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CONCEITO: 
“Direito do Trabalho é o conjunto de princípios e normas, legais e extra-
legais, que regem tanto as relações jurídicas, individuais e coletivas, 
oriundas do contrato de trabalho subordinado e, sob certos aspectos, 
do trabalho profissional autônomo, como diversas situações conexas de 
índole social pertinentes ao bem-estar do trabalhador.” (ARNALDO 
SÜSSEKIND) 
 
DENOMINAÇÃO 
 
“Direito do Trabalho” é a mais utilizada atualmente; 
 
Outras: Direito Industrial, Direito Sindical, Direito Corporativo, Direito 
Operário e Direito Social. 
 
AUTONOMIA 
 
1) Campo temático específico: O Direito do Trabalho tem por objeto 
principal o estudo da relação de emprego, relação esta jamais 
sistematizada por qualquer outro ramo. Por outro lado, possui ainda em 
seu campo de estudo outras especificidades, tais como a negociação 
coletiva e a greve. 
 
2) Teorias próprias: Exemplo, a hierarquia das normas jurídicas, que 
determina que uma norma de hierarquia inferior prevalece sobre outra, 
superior desde que observado o princípio da norma mais benéfica. 
 
3) Metodologia específica: Exemplo, possibilidade da criação de normas 
gerais através da negociação coletiva ou da sentença normativa. 
 
NATUREZA JURÍDICA: 
 
Teorias: 
Teoria do Direito Privado: que estabelece que a raiz do Direito de 
Trabalho encontra-se no Direito Civil, nas locações de serviços. 
Entendem os defensores desta teoria, que embora existam normas 
cogentes sobre a matéria, estas não afastam a natureza privada da 
relação jurídica, haja vista que os contratantes (empregador e 
empregado) são livres para estipular as regras de seu pacto de emprego, 
restando claro que a maioria das normas da CLT são de natureza 
privada. 
 
Teoria de Direito Público: nas relações de trabalho, a livre manifestação 
da vontade das partes é substituída pela do Estado, impondo a relação 
jurídica entre empregador e empregado leis imperativas e 
irrenunciáveis. 
Teoria do Direito Social segundo a qual o interesse coletivo da sociedade 
prevalece sobre o privado, perfazendo-se o ordenamento trabalhista com 
a finalidade de se proteger o empregado socialmente mais fraco, 
predominando, portanto o interesse social. 
 
Teoria do Direito Misto que entende que na verdade o Direito do 
Trabalho é um complexo de normas públicas e privadas. 
 
Outras: Nada mais oposto e contraditório do que juridicidade e 
naturalidade. Logo, falar em “natureza jurídica” do Direito é quase o 
mesmo que exigir uma resposta à pergunta: qual a juridicidade natural 
do direito? O mundo do direito é uma criação do homem, portanto é 
uma atitude proveniente da vontade do sujeito, que tanto engloba as 
relações internas do gênero humano, como as relações do gênero 
humano com a natureza, a partir de uma subjetividade, que pode 
enquadrá-la como categoria jurídica. 
 
Posição sócio-política: 
Faleiros (1992, p. 253): 
“A legislação social torna-se, assim, um meio de generalizar as mesmas 
condições de exploração para o capital como um todo, mesmo que 
certos capitais sejam sacrificados. Além disso, se a legislação elimina a 
concorrência entre os capitalistas para lhes impor certas restrições, ela 
lhes garante o direito de explorar o trabalhador. A legislação social não 
é, pois, uma “proteção” dos trabalhadores, como o proclamam os 
discursos governamentais, mas a regulação da exploração trabalhadora 
a um nível mais geral, contraditoriamente restringindo-a enquanto 
coíbe a depredação total da força de trabalho e sua desvalorização, e 
amplia e generaliza as condições de exploração para o conjunto dos 
capitalistas, atendendo, como assinala Marx, as reivindicações de 
igualdade que as indústrias regulamentadas exercem, isto é, a 
igualdade no direito de explorar o trabalho”. 
 
O Direito do Trabalho não trata os sujeitos da relação laborativa como 
iguais, reconhecendo, a inferioridade, a hipossuficiência do trabalhador 
diante do empregador, razão pela qual cria privilégios ao primeiro, a 
favor de quem suas normas devem ser interpretadas, para assim poder 
reduzir a desigualdade existente.

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