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5a. Aula - Filos.Comunic.Etica -Os meios de comunicacao de Massa

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5ª. AULA
FILOSOFIA: REFLEXÕES SOBRE COMUNICAÇÃO E MARKETING – MKT
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Temas de Filosofia. 3ª. Ed. São Paulo: Moderna, 2005 – Cap. 5 (1ª. Parte)
UNIDADE II : MÍDIA, MARKETING E COMUNICAÇÃO
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
Os meios de comunicação em massa, ou seja, aqueles que atingem enorme número de pessoas de todas as classes sociais, tiveram seu maior desenvolvimento no final do século XIX e durante o século XX, com o avanço tecnológico dos sistemas de difusão, especialmente o rádio, a televisão, o cinema e a imprensa, bem como dos sistemas de produção e distribuição em massa.
Por atenderem ao gosto médio do público, os meios de comunicação, sem dúvida, acabam por homogeneizar seus produtos, promovendo uma certa alienação da vida e de seus problemas. 
Entretanto, o espectador não sofre, em seu dia-a-dia, só a influência desses meios. Ele vai à escola, ao trabalho, encontra amigos, vai à Igreja, ao bar, ao cinema, enfim está exposto a uma série de situações que fazem com que ele não seja um receptor completamente passivo, alguém que simplesmente recebe tudo o que lhe dão sem realizar nenhuma elaboração pessoal, sem fazer nenhuma síntese.
Para os psicólogos modernos, quando uma pessoa percebe uma inconsistência muito grande entre a informação recebida e a expectativa construída com base em sua vivência, observação e conhecimento anterior, sua tendência é de reinterpretar os elementos dissonantes a fim de diminuir a distância entre todos os fatos. Desse modo, seu equilíbrio psicológico é restabelecido.
A Televisão
Entre os meios de comunicação de massa, o que tem maior público é a televisão.
1.A linguagem da televisão
O que caracteriza a televisão como veículo de comunicação e estrutura sua linguagem específica, distinguindo-a do cinema é a possibilidade de transmissão direta, no momento em que as coisas acontecem: a instantaneidade entre o acontecimento e sua apresentação.
Essa característica leva os espectadores a confundir realidade e representação, fazendo-os acreditar que a televisão é um veículo “transparente”, objetivo e não-deformador da realidade.
É preciso lembrar que cada imagem é fruto de uma escolha em termos de enquadramento (que elementos serão mostrados e quais serão descartados; quais aparecerão em primeiro plano, portanto maiores e mais visíveis, quais em último plano e assim por diante).
Entretanto, sem condições de ver previamente os resultados antes que eles cheguem ao telespectador, deixa marcas do trabalho como: erros, desconexões, soluções apressadas, o imprevisível etc. Embora o que aparece em nosso aparelho de televisão seja apenas um relato, uma representação da realidade, percebemos que é impossível, nessas condições, estabelecer nexos com um único sentido ou uma coerência estrutural predeterminada.
Essa primeira característica da linguagem da televisão dá origem à estética televisiva: o naturalismo. Todos os outros programas que não são transmitidos ao vivo imitam essas transmissões. Os cenários cuidadosamente preparados no estúdio dão a impressão da sala de visitas da casa de alguém, da cozinha, do jardim, da preça, da escola, da redação do jornal e assim por diante.
Uma segunda característica da linguagem televisiva é sua fragmentação. Toda programação é organizada de modo seriado, ou seja, em apresentações diárias do telejornal, de capítulos de novela, de episódios de sséries de curta ou longa duração. Esse fluxo televisivo é marcado pela descontinuidade, por isso o texto televisivo sempre apresenta rupturas e o espectador tem que aprender a fazer ligações entre um bloco e outro.
Como terceira característica, apontamos o rítmo acelerado da linguagem televisiva que está ligado à primeira característica, a instantaneidade. O tempo da televisão é o tempo moderno – da indústria, da eficiência, da metrópole.
Esse rítmo acelerado tem como consequência, a superficialidade com que os assuntos são tratados.
Os acontecimentos são retirados do desenrolar histórico, onde encontramos suas raízes e suas causas e são apresentados como se fossem fatos isolados, sem nenhuma análise que os explique, novamente se dando a fragmentação.
Por último, a linguagem televisiva caracteriza-se por assumir a forma de espetáculo, ou seja, tudo o que chama a atenção, atrai e prende o olhar. A estrutura do espetáculo prende nossa atenção, neutraliza todos os conteúdos, pois os trata como se tudo tivesse o mesmo valor. As cenas de guerra no Golfo, na Bósnia, no Iraque e nas favelas do Rio de Janeiro são apresentadas, alternadamente, com as cenas de festas, de comemorações e de datas ou de eventos importantes, inaugurações e viagens. Tudo igual, com a mesma ênfase. Na verdade, tudo se passa no mundo da fantasia.
2. Gêneros televisivos
O gênero condiciona o uso da linguagem, isto é, estabelece o formato, o modo de trabalhar a matéria televisiva.
Gênero: esse termo vem do latim genus/generis, que significa “família”, “espécie. É a “(...) força aglutinadora e estabilizadora dentro de uma determinada linguagem, um certo modo de organizar as idéias, meios e recursos expressivos, suficientemente estratificado na cultura, de modo a garantir a comunicabilidade dos produtos e a continuidade dessa forma junto às comunidades futuras”(MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: Senac, p.68)
Arlindo Machado destaca, entre os gêneros televisivos: as formas fundadas sobre o diálogo, as narrativas seriadas, o telejornal, a transmissão ao vivo, o videoclipe e outras formas musicais.
3. Televisão e público
Como dito anteriormente, dentre todos os meios de comunicação de massa, a televisão é o que detém o público mais vasto e indiferenciado, sendo acessível a todas as classes sociais.
Ligar a televisão é um hábito já estabelecido em nosso cotidiano. Por que não desligamos o aparelho quando o programa não nos agrada? Por que temos o hábito de ligar sempre em um mesmo canal?
Talvez a tensão, gerada pelo trabalho fragmentado, pelas dificuldades da vida e de realização pessoal, resulte no comportamento do telespectador passivo, que se entrega àquilo que o grupo produtor da programação quer oferecer.
A questão da recepção passiva e, com ela, a da alienação – como fuga da própria realidade, que parece insuportável, por meio do espetáculo superficial e atraente oferecido pela telinha – é perfeitamente explicável do contexto brasileiro, se pensarmos no número de analfabetos, de alfabetizados que abandonaram a escola sem terminá-la, nos que trabalham desde os 14 anos, na pobreza crescente que obriga o cidadão a trabalhar cada vez mais e ter cada vez menos tempo livre.
Para uma recepção não atenta e distraída, é necessário que a linguagem se torne recorrente, circular, repetindo idéias e situações já conhecidas, que fazem parte do repertório do receptor, com apenas algumas variantes e alguns elementos novos.
É preciso, no entanto, formar um público que esteja melhor preparado para assistir a televisão de modo mais crítico, percebendo os valores que estão sendo veiculados.
Outro tema importante a ser destacado que diz respeito ao público de televisão é o da apresentação de cenas de violências – inclusive na programação infantil – de erotismo ou claramente sexuais, de desrespeito à pessoa humana (programas de auditório), exploração de imagens de crianças e jovens, de pessoas humildes em situações de constrangimento em nome do espetáculo.
4. Usos alternativos da televisão
É possível usar esse meio de comunicação – televisão – para construir a “nossa” programação a partir do quer é oferecido nos vários canais e em horários nem sempre acessíveis por estarmos trabalhando ou dormindo.
O modo mais simples de fazermos isso é por meio do zapping, ou seja, da mudança contínua de canal que nos permite procurar atrações mais interessantes do que a que estamos acostumados a ver em determinado horário.
A invenção do controle remotopossibilitou o zapping, que a princípio, é feito nos intervalos comerciais para “xeretar” outros programas em outras emissoras.
O uso de vídeo para gravar programas exibidos em horários não compatíveis com nossas atividades diárias é outro meio eficiente de adequar a programação televisiva às nossas necessidades.
5. Televisão: meu bem, meu mal
Há inúmeras discussões sobre se a televisão é um bem ou um mal. De um lado, coloca-se a democratização da cultura, uma vez que é acessível a todos, indiscriminadamente.
De outro, discute-se o seu papel de formação de opinião pública e sua função alienadora e manipuladora, por se aproveitar da natureza emocional, intuitiva e irreflexiva da comunicação por imagens.
Na verdade, a televisão, como meio de comunicação, não é boa nem má. É sua utilização que deve ser analisada, pois é então que começam os problemas: tal utilização se dá em uma determinada sociedade, historicamente situada e composta por sujeitos com características específicas.
Nessa perspectiva, a discussão não deve girar em torno do que devemos ou não assistir, deve-se discutir sobre como ver televisão criticamente, contextualizando os programas e as informações, lembrando que para isso é preciso levantar os elementos que compõem a linguagem televisiva, bem como o seu uso na sociedade brasileira.
Antes de mais nada, é preciso lembrar que no Brasil como na maior parte dos países, a indústria cultural está nas mãos de poucos grupos que dominam grandes empresas de comunicação: redes de televisão, rádio, jornal e revistas. O canal de televisão é concessão do Estado e pode ser
Suspensa a qualquer momento (por isso só tem canal de televisão os grupos que interessam ao Estado – mesma ideologia), a televisão é um empreendimento comercial privado (visa o lucro, é sustentada pelos anunciantes (antes de gastar sua verba verificam o índice de audiência).
Portanto, o conteúdo da programação sofre vários tipos de influência e de censura.
Conclusão:
A televisão é o meio de comunicação de massa que maior penetração tem, donde a importância de compreendermos como ela funciona. Para isso, examinamos a linguagem usada, os gêneros dos programas, pois sabemos que eles influenciam o que é apresentado na TV. Se assistida criticamente, ela pode ser um meio de diversão ao alcance de todos e até um fator de integração de comunidades.

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