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IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS, AÇUDE GAMELEIRA, ITAPIPOCA (CE)

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ 
DEPARTAMENTO DA ÁREA DE QUÍMICA E MEIO AMBIENTE 
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
JOSÉ JOSIAS TEIXEIRA VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NO ENTORNO DO AÇUDE 
GAMELEIRA, MUNICÍPIO DE ITAPIPOCA (CE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2017 
 
 
 
1 
 
 
JOSÉ JOSIAS TEIXEIRA VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NO ENTORNO DO AÇUDE 
GAMELEIRA, MUNICÍPIO DE ITAPIPOCA (CE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao 
Departamento da Área de Química e 
Meio Ambiente como requisito para a 
obtenção do título de tecnólogo em 
Gestão Ambiental. 
 
Orientador: Prof. Titular Adeildo 
Cabral da Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2017 
 
 
 
2 
 
 
JOSÉ JOSIAS TEIXEIRA VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NO ENTORNO DO AÇUDE 
GAMELEIRA, MUNICÍPIO DE ITAPIPOCA (CE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, Socorro e Sebastião 
(in memoriam), pela importância em 
minha educação e formação de 
caráter. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus primeiramente, por me proporcionar esta oportunidade de 
enriquecimento intelectual, e por estar presente em todos os momentos; 
A toda a minha família, pelo apoio aos estudos; 
Ao meu irmão e amigo Sebastião Júnior, por ser o maior incentivador ao longo 
de toda a minha vida estudantil, e pelo acompanhamento à realização das visitas 
de campo; 
Ao meu amigo Daniel Raulino, pela elaboração do mapa que contribuiu para 
tornar o trabalho mais didático; 
A todos os professores do IFCE, especialmente aos do Departamento da área 
de Química e Meio Ambiente, pelos ensinamentos e contribuições à minha 
formação de gestor ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tenho posto no Senhor 
continuamente diante de mim; por 
isso que ele está à minha mão direita, 
nunca vacilarei. 
 
 Salmos 16: 8 
 
 
 
 
6 
 
 
RESUMO 
 
 
O Estado do Ceará, em virtude de suas características geomorfológicas e 
climáticas, encontrou na técnica de armazenamento em açudes a garantia do 
abastecimento humano e promoção de atividades econômicas. Tais obras 
hídricas ocasionam impactos permanentes sobre as populações, fauna, flora, 
solos e suas construções devem estar fundamentadas em significativos retornos 
sociais. O açude Gameleira foi construído na bacia hidrográfica do rio Mundaú, 
tendo como principal objetivo suprir a demanda hídrica de seus municípios 
vizinhos, em especial, Itapipoca, a segunda maior cidade pertencente à bacia do 
Litoral, no Ceará. Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH, 2017), o 
supracitado açude possui capacidade para 52,6 milhões de m³ e atualmente 
desponta como o segundo maior reservatório da região litoral oeste. Gerenciado 
pela COGERH (Companhia de Gestão de Recursos Hídricos), teve suas obras 
iniciadas em 2007 e finalizadas em 2013. O presente trabalho visa apresentar um 
estudo de caso do açude Gameleira, importante reservatório da cidade de 
Itapipoca-CE, caracterizando os principais impactos ambientais constatados em 
seu entorno. Como metodologia de avaliação de impactos foram utilizados os 
métodos ad hoc e Matrizes de interações (Leopold). Embora se tenha verificado 
na avaliação in loco impactos antrópicos de baixas magnitudes, no entanto, estes 
poderão tornar-se significativos em um curto espaço de tempo. O resultado da 
investigação contribuirá então para subsidiar políticas públicas futuras na gestão 
do açude, com o objetivo primordial de prevenir e minimizar impactos ambientais 
e hídricos indesejáveis. 
 
 
Palavras chave: açude Gameleira, impacto ambiental, recursos hídricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
ABSTRACT 
 
The State of Ceará, because of geomorphological and climatic characteristics, 
became dependent on reservoirs to guarantee the human supply and promotion 
of economic activities. Such dams cause permanent impacts on the populations, 
fauna, flora, soils and their constructions must be based on significant social 
returns. The Gameleira dam was built in the watershed of the mundaú river, with 
the main purpose of supplying the water demand of its neighboring municipalities, 
especially Itapipoca, the second largest city in the Ceará basin. According to the 
Secretariat of Water Resources (SRH), the aforementioned reservoir has a 
capacity of 52.6 million m³ and currently stands as the second largest reservoir 
in the western coast region, in Ceará. Managed by COGERH (Water Resources 
Management Company), its work began in 2007 and was completed in 2013. The 
present work aims to present a case study of the Gameleira dam, an important 
reservoir in the city of Itapipoca-CE, characterizing the main environmental 
impacts Their surroundings. Leopold's ad hoc and matrix methods were used as 
impact assessment methodologies. Although anthropogenic impacts of low 
magnitudes have been verified in the on-site assessment, however, they may 
become significant in a short period of time. The result of the research will 
contribute to subsidize future public policies in the management of the dam, with 
the primary objective of preventing and minimizing undesirable environmental 
and water impacts. 
 
 
 
 
Key words: Gameleira Dam, environmental impact, water resources. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 9 
1.1. Impactos nas fases de construção e operação de açudes ................. 10 
2. OBJETIVOS ............................................................................................. 12 
2.1. Geral .................................................................................................. 12 
2.2. Específicos......................................................................................... 12 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 13 
3.1. O açude Gameleira e o abastecimento de água na cidade de 
Itapipoca/CE ................................................................................................ 13 
3.2. Caracterização da população e demanda de abastecimento ............. 14 
3.3. Metodologias de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) ................. 16 
3.4. Metodologias ad hoc e Matrizes de Interações (Leopold et al) ........... 18 
3.5. Legislação brasileira e estudos de impactos no Nordeste e no Brasil 19 
3.6. Relatório de Impactos Ambientais (RIMA) do açude Gameleira......... 21 
3.6.1. Plano de Controle e Monitoramento Ambiental ............................ 22 
3.7. Problemas noticiados na agrovila do Gameleira ................................ 23 
4. METODOLOGIA ...................................................................................... 24 
4.1. Análise de impacto ambiental e área de estudo ................................. 24 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 27 
5.1. Áreas com baixos impactos ............................................................... 29 
5.2. Criação de animais e cercas na área da Bacia Hidráulica do Gameleira
 31 
5.3. Residências próximas ao açude ......................................................... 33 
5.4. Prática da agricultura de sequeiro nas proximidades do Gameleira ... 34 
5.5. Piscicultura extensiva ......................................................................... 35 
5.6. Resultados da análise ad hoc e Matriz de Leopold ............................ 37 
6. CONCLUSÃO .......................................................................................... 42 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O Estado do Ceará tem aproximadamente 92% do seu território 
inserido no clima semiárido, que apresenta como características temperaturas 
médias anuais entre 26 e 28°C, insolação superior a 3.000 horas/ano, 
precipitações anuais abaixo de 800 mm (milímetros), solos com baixa 
profundidade e predominantemente cristalinos (BRASIL, 2005). Desta maneira, 
em uma região com tais peculiaridades, os açudes são importantes para o 
gerenciamento dos recursos hídricos, pois acumulam água no período chuvoso, 
garantindo o abastecimento em épocas de escassez bem como geração de 
renda. 
Conforme VIEIRA (2003), a gestão hídrica nas regiões áridas e 
semiáridas é mais necessária devido à escassez de reservas naturais, à 
irregularidade, no tempo e no espaço das precipitações e escoamentos 
superficiais. O Ceará, portanto, é dependente de suas reservas superficiais para 
o suprimento das demandas hídricas das populações. Para CIRILO (2008), a 
região semiárida está sujeita à altas perdas por evaporação, da ordem de 2.500 
mm anuais, o que representa um risco para a política de acumulação de águas, 
especialmente para os pequenos açudes, que não suportam os efeitos de secas 
prolongadas. 
A construção de barragens no Ceará está intimamente ligada à 
escassez. Relatos de impactos sociais causados pela seca no Estado são de 
conhecimento desde o período colonial. Entretanto a percepção de que era 
necessária uma política específica de convívio com tal especificidade veio 
apenas após os desastres ocasionados pela estiagem que se estendeu de 1877 
a 1879, conforme (CAMPOS, 2014). Durante o século XIX surgem as primeiras 
obras de barragens, como a do açude Cedro, em Quixadá. A literatura 
Nordestina, e em especial a cearense, aborda as consequências sociais 
acarretadas por períodos de estiagem, a exemplo do livro O Quinze, da escritora 
cearense Rachel de Queiroz. 
Segundo a SRH (2017), o Ceará possui atualmente 246 açudes 
públicos monitorados pela COGERH, com obras executadas pelo DNOCS 
(Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e SOHIDRA 
 
 
 
10 
 
 
(Superintendência de Obras Hidráulicas). Deste total, (114) foram construídos no 
período dos últimos 40 anos (1976-2016), o que representa um número 
considerável (SRH 2017). O supracitado órgão classifica como açudes de 
grande porte aqueles que possuem capacidades entre 75 e 750 milhões de m³. 
Percebe-se também que, dos 25 açudes com esta característica, 19 foram 
construídos no período citado. Destes dados, é notório que a política de 
construção de açudes se intensificou consideravelmente nas últimas décadas. 
Esta característica também se aplica ao objeto de estudo deste trabalho, o Açude 
Gameleira, na Bacia do Litoral, no Estado do Ceará, um reservatório de médio 
porte que está entre os dez de construção mais recente no Estado. 
 
1.1. Impactos nas fases de construção e operação de açudes 
 
A legislação brasileira, por meio da Resolução N° 001, de 1986 do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em seu Artigo 1°, define 
impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas 
e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou 
energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente (...)” 
(BRASIL, 1986). De modo mais detalhado, a Resolução discrimina os efeitos dos 
impactos ambientais no meio ambiente, em especial, com efeitos negativos 
sobre: 
 
I- a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais. (BRASIL, 1986) 
 
Obras hídricas afetam os ecossistemas nas zonas de influência direta 
dos projetos, requerendo também o reassentamento das populações. Tais 
famílias precisam abandonar suas residências, atividades econômicas, suas 
culturas, entre outros aspectos, por imposição da instalação da atividade. Neste 
sentido, GOMES & KHAN (2005), em estudo sobre os impactos sociais advindos 
 
 
 
11 
 
 
das obras do açude Castanhão, o maior do Brasil, constataram a realocação 
compulsória de cerca de 12 mil pessoas, o que implicou na construção de uma 
nova cidade. Impactos sociais são irreversíveis, pois agregam consigo a 
identidade dos habitantes com a cidade, o que acaba dificultando a realocação. 
Todavia, após as mudanças, as famílias apresentaram avanço no índice de 
qualidade de vida (IQV), em relação ao índice registrado anteriormente, sendo a 
educação, saúde e saneamento os fatores que mais contribuíram para esta 
melhoria. Deste modo, é necessário realizar uma análise entre a escolha da área 
para a construção do reservatório e as consequências e benefícios que serão 
gerados, visando que os aspectos positivos que serão gerados prevaleçam 
sobre os negativos. 
Dependendo de seu porte e localização, os impactos causados pelas 
construções dos açudes podem ser maiores ou menores. Reservatórios 
afastados de centos urbanos tendem a provocar menores impactos sociais, 
todavia, estudos detalhados são sempre necessários. 
Desta maneira, este trabalho se justifica pela necessidade de um 
diagnóstico das principais atividades impactantes no entorno do açude 
Gameleira, ou que venham a impactar em um futuro próximo. Mesmo que não 
sejam constatados impactos significativos (o que é provável devido ao fato do 
reservatório ser de construção recente, e estar alocado em uma área pouco 
propícia a provocar impactos), o estudo se torna importante por oferecer 
subsídios para a tomada de decisões que visem a proteção do local. Uma revisão 
de estudos semelhantes realizados na região do Nordeste, inclusive no Ceará, 
constata que são frequentes os impactos ambientais de origem antrópica em 
reservatórios de abastecimento. Observou-se que tais análises ocorrem após a 
área possuir um certo grau de ocupação antrópica, sendo de difícil aplicação as 
medidas propostas visando preservar ou restaurar as condições ideais de 
qualidade e biodiversidade. Objetivando realizar um levantamento dos aspectos 
socioambientais de alguns reservatórios, desta forma, propiciar ações voltadas 
à gestão ambiental destes SRH, COGERH e Banco Mundial elaboraram o 
Inventário Ambiental de açudes. Entretanto, o açude Gameleira não foi 
contemplado em tal estudo. Após as análises, constatou-seque o objeto de 
estudo possui as condições ideais de proteção do meio ambiente, sendo 
 
 
 
12 
 
 
necessário implementar atividades sustentáveis para que esta condição 
prevaleça. 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. Geral 
 
Identificar e analisar os impactos ambientais negativos causados pela ação 
antrópica no açude Gameleira, em Itapipoca, Ceará. 
 
2.2. Específicos 
 
Utilizar as metodologias ad hoc e Matriz de Interação (Leopold) como 
instrumentos para a identificação e análise dos principais impactos ambientais 
constatados no entorno do reservatório; 
 
Avaliar o reservatório do ponto de vista socioambiental, realizando um paralelo 
entre os benefícios advindos de sua construção e os impactos causados ao meio 
ambiente e social. 
 
Apresentar propostas de gestão ambiental e hídrica no empreendimento, 
visando a proteção dos recursos a longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
3.1. O açude Gameleira e o abastecimento de água na cidade de 
Itapipoca/CE 
 
O açude Gameleira foi construído na bacia hidrográfica do rio 
Mundaú, Ceará, tendo como principal objetivo suprir a demanda hídrica de seus 
municípios vizinhos, em especial, Itapipoca, a segunda maior cidade pertencente 
à bacia do Litoral. O açude supracitado tem capacidade para 52,6 milhões de m³ 
e atualmente desponta como o segundo maior reservatório da região litoral oeste 
SRH (2017). Antes da construção deste reservatório, o município de Itapipoca 
era abastecido por dois mananciais, o Poço Verde (13,5 milhões de m³ de 
capacidade; construído em 1955) e o Quandu (4,0 milhões de m³ de capacidade; 
construído em 1990) SRH (2017). 
Gerenciado pela COGERH, o açude Gameleira teve suas obras 
iniciadas em 2007 e finalizadas em 2013. Quatro anos depois alcançou sua 
capacidade máxima de armazenamento (SRH, 2017). Este fato foi histórico para 
a região que mesmo atravessando um período de anos consecutivos de 
estiagem, pôde contar com as águas deste reservatório para seu abastecimento. 
As principais características técnicas do açude da Gameleira são 
dadas na tabela 1 a seguir: 
 
Tabela 1: Principais indicadores hídricos do Açude Gameleira, Itapipoca: 
 
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS VALOR 
Capacidade (hm³) 52,6 
Bacia Hidrográfica (km²) 519,7 
Vazão Regularizada (m³/s) 0,1 
 
Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos, 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3.2. Caracterização da população e demanda de abastecimento 
 
A população do município de Itapipoca cresceu muito nas últimas 
décadas, fato este evidenciado na primeira década do século XXI, quando em 
2010 a população obteve um crescimento da ordem de 23%, comparado ao 
último censo do IBGE, superando, pela primeira vez, a marca dos 100 mil 
habitantes. O censo de 2010 revelou que naquele ano a população total de 
Itapipoca era superior a 116 mil habitantes, sendo sua maioria (cerca de 60%) 
residente na zona urbana (IBGE, 2016). O crescimento populacional acelerado 
da população originou uma demanda por água nunca vista na cidade, o que 
exigiu a construção de mais um reservatório. 
Conforme noticiado no jornal Tribuna do Ceará (2013) a cidade 
enfrentou um colapso de abastecimento de água no ano citado. Desta forma, é 
evidente que a oferta hídrica não havia seguido a tendência do crescimento 
populacional, pois segundo o jornal O POVO (2012), com base no censo 2010 
do IBGE, esta cidade tornou-se a sétima mais populosa do Estado. Após a 
operação do Gameleira, esta situação não voltou a ocorrer, pois ao longo dos 
últimos quatro anos foi armazenado um volume favorável de água, contrastando 
com situações de calamidades hídricas existente em muitos municípios do 
Ceará. A figura a seguir apresenta um gráfico com o histórico de armazenamento 
no último ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Volume armazenado no açude Gameleira no período fevereiro 2016 a 
janeiro de 2017. Imagem de 24/02/2017. 
 
 
Fonte: FUNCEME, 2017 
 
Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos 
Hídricos do Ceará (FUNCEME, 2017), o volume armazenado em reservatórios 
no Estado, na época da realização da pesquisa, era de apenas 6,5 %. Conforme 
o supracitado órgão, em fevereiro de 2017, 133 açudes, de um total de 246 
monitorados pela COGERH, estavam com volumes inferiores a 30%. Neste 
mesmo período, a bacia do Litoral, na qual o açude Gameleira se insere, possuía 
31,43% de sua capacidade total de armazenamento, sendo o maior volume 
acumulado dentre as doze bacias hidrográficas do Ceará. Esta comprovação 
pode ser confirmada pelo volume do açude Gameleira, 65,7% da capacidade 
hídrica total, no período de realização dos estudos. FUNCEME (2017). 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
3.3. Metodologias de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) 
 
 Segundo a Associação Internacional de Avaliação de Impactos 
(IAIA,2017) organização internacional voltada para a gestão ambiental, a 
Avaliação de Impacto define-se como um processo de identificação das 
consequências futuras resultantes de uma ação atual ou proposta. SÁNCHEZ 
(2007) afirma que a avaliação de impactos ambientais (AIA) é um mecanismo 
potencialmente eficaz de prevenção do dano ambiental e promoção do 
desenvolvimento sustentável. 
 CARVALHO, LIMA (2010) e OLIVEIRA, MOURA (2009), 
descreveram as principais metodologias de AIA utilizados. O primeiro descreveu 
os mais utilizados em obras hidrelétricas, e o segundo, os mais utilizados no 
Ceará. Ambos enumeraram metodologias semelhantes. O quadro 1 a seguir 
aborda sucintamente cada uma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
Quadro 1: Principais metodologias de Avaliação de Impactos Ambientais utilizadas na literatura: 
 
Tipo de metodologia Características Vantagens Referência 
Espontânea (Ad hoc) 
Conhecimento 
empírico 
AIA simples e objetiva. 
OLIVEIRA, MOURA 
(2009). 
Lista de verificação 
(Check list) 
Identificação e 
enumeração de 
impactos. 
Emprego imediato na 
avaliação quantitativa 
de impactos. 
 
 
OLIVEIRA, MOURA 
(2009). 
Rede de interações 
(Net works) 
Relações de 
procedência entre 
ações praticadas e 
seus efeitos. 
Indicam tendências nos 
impactos ambientais 
 
 
OLIVEIRA, MOURA 
(2009). 
Metodologia 
Quantitativa 
Associação de 
valores aos 
aspectos qualitativos 
oriundos de uma 
AIA. 
Abordagem 
sistemática, holística e 
hierarquizada do meio 
ambiente. 
 
 
CARVALHO, LIMA 
(2010). 
Modelo de simulação 
Interações entre 
causas e efeitos de 
determinadas ações. 
Utilização mesmo após 
a construção de um 
projeto. 
 
OLIVEIRA, MOURA 
(2009). 
Mapas de 
superposição (Overlay 
maping) 
Sobreposição de 
mapas temáticos. 
Abordagem de 
dimensões espaciais. 
 
CARVALHO, LIMA 
(2010). 
Matrizes de Interações 
(Leopold et al) 
Interações entre os 
componentes do 
projeto e os 
elementos do meio. 
Abordagem dos meios 
físicos, bióticos, 
socioeconômicos 
envolvidos. 
OLIVEIRA, MOURA 
(2009). 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
3.4. Metodologias ad hoc e Matrizes de Interações (Leopold et al) 
 
O presente trabalho abordará as metodologias Ad hoc e Matrizes de 
Interações (Leopold et al) para a identificação dos impactos. 
Conforme CARVALHO,LIMA (2010), a metodologia ad hoc 
(Metodologia espontânea) é de baixo custo e facilmente compreensível pelo 
público, além de ser indicada para estudos com escassez de dados. Como 
desvantagem apresenta subjetividade em seus resultados, pois não realiza uma 
análise das intervenções e análises ambientais envolvidas. Segundo MARTINS 
(2014), não permite identificar impactos indiretos e de segunda ordem. 
A matriz de interação, segundo SÁNCHEZ (2008) resulta dos 
trabalhos de Leopold et al no serviço geológico dos Estados Unidos, por isso 
sendo também conhecida como matriz de Leopold. Compõe-se por duas listas, 
dispostas no formato de linhas e colunas, sendo que em uma delas são 
elencadas todas as ações ou fatores constituintes do empreendimento 
analisado, e em outra, os elementos dos sistemas ambientais. Para MARTINS 
(2014), esta metodologia procura associar os impactos de uma determinada 
ação com as diversas características ambientais de sua área de influência. 
Compete ao analista ponderar as inter-relações causadas pelas ações sobre os 
fatores ambientais. Originalmente, a matriz listava cem ações humanas 
impactantes, e 88 fatores ambientais vulneráveis a sofrer impactos, desta forma 
sendo possíveis 8.800 interações. (SÁNCHEZ, 2008). Devido à dificuldade em 
trabalhar com tantas interações, é possível adaptá-las de acordo com cada tipo 
de estudo, desta forma trabalhando-se com um número reduzido de interações. 
(SOUSA et al, 2011). Conforme OLIVEIRA, MOURA (2009), a avaliação do 
impacto como positivo ou negativo é empírica, enquanto que a ponderação, que 
consiste em determinar o grau do impacto causado sobre o meio é subjetiva, o 
que representa uma desvantagem desta metodologia. O referido trabalho 
baseou-se nos estudos de BONFIM (2013), por realizar um estudo no Ceará, e 
por permitir determinação dos impactos significativos, e sua importância relativa, 
conforme SÁNCHEZ (2008). 
 
 
 
 
 
19 
 
 
3.5. Legislação brasileira e estudos de impactos no Nordeste e no 
Brasil 
 
A Avaliação de Impacto Ambiental é uma importante ferramenta na 
gestão ambiental, segundo SÁNCHEZ (2008). Foi introduzida no Brasil a partir 
do modelo norte-americano, criado em 1970, a Lei de Política Nacional do Meio 
Ambiente dos Estados Unidos (NEPA). O mesmo autor descreve que a primeira 
lei brasileira voltada para o meio ambiente veio em 1934, ano de criação do 
Código de Águas. Atualmente, a Política Nacional do Meio Ambiente, criada em 
1981, regulamenta as questões de proteção dos recursos naturais. 
BEZERRA et al. (2016) realizaram um estudo visando a identificação e 
caracterização qualitativa dos impactos ambientais no entorno do açude de 
Lagoa Seca/PB. Para este fim, utilizaram as metodologias espontânea (ad hoc) 
e listagem descritiva (Check list). Constataram a ausência de mata ciliar, 
ocorrência de plantações, sendo utilizada para irrigação a água do próprio 
manancial, lançamentos de esgotos in natura, criações de animais e descarte de 
lixo. Caso esta forte pressão antrópica se mantenha, o uso da água com 
qualidade será prejudicado nos próximos anos (BEZERRA et al, 2016). 
 SOARES et al (2009) realizaram um estudo em um perímetro irrigado 
no município de Condado/PB. Constataram atividades de usos e ocupações dos 
solos no entorno do reservatório que estavam ocasionando degradação 
ambiental, prejudiciais à qualidade da água, portanto aos diversos usos, em 
especial a atividade de irrigação. O agravante de tal situação decorre da extinção 
da equipe de técnicos no local, que auxiliavam os agricultores no correto manejo 
dos solos. Como principais impactos ambientais, evidenciaram a degradação da 
mata ciliar no entorno do açude, aliada à queimadas, ao uso de técnicas 
ultrapassadas de irrigação, que resultam em um solo salino, ao assoreamento, 
à eutrofização entre outros. No mesmo Estado, MARIANO (2011), seguiu uma 
abordagem diferente, ao avaliar a construção da barragem Mucutú, situada no 
município de Juazeirinho, como uma alternativa de convivência com a seca na 
região. Dedicando uma seção de seu estudo à avaliação de impactos, este autor 
constata que a referida obra ocasionou aspectos positivos e negativos para as 
populações e para os recursos naturais. Como positivos, pode-se citar o fato de 
o empreendimento trazer benefícios socioeconômicos, como o abastecimento 
 
 
 
20 
 
 
de água em seis municípios e geração de renda. Em contrapartida, impactos 
negativos constatados resultam em prejuízos à fauna, flora e aos solos. Ambos 
os trabalhos citaram os problemas causados pelo desperdício de água na 
irrigação, a erosão e o desmatamento. MARIANO (2011) explora a questão do 
gerenciamento dos recursos hídricos, relatando a importância deste para o 
desenvolvimento econômico e social da região, amenizando a escassez e 
evitando conflitos pelo uso. 
A Matriz de Leopold é uma das ferramentas mais utilizadas para a 
elaboração de Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e seus respectivos 
Relatórios de Impactos Ambientais (RIMA), conforme SILVA, MORAES (2012). 
Tal método foi utilizado por MARTINS (2014), ao analisar os impactos ambientais 
decorrentes da urbanização na bacia hidrográfica do córrego Grotão, em 
Ceilândia (DF). A autora constatou, na fase de construção, que compreendeu o 
início das ocupações desordenadas no córrego, 170 impactos no total, dos quais 
13 eram positivos, 80 negativos e 77 neutros. Na situação atual do estudo, após 
a consolidação da ocupação antrópica, foram detectados 416 impactos no total, 
dos quais 87 positivos, 129 negativos e 200 neutros. Diante deste quadro, a 
autora afirmou que a transformação do local de zona rural para 
predominantemente urbana, acarretou mais condições adversas que benéficas 
para as populações. 
BONFIM (2013) se propôs a avaliar os impactos ambientais e a 
qualidade das águas no rio Poti, na cidade de Crateús (CE). A autora verificou 
condições de degradação do corpo hídrico, concluindo que a expansão urbana 
cada vez mais acelerada acarretou desmatamentos na Área de Preservação 
Permanente do rio, lançamento de efluentes domésticos, criações de animais 
nas margens entre outras atividades. Como aspectos positivos, são realizadas 
ações de coletas de resíduos sólidos e arborização da cidade. A citada autora 
concluiu que maioria dos impactos no campo de estudo possuiam característica 
mediana, desta forma sendo possível implementar práticas mitigadoras que 
visassem preservar o meio ambiente local. Pode-se perceber, em estudos e 
pesquisas envolvendo a Matriz de Leopold aplicada a impactos ambientais em 
corpos hídricos, que a maioria das áreas contempladas se apresentam 
 
 
 
21 
 
 
consolidadas, no sentido de sofrerem ocupações ao longo de um período 
considerável de tempo. 
 
3.6. Relatório de Impactos Ambientais (RIMA) do açude Gameleira 
 
Os estudos referentes ao Gameleira foram elaborados em 2003, 
sendo organizados em sete módulos. SRH (2003). O Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA) corresponde ao segundo. Nos objetivos da construção é 
mencionado a melhoria da qualidade de vida das populações rurais e urbanas, 
justificada pelo abastecimento público; o desenvolvimento econômico da região, 
a diminuição de incidência de vetores de doenças, consequentemente de 
endemias e epidemias. Outra questão abordada é a perenização do rio Mundaú 
à jusante do açude Gameleira. 
A referida obra também ocasionou impactos de natureza social, que 
se estenderam na zona de influência direta do empreendimento, ou seja, a área 
da bacia hidráulica, conforme RIMA (2003): 
 
Área a ser desapropriada: 1992,29 ha; 
Número de propriedades:78; 
Número de moradores: 63. 
 
Tais famílias inseriam-se em sua totalidade no meio rural. Como ação 
mitigadora para tal situação, o relatório propôs a construção de uma agrovila 
para o reassentamento das famílias. 
Relacionado a avaliação da Matriz de Leopold, identificou-se 393 
impactos efetivos ou previsíveis para a área de influência direta do açude. 
Destes, 253 (ou 64,4%), obtiveram o caráter benéfico, enquanto 140 (ou 35,6%), 
caráter adverso (RIMA, 2003). Além do atributo caráter, a Matriz abordou os 
atributos magnitude, importância e duração. A síntese dos atributos é abordada 
na figura 2 a seguir. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Figura 2: Atributos avaliados no RIMA do açude Gameleira, Itapipoca, 2003. 
 
 
Fonte: RIMA, 2003. 
 
A construção do reservatório, apesar de apresentar, no geral, caráter 
benéfico, modificou de forma irreversível o ecossistema local. Deste modo, o 
Relatório de Impactos Ambientais apresenta o Plano de Controle e 
Monitoramento Ambiental, que são alternativas cujo objetivo é minimizar as 
adversidades e maximizar os benefícios, ou seja, são ações direcionadas aos 
meios físico, biótico e antrópico, visando preservar e/ou recuperar a 
biodiversidade local. O subtópico abaixo descreve ações para compor o referido 
plano, especialmente as ações mitigadoras sobre a fauna e flora. 
 
3.6.1. Plano de Controle e Monitoramento Ambiental 
 
O RIMA (2003) aborda em seu Plano de Controle e Monitoramento 
Ambiental as medidas que devem ser tomadas antes, durante e após as obras 
do açude Gameleira, visando mitigar os impactos socioambientais e conservar 
os recursos naturais. Entre outros aspectos, é abordada a questão do 
desmatamento racional, o manejo da fauna e flora e proposta da Área de 
Preservação Permanente para o manancial. 
 
 
 
23 
 
 
O desmatamento racional deve ser executado após o conhecimento 
ambiental prévio da área. Compreendeu como ações o diagnóstico florístico da 
área da bacia hidráulica, formação de um banco genético de plantas, definição 
da área e métodos de desmatamento, alternativas de escape para a fauna, 
delimitação de uma APP, proteção ao trabalhador, aproveitamento de recursos 
florestais. Aspecto de relevante interesse para a proteção ambiental, a APP 
proposta foi de 100 metros de largura, tendo a área de 674,92 ha (hectares), que 
representa a diferença entre a área a ser desapropriada (1992,29 ha) e a área 
correspondente à cota de sangria máxima do açude (1.317,37 ha). (RIMA, 2003). 
A formação do banco genético visou o conhecimento das plantas da região, bem 
como a determinação das melhores espécies para utilização no reflorestamento 
das áreas do entorno do açude Gameleira. As coletas compreenderam folhas, 
frutas, sementes e posteriormente enviadas a um herbário (RIMA, 2003). A área 
de escape da fauna diz respeito a desmatar de forma a oferecer condições de 
fuga para os animais. Para isto, é fundamental evitar áreas onde estes venham 
a ficar encurralados. 
 
3.7. Problemas noticiados na agrovila do Gameleira 
 
Segundo BARROS, AFIUNE (2015), as pessoas que foram 
assentadas na agrovila Gameleira são submetidas a condições muitas vezes 
sub-humanas, sem água de qualidade e energia elétrica. Segundo os autores, 
são 91 famílias no local. Por ser um projeto financiado pelo Banco Mundial, esta 
instituição deve comprometer-se em assegurar às populações reassentadas 
condições de salubridade. Entretanto, os moradores relataram a utilização de 
água salgada para satisfazerem suas necessidades diárias, pois o 
dessalinizador teria de ser utilizado de forma reduzida, pelas dificuldades em sua 
manutenção. Os moradores mostraram-se insatisfeitos, e há o desejo de que a 
obra hídrica não tivesse sido concretizada, pois antes havia uma adaptação ao 
meio, de modo que o rio garantia o abastecimento durante parte do ano, e em 
épocas de seca, fazia-se escavações de cacimbas (BARROS, AFIUNE 2015). 
 
 
 
 
24 
 
 
4. METODOLOGIA 
4.1. Análise de impacto ambiental e área de estudo 
 
A primeira etapa deste trabalho compreendeu uma revisão 
bibliográfica de estudos semelhantes na região Nordeste e do Brasil que se 
propuseram a elaborar AIA em reservatórios de abastecimento público, utilizando 
ou não tais métodos. Desta forma, objetiva-se fundamentar o trabalho, 
observando se o açude alvo deste estudo possui as mesmas situações de outros 
reservatórios de abastecimento, e a partir de impactos constatados, propor 
medidas para serem implementadas, visando evitar prejuízos aos usos e meio 
ambiente a longo prazo. 
A segunda etapa consistiu na realização de documentação fotográfica 
in loco, nos dias 24 de dezembro de 2016 e 5 de fevereiro de 2017. O objetivo 
foi a análise de intervenções antrópicas negativas. 
 Posteriormente, ocorreu a exposição dos resultados do trabalho por 
meio de duas metodologias de análises de impactos, ad hoc (espontânea) e 
Matriz de Interação (Matriz de Leopold). 
O método ad hoc foi utilizado por SILVA et al (2014), em estudo 
semelhante realizado no açude Padre Ibiapina, localizado no município de 
Princesa Isabel (PB). 
A Matriz de Leopold foi adaptada de metodologia utilizada por 
BONFIM (2013). Tal autora realizou uma análise de impacto ambiental e de 
qualidade da água no rio Poti, cidade de Crateús (CE), utilizando uma escala 
que permite classificar os impactos em benéficos ou adversos, bem como suas 
respectivas magnitudes. A matriz foi organizada de forma que os impactos sobre 
os meios físico, biológico e antrópico ficassem alocados no eixo vertical, 
enquanto os fatores ambientais constatados, no eixo horizontal. A ponderação 
segue a escala de 1 a 3, sendo que o número 1 aplica-se a baixo impacto, 2 para 
médio, 3 para alto, podendo também ocorrer a forma indeterminada. Isto ocorre 
de forma análoga para os casos de impactos negativos, mudando-se o sinal. 
Conforme BRAGA et al (2005) a utilização de indicadores que quantificam ou 
qualificam os impactos ambientais é passível de riscos, mas torna possível a 
interpretação das ações humanas como sendo benéficas ou adversas. 
 
 
 
25 
 
 
A área de estudo compreendeu os municípios de Trairi e Tururu, por 
representar a área mais povoada, portanto mais propensa a provocar impactos, 
e pela viabilidade de acesso. Este ocorreu de duas formas, pela CE-168, sentido 
Centro de Itapipoca – Distrito do Barrento, sendo necessário percorrer um 
pequeno trecho não pavimentado até o sangradouro do açude. A outra forma de 
acesso ocorreu pela BR-222, sentido Fortaleza - Sobral, até o município de 
Umirim, a partir dele seguindo na BR-402 até o município de Tururu. 
Posteriormente, percorreu-se a estrada Tururu – Cemoaba. Nesta área é 
possível visualizar a entrada do rio Mundaú no Gameleira. 
A área de estudo foi dividida em 6 pontos, que foram visitados para a 
verificação de ações antrópicas impactantes. Tais pontos são indicados na figura 
a seguir. 
 
 
Figura 3: Localização dos pontos visitados no açude Gameleira, Itapipoca 
(CE), durante a realização da pesquisa. Imagem de 05/02/2017. 
 
 
 
Fonte: Adaptado do Google Map, 2016. 
 
 
 
26 
 
 
 
A localização geográfica do açude compreende os municípios de 
Itapipoca, Trairi e Tururu, litoral oeste do Estado do Ceará, distante 
aproximadamente 23 km da sede municipal de Itapipoca. O barramento ocorre 
no rio Mundaú, nas proximidades da localidade Gameleira, pertencente a 
Itapipoca. O sangradouro apresenta as coordenadas 3° 22’ 19,27” S (Latitude) e 
39° 29’ 27,32” O (Longitude). A figura a seguir mostra a localização geográficado açude. A elaboração do mapa ocorreu através do SIG (Sistema de informação 
geográfica) Quantum GIS. 
 
 
Figura 4: Localização geográfica do açude Gameleira, Itapipoca. 
05/02/2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Raulino, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Após a visita in loco, constatou-se a existência de impactos 
ambientais no reservatório. No entanto, estes são de pequenas magnitudes, 
certamente pelo fato do reservatório ser recente, desta maneira não sendo ainda 
uma área atrativa a povoamentos. Outro fator que evidencia a constatação 
anterior decorre da localização do açude na zona rural, onde antes existiam 
pequenas comunidades, que mantinham suas atividades ligadas direta ou 
indiretamente ao rio Mundaú. Os impactos ambientais constatados, apesar de 
não estarem presentes em grande número, requerem atenção, pois são indícios 
que as pressões antrópicas poderão ficar significativas dentro de um curto 
período de tempo. Estas intervenções estão indicadas esquematicamente na 
figura 5 a seguir. Apesar de a maioria apresentar aspecto negativo atualmente, 
observou-se que tais atividades podem ser coibidas ou realizadas de maneiras 
sustentáveis. Ocorre também atividades de lazer, que não resultam em grandes 
impactos. Ressalta-se que a área de estudo compreendeu a região pertencente 
aos municípios de Trairi e Tururu, devido ao acesso ter ocorrido por uma estrada 
que circunda os territórios dos citados municípios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Figura 5: Principais atividades constatadas na área de estudo, 
municípios de Trairi e Tururu. Imagem de 24/12/2016: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de SRH, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
5.1. Áreas com baixos impactos 
 
A área de estudo apresenta-se com a maior parte de sua vegetação 
preservada, indicando que não ocorreram intervenções antrópicas significativas. 
A vegetação em APP (Área de Preservação Permanente), apresenta benefícios 
para o rio, como a mitigação de processos erosivos, preservação da 
biodiversidade e proteção da qualidade das águas. MELO & ATHAYDE JR (2013) 
realizaram um estudo propondo a criação de uma APA (Área de Proteção 
Ambiental) na área do entorno do reservatório que abastece a Região 
Metropolitana de João Pessoa. Evidenciaram que ações antrópicas impactantes 
nas bacias hidrográficas dos mananciais afetam negativamente a qualidade 
física, química e biológica da água, além de sua vazão, comprometendo os usos, 
representando um risco à saúde das populações que consomem ou tenham 
contato direto com essa água. As figuras 6 e 7 mostram áreas preservadas, nos 
municípios de Trairi e Tururu, respectivamente, e a figura 8 mostra o percurso do 
rio Mundaú, a jusante do açude. 
 
Figura 6: Área preservada, município de Trairi. 24/12/2016: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
Figura 8: Àrea preservada, município de Tururu. 05/02/2017: 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
Figura 8: Rio Mundaú, a jusante do Gameleira, Trairi. 
24/12/2017. 
 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
5.2. Criação de animais e cercas na área da Bacia Hidráulica do 
Gameleira 
 
A Legislação brasileira, através da Política Nacional de Recursos 
Hídricos, em seu artigo 1°, inciso III, estabelece que, em épocas de escassez, o 
abastecimento humano e a dessedentação de animais constituem os usos 
prioritários dos recursos hídricos. (BRASIL,1997). O Código Florestal Brasileiro 
(Lei 12651), em seu artigo 9°, estabelece a permissão de acesso de animais em 
Áreas de Proteção Permanente, desde que os impactos ambientais gerados não 
sejam consideráveis. (BRASIL, 2012). 
 A criação de gado confinado na área da bacia hidráulica de açudes é 
prática comum nos reservatórios do Ceará. Os criadores utilizam-se dos açudes 
para a dessedentação de seus animais, principalmente durante épocas 
escassas, muitas vezes por estes representarem as únicas fontes disponíveis, 
pois acumulam volumes de água por períodos consideráveis, utilizadas também 
para a prática da agricultura de vazante. No caso do Gameleira, seu entorno 
apresenta vegetação atrativa para os animais, permitindo a permanência por 
longos períodos. Os cercamentos de áreas no entorno do açude é um indicativo 
da existência de propriedades privadas, que com o passar dos anos podem se 
expandir. Conforme CRISPIM et al (2013), a criação de bovinos e outros animais 
no entorno dos reservatórios causam o mau odor consequente das fezes, a 
proliferação de vetores e surgimento de micro-organismos patogênicos e 
poluição da água. Caso esta atividade cresça de forma gradativa, e sem nenhum 
planejamento, poderá ser verificado o mesmo que RODRIGUES et al (2008). 
Segundo estes autores, a agropecuária é grande responsável pela geração de 
nutrientes no solo, principalmente o Fósforo. Para BARRETO et al (2013), este 
elemento, juntamente com o Nitrogênio, quando presentes em grandes 
quantidades nos corpos hídricos, provocam o enriquecimento do meio, 
acelerando o processo de eutrofização. A figura 9 mostra a criação de animais, 
enquanto a figura 10 indica as cercas nas proximidades de tais criações. 
 
 
 
 
 
32 
 
 
Figura 9: Criação de animais confinados na bacia hidráulica 
do Gameleira, município de Trairi. 24/12/2016. 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
Figura 10: Cercas na área da APP, município de Trairi. 
05/02/2017:
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
5.3. Residências próximas ao açude 
 
Estabelecimentos surgiram atraídos pela alternativa de lazer criada 
após a construção do açude. Mesmo não sendo uma área muito ocupada 
atualmente, a longo prazo, um possível crescimento desordenado poderá gerar 
impactos significativos, pois existe uma tendência de povoamento em torno de 
reservatórios. Tal situação foi verificada por CRISPIM et al (2013), ao analisarem 
que o crescimento não planejado da cidade de Pombal-PB está causando 
impactos ambientais em seu principal reservatório para abastecimento. Os 
citados autores constataram degradação na área de APP para a construção de 
residências, sendo que a total falta de conhecimento em questões ambientais da 
população torna-se um fator agravante. A figura 11 indica um restaurante na área 
de estudo. 
 
Figura 11: Restaurante próximo ao reservatório, 
município de Trairi. 24/12/2016. 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
5.4. Prática da agricultura de sequeiro nas proximidades do Gameleira 
 
A agricultura de sequeiro, ou seja, aquela que ocorre apenas durante 
a quadra chuvosa, foi constatada na APP do açude. Mesmo não sendo uma área 
extensa, poderá crescer potencialmente em um curto espaço de tempo. O 
grande impacto causado pela forma tradicional de cultivo é a degradação da 
terra, que segundo MILLER JR. (2007), é um processo natural ou induzido pelo 
homem, que reduz a capacidade da terra de suportar a própria agricultura, 
pecuária ou as espécies selvagens. Na figura a seguir é possível observar um 
pequeno terreno preparado para plantação de sequeiro, sendo localizado nas 
imediações do açude, na faixa de APP. 
Figura 12: Prática de agricultura de sequeiro, município 
de Trairi. 24/12/2016.Fonte: O autor, 2017. 
Desta forma, sendo a agricultura uma atividade que poderá se 
expandir de forma gradativa devido a disponibilidade de água (fato recorrente 
em reservatórios do Nordeste), é necessário utilizar técnicas menos 
impactantes, tanto ao meio ambiente, como ao trabalhador. Alternativa seria a 
prática de irrigação à jusante do açude, mantendo-se práticas sustentáveis, 
como técnicas irrigantes que não desperdicem grandes volumes de água, como 
a técnica de gotejamento. 
 
 
 
35 
 
 
 
5.5. Piscicultura extensiva 
 
A piscicultura é uma forma de geração de renda importante nos 
reservatórios do Ceará. Entretanto, como as atividades citadas anteriormente, 
pode impactar os corpos hídricos. Para NASCIMENTO, ARAÚJO (2008) as 
criações de organismos aquáticos em geral, quando praticadas de formas 
insustentáveis, podem causar impactos negativos sobre o meio ambiente, ou 
gerar conflitos sociais. Segundo SOUZA (2010) o uso de rações em excesso 
provoca elevadas cargas orgânicas nos ecossistemas, consequentemente 
acelera o processo de eutrofização, podendo prejudicar os usos da água. O 
mesmo afirma que a referida prática insustentável também provoca o aumento 
de algas cianofíceas, dado que os reservatórios apresentam-se ricos em 
cianobactérias. 
O Plano Estratégico de Recursos Hídricos, que corresponde à terceira 
fase do Pacto das águas (2009), visa promover ações e programas que 
estimulem a convivência com o semiárido no Ceará. Sobre a atividade de 
aquicultura, aborda que o conhecimento das capacidades de suporte das 
barragens para tal atividade é deficiente no Estado, e destaca sua importância, 
devido sua prática ser possível em grandes e pequenos reservatórios. É 
imprescindível uma evolução nas políticas voltadas para a aquicultura e 
piscicultura, para redução de impactos ambientais e desperdícios de recursos 
Percebeu-se a presença de alguns tanques de piscicultura no açude, 
e grandes quantidades de sacos dispostos nas margens, possivelmente rações, 
como pode perceber-se na figura 13. Segundo OSTRENSKY, BOEGER (1998), 
as rações devem ficar acondicionadas em locais secos e frescos, e nunca em 
contato direto com o solo. No dia da realização da visita não havia nenhum 
morador no local, para prestar maiores esclarecimentos. Em outro local, estavam 
dispostas garrafas pet perfuradas, conforme figura 14, uma técnica utilizada para 
atrair peixes, entretanto, devido ao tamanho, são atraídos animais pequenos, 
para que estes atraiam animais maiores. Este utensílio indica a prática da 
piscicultura extensiva, impactando negativamente as espécies de peixes 
existentes. 
 
 
 
36 
 
 
As práticas sustentáveis possíveis seriam a organização dos 
moradores em uma associação, com acompanhamento técnico de especialistas, 
para gerenciar a utilização de rações, e auxiliar nas melhores épocas para a 
despesca, ou início de um novo ciclo de criação. Tal atividade exigiria 
financiamento governamental, o que pode dificultar sua implementação. 
 
 
Figura 13: Prática de piscicultura extensiva, Itapipoca. 
24/12/2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
Figura 14: Resíduos sólidos produzidos pela prática da 
pesca às margens do açude, Trairi. 05/02/2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
5.6. Resultados da análise ad hoc e Matriz de Leopold 
Os resultados da Matriz de Leopold e da análise ad hoc estão 
indicados nos quadros 2 e 3:
 
 
38 
 
 Impactos Ambientais 
 
MEIO BIOFÍSICO 
MEIO ANTRÓPICO 
 
 
 
Parâmetros analisados 
 
 
Solos Água Fauna Flora 
Relações 
ecológicas 
 
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-1 Baixo 1 
-2 Médio 2 
-3 Alto 3 
- Indeterminado - 
 
-1 Baixo 1 
-2 Médio 2 
-3 Alto 3 
- Indeterminado - 
 
 
 
Alteração das características iniciais 
da área 
-1 -3 3 -3 -3 -2 -3 3 3 3 2 -3 
 
Usos e ocupações no entorno do açude - -2 -1 -2 -1 -1 - -2 -1 3 3 - 
 
Pecuária no entorno 
- -2 -1 - - - - -2 -2 3 - - 
Perenização do rio/ Disponibilidade hídrica -1 - 3 -3 -3 -3 -3 - 3 3 3 -3 
Disposição de resíduos sólidos - - -1 - - - - -2 -1 - - - 
Criação de uma área de preservação 
permanente 
- 3 2 - - - - 3 2 - 3 - 
 
Melhorias das condições de vida da 
população 
 
- 
 
 
- 
 
- - - - - 3 3 3 2 2 
 
Garantia de usos múltiplos na área urbana -1 - 2 -3 -3 -3 -3 3 3 3 - -3 
Relações ambientais na zona de influência 
direta do açude 
-3 - - -3 -3 -3 3 3 - - - 
 
- 
 
 
Quadro 2: Matriz de Leopold, a partir de ações constatadas in loco no Gameleira, ou com potenciais de implantação em 
alguns anos. 24/12/2016: 
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39 
 
 
A matriz forneceu 108 impactos ambientais, dos quais 28 foram 
classificados como positivos, 37 negativos e 43 neutros, desta forma não 
mensuráveis. Em 4 casos, possibilidades de geração de renda local, atividades 
de lazer, os benefícios acarretados pela criação de uma Área de Preservação 
Permanente e melhoria das condições de vida das populações, os impactos são 
potencialmente benéficos, desde que venham acompanhados de práticas 
sustentáveis. 
Os usos e ocupações no entorno do Gameleira geram renda 
atualmente, mas aquém de seu potencial. Criações de áreas irrigadas por 
gotejamento, acompanhamento aos piscicultores, para que suas práticas tragam 
o mínimo de impactos negativos ao reservatório, poderão desenvolver a 
economia local, além de constituírem atividades sustentáveis. Após o 
desenvolvimento de tais implementações, a tendência é que a área adquira 
grande potencial atrativo para habitações nas proximidades. Desta forma, faz-se 
fundamental implementar ações que evitem o crescimento de forma 
desordenada. A literatura relata em estudos de reservatórios com alto grau de 
ocupação, na região Nordeste, lançamentos de esgotos in natura nas águas, 
criações de animais nas proximidades e dentrodas bacias hidráulicas de tais 
corpos hídricos. Isto decorre da ausência ou má execução de um planejamento 
voltado a manter a área do entorno preservada. As práticas de lazer dizem 
respeito tanto à visitações na área da APP, como existência de restaurantes dos 
próprios moradores, construídos em locais que respeitem a área protegida, 
estimulando ainda mais a prática do turismo. As visitações ocorrem 
frequentemente atualmente, principalmente pelo fato do reservatório possuir um 
volume favorável de água, porém geram pouco a nenhum incremento financeiro 
aos moradores. O eixo melhoria das condições de vida e geração de renda local 
diz respeito ao fornecimento de condições mínimas para os moradores 
desenvolverem suas atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
Quadro 3: Análise Ad hoc constatada no entorno do reservatório Gameleira, em Itapipoca, 
durante a realização do estudo. Data: 24/12/2016: 
 
Impactos constatados Consequências atuais e futuras 
Imóveis construídos na APP do 
açude; 
● Degradação da vegetação; 
● Problemas futuros de 
especulação imobiliária; 
● Atrativo para o surgimento de 
outros empreendimentos. 
Prática de agricultura de sequeiro; ● Degradação da vegetação; 
● Perda de nutrientes do solo. 
Criação de gado / cercamentos 
próximos ao açude e em sua bacia 
hidráulica 
● Indícios de propriedades 
particulares; 
● Pressões futuras em direção às 
fontes de água; 
● Compactação do solo. 
 
Fonte: O autor, 2017. 
 
 
A análise ad hoc, ou seja, a observação com base no conhecimento 
empírico, constatou a existência de atividades impactantes no entorno do açude 
Gameleira e no interior de sua bacia hidráulica, em menor grau atualmente, mas 
que podem ser potencializados ao longo dos anos. Três foram as práticas com 
potenciais impactos à condição atual de preservação dos recursos ambientais e 
qualidade da água. As construções na área de APP do açude, embora em 
estágios iniciais de surgimento, poderão expandir-se, pois verificou-se na área 
de estudo, durante a realização da pesquisa, a inexistência de fiscalização por 
parte dos órgãos competentes, visando dentre outras atribuições, regulamentar 
ou coibir o surgimento de tais obras. Caso esta situação persista no entorno do 
 
 
 
41 
 
 
Gameleira, poderão surgir questões relacionadas à especulações imobiliárias, 
em virtude da implantação gradativa de infraestruturas no local, como vias de 
acesso. A agricultura de sequeiro acarreta problemas relacionados à perda 
gradativa de nutrientes do solo, além de estar associada a prática de queimadas. 
Tal forma de agricultura é recorrente em nosso Estado, em virtude de ser uma 
prática cultural, sendo visível também a ausência de orientação especializada 
aos agricultores, direcionando-os para outra forma. As criações de animais, 
muitas vezes confinados na bacia hidráulica de açudes também constitui prática 
recorrente em nossos reservatórios. No açude Gameleira, os animais obtêm 
além de água, alimentos para suas sobrevivências. Consequentemente, 
compactam o solo do açude, o que poderá agravar-se com o tempo. Outro 
aspecto são as fezes dos animais, as quais prejudicam a qualidade da água. As 
áreas cercadas indicam propriedades particulares, o que é proibido em áreas de 
preservação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
6. CONCLUSÃO 
 
Pode-se concluir que o reservatório estudado ocasionou impactos na 
fauna, flora e sociais na área de influência direta. 
A Matriz de Interação elaborada constatou 65 impactos mensuráveis, 
dos quais não há uma diferença considerável entre impactos positivos e 
negativos, 28 a 37. Ações podem ser implantadas por órgãos ambientais 
competentes visando potencializar os impactos benéficos. 
O açude localiza-se em uma área que ainda não sofre impactos 
antrópicos negativos significativos, ou seja, aproxima-se da condição ideal de 
preservação ambiental. Entretanto, as pequenas ações verificadas indicam que 
o reservatório poderá ser um atrativo cada vez maior ao povoamento. Desta 
forma, em um curto período de tempo, podendo sofrer degradações em sua APP. 
Contribui para isso a ausência de uma fiscalização efetiva, para regulamentar ou 
impedir intervenções impróprias. 
O reservatório apresenta, na extensão da área visitada, aspecto visual 
adequado, pois as atividades antrópicas não acarretam em degradação da água, 
como processo de eutrofização. Isto se reflete também ao aspecto qualitativo, 
pois o tratamento da água não agrega custos adicionais, proporcionais ao nível 
de poluição do manancial. Entretanto a criação de animais inseridos dentro da 
bacia hidráulica do açude Gameleira representa riscos para tal situação. Caso tal 
prática expanda-se, a qualidade da água poderá decair gradativamente. 
O reservatório garante hoje o abastecimento público da cidade de 
Itapipoca, que apresenta um cenário favorável em meio a casos constantes de 
cidades enfrentando colapso hídrico. 
A região possui um potencial de desenvolvimento econômico 
sustentável ainda não explorado. Atividades possíveis seriam áreas irrigadas por 
gotejamento, implantação de técnicas piscicultoras sustentáveis, criação de uma 
área de visitação turística na APP do açude. 
A área de estudo representa um local pouco estudado. Os resultados 
obtidos poderão ser utilizados futuramente, em pesquisas que visem 
complementar ou ampliar a bibliografia acerca do açude Gameleira, bem como 
 
 
 
43 
 
 
avaliar, no tempo e no espaço, as mudanças ocorridas, e eventuais 
implementações das medidas propostas. 
Este trabalho é uma exceção às análises de impactos ambientais 
recorrentes em reservatórios do semiárido, pois ocorreu em uma área que não 
possui ocupação antrópica significativa. Dentro de alguns anos possivelmente, 
caso um novo trabalho venha a ser feito, encontre resultados diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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