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Ativação dos Linfócitos T Universidade Federal de Minas Gerais Prof. Vivian Tamietti Resposta Celular (LT) Resposta Humoral (LB) Linfócito T helper Linfócito Citotóxico Respostas Funcionais dos Linfócitos T aos Antígenos e aos Co-estimuladores LTCD4+ – citocinas LTCD8+ – morte direta das células infectadas A ativação dos LT requer o reconhecimento do complexo peptídeo-MHC pelo receptor da célula T (TCR) e as interações das moléculas acessórias das células T com seus ligantes nas APCs. TCR – Ag – MHC CD4 – MHCII CD8 – MHCI CD3 e ζ - fosforilação 1º sinal (↓afinidade e rápida dissociação). CD28 – Produção do 2º sinal Integrinas - estabilizam a ligação entre células tempo suficiente para provocar resposta funcional. A resposta dos LT é dependente de 3 fatores: • Características do Ag; Agonista parcial, antagonista ou estimulador. • Da APC que apresenta o Ag; As Células Dendríticas (DC) maduras são as APCs mais importantes da ativação de LT virgens e as que despertam as respostas mais completas (↑níveis de MHC que exibem peptídeos – 1º sinal e co-estimuladores – 2º sinal. Macrófagos e LB são ativadores mais eficientes dos LT efetores (↓limiar de ativação). • Do ambiente no qual as células T encontram os Ag. LT virgens – Órgãos linfóides periféricos (linfonodos). LT efetores – Tecidos Periféricos Fases das Respostas de LT aos Ag e às APCs. Secreção de Citocinas e Proliferação Diferenciação em células efetoras e Desempenho das funções efetoras A conversão de LT virgens em LT efetores é dependente dos sinais liberados pela interação MHC-peptídeo-TCR e Co-estimuladores. LTCD4+ LTCD8+ Declínio das respostas das células T - Ocorre após as células efetoras eliminarem o Ag. - Importante para que o organismo retorne a homeostase. - Após eliminação do Ag, cessam os estímulos para sobrevivência celular (Ag + co-estimuladores + citocinas) - O declínio ocorre devido a morte por apoptose da maioria dos LT que foram ativados por Ag. Diferenciação em células de memória • Por mais que as células efetoras sobrevivam por curtos períodos de tempo e diminuam em quantidade com a ausência de Ag, as células de memórias podem sobreviver por longos períodos. • Aparentemente não necessitam de estímulo do Ag para sobreviverem. • Responsáveis pela resposta imune secundária facilitada e acelerada após una nova exposição ao mesmo Ag. • Neonatos – supõe-se que apresentam apenas LT virgens. Adultos – metade ou mais dos LT são de memória. • Distinção entre células virgens, efetoras e de memória – marcadores. - LT efetores e de memória expressam ↑ nos níveis de integrinas e CD44 –> migração para os sítios periféricos de infecção e inflamação e a retenção nestes sítios. - LT memória não expressam cadeia α da IL-2 – não estão proliferando nem executando funções efetoras. Papel dos Co-estimuladores na Ativação do LT • Além do sinal enviado pelo reconhecimento ao Ag, para que os LT se ativem há necessidade de um sinal emitido pelos co-estimuladores. • Na ausência do 2º sinal a célula não responde e morre por apoptose ou entra em estado de anergia. • B7-1(CD80)/B7-2(CD86) [APCs – macrófagos, DC, LB] – CD28 [LT]. - CD28 libera sinais que levam à sobrevivência da célula e diferenciação de LT virgens em LT efetores. - B7-2 -> 6h após estímulo do Ag. - B7-1 -> 24h após estímulo do Ag. • LT ativados podem expressar CTLA-4, homóloga do CD28, envia sinais que inibem a ativação de LT (finalizar a resposta ou autotolerância). • Co-estimulador indutível (ICOS) ~ CD28 – expressa nos LT após ativação mediada pelo TCR – A ligação cruzada de ICOS por Ac estimula a produção de citocinas anti inflamatórias (IL-4 e IL-10). Regulação. • A expressão depende dos Ags microbianos e das citocinas produzidas durante as reações de imunidade inata. • Adjuvantes – produtos de microrganismos – estimula os co-estimuladores. • CD40(APCs)-CD40L(LT) -> A ligação pode ativar a APC a aumentar a expressão de moléculas B7 e secreção de citocinas (como IL-2) (Não funciona sozinha para estimular LT) • CD2[LT] – LFA-3(CD58) [APCs] -> facilita a resposta dos LT a Ag. – podem compensar a ausência do CD28. • CD28 e CD2 – ↑produção de citocinas, incluindo IL-2 (fator de crescimento autócrino de LT) • CD28 – sinaliza para ↑ a expressão de proteínas antiapoptóticas Bcl-x. • Antagonistas de moléculas CD28,CD40L e CD2 -> aloenxertos. Transdução de sinais pelo complexo receptor de LT Eventos Iniciais que Ocorrem na Membrana: Agrupamento e Recrutamento dos Receptores das Células T e Ativação das Proteínas Tirosina-Quinases e Proteínas Adaptadoras. • Lck, associado à cauda citoplasmática de CD4 ou CD8, é ativado pela ligação MHC-peptídeo-TCR e fosforiliza as tirosinas do ITAM. • CD45 possui uma tirosina fosfatase intrínseca - desfosforila resíduos de tirosina inibitórios nos Lck – torna-se ativo após reconhecimento do Ag. Ativação de Lck e Fosforilação dos ITAMs Ativação da Quinase ZAP-70 • As tirosinas fosforiladas na cadeia ζ tornam-se ancoradas por uma tirosina- quinase chamada ZAP-70 (~Syk em LB). • ZAP-70 possui 2 domínios conservados (Src de homologia-2=SH2) que se ligam às fosfotirosinas no ITAM de ζ e se tornam fosforilados -> adquire a atividade de tirosina-quinase e atua sobre moléculas citoplasmáticas sinalizadoras. • Uma única celula T pode se ligar múltiplas vezes a antígenos e isto pode ocorrer para que fosforilize mais ITAMs e ocorra a ativação de ZAP-70 adicionais. • Mutações no ZAP-70 ou no TCR podem gerar imunodeficiência. • ZAP-70 pode fosforilar proteínas adaptadoras para a ligação das moléculas de sinalização. • LAT é uma proteína adaptadora de membrana que se liga ao domínio SH2 de outras proteínas adaptadoras, como Grb-2 ou PLCɣ1. • Grb-2 é fosforilada e recruta o fator Sos, que catalisa a conversão de Ras-GDP para Ras-GTP. Recrutamento e Ativação das Proteínas Adaptadoras Vias de Sinalização Ras e Rac nos LT - Ras são proteínas que ligam nucleotídeos guanina. - Ras-GDP -> forma inativa. - Ras-GTP -> mudança conformacional e torna-se ativadora alostérica de várias enzimas celulares (MAP-Quinases). - Cascata MAP-Quinase (ERK-> ELK -> transcrição de Fos -> componente do fator de transcrição AP-1). • As proteínas adaptadoras fosforiladas também podem ativar uma proteína GTP de troca chamada Vav, que atua sobre a Rac, uma proteína que liga-se ao nucleotídeo guanina. • Rac-GTP da início a uma cascata paralela à MAP-quinase, resultando na ativação da quinase N-terminal c-Jun (JNK=proteína estresse-ativada SAP) • SAP pode ser ativada por estímulo nocivo – UV, estresse osmótico, citocinas pró-inflamatórias (TNF ou IL-1). • JNK depois de ativada fosforila c-Jun, que é o 2º componente do fator de transcrição da AP-1 • Rac-GTP induz também a reorganização do citoesqueleto e pode ser responsável pela agregação de complexos TCR, co-receptores e outras moléculas de sinalização na ativação de LT. • ERK e JNK são extintas pela ação de fosfatases específicas para tirosina que são ativadas pelas próprias moléculas - Feedback negativo – termina ativação da célula. Vias de Sinalização da Calcineurina e Proteína Quinase C nos LT - PLCɣ1 catalisa a hidrólise de um fosfolipídeo de membrana plasmática chamado fosfatidilinositol 4,5 bifosfato (PIP2). - PIP2 gera o inositol 1,4,5-trifosfato (IP3) e o diacilglicerol (DAG) Ca2+ liga-se a proteína reguladora Calmodulina, que ativa a calcineurina-> ativa fator de transcrição NFAT DAG ativa PKC por induzir alteração conformacional formando o sítio catalítico para quinase e produção do fator de transcrição NF-ĸB. Ativação dos Fatores de Transcrição que Regulam a Expressão Gênica nas Células T • As enzimas geradas pela sinalização do TCR ativam os fatores de transcrição específicos que ligam a regiões regulatórias de vários genes nas células T e acentuam a atividade promotora e a transcrição dos genes. • Todos os fatores de transcrição devem ocupar sítios específicos presentes na região promotora de determinado gene, para que este gene seja expresso. • Os genes respondem a diferentes combinações de fatores de transcrição. Diferentes fatores de transcrição: NFAT – necessário para expressar genes de IL-2, IL-4, TNF-α e outras citocinas. Rejeição de aloenxertos – ciclosporina e FK-506 – bloqueia a transcrição de genes de LT bloqueando a calcineurina e não permitindo a translocação do NFAT para o núcleo. AP-1 – Composta de dímeros de duas proteínas que se ligam mutuamente. O mais bem caracterizado é o Fos-Jun, que envolve a transcrição do gene Fos e a fosforilação da proteína Jun pré-existente. A ativação de AP-1 representa um ponto de convergência de diversas vias de sinalização iniciadas pelo TCR. NF-ĸB – Fator de transcrição essencial para síntese de citocinas. Quando a célula está inativa, NF-ĸB está no citoplasma complexado a proteínas inibitórias (IĸBS).O sinal de TCR induz fosforilação da serina do IĸB através das IĸB-quinases. A fosforilação do IĸB é seguida pela inserção de múltiplas cópias de ubiquitina e a ubiquitinação leva à proteólise do IĸB no proteassomo, impedindo-o de inibir a translocação de NF-ĸB para o núcleo. Efeitos dos Co-Estimuladores nas Vias de Transdução de Sinais das Células T • Os sinais liberados pelos co-estimuladores aumentam a ativação dos fatores de transcrição. • Os co-estimuladores podem agir nas mesmas vias de atuação do TCR ou em vias distintas (não muito bem conhecidas). • B7-CD28 pode ativar a quinase e facilitar a troca de GTP no Ras, resultando na ativação da via MAP-quinase • Ativação de Vav e Rac por uma via independente. • CTLA-4 bloqueia fosforilação das cadeias ζ associadas ao TCR. • Resposta de Feedback CD28-B7/CD-28-CTLA-4. Agonistas Parciais e Peptídeos Antagonistas • Quando existem mudanças em alguns peptídeos de contato no TCR, podem ocorrer mudanças na indução da expressão de várias citocinas. • APLs – peptídeos com resíduos de contato ao TCR alterados e que despertam respostas diferentes do antígeno nativo. • Ativação parcial – mudança de peptídeos que induzem respostas menores do que a proteína nativa (Peptídeos agonistas parciais ou fracos). • Outros peptídeos variantes podem liberar sinais negativos para os LT, inibindo a resposta (Peptídeos antagonistas). • O resultado do reconhecimento do Ag pelo LT é influenciado pela qualidade da interação. • A duração do comprometimento do TCR-Ag pode ser determinante na resposta do LT: Agonistas fracos e peptídeos antagonistas- rápida dissociação. Peptídeo nativo – lenta dissociação. Importância das APLs - Ligantes Peptídicos Alterados - Representam um mecanismo pelo qual a ação de LT pode ser regulada em situações fisiológicas, patológicas ou terapêuticas. - Algumas APLs causam padrões distintos de fosforilação das tirosinas da cadeia ζ associadas ao TCR e induzem níveis mais baixos e prolongados de Ca2+ intracelular do que os peptídeos naturais dos quais eles foram derivados – permite análise dos eventos bioquímicos intracelulares induzidos pelas APLs e proporciona maiores esclarecimentos sobre o modo de atuação das vias de sinalização do TCR. Microrganismos podem alterar os própios peptídeos e não induzirem ativação do sistema imune do hospedeiro. Logo, APLs poderiam ser administradas para inibir respostas imunes indesejadas contra Ag definidos (doença auto imune).
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