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FINANCEIRO I Prof. Gustavo da Gama. 1. Aula 1 - Introdução ao Direito Financeiro. O que é o Direito Financeiro? O Direito Financeiro é a disciplina que estuda a atividade financeira do Estado. ● Constitui atividade financeira do Estado: a) Despesas Públicas; b) Crédito Público; c) Receita Pública. ● A figura central da atividade financeira é o ORÇAMENTO PÚBLICO. ● O objeto é o conjunto de princípios e normas jurídicas que regulamenta a atividade financeira do Estado. Diferenciação do Direito Tributário: O Direito Tributário é uma parte emancipada do direito financeiro, uma espécie de “filho” que se tornou autônomo. ● Direito Financeiro = Toda atividade orçamentária do Estado, com exceção do tributo. ● Direito Tributário = Tributos. O tributo é uma espécie de receita pública, no entanto, não é a única forma de receita. Ex: O IPTU é um tipo de tributo sobre imóveis e uma multa de trânsito é uma penalidade por ato ilícito. Ambos são receita pública, mas apenas a que constitui um tributo será regida pelo Direito Tributário. Nesse sentido, o Direito Tributário estuda apenas uma das espécies de Receita Pública. OBS: O Sistema Financeiro Nacional não é objeto do Direito Financeiro, mas sim do Direito Comercial e Administrativo. Base Legal do Direito Financeiro: Artigos 163 a 169 da Constituição Federal - “Das Finanças Públicas” e “Dos Orçamentos”. Evolução das Finanças Públicas nas Fases do Estado: a) Estado Patrimonial - Momento em que o rei cobrava, através da força, o imposto dos súditos. Os súditos não tinham voz ativa e não podiam negar as exigências do Estado e os impostos que vinham a ser cobrados, mesmo que não houvesse conhecimento anterior dos mesmos. Ex. Caso fosse necessário que se construísse um muro, o rei podia exigir que um súdito o fizesse. b) Estado de Polícia - Segundo estágio do Direito Financeiro, momento em que o Estado era intervencionista e centralizador, priorizando a garantia da ordem, da segurança e do bem-estar. c) Estado Fiscal - Com as revoluções liberais, o Estado é afastado dos cidadãos no que tange às obrigações, os cidadãos passam a ter direitos e deixam de ser surpreendidos. Ex. No Estado Fiscal, não mais se obriga que o cidadão por si só construa o muro, mas utiliza dos tributos recolhidos para tal. ● Declaração de Independência dos EUA (1776) - Exposição de Motivos: Grã-Bretanha estabeleceu tirania absoluta sobre os Estados e lançava impostos sem o consentimento. ● Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão - Revolução Francesa (1789): Art. 14 e 15 - Necessidade de contribuição pública e consentimento livre, além do direito de pedir contas de todo agente público. Competência Legislativa: A Competência legislativa é concorrente e da União, que legisla sobre as normas gerais: ● A iniciativa é do Poder Executivo. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) II - orçamento; (...) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. ● Art. 24 e 30 da CF88 - Cabe à União, os Estados, o Distrito Federal legislar quanto ao Direito Financeiro. - O Município poderá reinvidicar de tal competência. - A União deverá legislar através de lei complementar (Art. 163 da CF88). Art. 163. Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; III - concessão de garantias pelas entidades públicas; (...) Caso da Lei 4320/64. Lei ordinária que entrou em vigor durante a Constituição de 1946, que regula as questões técnicas do Direito Financeiro e foi recepcionada pela Constituição de 1988 com status de Lei Complementar, em conformidade à exigência da nova Carta Magna (Art. 163). ● Mesmo com a vigência da LRF (Lei Complementar 101/2000), a Lei 4320 não foi revogada. LEI 4.320/64 ● O principal objetivo é a regulação técnica dos conceitos do direito financeiro, orçamentos e balanços. (objetivo técnico) LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ● O principal objetivo é causar o equilíbrio das contas públicas por meio do planejamento e da transparência. (objetivo político) Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) A LRF tem como objetivo controlar os gastos dos governos, da administração pública direta e indireta , a fim de não comprometer suas receitas. ● Art. 1º - Obriga a União, os Estados, o DIstrito Federal e o Município, àqueles que podem legislar quanto ao Direito Financeiro. ● Art. 50, §2º - A competência da União para legislar normas gerais de Direito Financeiro seria temporária, até que se implantasse um Conselho Fiscal (até hoje não criado). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 As Leis Orçamentárias: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. ● Essas leis são de iniciativa do chefe do Poder Executivo, ou seja, do Prefeito, Governador e Presidente da República. - É possível a participação do particular na elaboração dessas leis, que será de caráter meramente opinativo a fim de não violar a competência exclusiva e que poderá ser incorporado, ou não, pelo chefe do executivo. (Entendimento doutrinário - Ricardo Lobo Torres) ● O que é a Lei Orçamentária? É aquela que vai indicar onde serão aplicados os recursos pelos entes. ● O Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual serão instituídos através de Leis Ordinárias. - Art. 62 da Constituição Federal de 88 - É vedada editar leis orçamentárias por medidas provisórias. ➢ Exceto ao se tratar de crédito extraordinário (Art. 167, §3º da CF) - Admitida edição por MP. - Art. 68 da Constituição Federal de 88 - É vedado editar leis orçamentárias por Lei Delegada. ● As Leis Orçamentárias tramitam no Congresso Nacional, sendo votadas pelo Senado e pela Câmara em conjunto. - O Presidente poderá emendar as LO, desde que não iniciada a votação, devendo encaminhar à comissão mista a parte cuja alteração é proposta (Art. 166). - Figura da Comissão Mista. ● Art. 35, §2º da ADCT dispõe sobre os prazos da LO. § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. 1. PLANO PLURIANUAL (PPA) O PPA tem como objetivo estabelecer os planos do governo durante os 4 anos para o qual foi eleito, estabelecendo, assim, os projetos, metas e despesas mais relevantes durante aquele período. (Art.165, §1º) ● O PPA se inicia no segundo ano de mandato e se estende até o fim do primeiro ano do mandato subsequente. Assim, cada Chefe do Executivo que entra se submete por 1 ano ao PPA do Chefe do Executivo anterior. ● Mesmo diante de um impeachment, o novo presidente poderá seguir com o PPA do governo destituído. - O impeachment, por si próprio, não altera a PPA. 2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) A LDO é uma lei anual que tem como objetivo orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual ● Art. 57, §2º da CF - O Congresso deve aprovar a LDO até 17 de julho, sob pena de proibição de entrada de recesso até que seja aprovada. (Não funciona na prática) - LDO de 2022 e 2016 não foram aprovadas dentro do prazo. ● Art. 4º da LRF - Ampliou as funções da LDO para que apresente anexo de riscos fiscais, ou seja, estimativa dos passivos que podem afetar as contas públicas e medidas a serem tomadas, e anexo de metas fiscais, com as metas de despesas, receitas e dívida para o próximo exercício e dois seguintes, além de avaliar as metas do ano anterior. ● Ricardo Lobo Torres - A LDO não cria direitos subjetivos para terceiros e não tem eficácia para além da relação entre os poderes. Não obriga nem impede o CN quanto à elaboração de Lei Orçamentária. - Por exemplo, para aumento do salário dos servidores, não basta previsão na LDO, que não os gera direito subjetivo de aumento, sendo necessário previsão na LOA. 3. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) A LOA definirá qual será o orçamento fiscal, de investimento e da seguridade social a ser mantido naquele ano de vigência. ● Após a elaboração da LDO, até o dia 31 de dezembro é necessário que seja aprovada a Lei Orçamentária Anual, que entrará em vigor a partir do dia 1º de janeiro. ● Deverá ser compatível à LDO e ao PPA.. ● Art. 5º da LRF “Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o; II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: (...)” 2. Aula 2 - O orçamento no Direito Financeiro. Tipos de Orçamento: ● Orçamento Tradicional: Foco nos aspectos contábeis de fixação de despesa sem indicar metas e objetivos a serem alcançados. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A76 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A76 ● Orçamento de Desempenho: Foco nos resultados das tarefas a realizar, sem vinculação a programa ou planejamento governamental central das ações do ente público ● Orçamento-Programa: É o modelo de orçamento brasileiro, alocação de recursos públicos vinculados e objetivos, metas e projetos de um plano de governo a um programa. ➢ Atrelado à ideia de gestão financeira. ● Orçamento Base Zero: cada órgão deve solicitar recursos a partir de justificativas, sem que o montante de recursos do exercício anterior seja utilizado como parâmetro para valor inicial mínimo. ● Orçamento Incremental: realizado mediante ajustes marginais nos itens de receita e despesa verificados no último período. Qual a Natureza Jurídica do Orçamento (da União Federal)? Laband – O orçamento como lei formal. (mera autorização do Parlamento para atos de natureza administrativa) - Forma de lei e mandamentos de atos administrativos. - Orçamento autorizativo. - Ex: O executivo está autorizado a construir uma ponte pelo Orçamento mas não é obrigado a fazê-lo. - O orçamento somente não seria meramente autorizativo quando se tratasse de despesas obrigatórias (Ex. Art. 168 do CF - pagamento de salários por exemplo) - Até 2015, salvo se a despesa fosse obrigatória, a natureza brasileira era autorizativa. Gaston Jéze – O orçamento como ato-condição (Condição para a arrecadação de tributos e para o gasto público) . Sainz de Bujanda – O orçamento como Lei Material. (Lei de conteúdo normativo com a mesma eficácia de uma lei geral) - O Estado possui o dever de executar todas as despesas previstas no orçamento. - Orçamento impositivo. - O executivo é obrigado a construir uma ponte estabelecida no Orçamento. - A natureza brasileira se tornou impositiva ao Poder Executivo a partir das emendas de 2015. Destaca-se que NÃO é totalmente inflexível (EC 102). ● Governo brasileiro atualmente é obrigado a executar todas as despesas previstas no Orçamento. ➢ Se não houver previsão do Orçamento na Lei Orgânica ou Constituição Estadual, através de Emenda, este será autorizativo (não poderá adotar o orçamento impositivo) ○ Não se replica a previsão impositiva da CF nos Estados e Municípios, apenas mediante Emenda. Quais as condições para que possa se emendar o Orçamento Anual? Art. 166, §3º - “As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.” ■ Com o modelo impositivo é necessário executar TODAS as despesas. O orçamento pode ser emendado para mais e não para menos. Tipos de Emenda: 1. Emenda PIX; 2. Emenda Individual; 3. Emenda de Bancada. O que é o Orçamento Secreto? Uso exacerbado das emendas de orçamento que caberiam ao Relator-Geral (Emenda RP-9) mas que eram oriundas das vontades dos parlamentares, tendo como objetivo incluir novas despesas públicas no Orçamento anual. Violação ao princípio da publicidade, uma vez que não é possível identificar qual deputado requereu aquela emenda de orçamento. ● Declarado pelo STF como inconstitucional. A alocação de recursos da União aos Entes Federativos. “Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019) I - transferência especial; ou (chamada “Emenda Pix”) II - transferência com finalidade definida. “ - Artigo incluído pela EC 105/19, que criou a figura da transferência de recursos aos estados e municípios. ● Transferência Especial - O valor é creditado entre os estados e municípios com menos burocracia e de forma ágil - Emenda PIX ● Os repasses não mais necessitam de convênio. ● Deve ser emenda individual. 2. A EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA. ➢ Contingenciamento Orçamentário: Os gastos serão “segurados” haja vista que a receita não corresponderá. Essa limitação será detalhada pela LDO: “Art. 9º da LRF: Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.” ➢ Caso não se encaminhe o projeto de lei orçamentária no prazo estipulado, o ano seguinte reger-se-á pelo Orçamento do ano anterior. (Art. 32 da Lei 4320/64) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc105.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc105.htm#art1- Configura Crime de Responsabilidade se o presidente ou governador não encaminhar o projeto de LDO. (Art. 5 da LR) - Situação de anomia orçamentária. - Mesmo que ainda não aprovada a lei orçamentária, podem ser executadas as despesas obrigatórias e as ações de prevenção a desastres, por exemplo. - Assim, se não aprovado orçamento, as despesas discricionárias ficam paralisadas. - Caso a LOA não seja aprovada até 31 de dezembro, a LDO indicará como se procederá. (Art. 70 da LDO 2023) O poder legislativo pode rejeitar o projeto de Orçamento integralmente? Controvérsia Doutrinária. a) É possível rejeição, com fulcro na previsão implícita do Art. 166, §8º da CF. Art. 166, § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. ● Corrente aceita. b) Não é possível a rejeição, pois se a CF limita o poder de emenda não poderia autorizar a rejeição total do projeto. Fulcro no Art.35 do ACDT. ● O projeto somente deve ser devolvido para sanção. Lei de Créditos Adicionais. (Lei 4320/64) – Gênero. O objetivo da lei é modificar o orçamento aprovado para aquele ano. - Não há despesa pública sem prévia autorização legislativa. Art. 40. São créditos adicionais as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Espécies: ● Suplementares: Reforço da dotação orçamentária já existente na Lei Orçamentária. - Autorizado por Lei. - Princípio da Exclusividade Orçamentária – Regra, a lei Orçamentária só pode ter receita e despesas, mas por questões práticas a Lei possui autorização prévia para que o Executivo possua permissão para gastar X% a mais do previsto no Orçamento do ano anterior (Viabilidade para execução de um orçamento um pouco maior do que o previsto). - Não pode ser editada por MP (Art. 62 da CF88) - Esse percentual condiz com a meta primária realizada ao longo do ano. - Caso do Impeachment da Dilma: Crime de responsabilidade imputado -> suposto excesso de gasto acima do crédito suplementar autorizado pelo CN. ● Especiais: Despesas sem dotação específica. São despesas novas que não existem na LO do ano em vigor. - Normalmente do interesse do Executivo, inclusive por iniciativa no envio da Lei ao CN. ● Ex. Estado quer criar novo órgão. - Controle pelas casas legislativas. - Não pode ser editada por MP (Art. 62 da CF88) ● Extraordinária: Despesas urgentes e imprevistas (Força Maior). - Caso da Guerra ou Calamidades. ● ADI 4048 – O STF já controlou o teor da despesa para que seja realmente urgente. (Art. 167, §3º da CF) - Editado por Medida Provisória, desde que seja despesa IMPREVISÍVEL. - Não há necessidade de indicar recursos de forma prévia. 3. Aula 3 - Princípios Orçamentários. Controle de Constitucionalidade e Jurisprudências A Lei Orçamentária é um gênero que abrange a LOA, LDO e o PPA. Nesse sentido, quando falamos em controle de constitucionalidade sobre a Lei Orçamentária, indicamos o gênero e suas três leis. a) É possível propor ADI contra LO? ● Por muito tempo se entendeu que não, pois o STF entendia que as LOs não eram passíveis de controle abstrato. ● A partir da ADI 4048 e da ADI 2925 se consolidou o entendimento de que é possível controle abstrato, possibilitando a propositura de ADI contra leis orçamentárias. - O STF não pode mais alegar não conhecer essa ADI, portanto, cabe controle abstrato na LO. Princípios do Equilíbrio Orçamentário: 1. Equilíbrio Orçamentário. O princípio do equilíbrio presume balanceamento entre receitas e despesas a fim de evitar o endividamento público. ● O Estado deve gastar o equivalente ao que ele ganha. ● Na CF 88 não há artigo próprio, mas existia na CF 67/69. - É implícito na nossa Constituição Federal - Ex. Regras de limitação do endividamento. ● Lei Orçamentária deverá dispor sobre o equilíbrio de receitas e despesas. “Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: I - disporá também sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas; (...)” ➢ O princípio não é absoluto, pois pode não ser cumprido. É apenas um estado ideal que se busca atingir. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A72 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A72 - Não é norma constitucional. - Mera exigência relativa, estipulada, destituída de eficácia vinculante. ● É flexível em momento de recessão econômica. EC 95/2016 - TETO DE GASTOS Tentativa radical de estabelecer equilíbrio orçamentário limitando por 20 anos o gasto primário e o congelando com base no índice de 2017 corrigido anualmente pela inflação. - EC 109/2001 - Flexibilidade do teto de gastos. - EC 126/2022 - Emenda da Transição do Governo ● Figura do Arcabouço Fiscal - Regime Fiscal Sustentável: Art. 6º e Art. 9º da Emenda, permissão para endividamento do Estado e aumento de despesas (mas com limites) a partir do crescimento do PIB. - Fim do Teto de Gastos. 2. Princípio da Programação. Para que o Estado possa executar suas funções, o governante deve elaborar um planejamento relativo ao orçamento (atividade financeira). ➢ Orçamento-Programa. 3. Princípio da Anualidade Orçamentária x Anualidade Tributária x Anterioridade Tributária; DIREITO TRIBUTÁRIO ● Anualidade Tributária. Princípio que não mais vigora no Brasil. Estabelecia que para cobrar aumento do tributo ou novo tributo deveria haver previsão expressa no Orçamento (Art. 150, §29 da CF67) ● Anterioridade Tributária. Princípio que atualmente vigora no Brasil. Estabelece que quando há novo tributo ou necessidade de aumento, este somente poderá ser cobrado no exercício financeiro seguinte. (Art. 150, III, b da CF88) DIREITO FINANCEIRO. ● Princípio da Anualidade Orçamentária. As receitas e as despesas devem ser previstas com base em planos e programas com duração de 1 ano civil. Art. 34 da Lei 4320/64. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. Exceção: Créditos Especiais e Extraordinários abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro poderão ser usados no ano seguinte. (Art. 167, §2º da CF88) 4. Princípio da Publicidade. É necessária ampla divulgação dos dados relativos ao orçamento - Art. 165,§3º e 163A da CF88. ➢ Lei de Responsabilidade Federal - Art. 52, I, §2º - É cabível sanção de não receber recurso federal por falta de publicidade. - ADPF 129 - Artigo do Decreto 200/67 não foi recepcionado devido à sua previsão de que era permitido que os governos não divulgassem dados das despesas sigilosas. Afronta ao Art. 37 da CF88. 5. Princípio da Transparência Orçamentária. Os dados da Execução Orçamentária devem ser regulados de forma clara, com possível compreensão social, do Poder Legislativo e dos Tribunais de Contas. ➢ Não é mera publicidade, ela deve se dar de forma a alcançar o entendimento de todos. 6. Princípio da Unidade Orçamentária. Cada ente deve possuir uma única Lei Orçamentária por ano, a conter três partes específicas: Orçamento Fiscal, Investimento e Seguridade. ➢ Orçamento Unitário para cada ente: Estado, Município e União. - Em regra, os recolhimentos para os entes são direcionados para seu caixa único no Tesouro. ● Flexibilização - Art. 43 da LRF - Previdência Social fica em conta separada dos demais recursos. 7. Princípio da Vedação de Estorno. O recurso com destinação específica não pode, sem autorização legislativa, ser remanejado para outro fim da programação. ➢ Exceção: EC 85/2015 - Permissão desde que sejam programas de Ciência, Tecnologia e Inovação. ➢ ADPF 406 - Sequestro de orçamento do Estado do Rio de Janeiro para pagamento dos servidores. 8. Princípio da Especificação, Especialização ou Discriminação. É necessário que todo gasto seja detalhado, evitando previsões abstratas ou ambíguas. Exceções: i) Reserva de Contingência - Despesas em que não há forma de especificarpor conta de sua natureza. Ex. Despesas Extraordinárias. ii) Programas Especiais de Trabalho. 9. Princípio da Universalidade Orçamentária. Lei Orçamentária do ente regula toda a atividade financeira no ano civil, ele compreende todas as receitas, despesas e dívidas. 10. Princípio do Orçamento Bruto. Despesas e receitas devem constar com valor integral, sem deduções. 11. Princípio da Economicidade. O controle da Execução Orçamentária é feito pelo Legislativo e pelos Tribunais de Contas. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 12. Princípio da Exclusividade Orçamentária. A LOA não pode ter disposição diversa à estimativa de receita e fixação de despesas. ➢ Ela não pode incluir os “jabutis”. ➢ Exceção: Autorização para abertura de crédito suplementar e apresentar autorização para celebração de crédito. 13. Princípio da Equidade entre Regiões. O Orçamento deve apresentar mecanismos para diminuir a diferença socioeconômica entre as regiões. 14. Princípio da Não-Vinculação de Receitas. Veda-se a vinculação de IMPOSTOS a órgão, fundo ou despesa (Art. 167, VI da CF88) ➢ Imposto é espécie do gênero tributo, portanto, a vedação é restrita. ➢ Essa vedação não estava prevista na CF67. Exceções previstas na Constituição: i) Parcela de recursos a serem destinados à saúde e educação (18 até 25%). ii) Art. 167 § 4º da CF - É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas "a", "b", "d" e "e" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) 4. Aula 4 - Leis Orçamentárias e Autonomia Financeira. Autonomia Financeira segundo a Constituição Federal: a) Legislativo (EC 45/2004) b) Judiciário (EC 45/2004) - Art. 99, §1º e 4º: - Poderá elaborar orçamento em conjunto com outros poderes na LDO. - Informativo 832 do STF / ADI 5468: O Judiciário não pode interferir no Legislativo para definir despesas e receitas da Administração Pública. Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc109.htm#art1 § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) Ministério Público (EC 45/2004) - Art. 127, §3º e 4º: - Elabora o Orçamento nos limites estabelecidos pela LDO. O Executivo pode fazer ajustes para consolidar. Art. 127, § 3º da CF - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. d) DPE (EC 74/2013) - Art. 134, §2º: - Pode propor orçamento dentro dos limites estabelecidos na LDO. Art. 134, § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º . (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) e) DPU (EC 74/2013). Esses órgãos não tem de ter seu próprio orçamento, mas sim de poder propor uma proposta orçamentária e encaminhar ao Poder Executivo. ➢ Autonomia relativa - Os órgãos criam suas propostas e a encaminham à chefia do executivo, que a repassará ao legislativo. AUTONOMIA ORÇAMENTÁRIA DOS PODERES. Regra do DUODÉCIMO: Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses duodecimais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) § 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve ser restituído ao caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do exercício seguinte. ● Todos os meses, os Poderes e Órgãos recebem 1/12 avos do orçamento que foi aprovado para ele. (A cada dia 20). ● A autonomia financeira se refere à PROPOR e EXECUTAR o orçamento aprovado para o poder/órgão (Art, 99, §1º e 168 da CF88). ADI 2238 - STF: O que acontece se a previsão de arrecadação do orçamento não se concretizar? Art. 9º § 3o DA LRF - No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc109.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc109.htm#art1 autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. ● STF declarou o dispositivo inconstitucional por violação ao princípio da autonomia financeira dos poderes. AUTONOMIA ORÇAMENTÁRIA DAS UNIVERSIDADES: Algumas Constituições Estaduais começaram a prever a regra do duodécimo para as Universidades. ● O STF entendeu que as Universidades não têm autonomia orçamentária, pois estão vinculadas ao Executivo. ● A Universidade deve submeter a dotação orçamentária ao poder executivo e caso aprovado, podem receber o duodécimo. 2. Receitas Públicas. É a entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas ou condições, o acresce como elemento novo e positivo. Portanto, não está atrelada a qualquerdespesa. ➢ Diferença para “Ingressos Públicos” pela Doutrina Tradicional: Os ingressos públicos são todos os ingressos de recursos arrecadados de forma temporária e sujeitos à restituição posterior, portanto, atrelados à um passivo. Ex: Cauções, fianças e depósitos para garantia. ● A doutrina atual discorda por entender que não existe diferença entre Receita e Ingresso. CLASSIFICAÇÕES Receitas Correntes: Art. 2º, IV da LRF - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: (...) ● São as receitas destinadas a Receitas de Capital: São os recursos advindos de circunstâncias específicas, eventuais. Ex: Operações de Crédito. ● Art, 11, § 2º da Lei 4320/64 - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em atender despesas correntes, que possuem relação de habitualidade. ● Receita Tributária. espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superavit do Orçamento Corrente. Receita Pública Originária: Advém da exploração do patrimônio do Estado. ● Ex. Royalties, Dividendos de Empresas Estatais, etc. Receita Pública Derivada: Advém da economia privada, por meio do exercício de sua soberania, como no caso de aplicação de tributos e multas. Preço Público: Receita originária, não é tributo. ● São as tarifas. ● Ex: Taxa Judiciária. ● Critério da Essencialidade - Apenas o Estado pode prestar o serviço. ● Não são compulsórios, portanto, o pagamento decorre do uso do serviço público. ● Pedágio é forma de preço público. Taxa: Receita derivada, espécie de tributo. ● Ex: Taxa de coleta de lixo domiciliar. ● Critério da Compulsoriedade: (Súmula 545 do STF) Independe do uso do serviço público. ● Decorre da lei, serviços públicos essenciais A Renúncia às Receitas Públicas. A renúncia de receitas é uma espécie de benefício tributário, aplicado quando há diminuição da alíquota, redução de taxas e afins. ● Equipara-se ao gasto comum tributário, em que se deixa de arrecadar. Art. 14 da LRF. “A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: (...) § 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.” Requisitos: i) Deve acompanhar estimativa do impacto orçamentário e financeiro. ii) Integra a Lei de Diretrizes Orçamentárias. iii) Será concedido mediante Lei Específica: Art. 150, § 6º da CF: “(...) Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (...)” Inaplicabilidade das Renúncias de Receita Pública: Art. 14, § 3o da LRF - O disposto neste artigo não se aplica: I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º; (IMPOSTO DA UNIÃO EXTRAFISCAL) II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança. ➢ Essas vedações são afastadas nos casos de Calamidade Pública. IMPORTANTE! As cinco espécies tributárias são: 1. Impostos; 2. Taxas; 3. Contribuições de Melhorias; 4. Empréstimos Compulsórios; 5. Contribuições. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art153i https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art153ii https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art153iv https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art153v https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art153v https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art153%C2%A71 5. Aula 5 - Transferências Intergovernamentais. 1. TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS. As transferências intergovernamentais são divididas em: Transferências Obrigatórias e Transferências Voluntárias. ● São as transferências de recursos/receitas de um ente (Estado, União e Município) para outro. a) TRANSFERÊNCIAS OBRIGATÓRIAS: As transferências obrigatórias são aquelas determinadas pela Constituição Federal. Dessa espécie, as principais são os Fundos de Participação. Fundos de Participação: São parcelas de recursos arrecadados pelo Governo Federal e pertencentes aos estados, DF e municípios. ● Formado pela receita do IPI (Impostos sobre produtos industrializados) e do Imposto sobre a Renda. Art. 159. A União entregará: I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 50% (cinquenta por cento), da seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 112, de 2021) Produção de efeitos a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE); (Vide Lei Complementar nº 62, de 1989) (Regulamento) b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM); ● Portanto, 50% do valor arrecadado fica com a União e os 50% restantes são repartidos entre o Fundo de Participação do Município e o Fundo de Participação do Estado. ● As normas sobre entrega desses recursos devem ser previstas por Lei Complementar. (Art. 161 da CF88) - FPE - Lei Complementar 143/2013 ● A União pode conceder benefícios fiscais que envolvam a redução do FPE e do FPM (IPI e Imposto de Renda) - Tema 653 do STF ● Caso do ICMS: O ICMS é repartido entre o Estado e Município, metade para cada, por previsão constitucional. Assim, é vedado que o Estado conceda incentivo fiscais relativos a esse imposto, sob pena de caracterização de interferência indevida do Estado no sistema constitucional de repartição de receitas (Tema 42 do STF). Súmula 447 do STJ: Estados e DF são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda na fonte proposta por seus servidores. Se a União criar novos impostos, 20% da arrecadação será dos Estados. Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: (...) II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154,I. ➢ Bloqueio de Recursos: Quando o Estado ou Município deve para a União, esta poderá fazer bloqueio de recursos. ● Parecer do Barroso: i) Apenas Créditos de Titularidade da União e de suas autarquias podem ensejar retenção. ii) Impossibilidade de retenção caso esteja pendente disputa administrativa ou judicial sobre o crédito (respeito ao devido processo legal). iii) União deve avisar com antecedência sobre o bloqueio, iv) A retenção não pode inviabilizar as obrigações constitucionais dos Estados. b) TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS: As transferências voluntárias são aquelas convencionadas entre os entes federativos. Art. 25 da LRF. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. Vedações: ● Transferências parapagamento de despesas de pessoal ativo, inativo e pensionista. (Art. 167, X); ● Transferências voluntárias nos três meses que antecedem o pleito (eleições) (Art. 73 da Lei 9504/97); ● É vedada o envio de transferências voluntárias aos entes que não instituam, prevejam e efetivamente arrecadem TODOS os tributos de competência constitucional. (Art. 11, PU da LRF); Quais são os requisitos para receber a transferência voluntária? (Art. 25, §1º) 1. Estar em dia com o pagamento dos tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor: ● Enunciado 46 - AGU: ● A união poderá continuar realizando transferências voluntárias ao ente inadimplente no tocante às ações de saúde, educação e assistência social. (Art. 25, §3º da LRF). 2. Cumprir o limite constitucional em saúde e educação; 3. Previsão Orçamentária de contrapartida; 4. Observância do limite das dívidas consolidadas e mobiliárias e operações de crédito. 6. Aula 6 - Fundos Públicos Especiais, Desvinculação de Recursos da União e Despesas Públicas. a) FUNDOS PÚBLICOS ESPECIAIS ➢ Os fundos permitem vincular receitas de taxas e emolumentos ao custeio de atividades específicas de interesse público. Artigo 71 da Lei 4320/64. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que, por lei, se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação. ➢ Esses fundos não seguem o princípio da não-vinculação. ➢ Os funcionamentos de fundos serão estabelecidos por Lei Complementar (Art. 165, §9º da CF88). ● É vedada a instituição de fundos sem prévia autorização legislativa (Art. 167, IX da CF88) ● As condições gerais para a instituição de fundos são previstas na Lei 4320/64, que foi recepcionada pela Constituição de 88 com status de Lei Complementar. (ADI 1726) ➢ Os fundos serão estabelecidos por lei ordinária. ➢ Constitui exceção ao Princípio da Especificação e da Unidade da Tesouraria: i) Princípio da Especificação: Os fundos são mais genéricos, não tem grau de especificação elevado. (Ex: Fundo para melhoria da tecnologia do poder judiciário). ii) Princípio da Unidade da Tesouraria: Via de regra, os entes possuem apenas um orçamento, que vai para caixa único de utilização, o Tesouro do ente. No caso do fundo, a verba não vai para esse tesouro, e sim para o próprio fundo. Vedações: 1. São vedadas as vinculações de impostos a órgão, fundo ou despesa. (Art. 167, IV da CF88). 2. É vedada a criação de fundo quando seus objetivos puderem ser alcançados com vinculação receitas específicas. (Art. 167, XIV da CF88); b) DESVINCULAÇÃO DE RECEITAS DA UNIÃO (DRU). A Desvinculação de Receitas da União (DRU) é um mecanismo que permite ao governo federal usar livremente um percentual de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. Exceções: - Não podem ser desvinculados o percentual de 30% das arrecadações da UNIÃO; - Não podem ser desvinculados os tributos relativos à contribuições para a Seguridade Social e Salário-Educação. c) DESPESAS PÚBLICAS É a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de fim a carga do governo. (Aliomar Baleeiro) ● Não há despesa sem prévia autorização legislativa. (Princípio da legalidade de despesa pública); - A autorização legislativa de despesa pública se dá com a LOA. - Alterações dessas despesas previstas - Créditos Adicionais. ● Autorizar despesa não prevista é cabível de responsabilização penalmente e administrativamente. Art. 167 da CF88. São vedados: I.- o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II.- a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;” ● As despesas competem e pertencem ao exercício financeiro em que nele foram legalmente empenhadas (Art. 35, II da Lei 4320/64) TIPOS DE DESPESAS DESPESAS CORRENTES Despesas destinadas a manutenção da estrutura do Estado. (Despesas com pessoal, manutenção de prédio público, etc) ● Despesas de Custeio: DESPESAS DE CAPITAL Despesas que agregam ao patrimônio público um novo elemento. (Art. 12 da 4320/64) ● Investimentos: Dotações Despesa Pública de Pessoal: Em se tratando de despesas com pessoal, a União não pode gastar mais do que 50% de sua receita corrente líquida, enquanto que os estados, Distrito Federal e municípios ficarão limitados a 60% das respectivas receitas correntes líquidas. ➢ São vedadas as transferências voluntárias com o objetivo de pagamento de despesas com pessoal. Art. 169 da CF. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional no 109, de 2021)” ● Quais são esses limites? i) União = 50% da receita corrente líquida; ii) Estados, DF e Municípios = 60% da receita corrente líquida. ● Controle de limites de gasto com o pessoal: Manutenção de serviços anteriormente criados. ● Transferências Correntes. para o planejamento e execução de obras, aquisição de instalações, equipamentos, materiais. ● Inversões financeiras: Aquisição de imóveis ou bens já em utilização, constituição ou aumento de capital de entidades, etc. ● Transferências de capital. Art. 169, § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - exoneração dos servidores não estáveis. ADI 2238 “Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição.” § 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. § 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária.” ” ● Na ADI 2238, o texto do parágrafo 2º e parte do parágrafo 1º foram declarados inconstitucionais ante à violação ao preceito da irredutibilidade de vencimentos previsto pelo Art. 37 da Constituição Federal. Portanto, os entes NÃO podem reduzir os vencimentos dos servidores para adequar os gastos com pessoal. ● Limites Setoriais de Despesas com Pessoal: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21 i) Quando o montante de despesa com o pessoal ultrapassar os 90% do limite estabelecido, os Tribunais de Contas deverão alertar os Poderes ou Órgãos referidos. ii) (Art. 22 da LRF) - Se a despesa exceder 95% do limite, é vedado que o Poder ou Órgão conceda vantagens, aumentos, reajustes ou adeque remunerações (exceto por determinações legais ou sentenças judiciais) ou criar novos cargos e funções. ● Tese 161 do STF - “O candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previstas no edital possui direito subjetivo à nomeação.” ● O Ente que exceder os 95% não poderá receber transferências voluntárias, obter garantias de outros entes ou contratar operações de crédito (exceto as contratadas para pagamento de dívidas mobiliárias ou as que visem à redução de despesa com o pessoal). (Art. 23, §3º da LRF). 7. Aula 7 - Continuação de DespesaPública. Continuação de Despesa com Pessoal. Nulidades de despesas com pessoal: a) A aprovação de norma legal contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, que resultar em aumento de despesa de pessoal nos últimos 180 dias de mandato do chefe do executivo, ou que resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo. (Art.. 21, IV da LRF) b) Qualquer ato que resulte no aumento de despesa com pessoal nos últimos 180 dias de mandato do chefe do executivo (Art. 21, II da LRF) c) Despesa que não atenda aos requisitos dos arts. 16 e 17 da LRF ou que não respeite ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo. (Art. 21, I da LRF) Quem compõe a despesa total com pessoal? Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal". (...) ➢ Será considerado o valor do salário BRUTO do servidor (Art. 18 da LRF). ➢ Inativos e Pensionistas devem ser apurados de forma segregada (Art. 20, §7º da LRF) Aumento da Despesa: Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: (Vide ADI 6357) I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes; II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. ● Para aumento de despesa, a ação deverá ser acompanhada de estimativa de impacto orçamentário no exercício em que entrará em vigor e nos dois seguintes e declaração de que o aumento tem adequação com a LOA, PPA e LDO (§1º). ● Consequência do aumento da despesa que não respeite à norma do Art. 16: “Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.” Outras Despesas Públicas. Despesa Obrigatória de Caráter Continuado - Art. 17 da LRF. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. ● Despesa corrente; ● Derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo; ● Execução por dois exercícios ao menos. http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5883343 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5883343 Despesas em condição de Calamidade Pública - Art. 65, § 1º Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, nos termos de decreto legislativo, em parte ou na integralidade do território nacional e enquanto perdurar a situação, além do previsto nos inciso I e II do caput: III - serão afastadas as condições e as vedações previstas nos arts. 14, 16 e 17 desta Lei Complementar, desde que o incentivo ou benefício e a criação ou o aumento da despesa sejam destinados ao combate à calamidade pública. ● São afastadas as vedações e condições para despesas públicas nos casos em que se tratar de situação de calamidade pública decretada. Estágios de Despesa Pública. (Lei 4320/64) 1. Fixação das Despesas; 2. Empenho: Art. 58.da LRF - O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Art. 60. da LRF - É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. § 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho. ● Modalidades de Empenho: a) Empenho por Estimativa - Empenho de despesa cujo montante não se possa determinar; b) Empenho Global - Empenho de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento, cujo valor é previamente conhecido. c) Empenho Ordinário - Empenho de montante de despesa previamente conhecido e submetido a pagamento de uma só vez. 3. Liquidação: Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. 1° Essa verificação tem por fim apurar: I - a origem e o objeto do que se deve pagar; II - a importância exata a pagar; III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. § 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base: I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo; II - a nota de empenho; III - os comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva do serviço. ACO 534 - Apenas as notas de empenho, sem comprovação da liquidação da despesa, não serve para demonstrar o efetivo pagamento da dívida. RESP 1022818/RR - O empenho, por si só, não constitui a obrigação de pagamento pelo Estado. 4. Pagamento da Despesa: Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. ● Processados: Despesas em que houve empenho e liquidação, faltando apenas o pagamento. ● Não processados: Despesas em que houve apenas empenho. Vedação: Art. 42 da LRF. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito ● Constitui crime contra as finanças públicas contrair novas obrigações de despesas nos últimos dois quadrimestres do mandato.. (Art. 359-C) Adiantamento - Suprimento de Fundos Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. Subvenções Art. 12 § 3º da L4320 - Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como: I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa; II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril. ● Subvenções são transferências correntes com fim de cobrir despesas de custeio, ou seja, de manutenção, de entidades a serem beneficiadas. (Art. 16 e seguintes da Lei 4320/64) - Se a subvenção for para uma instituição cujo cunho seja assistencial ou cultural, se chamará subvenção social. ● Assistência Social, médica e educacional. - Se a subvenção for para uma instituição cujo teor seja comercial, industrial e afins, se chamará subvenção econômica. ● Deverá ser autorizada por lei própria específica (Art. 26, §2º da LRF); ● As condições para essas transferências serão contidas na LDO. (Art. 4º, I, f) da LDF)
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