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Receitas Públicas e Participações Governamentais Petróleo e Recursos Minerais PUC Minas | Faculdade Mineira de Direito Marciano Seabra de Godoi Direito Financeiro e Finanças Públicas 2017 Receitas Públicas - classificações • Receitas ordinárias e extraordinárias • Receitas originárias/patrimoniais e derivadas • Originárias/patrimoniais: dividendos, juros, aluguéis, participações no resultado da exploração ou compensações financeiras, concessões, monopólios • Derivadas: tributos, multas, confiscos, indenizações de guerra Receitas públicas atuais • Receitas tributárias – aprox. 90% do total – Contribuições sociais – Impostos – Cides – Taxas – Contribuições corporativas (não entram nos cofres públicos) – Contribuição iluminação pública – Contribuição de melhoria (muito raras) – Empréstimos compulsórios (há muito não se cobram) Receitas patrimoniais atuais • Participação no resultado da exploração ou compensação financeira: petróleo, gás natural, recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, recursos minerais (art.20, § 1.º da CF) – Em 2013: R$ 33 bilhões | Em 2016: R$ 20 bilhões • Dividendos de empresas públicas ou sociedades de economia mista: BNDES, BB, CEF, Petrobrás, Correios – Em 2011: R$ 20 bilhões | Em 2015: R$ 12 bilhões. • Receitas de concessões de serviços públicos, pedágios etc. Meta para 2017 com privatizações Governo Temer: R$ 24 bilhões. Leilão de 4 usinas hidrelétricas da Cemig em 27.9.2017: R$ 12 bilhões (outorgas) Receitas públicas atuais • Preços públicos (Infraero, Anac, Ibge, Ibama, Inmetro etc.) • Confiscos e multas não tributárias Art.20, § 1.º da CF • É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Art.20, § 1.º da CF • Natureza jurídica (RE 228.800) • Duas figuras: participação no resultado da exploração ou compensação financeira pela exploração • Diferença em relação aos impostos Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Royalties (cobrados desde a década de 50) • Participações especiais, bônus de assinatura, pagamento por retenção/ocupação da área, pagamentos para proprietários da terra* (Lei 9.478/1997) Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Bônus de assinatura (art.46) – – Valor mínimo no edital – Lance ofertado na proposta. É um dos critérios para escolher o vencedor da licitação. Outros: cronograma, investimentos, índice de nacionalização – É um risco assumido pela empresa exploradora – Arrecadação variável. Pagto. na assinatura do contrato – Leilão de 27.9.2017 (37 blocos): Bônus de R$ 3,8 bi. Em 2013 (Campo de Libra): R$ 15 bilhões – Expectativa para 2018: R$ 8 bi (licitações em maio) Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Retenção ou ocupação de área (art.51) – R$ 1,5 bi nos últimos dez anos – O pagamento é anual, em função da área total de cada bloco exploratório – Arrecadação quase sempre fixa – Há vinculação da receita a despesas de fiscalização da ANP Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Royalties – Criação e regulamentação anterior à CF 88 – 5% sobre a produção bruta. 1953 (produção em terra) e 1985 (produção marítima) – Regulação posterior à CF 88: Lei 7.990/89 e Lei 9.478/1997 Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Royalties – Lei 7.990/89: 5% sobre a receita bruta – Produção terrestre: • 70% para estados produtores (transf.25% municípios) • 20% para municípios produtores • 10% para municípios de embarque e desembarque de petróleo Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Royalties – Lei 7.990/89: 5% sobre a receita bruta – Produção marítima: • 30% para estados produtores (transf. 25% municípios) • 30% para municípios produtores • 10% para municípios de embarque e desembarque de petróleo • 20% para Ministério da Marinha • 10% para o Fundo Especial estados e municípios Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Royalties – Lei 9.478/97 (art.49): 5% adicionais sobre a receita bruta, com aumento considerável da parte da União – Produção em terra: • 52,5% para estados produtores (transf. 25% municípios) • 15% para municípios produtores • 7,5% para municípios de embarque e desembarque de petróleo • 25% para Ministério da Ciência e Tecnologia (destinação) Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Royalties - Lei 9.478/97 (art.49) – Produção marítima: • 22,5% para estados produtores (transf. 25% municípios) • 22,5% para municípios produtores • 7,5% para municípios de embarque e desembarque • 15% para Ministério da Marinha (destinação) • 7,5% Fundo Especial Estados e Municípios • 25% para Ministério da Ciência e Tecnologia (destinação) Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Afetação dos Royalties de Estados e Municípios a despesas específicas – Com relação aos 5% da Lei 7.990/89: • O art.8.º da Lei 7.990 veda “a aplicação dos recursos em pagamento de dívida e no quadro permanente de pessoal”, exceto a dívida da União e suas entidades. Autoriza-se o uso das verbas para “capitalização de fundos de previdência” • Art.24 do Decreto 1/1991: “os Estados e os Municípios deverão aplicar os recursos exclusivamente em energia, pavimentação de rodovias, abastecimento e tratamento de água, irrigação, proteção ao meio ambiente e em saneamento básico” Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Afetação dos Royalties de Estados e Municípios a despesas específicas – Com relação aos 5% adicionais da Lei 9.478/97: aplicação totalmente livre, sem qualquer vinculação Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Destino dos Royalties da União – Marinha (encargos de fiscalização das áreas de produção) – Ministério da Ciência e Tecnologia (programas de amparo à pesquisa e desenvolvimento tecnológico da indústria do petróleo, programas de prevenção e recuperação de danos ambientais pela indústria) • Contingenciamento orçamentário e busca de superávit primário: art.45, §§ 2º e 3.º da Lei 9.478/97 Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Royalties - Valores recolhidos – Em 2012: R$ 16,5 bi – Em 2016: R$ 11,8 bi • Pagamento mensal • Base de cálculo: valor bruto da produção. Variáveis: volume, preço internacional, câmbio Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Royalties – distribuição atual do valor total (10% sobre a receita bruta) – Municípios produtores ou de embarque/desembarque – 35% (municípios do RJ: 70%) – Estados produtores – 29% (RJ: 70%) – União – 28% – Fundo Especial (todos os Estados) – 8% Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Participações especiais criadas em 1997 (art.50 da Lei 9.478) – Explorações com grande volume de produção ou com grande rentabilidade (aprox. 20 campos)– A base de cálculo é o resultado da exploração: receita bruta – royalties – investimentos e custos – depreciação – tributos indiretos Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Participações especiais criadas em 1997 (art.50 da Lei 9.478) – Alíquotas de 10 a 40% por faixas (volume produção, tempo de produção, local da produção) – Decreto 2.705/2001 – Pagamento trimestral – Com relação aos Estados e Municípios, não há qualquer afetação quanto à sua arrecadação Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Participações especiais criadas em 1997 (art.50 da Lei 9.478) – Distribuição: • 40% Estados produtores (sem divisão com Municípios) • 40% Ministério de Minas e Energia (estudos, projetos) • 10% Ministério do Meio Ambiente • 10% Municípios produtores – Contingenciamento e superávit primário Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Participações especiais criadas em 1997 (art.50 da Lei 9.478) – Arrecadação em 2012: R$ 16 bi – Arrecadação em 2016: R$ 5,9 bi – Divisão: União – 50%; RJ – 33%; Municípios do RJ – 8%, outros Estados e Municípios – 9% Participações governamentais na indústria de petróleo e gás natural • Divisão dos royalties/participações especiais entre os entes federativos e a cobrança do ICMS – Art.155, § 2.º, X, b da CF e a interpretação do STF – Lógica/contas que teriam sido seguidas na Assembleia Nacional Constituinte e a PE – O pretenso caráter indenizatório dos royalties e PE A camada do pré-sal e as participações governamentais • Impacto sobre a economia nacional e sobre as participações governamentais. Lei 12.351/2010 • Regime de partilha da produção e suas diferenças com o regime de concessão – Propriedade do óleo – Controle da produção – Criação da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) – Comitê operacional dos consórcios A camada do pré-sal e as participações governamentais • Regime de partilha da produção e suas diferenças com o regime de concessão – Substituição da PE pelo “excedente em óleo” da União (art.44) – Continuidade da cobrança dos royalties, bônus de assinatura e pagamento aos proprietários da terra (arts.42 e 43) – Participação obrigatória da Petrobrás (operadora, participação mínima de 30% no consórcio) revogada em 2016 (governo Temer – Lei 13.365) A camada do pré-sal e as participações governamentais • Medidas Governo Temer – Mudanças no regime de partilha (Lei 13.365/2016) – Previsão de nove leilões até 2019 – 14.a rodada de licitações (setembro 2017) – oferta de áreas “contíguas” ao pré-sal pelo regime de concessão (controvérsias) – Flexibilização da regra do conteúdo nacional como critério de licitação – Petrobrás, para reduzir seu endividamento, vendeu direitos de exploração no Campo de Carcará para Statoil (Noruega) por valor considerado ruinoso por muitos técnicos do setor A camada do pré-sal e as participações governamentais • Fundo Social (arts. 46 a 60). Objetivos (art.48): – Combate à pobreza, programas e projetos em educação, cultura, esporte, saúde, ciência, tecnologia, meio ambiente, mudança climática. Busca de redução de desigualdade regional – Constituir poupança de longo prazo – Mitigar flutuações na renda nacional e no preço do petróleo A camada do pré-sal e as participações governamentais • Fundo Social. Fontes (art.49): – Bônus de assinatura e royalties da União nos contratos de partilha – Receita da comercialização do petróleo, gás natural que couber à União – Resultado de aplicações financeiras – Royalties e PE da União das áreas do pré-sal já licitados em contratos de concessão A camada do pré-sal e as participações governamentais • Fundo Social. Aplicação dos recursos (arts. 51 a 57) – Programas e projetos sociais: os recursos devem ser resultantes do retorno sobre o capital. Para aplicação de partes do principal, o Executivo deverá propor lei específica (art.51) – Comitê de Gestão Financeira do Fundo Social (Executivo). Órgão responsável por definir montantes de resgate anual, rentabilidade mínima esperada, capitalização mínima (art.52) A camada do pré-sal e as participações governamentais • Nova divisão dos royalties e PE aprovada no Congresso em 2012 (Lei 12.734/2012) – Drástica redução da participação dos Estados e Municípios produtores – Maior vinculação dos recursos a determinados gastos – Aplicação das novas regras inclusive aos contratos em vigor • Veto presidencial parcial e razões do veto • Derrubada do veto após batalha judicial no STF • Liminar do STF (2013, Cármen Lúcia, decisão monocrática não submetida a referendo) suspendendo integralmente a aplicação da lei CFEM • Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais • Art.20, § 1.º CF; Lei 7.990/89; Lei 8.001/90; Decreto 1/91 • Contribuintes: aqueles que retiram substâncias minerais de jazida, mina, salina ou outro depósito mineral • F.G.: a venda do produto, com sua saída das áreas da jazida, mina, salina etc. ou a utilização, transformação industrial ou consumo do produto por parte do minerador CFEM • B.C. no caso de venda: faturamento líquido (valor da venda menos tributos sobre comercialização menos despesas com transporte e seguro) • B.C. no caso de utilização, transformação industrial ou consumo: soma das despesas diretas e indiretas incorridas até o momento da utilização do produto • Recolhimento mensal • Administração e arrecadação: Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) CFEM • Alumínio, manganês, sal-gema e potássio 3% • Ferro, fertilizante, carvão e demais substâncias 2% • Ouro extraído por empresas mineradoras 1% • Pedras preciosas, pedras lapidáveis, carbonados e metais nobres 0,2% • No caso de substâncias minerais extraídas sob o regime de permissão de lavra garimpeira, a CFEM será recolhida pelo primeiro adquirente, na qualidade de responsável CFEM – distribuição arrecadação • Município produtor 65% • Estado produtor 23% (transf. 25% aos municípios, conforme regras de transf. do ICMS) • MME-DNPM 10% (2% para proteção mineral em regiões mineradoras por meio do IBAMA) • FNDCT setor mineral 2% CFEM – destino arrecadação • É vedada a aplicação dos recursos da CFEM “em pagamento de dívida e no quadro permanente de pessoal”, não se aplicando a vedação “no pagamento de dívidas para com a União e suas entidades” (art.8.º Lei 7.990) • Os recursos podem ser utilizados para “capitalização de fundos de previdência” (art.8.º Lei 7.990) CFEM volume arrecadação • 2016 R$ 1,8 bi • 2015 R$ 1,5 bi • 2014 R$ 1,7 bi • 2013 R$ 2,4 bi • 2012 R$ 1,8 bi • 2011 R$ 1,5 bi • 2010 R$ 1,1 bi • A CFEM produzida em MG corresponde a 50 % e a produzida no PA corresponde a 30% do total nacional CFEM municípios MG • Total arrecadado no Estado em 2016 R$ 858 mi • Itabira R$ 141 mi • Nova Lima R$ 119 mi • Itabirito R$ 76 mi • Mariana R$ 76 mi • Congonhas R$ 68 mi • São Gonçalo do Rio Abaixo R$ 53 mi • Ouro Preto R$ 51 mi CFEM mudanças previstas • O governo federal planeja criar um sistema de alíquotas diferenciadas (0,5 a 8%) para quatro grupos de minerais: – Produtos exportados em grandes volumes na forma bruta (minério de ferro, bauxita, nióbio) – aumento de alíquotas (ouro – 4%) e criação de incentivos para agregaçãode valor – Insumos essenciais para a indústria nacional (cobre, níquel) – aumento de alíquotas com redução da carga de impostos sobre a indústria – Minerais de fácil extração que abastecem a construção civil – redução de alíquotas – Substâncias escassas utilizadas na produção de fertilizantes (potássio, fósforo e fosfato) – redução de alíquotas CFEM mudanças previstas • A iniciativa de MG e PA na criação de novas taxas de “Controle, Monitoramento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários” • Aplicação de valores em reais (R$ 6,50 no PA e R$ 2,18 em MG) sobre o número de toneladas de minerais extraídos. • Problemas de constitucionalidade (ADIs STF) • Acordos dos Estados com as principais mineradoras
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