios de divulgação; 
produção e execução técnica das peças e projetos publicitários criados; 
criação e desenvolvimento de formas inovadoras de comunicação publicitária em consonância com novas tecnologias visando expansão dos efeitos das mensagens e ações publicitárias. 
Contratação de Serviços de Publicidade
 Não poderão ser incluídos nessas licitações: 
assessoria de imprensa; 
comunicação e relações públicas;
realização de eventos festivos.
Contratação de Serviços de Publicidade
 O objeto pode ser adjudicado a mais de uma agência de publicidade desde que justificado na licitação e desde que não haja segregação do objeto em itens;
 Para selecionar qual das adjudicatárias executará determinada campanha, a Administração deverá instituir processo de seleção interna publicado em Diário Oficial;
 Somente poderão participar agências de publicidade com certificado de qualificação técnica de funcionamento emitido pelo CENP – Conselho Executivo das Normas-Padrão;
Contratação de Serviços de Publicidade
 As licitações obedecerão às modalidades previstas na Lei 8.666/93 seguindo sempre os tipos melhor técnica e melhor técnica e preço;
 O edital segue as regras do art. 40 da Lei 8.666/93 exceto com relação à obrigatoriedade de conter projeto básico e orçamento estimado;
 Os documentos de habilitação serão apresentados apenas pelos licitantes classificados no julgamento final das propostas;
Contratação de Serviços de Publicidade
 As informações para os licitantes apresentarem as propostas serão fornecidas através de briefing claro e objetivo;
 A proposta técnica será composta por um plano de comunicação publicitária;
 O plano de comunicação deverá conter o raciocínio básico sob a forma de texto apresentando um diagnóstico das necessidades de comunicação do órgão; a estratégia de comunicação publicitária; a ideia criativa sob a forma de exemplos de peças publicitárias; 
Contratação de Serviços de Publicidade
 As licitações dessa natureza serão julgadas por Comissão Permanente ou Especial exceto em relação à Proposta Técnica;
 A Proposta Técnica será julgada por subcomissão técnica formada por, no mínimo, 3 membros que sejam formados em comunicação, publicidade ou marketing ou que atuem em uma dessas áreas sendo que 1/3 dos membros da subcomissão não poderão ter qualquer vínculo com o órgão responsável pela licitação;
 A subcomissão será escolhida por sorteio em lista que conste, no mínimo, o triplo da quantidade de nomes necessária à composição da subcomissão ou, no mínimo, o dobro quando o valor da contratação for de até R$ 800 mil.
Contratação de Serviços de Publicidade
 Qualquer interessado poderá impugnar a lista de pessoas para sorteio em até 48 horas antes de sua realização;
 As agências contratadas deverão manter, no mínimo por 5 anos após o encerramento do contrato, documentos comprobatórios dos serviços prestados e das peças publicitárias produzidas;
Contrato Administrativo
 Celso Antonio Bandeira de Mello: “um tipo de avença travada entre a Administração e terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou do tipo de objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas sujeitam-se a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvados os interesses patrimoniais do contratante privado.” 
 Marçal Justen Filho: (i) contratos administrativos de colaboração (obras, serviços) e (ii) contratos administrativos de delegação (concessões públicas)
 Cláusulas obrigatórias -> art. 55 da Lei 8.666/93
Art. 55 da lei 8.666/93 – Cláusulas Obrigatórias
 (I) - o objeto; (II) regime de execução ou a forma de fornecimento; (III)preço e condições de pagamento; (IV) - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega; (V) o crédito pelo qual correrá a despesa; (VI) - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução; (VII) direitos e responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; (VIII) casos de rescisão; (IX) reconhecimento dos direitos da Administração; (X) - as condições de importação, a data
e a taxa de câmbio para conversão; (XI) vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu; (XII) legislação aplicável; (XIII) a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. 
Objeto
 Deve ser claro, preciso e estar em linha com o Edital
 Acórdão 68/2007 do TCU: “(...) determinar que: na formalização de instrumentos contratuais com as fundações de apoio e, em especial com a FUNRIO, observe rigorosamente os incisos I e IV, do art. 55, da Lei nº 8.666/93 e art. 1º da Lei nº 8958/94, fazendo incluir nesses atos todas as cláusulas exigidas legalmente, devendo, nos casos dos contratos nºs 08/2001, 09/2001, 11/2001, 12/2001 e 13/2001, ser promovida a correção referente à identificação do objeto contratado, que deve ser claro, preciso, discriminado detalhadamente os serviços abrangidos, suas características e quantidades, prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo.” (n.g.) 
Regimes de Execução
 Previstos no art. 6º, VII e VIII, constituem-se em execução direta e execução indireta
 A execução indireta divide-se em 
empreitada por preço global
 
b) empreitada por preço unitário 
c) tarefa 
e) empreitada integral
Preços e Condições de Pagamento
 Devem estar claramente definidas no Edital
 O reajuste deve ocorrer sempre que a vigência ultrapassar 12 meses
Prazos Contratuais
 Devem obedecer o art. 57 da lei 8.666/93;
 Ficará adstrita à vigência dos créditos orçamentários (regra geral);
 Projetos contemplados no Plano Plurianual, que poderá ser prorrogado se houver interesse da Administração e com previsão no ato convocatório;
Prazos Contratuais
 Prestação de serviços de forma contínua, que podem ser prorrogados por iguais e sucessivos períodos até o limite de 60 meses podendo, em casos excepcionais, ser prorrogado por mais 12 meses;
 Aluguel de equipamentos e produtos de informática, limitado a 48 meses de vigência;
 Incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24 -> 120 meses
Especificação de Recursos Orçamentários
 A Administração não pode contrair despesas sem alocação financeira para tal
 Acórdão 1.776/2006 do TCU: “É cláusula necessária em todo o contrato a que indique o crédito orçamentário pelo qual corre a despesa, com a informação da classificação funcional e da estrutura programática, da categoria econômica e do valor alocado em cada um, nos casos em que forem indicados mais de um crédito orçamentário.” 
Especificação de Recursos Orçamentários
 RESP 1.141.021/SP -> Informativo 502/12
 “A Lei de Licitações exige, para a realização de licitação, a existência de previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executados no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma, ou seja, a lei não exige a disponibilidade financeira (fato de a Administração ter o recurso antes do início da licitação), mas, tão somente, que haja previsão desses recursos na lei orçamentária.” 
Exigência de Garantia
Por força do §1º do Art.56 da Lei 8666/93, a Administração Pública pode exigir como garantia para a prestação dos serviços: 
Caução em dinheiro ou títulos da dívida pública 
Seguro-garantia 
Fiança Bancária.
 A garantia estará limitada a 5% do valor do contrato e, nas hipóteses de obras e fornecimentos de grande vulto, 10%
 Decreto 7.787 de 16 de agosto de 2012 (IOF zero para Seguro Garantia)
Cláusulas Contratuais Exorbitantes
 Configuram prerrogativas contratuais exclusivas da Administração Pública
 Previstas no art. 58 da lei 8.666/93
 Validade reconhecida pelo STJ
Art. 58 da lei 8.666/93
“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; III - fiscalizar-lhes a execução; IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.(...)” 
STJ – RESP 737.741/06
“Administrativo. Contrato de Prestação de Serviços. Rescisão. Indenização 1.Distinguem-se os contratos administrativos dos contratos de direito privado pela existência de cláusulas ditas exorbitantes, decorrentes da participação da administração na relação jurídica bilateral, que detém supremacia de poder para fixar as condições iniciais do ajuste, por meio do edital de licitação, utilizando normas de direito privado, no âmbito do direito público. 2. Os contratos administrativos regem-se não só pelas suas cláusulas, mas, também, pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes supletivamente as normas de direito privado. 3. A Administração Pública tem a possibilidade, por meio das cláusulas chamadas exorbitantes, que são impostas pelo Poder Público, de rescindir unilateralmente o contrato.”
Modificação Unilateral dos Contratos
 Deve existir fundamentação para tal modificação
 Deve observar os limites do art. 65 da lei 8.666/93, quais sejam, (i) quando houver modificação do projeto ou (ii) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição contratual nos limites previstos em lei (25% em regra e 50% em casos de reforma de edifício ou equipamentos)
 STJ – RESP 666.878/07
STJ – RESP 666.878/07
“ 1. É lícito à Administração Pública proceder à alteração unilateral do contrato em duas hipóteses: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica; b) quando for necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto (Lei 8.666/93, art. 65, I, „a‟ e „b‟). 2. O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% para os seus acréscimos (Lei 8.666/93, art. 65, §1º) (...)” (n.g.)
Rescisão Unilateral dos Contratos
 Deve ser fundamentada e obedecer as hipóteses legais previstas (art. 58, II; art. 78, I a XII, XVII e XVIII; art. 79, I)
 Ocorrendo com base nos incisos XII e XVII do art. 78, sem que haja culpa do contratado, este será ressarcido dos prejuízos comprovados tendo direito ainda à devolução da garantia e ao pagamento pelos serviços realizados até a data da rescisão.
Fiscalização da Execução dos Contratos
 No campo das relações privadas é comum que as partes estabeleçam seus direitos de verificar uma a outra a execução de suas obrigações. 
Contudo, a Administração Pública tem o poder-dever de fiscalizar a execução do contrato ainda que, para tal fiscalização, seja necessária a contratação de terceiros. 
Aplicação de Sanções por Descumprimento Contratual
 É cláusula exorbitante na medida em que a própria Administração Pública aplica a sanção sem a necessidade de intervenção judicial
 O art. 87 estabelece as espécies de penalidades a serem aplicadas: 
	
	a) advertência; 
	b) multa;
	c) suspensão temporária e impedimento de contratar com 	a Administração por 2 anos
	d) declaração de inidoneidade para contratar com a 	Administração Pública enquanto perdurarem os motivos da 	punição
	
Aplicação de Sanções por Descumprimento Contratual (continuação)
 Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia a Administração pode reter a garantia e pagamentos futuros

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