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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PSICOLOGIA
Análise Experimental do Comportamento
Por
Camila Rodrigues de Freitas Monteiro 201607179857
Claudeane Pereira da Silva 201407161431
Renata Jesus de Souza 201301730271
Niterói
Outubro/2017
Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da
Disciplina Analise experimental do comportamento,
	Ministrada pela professora Patrícia Pacheco
No curso de graduação em Psicologia
Na Universidade Estácio de Sá
INTRODUÇÃO
Condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem que teve uma grande influência sobre a escola de pensamento na psicologia conhecida como behaviorismo. Descoberto pelo fisiologista russo Ivan Pavlov, o condicionamento clássico é um processo de aprendizagem que ocorre através de associações entre um estímulo ambiental e um estímulo que ocorre naturalmente. Embora o condicionamento clássico não tenha sido descoberto por um psicólogo, ele teve uma influência tremenda sobre uma das mais importantes escolas de pensamento na psicologia: o behaviorismo. O presente trabalho relata experimento realizado com rato virtual Sniffy , ao qual podemos aplicar a teoria de Pavlov ,Estímulo Incondicionado (EI), o som, Estímulo Neutro (EN) Estímulo Condicionado (EC) Com relação as respostas, Resposta (ou Reflexo) Incondicionada (RI), , Resposta (ou Reflexo) Condicionada (RC), a resposta condicionada é a característica aprendida .
II . CONDIONAMENTO CLÁSSICO POR OLIVEIRA & PACHECO
O condicionamento clássico ou respondente trata-se de uma aprendizagem a partir de reflexos inatos (transmitidos geneticamente) os quais são pareados com estímulos neutros (que naturalmente não provocam respostas), porém, que quando pareados com um estimulo incondicionado (aquele que provoca um reflexo inato) exerce uma correlação com o mesmo, provocando assim a mesma resposta.
Nesse sentindo, todo ser vivo possui reflexos inatos os quais nos auxiliam na nossa sobrevivência no mundo. Essa carga genética funciona em um primeiro momento como nosso guia no ambiente, o qual é rico de estímulos que necessitam ser adequadamente interpretados. Assim, uma cobra venenosa ao avistar algum ser que represente ameaça pode picá-lo como forma de se defender e um bebe recém nascido tem o movimento de sucção adequado para alimentar-se do leite materno. Ambos os exemplos são de reflexos inatos inerentes a qualquer animal.
“Ao se observar um comportamento reflexo, discriminando suas variações quantitativas, é possível buscar verificar se há relações que seguem um determinado padrão.” (OLIVEIRA & PACHECO, 2015, p.38) No que diz respeito a esse padrão foram descobertas propriedades as quais mantinham relação com o funcionamento do ato reflexo, chamadas de leis. Tal descoberta serviu de auxilio para compreender melhor como o comportamento reflexo funciona e como ele nos afeta.
A lei da intensidade- magnitude diz respeito à relação diretamente proporcional da intensidade de um estimulo e da magnitude de uma resposta. Estímulos intensos provocam uma ampla extensão da resposta. Todavia, estímulos demasiadamente intensos podem comprometer o organismo. Levando em consideração o último experimento realizado com o Sniffy de variação da força do estímulo incondicionado, a partir da linha de base o rato foi exposto a um choque forte. Inicialmente a amplitude da resposta elicia saltos muito altos. 
Já a lei do limiar, afirma que as respostas reflexas são eliciadas a partir de uma intensidade mínima do estimulo. Ou seja, para que um estimulo torne-se uma resposta é necessária uma quantidade mínima do mesmo. Assim, estímulos acima desse limiar seriam percebidos provocando a resposta reflexa do organismo. Para que um rato sinta um choque e reaja a ele é necessário que esteja no limiar de sua sensação que é um limiar diferente de um humano adulto.
A lei da latência e da duração diz que quanto maior for à intensidade do estimulo menor será sua latência. Pois, quanto maior é a intensidade do estimulo menor é o intervalo entre o começo de um estimulo e o inicio de uma reação associada a ele, o chamado tempo de reação. Dessa forma o Sniffy exposto a um choque de intensidade alta terá uma reação mais rápida do que quando exposto a um choque de intensidade relativamente baixa.
A força do reflexo tem uma relação similar com lei da latência. A força do reflexo diz respeito à definição de um reflexo como fraco se o mesmo possuir um tempo reação longo(latência longa), uma amplitude da resposta pequena( amplitude pequena) e duração curta. Assim, um choque bem fraco pode possuir um tempo de reação mais longo, uma baixa amplitude da resposta ou reflexo e uma duração curta.
A última lei, conhecida como efeito das eliciações sucessivas considera variações na resposta após sucessivas exposições ao estimulo. Sendo assim, se o organismo diminuir a força da resposta devido às exposições sucessivas ao estimulo com mesma intensidade e regularidade ele habituou-se aos estímulos. Agora, caso a força da resposta aumente ele a potenciou. Assim, um organismo exposto a choques leves e sucessivos com o mesmo intervalo de tempo que reaja com decréscimo da força de sua resposta habituou-se ao estimulo. Não o potencializou.
“Entretanto, você não continua a vida inteira somente com esse repertório genético de comportamentos, mas desenvolve novo através do processo de condicionamento responde, [...].” (OLIVEIRA & PACHECO, 2015, p.32). Dessa maneira, a experiência singular de um ser é responsável pela aquisição de novos reflexos. Pois, à medida que o mesmo é inserido no mundo realiza novas aprendizagens a partir do que foi vivenciado por ele. Então, no condicionamento respondente desenvolvemos reflexos devido ao pareamento que realizamos a partir dos reflexos inatos com estímulos inicialmente neutros, que depois são condicionados.
“O condicionamento respondente amplia o repertorio de respostas de um organismo, e o prepara para mudanças importantes de seu meio ambiente.” (OLIVEIRA & PACHECO, 2015, p.32) Assim sendo, o condicionamento clássico quando não é disfuncional (trauma) tem função de adaptação daquele organismo ao meio em que vive. O que amplia suas chances de sobrevivência assim como os reflexos inatos. Por exemplo, uma pessoa acorda, pois, sente cheiro de algo queimando. Ela então acorda com medo, não por que ela sente medo de cheiro de queimado, mas porquê aquele cheiro pode representar um risco de vida , como uma panela esquecida no fogo que possa provocar um incêndio.
Dessa forma, os condicionamentos clássicos consistem em respostas incontroláveis para os organismos. Não temos a possibilidade de controlar nosso comportamento, logo que o mesmo foi condicionado a responder de determinada forma. Tal fato, devido a esses condicionamentos estarem relacionados a emoções ou respostas fisiológicas. O condicionamento clássico foi descoberto pelo fisiologista russo Ivan Petrovich Pavlov, o qual também foi dado seu nome, conhecido como condicionamento Paviloviano.
Na realidade, Pavlov não tinha como propósito averiguar a existência de um condicionamento respondente. Seus experimentos iniciais foram realizados com o intuito de investigar a variação da quantidade de uma resposta diante da variação da intensidade do estímulo. Pavlov, como fisiologista queria quantificar a variação da saliva de um cachorro que seria exposto a diferentes quantidades de alimento. Entretanto, com o decorrer do experimento ele percebeu que o cachorro passava a salivar com a sua presença, pois, o animal associou Pavlov ao recebimento/provimento da comida.
A partir disso, o cachorro passou a responder a estímulos (salivar) cada vez mais distantes da comida, tais como os passos de Pavlov e o horário de proximidade com os experimentos. Assim, o fisiologista fez um experimento no qual tocava um sino (estimulo neutro, não apresenta relação com o reflexo inato) próximo ao animal e pôde observar que ele não provocou nenhuma resposta ao cão. Depois, ele trazia o alimento (estimuloincondicionado que elicia o reflexo inato) e observou que o animal passava a salivar.
Então ele realizou o experimento do condicionamento pavloviano emparelhando o estímulo neutro e incondicionado. Passou a tocar o sino e logo em seguida trazer o alimento (estimulo incondicionado) ao cachorro. Após, determinada quantidade de pareamentos o animal passou a salivar apenas com o toque do sino. A associação feita pelo cachorro transformou o sino antes considerado estimulo neutro em condicionado, logo que passou a provocar a mesma resposta. 
Segundo Oliveira e Pacheco, (2015, p.45)O processo de condicionamento respondente, portanto, cria novas relações entre estímulos e respostas. Essa relação também é importante para se compreender as emoções humanas. Watson demonstrou através de experimentos como as diversas emoções humanas podem ser aprendidas através do condicionamento, surgindo novas relações entre estímulos e respostas emocionais.
Através de um famoso experimento nomeado “O caso do pequeno Albert e o rato”, Watson exemplificou a possibilidade de desenvolvimento de fobias a partir de pareamentos realizados no condicionamento respondente. Diferentemente de Pavlov que deu maior atenção aos reflexos fisiológicos, a abordagem de Watson foi centrada nas emoções e suas relações com o desenvolvimento de fobias.
A situação ocorre de forma similar no experimento realizado com o Sniffy, o qual, o rato recebe dois estímulos simultaneamente. O choque como estímulo incondicionado, o qual provoca medo no rato e o som como estímulo neutro, o qual não provoca reação de medo. Porém, depois de sucessivos pareamentos, o rato passa a reagir com medo ao estímulo do som isolado. Pois, foi condicionado a levar choque após o desligamento da caixa de som. Com isso, é possível inferir que o conhecimento a respeito do processo de aquisição de uma fobia é um forte passo para combatê-las.
Outro aspecto importante relacionado ao comportamento respondente trata-se da generalização. Ela consiste de uma ampliação dos estímulos capazes de eliciar a mesma resposta após o condicionamento. No caso já apresentado do pequeno Albert,estímulos semelhantes a pelugem branca do rato o qual foi realizado o pareamento, também provocavam respostas de medo, tais como coelho branco e ursos de pelúcia. Entretanto, a magnitude da resposta ocorria diretamente proporcional ao estímulo mais próximo do estímulo original.
Contudo, da mesma maneira que a aprendizagem é feita também pode ser desfeita. Para que a extinção de um condicionamento seja realizada, temos como pré requisito a retirada do estímulo incondicionado. Assim, o ser deve ser expor ao estímulo condicionado sem a presença do estímulo incondicionado. Quando o estimulo condicionado é apresentado sucessivamente sem o pareamento com o estímulo incondicionado, ocorre uma perda crescente no que concerne o poder de eliciação da resposta. Assim, o processo de extinção é crucial para a extinção de uma fobia.
Segundo Oliveira e Pacheco, (2015, p.49) Deve-se salientar que o processo de extinção de um reflexo condicionado, através da apresentação sucessiva do estimulo condicionado sem o estimulo incondicionado, não é continuo, podendo haver momentos no qual o reflexo é recuperado.
Nesse sentido, depois de um tempo sem exposição ao estimulo incondicionado ao se deparar com o mesmo, o ser pode responder a ele. Entretanto, as respostas se tornam mais raras caso haja continuação do processo de extinção respondente. Igualmente, o contra condicionamento e a dessensibilização sistemática são aliados nesse processo de extinção.
Enquanto o primeiro consiste em um novo condicionamento de natureza oposta ao condicionamento clássico disfuncional e que também elicia resposta oposta a ele, a dessensibilização sistemática trata-se de uma escala de exposição gradual a fobia. Ambos os processos geralmente são combinados na terapia afim de extinção de uma fobia ou de algum trauma que é uma aprendizagem disfuncional.
III . O IMAGINÁRIO ANIMAL 
Os animais se adaptam às variações do ambiente e para tanto precisam ser sensíveis aos eventos que ocorrem a seu redor, respondendo a relações temporais, espaciais e preditivas entre estes eventos. O ambiente é constituído de estímulos. Antes de tudo, é preciso que se estabeleça que noção de estímulo seja apropriada para este nível de análise. Estímulo para o organismo não se reduz ao que pode ser especificado pelas propriedades de medidas físicas, tomadas exteriormente. Os aspectos do ambiente externo que exercem controle sobre o comportamento dependem de diversos fatores. Estímulos controlam o comportamento de organismos através de vários modos de processamento, seja de uma seleção de dimensões físicas específicas destes estímulos, como de dimensões surgidas da própria experiência por conseqüências positivas ou negativas com as quais estas dimensões são associadas. Nem todas as dimensões sensoriais de um estímulo exercem controle sobre o comportamento, elas são selecionadas pelo organismo. Propriedades estimulatórias diferenciadas podem ser geradas pelo tempo de exposição destes estímulos ao organismo, ou por estes estarem envolvidos em um treino de discriminação e de reforçamento diferencial
 [Balsam (1984) mostrou que o controle de estímulos sobre o comportamento não pode ser examinado apenas em termos das características externas dos estímulos. Diversas observações apontam para a necessidade de se atribuir a um sistema representacional a causa antecedente do comportamento, mediando o que ocorre entre a entrada externa e a saída comportamental. Estímulos podem, além disso, influenciar o comportamento, mesmo quando não estão mais fisicamente presentes na situação: experimentos mostram acertos de resposta em animais quando longos atrasos são introduzidos entre a observação do estímulo e a oportunidade de apresentar no teste a resposta adequada (Hunter, 1913). Outro argumento apontado por Balsam (1984) é a observação de Conrad (1964) de que estímulos bastante diferentes fisicamente podem ser tratados como semelhantes por sujeitos humanos.
Holland (1990), examinando o condicionamento pavloviano, sustenta que a representação do estímulo incondicionado (US) ativada pelo estímulo condicionado (CS) não é um mero desenho na cabeça do animal, mas é uma recriação da experiência e da ação. Distingue entre o processamento destes eventos auto-gerados e os eventos do mundo real. No mesmo sentido, Pearce (1987) considera que as representações internas constituem as unidades fundamentais da cognição animal; uma vez formadas, se constituem nos tijolos da construção de outros processos mentais.
Estudos mostram que a relação entre estímulos é bastante complexa, podendo assumir a forma de uma organização hierárquica das relações associativas entre os eventos: um CS pode adquirir uma propriedade modulatória sobre outras associações CS-US, afetando a função de CS desta outra associação. Em procedimentos de discriminação condicional, um CS é seguido de um US se o CS é precedido de um outro estímulo X; porém, na ausência do estímulo X, o CS nunca é seguido de US. O comportamento do animal passa a ser diferente durante a apresentação do mesmo CS, o que pode ser atribuído à função modulatória do estímulo X (p.ex., Bueno & Holland, 1997; Bueno & Moreira, 1997)Estudos experimentais em condicionamento pavloviano com estimulação complexa indicam, portanto, a possibilidade de o organismo animal estar operando não só representações de eventos, mas também representações mais complexas de relações inter-eventos, exigindo um alto nível de processamento no momento do desempenho (Holland, 1993).As habilidades cognitivas dos animais, o emprego de representações de eventos no processo de adaptação ao ambiente e a organização de representações como imagens levam necessariamente à questão da continuidade das funções mentais entre animais e humanos e da possibilidade de existência de uma consciência animal. Porém, o simples fato de admitirmos a existência de uma cognição animal não é suficiente paraafirmarmos que esta cognição seja consciente. Roitblat (1987, citado por Vauclair, 1996) sustenta que a consciência é simplesmente um processo cognitivo entre outros. “A proposta de Griffin (1978) produziu, segundo Vauclair, uma” ambigüidade semântica entre experiência mental e representacão mental.” (1996, p.156).Qualquer afirmativa mais conclusiva precisaria avaliar as concepções que estão subjacentes ao termo consciência, empregado neste contexto de forma relativamente vaga. Se admitirmos com Walker (1983) que a consciência pode ser entendida como uma função controladora do comportamento e de organização da ação, podemos reconhecê-la em estados cerebrais do animal, que dirigem e selecionam percepções, memórias e a própria ação, mesmo na ausência de processos verbais.De qualquer maneira, os avanços no estudo dos processamentos de informação, exigindo o emprego de hipóteses como as de representações que se organizam e se processam num imaginário animal, já são, até o momento, uma contribuição significativa para uma concepção de continuidade evolucionária dos mecanismos de percepção e memória entre animais e humanos
IV. O "PEQUENO ALBERT"
John Broadus Watson (1878 - 1958) foi um psicólogo norte-americano, considerado o fundador do comportamentalismo ou simplesmente behaviorismo.
Watson demonstrou a sua teoria das respostas condicionadas nos estudos experimentais realizados com o bebé Albert de 11 meses condicionando-o a ter medo de um rato branco, que ele não temia antes de ser submetido  ao  condicionamento.
 Em pouco tempo a mera visualização do rato produzia sinais de medo na criança.
 Esse medo condicionado generalizou-se a outros estímulos similares como um coelho, uma pele branca ou a barba do pai natal.
O experimento (Watson & Rayner, 1920) foi proposto para responder a quatro questões principais: 1) verificar se a resposta de medo poderia ser condicionada apresentando um animal e logo em seguida um som forte; 2) testar a transferência dessa resposta emocional a outros animais e objetos; 3) verificar o efeito do tempo sobre a intensidade da resposta; 4) desenvolver procedimentos para remover a resposta que foi condicionada.
Em uma primeira fase dos experimentos, era oferecida ao bebê uma série de animais e objetos para demonstrar que não causariam nenhum temor. Depois, enquanto o garoto se familiarizava com um pequeno rato branco, a assistente produzia um ruído estrondoso com uma barra metálica atrás de sua cabeça, de modo que o menino associasse a presença do animal com o susto.
Nas seguintes sessões, os experimentadores descobriram que o menino não só chorava ante a simples visão do ratinho, senão que reagia com o mesmo medo ante os outros animais como coelhos, cães e macacos que antes não lhe assustavam. E Watson chegou ao resultado como parte da demonstração de que o condicionamento de Pavlov também funcionava em humanos. Mesmo a pós a pausa de uma semana para descanso do bebê, verificou se que o bebê apresentado novamente ao rato , de primeira não esboçou resposta de medo , mas logo que foi apresentado o rato e logo após o barulho Albert logo voltou a chorar.
 Devido à saída do bebê do hospital, os experimentadores só puderam testar a permanência da resposta condicionada por um mês, O último objetivo, que era desenvolver procedimentos para remover a resposta emocional condicionada (medo), não pôde ser testado devido à saída de Albert do hospital onde era realizado o estudo. Os autores apontaram que essas reações emocionais persistiriam no ambiente natural de Albert, a não ser que ele fosse exposto acidentalmente a algum procedimento para removê-la.
	
V. DESAMPARO APRENDIDO “ ESTUDO COM ANIMAIS’’
O desamparo aprendido tem sido definido como a dificuldade de aprendizagem apresentada por indivíduos que tiveram experiência prévia com estímulos incontroláveis (Maier & Seligman, 1976). Esta situação é um fenômeno psicológico Consiste em um sentimento de impotência e incapacidade para enfrentar situações, levando a pessoa a se comportar de forma passiva, sem nenhuma possibilidade de ação mesmo quando há oportunidades de sair da situação. A identificação do desamparo aprendido se deu de forma acidental. Os primeiros trabalhos foram realizados na década de 1960, quando a Teoria dos Dois Fatores estava no centro das discussões, sugerindo que o comportamento de esquiva decorreria de dois processos de aprendizagem: um processo respondente – produzido pelo pareamento do estímulo aversivo com o estímulo que o precedesse sistematicamente (transferindo a este a função de estímulo aversivo condicionado, ou CS) -, e outro processo operante, no qual o reforçamento seria decorrente do término do CS (Mowrer, 1947; Rescorla & Solomon, 1967).
Na década de 70 Martin Seligman (outro pós-graduando daquele laboratório) se associou a Bruce Overmier, formando um estudo sobre a aprendizagem.O estudo foi dividido em duas fases, com três condições experimentais diferentes e em diferentes grupos de cães. Na primeira fase, o cão do primeiro grupo, ficou em um compartimento onde foram administrados choques elétricos nos pés traseiros. Ele poderia parar o choque encostando o focinho em um painel. O cão do segundo grupo, que ficou em outro compartimento, não teve chance de parar o choque. O cão do terceiro grupo, não recebeu nenhum estímulo aversivo. Na segunda fase do experimento, os cães dos três grupos podiam escapar da situação indo até um compartimento anexo onde eles conseguiriam se livrar dos choques elétricos. Nesta fase, foram observados resultados significativos: o primeiro grupo de cães aprendeu na primeira fase uma forma de parar os choques, por isso, facilmente escaparam da dor fugindo para o novo compartimento. O segundo grupo teve dificuldades para aprender que poderiam escapar da dor, eles haviam aprendido na primeira fase que não poderiam controlar a situação. A hipótese do desamparo aprendido pressupõe que o efeito obtido é fruto direto da impossibilidade de controle do ambiente: o sujeito aprende que não existe relação entre suas respostas e os estímulos, aprendizagem essa que se contrapõe à aprendizagem seguinte que envolve contingência de reforçamento (Maier & cols., 1969; Maier & Seligman, 1976).
VI. DESAMPARO APRENDIDO INCONTROLABILIDADE: RELEVÂNCIA PARA UMA ABORDAGEM ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL DA DREPRESSÃO
Na literatura da Análise do Comportamento, o desamparo aprendido, que implicaria uma redução da responsividade do organismo ao ambiente, tem sido associado ao fenômeno da depressão. Os estudos sobre desamparo aprendido têm gerado formulações importantes relativas a um modelo animal de depressão. Isso se justifica tanto por similaridades entre as respostas (“sintomas”) apresentadas por não humanos, em contingências artificialmente produzidas em laboratório, e o comportamento característico de indivíduos identificados como depressivos
Nos estudos sobre desamparo aprendido, a utilização de estímulos incontroláveis produz um déficit de aprendizagem (supostamente pelo fato do organismo aprender que não há relação entre respostas e eventos). A configuração experimental dessas pesquisas impede que respostas dos sujeitos do Grupo Acoplado (também denominado Incontrolável ou Não-Contingente) alterem a estimulação incontrolável, apresentada a intervalos de tempo nas sessões de tratamento. A condição de incontrolabilidade é retirada na fase de teste, quando uma contingência de fuga/esquiva é estabelecida, e uma resposta pré-selecionada interrompe o estímulo aversivo ou libera o estímulo apetitivo.
Ao se atribuir a denominação incontrolável a eventos aversivos tome-se como exemplo uma mãe que perde o filho em um acidente de moto e, após isto, começa a apresentar um padrão comportamental identificado como de depressão. A aquisição desse repertório não se deu após a mãe emitir, repetidas vezes, uma única (classe de) resposta(s) – ineficaz(es) em alterar o evento de perder o filho. Provavelmente, várias classes de respostas foram emitidas e nenhuma delas trouxe o filho de volta oualterou as conseqüências de o perder. A ausência do filho ininterrupta, não há relação de contingência – sequer acidental – entre as respostas da mãe e essa ausência. Nessa situação, há também o fato de o estímulo aversivo caracterizar um evento único (a morte do filho) que tornou indisponíveis vários reforçadores positivos (ex.: carinho, atenção) antes produzidos por respostas da mãe dirigidas ao filho
Relatos experimentais de desamparo envolvendo diferentes estímulos, respostas e diferentes aparatos experimentais nas sessões de tratamento e teste também são de relevância para embasar uma possível generalidade do fenômeno. Entretanto, os limites do modelo enquanto equivalente animal da depressão precisam estar bem delineados e reconhecidos. È importante se identificar o tipo de história com incontrolabilidade necessária e suficiente para produzir um déficit, a grande maioria dos organismos – humanos ou não humanos – provavelmente vivenciou, em determinado momento de sua história , alguma experiência com incontrolabilidade. O que impediria ou determinaria, então, a ocorrência do desamparo nesses organismos? A busca por procedimentos mais ajustados à definição de incontrolabilidade e a investigação das características essenciais para que um evento (realmente incontrolável) produza um déficit generalizado de respostas poderão fornecer bases mais sólidas para a associação entre desamparo aprendido e depressão.
VII. ANÁLISE COMPORTAMENTAL DAS EMOÇÕES
A importância das emoções dentro de uma ciência psicológica é uma questão que deve ser investigada. As descrições científicas não mudam a natureza dos fenômenos descritos, tampouco uma ciência natural do comportamento ignora os fenômenos internos. Existem fenômenos que ocorrem sob a pele do organismo, não como causa do comportamento, mas como parte das relações funcionais em si. Os sentimentos são comportamentos respondentes (incondicionados ou condicionados) subprodutos de contingências operantes, isto é, são alterações nas condições corporais – como mudanças no ritmo cardíaco, na pressão sanguínea e na freqüência respiratória – eliciadas por estímulos na interação do organismo com o ambiente. Desta forma, há correlação direta entre os diversos sentimentos e as diferentes contingências em vigor e, conseqüentemente, o que um indivíduo sente se modifica quando sua interação com o mundo se transforma 
Com isto, é possível notar que os sentimentos são fundamentais em uma intervenção psicológica embasada na Análise do Comportamento, uma vez que fornecem informações preciosas sobre as contingências às quais o indivíduo está submetido. Skinner (1953/1970) reconhece as emoções como predisposições para classificar o comportamento em relação às várias circunstâncias que o afetam. Isso requer conhecimento de como elas foram induzidas e como podem ser alteradas para que se possa reconhecer o comportamento emocional e as condições manipuláveis das quais é função. Por exemplo, um homem enraivecido pode esmurrar a mesa, insultar, começar uma briga ou, de algum modo infligir danos. Por outro lado, um homem apaixonado pode oferecer flores, declarar amor, procurar estar sempre junto da pessoa amada. Uma pessoa tímida recusa comparecer em eventos sociais, evita falar em público. Através dos exemplos, observa-se que essas predisposições caracterizam três tipos de emoções: raiva, paixão e timidez. Outras emoções, como as fobias, afetam também o repertório do organismo, mas de modo mais específico. As fobias são geradas pelas circunstâncias que antecedem a condição emocional. Por exemplo, na agorafobia a mudança no comportamento é o resultado da colocação do organismo em um espaço amplo e aberto; uma outra pessoa pode ter um comportamento adaptado em diferentes contextos e revelar medo excessivo em andar de avião. Os estímulos aversivos modificam a probabilidade de certas classes comportamentais. As alterações corporais resultantes são chamadas ansiedade. O Behaviorismo Psicológico estabelece a teoria das três funções do estímulo. A primeira função do estímulo, eliciar uma resposta emocional; a segunda, reforçar e a terceira, direcionar (função discriminativa) comportamentos de aproximação ou comportamentos de fuga ou esquiva. Com efeito, um estímulo que eliciar uma resposta emocional atua como reforçador quando é apresentado contingente ao comportamento e direcionará o comportamento de aproximação, se positivo, ou de fuga/esquiva, se negativo. Desse modo, a propriedade de incentivo (diretiva) se diferencia da propriedade de reforçamento e se define de maneira independente de seus efeitos sobre o comportamento. A propriedade de um estímulo que evoca emoção pode ter a função de produzir o condicionamento clássico. Se apresentarmos um estímulo neutro emparelhado ao estímulo eliciador de emoção, então o estímulo neutro passará a evocar a resposta emocional.  o medo é um processo comportamental adaptativo, no sentido evolutivo, pelas seguintes razões: o indivíduo pode aprender respostas de medo diante de certas contingências; o indivíduo pode aprender também respostas de esquiva que são produzidas pelas sensações internas experimentadas frente a um evento aversivo. A razão evolutiva pela qual sentimos nossas emoções é porque simplesmente nós aprendemos a nos comportar de maneira adaptada. Entretanto, as circunstâncias podem ser de tal modo que o comportamento afetado pela emoção seja desadaptativo. As emoções negativas são partes adaptativas do comportamento humano. Nosso comportamento é direcionado, em grande medida, pelo que temos de respostas emocionais negativas, e então evitamos, fugimos, lutamos contra; como pelo que temos de respostas emocionais positivas, para aproximarmos ou esforçarmos para obter (Staats, 1996)
VIII. Referencias bibliográficas
Bisaccioni, “Paola, and Marcus Bentes de Carvalho Neto”.” Algumas considerações sobre o” pequeno Albert”." Temas em Psicologia 18.2 (2010): 491-498.
Britto, Ilma A., and Paula Virgínia Oliveira Elias. "Análise comportamental das emoções." Psicologia para América Latina16 (2009): 0-0.
Bueno, José Lino Oliveira. "O imaginário animal." Psicologia USP8.2 (1997): 165-180.
Hunziker, Maria Helena Leite. "O desamparo aprendido revisitado: estudos com animais." Psicologia: teoria e pesquisa 21.2 (2005): 131-139.
OLIVEIRA, V.H.; PACHECO, P. Teorias e sistemas psicológicos 1: 1ª.ed. Rio de Janeiro: SESES, 2015
Tourinho, Emmanuel Zagury, and Darlene Cardoso FERREIRA. "Desamparo aprendido e incontrolabilidade: relevância para uma abordagem analítico-comportamental da depressão." (2013).

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