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Material de Estudo-Teoria dos Ritos-Questões e Gabaritos

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Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
 XX EXAME DA ORDEM 
 
2ª FASE DIREITO PENAL - MATERIAL DE APOIO 
 
 
1) Como encontrar, em cada caso, o rito processual adequado? 
2) Concurso de crimes deve ser levado em conta para a identificação do rito 
ordinário/sumário/sumaríssimo? 
3) Causas de aumento e diminuição de pena devem ser levados em conta para a identificação do 
rito ordinário/sumário/sumaríssimo? 
4) Atenuantes e agravantes devem ser levados em conta para a identificação do rito 
ordinário/sumário/sumaríssimo? 
5) Como é a sequência de atos do rito ordinário? 
6) Como é a sequência de atos do rito sumário? 
7) Como é a sequência de atos do rito sumaríssimo? 
8) Como é a sequência de atos do rito do júri? 
9) Quais os elementos especiais dos ritos de crimes contra honra, contra funcionário público e de 
crimes contra a propriedade imaterial? 
 
 
GABARITO: 
 
1) Como encontrar, em cada caso, o rito processual adequado? – Os procedimentos (ritos) podem 
ser comum ou especial, dividindo-se o comum em ordinário, sumário e sumaríssimo; e o especial 
nos ritos especiais previstos no CPP ou em leis extravagantes. Verifica-se ser caso de rito ordinário 
quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 anos de 
pena privativa de liberdade; sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada 
seja inferior a 4; e sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo 
(contravenções penais e crimes cuja sanção máxima cominada for menor ou igual a 2 anos de pena 
privativa de liberdade – ver art. 61 da Lei 9.099/95). Quanto aos ritos especiais previstos no CPP, 
temos: os de competência do Tribunal do Júri (arts. 406 a 497 do CPP); de crimes funcionais (arts. 
513 a 518 do CPP); contra a honra (arts. 519 a 523 do CPP); de crimes contra a propriedade 
imaterial (arts. 524 a 530-I do CPP) e os previstos em leis extravagantes como: Lei de Drogas (Lei 
11.343/06); Lei contra a economia popular (Lei 1.521/51); Lei de licitações (Lei 8.666/93); Lei de 
ações penais de competência dos Tribunais Superiores (Lei 8.038/90 e art. 1º da Lei 8.658/93). 
Ressalte-se que em alguns casos o rito se determinará em razão de competência absoluta em 
razão de previsão Constitucional, como é o caso da competência da Lei do JECrim – rito comum 
sumaríssimo (art. 98, I, da CF), do Júri (art. 5º, XXXVIII, da CF) e da Lei de ações penais de 
competência dos Tribunais Superiores (art. 102, I e 105, I da CF), prevalecendo sobre as demais 
previsões legais. 
 
2) Concurso de crimes deve ser levado em conta para a identificação do rito 
ordinário/sumário/sumaríssimo? – Sim, pois o parâmetro para determinar o rito comum entre o 
ordinário/sumário/sumaríssimo é a pena máxima em abstrato (o máximo de pena prevista na 
acusação que é formulada contra o[s] réu[s]). 
 
Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
2 de 8 
 
 
 
3) Causas de aumento e diminuição de pena devem ser levadas em conta para a identificação do rito 
ordinário/sumário/sumaríssimo? – Sim, pois essas causas podem levar a pena máxima em abstrato 
além (para mais) ou aquém (para menos) do máximo previsto no preceito secundário do tipo 
penal, o que pode alterar o rito. No caso das causas de aumento de pena elas devem ser 
considerado na sua hipótese máxima; nas de diminuição de pena na sua hipótese mínima (pois, 
afinal, o que se pretende obter é a maior pena em abstrato possível – o “pior cenário” para o réu). 
No caso de 2 diminuições de pena ou dois aumentos, primeiro realiza-se uma diminuição/aumento 
e depois a nova diminuição/aumento do resultado que se chegou no cálculo anterior. Ex.: 
denúncia por furto simples corresponde ao rito comum ordinário, pois possui pena máxima em 
abstrato igual a 4 anos; por outro lado, se essa denúncia for por furto tentado, a diminuição 
mínima da pena (1/3, cf. art. 14, § único, do CP) deve ser considerada para fazer o caso ser julgado 
pelo rito sumário (4 anos – 1/3 = 32 meses = 2 anos e 8 meses); caso a denúncia aborde ser o furto 
tentado E que criminoso é primário, E que é de pequeno valor a coisa furtada, a diminuição mínima 
será de 1/3 + 1/3 (cf. art. 14, § único, do CP + art. 155, § 2º do CP), o que leva para o rito comum 
sumaríssimo do JECrim ([4 anos – 1/3] – 1/3 = 32 meses – 1/3 = +/- 21 meses e 10 dias = +/- 1 ano, 
9 meses e 10 dias). Obs.: conforme o art. 68 § único do CP, “No concurso de causas de aumento 
ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só 
diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua”, o que, a contrario 
sensu, permite a interpretação de que, se concorrerem causas de aumento/diminuição da parte 
geral, ou parte geral com parte especial, todas deverão ser aplicadas sucessivamente. 
 
4) Atenuantes e agravantes devem ser levadas em conta para a identificação do rito 
ordinário/sumário/sumaríssimo? – Não, pois sua aplicação se dá apenas pelo juiz quando da 
sentença e elas não possuem o condão de elevar a pena máxima além do máximo legal. 
 
 
5) Como é a sequencia de atos do rito ordinário? – Encerrado o inquérito policial (quando ele for 
necessário), o Ministério Público ou o querelante oferecerão, respectivamente, denúncia ou 
queixa, as quais deverão respeitar os requisitos do art. 41 do CPP, art. 8, 2, “b” da Convenção 
Americana de Direitos Humanos e (no caso de queixa) art. 44 do CPP, oportunidade em que a 
acusação poderá (faculdade) requerer provas (arrolar até 8 testemunhas, requerer diligências e 
juntar documentos), sob pena de preclusão. 
O próximo passo é a análise, pelo juiz, da regularidade da peça acusatória, oportunidade na qual 
o juiz receberá ou rejeitará a denúncia/queixa conforme dispõe o art. 395 do CPP. Assim, deverá 
ser a peça acusatória rejeitada quando for (I) inepta (quando não atender ao art. 41 do CPP, art. 
8, 2, “b” da Convenção Americana de Direitos Humanos e [no caso de queixa] art. 44 do CPP); ou 
(II) quando faltar pressuposto processual ou condição da ação para o exercício da ação penal (ex.: 
o réu não é parte legítima, pois tem apenas 5 anos [processo penal é para maiores de 18 anos], ou 
pois o réu é um animal [obs.: no caso de não ser o réu o autor do crime, não se trata de 
ilegitimidade de parte, mas sim de questão sujeita ao mérito (autoria), que necessitará análise 
 
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probatória, sob a qual fará coisa julgada material); ou (III) faltar justa causa para o exercício da 
ação penal (por justa causa entende-se prova da materialidade e indícios suficientes de autoria). 
No caso de inexistir um desses vícios, deve o juiz receber a peça acusatória. Essa decisão que 
recebe a peça acusatória dá início ao processo, razão pela qual qualquer vício nela gera nulidade 
ab initio (“desde o início” – pois anula o processo desde o primeiro momento do processo: a 
decisão que recebe a peça acusatória). 
Conforme o art. 396 do CPP, “oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, 
recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 
10 (dez) dias” e, “no caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do 
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído”. Conforme o art. 396-A, “na 
resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, 
oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, 
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário”. Nesse momento (Peça: 
Resposta à Acusação) o réu pode alegar (I) teses de nulidade; de (II) absolvição sumária as quais 
podem se dar por extinção da punibilidade (única hipótese em que extinçãoda punibilidade gera 
absolvição!), por atipicidade, por causa excludente de ilicitude e por causa excludente de 
culpabilidade (obs.: caso exista alguma dúvida sobre o que é causa que gera atipicidade, 
excludente de ilicitude e excludente de culpabilidade, aconselhamos um estudo mais detido no 
tema. Bibliografia recomendada: JUNQUEIRA, Gustavo. Direito Penal. Coleção elementos. Ed.: RT; 
ou JUNQUEIRA, Gustavo; VANZOLINI, Patrícia. Manual de Direito Penal. Ed. Saraiva); bem como 
(III) requerer oitiva de até 8 testemunhas, requerer diligências e juntar documentos, sob pena de 
preclusão. Na hipótese de ser o caso de apresentar exceção (incompetência, suspeição ou 
impedimento), esse é o momento, em peça autônoma. Conforme o art. 396-A, parágrafo 2º, do 
CPP, "não apresentada a resposta (Resposta à Acusação) no prazo legal, ou se o acusado, citado, 
não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos 
por 10 dias". 
Ao juiz, recebida a resposta à acusação, compete anular o processo (caso verificada alguma 
nulidade) ou rejeitar tardiamente a denúncia (decisão recente do STJ nesse sentido) ou, ainda, 
absolver sumariamente, no caso de alguma hipótese do art. 397 do CPP. Seguindo o processo, 
deve marcar a audiência de instrução e julgamento. 
Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 dias, proceder-se-
á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e 
pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 do CPP, bem como aos 
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, 
interrogando-se, em seguida, o acusado. As provas serão produzidas numa só audiência, podendo 
o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Os esclarecimentos 
dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. 
Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a 
seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou 
fatos apurados na instrução. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão 
oferecidas alegações finais orais por 20 minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, 
prorrogáveis por mais 10 , proferindo o juiz, a seguir, sentença. Havendo mais de um acusado, o 
tempo previsto para a defesa de cada um será individual. Ao assistente do Ministério Público, após 
a manifestação desse, serão concedidos 10 minutos, prorrogando-se por igual período o tempo 
 
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de manifestação da defesa. O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de 
acusados, conceder às partes o prazo de 5 dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. 
Nesse caso, terá o prazo de 10 dias para proferir a sentença. Ordenado diligência considerada 
imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações 
finais. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo 
de 5 dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 dias, o juiz proferirá a sentença 
 
6) Como é a sequencia de atos do rito sumário? – Segue o mesmo procedimento do rito comum 
ordinário, todavia o número de testemunhas é reduzido para apenas 5 para a acusação (para cada 
fato) e 5 para a defesa (para cada acusado); não há fase de requerimento de diligências 
complementares; as alegações finais deverão ser apresentadas sempre na forma oral (salvo em 
casos em que a não apresentação em forma de memoriais puder causar dano ao réu – em 
homenagem ao direito constitucional da ampla defesa); a audiência de instrução e julgamento 
deve se realizar no prazo de 30 dias (e não 60 como no ordinário). 
 
7) Como é a sequencia de atos do rito sumaríssimo? – fase preliminar: a autoridade policial deverá 
encaminhar o autor do fato e o ofendido ao juizado, após lavrar termo circunstanciado que será 
sucinto e objetivo, substituindo o inquérito policial (art. 69, caput e 77, §1º da Lei 9.099/95). Se 
necessário, serão requeridos exames periciais (ex.: laudo de constatação químico-toxicológico no 
caso de porte de drogas). As partes são intimadas para comparecer, no juizado, a uma audiência 
preliminar. Obs.: é dispensado o exame de corpo de delito quando a materialidade estiver 
comprovada por boletins médicos. Não subsistirá prisão em flagrante, nem será exigida fiança ao 
réu que se dirigir imediatamente ao juizado ou assumir o compromisso de fazê-lo (art. 69, § único 
da Lei 9.099/95). 
Comparecendo as partes, seus advogados, Ministério Público e, se possível, o responsável civil, o 
juiz elucidará a respeito de possibilidade de conciliação pela composição civil dos danos e 
transação penal (aplicação de pena alternativa, sem processo, não privativa de liberdade). Se 
houver composição dos danos civis, esta será reduzida a termo e, uma vez homologada pelo juiz, 
será irrecorrível, tendo eficácia de título executivo no cível. Esse acordo acarreta extinção da 
punibilidade pela renúncia aos direitos de queixa ou representação, em se tratando de crime de 
ação penal privada ou pública condicionada. Se a ação for pública incondicionada, o procedimento 
prossegue para a fase de verificação de possibilidade de transação penal (art. 74, p. único da Lei 
9.099/95). Caso a ação seja condicionada a representação e não houver ocorrido conciliação, o 
ofendido poderá representar (oralmente ou por escrito) imediatamente (art. 75, caput, da Lei 
9.099/95), até o prazo decadencial de 6 meses. 
Passada a fase de conciliação e, se o caso, apresentada a representação, chega-se à fase de 
verificação da possibilidade de transação penal (art. 76, caput, da Lei 9.099/95). Se o autor não 
tiver condenação definitiva por crime à pena privativa de liberdade, não tiver se favorecido com a 
transação penal nos últimos 5 anos e tiver circunstâncias pessoais favoráveis, o Ministério Público 
poderá (leia-se: deverá) elaborar proposta de transação penal (art. 76, caput, da Lei 9.099/95). 
Aceita a proposta pelo acusado e por seu defensor, o juiz apreciará os termos e proferirá sentença 
homologatória (art. 76, §3º, da Lei 9.099/95). Dessa decisão cabe recurso em 10 dias 
(eventualmente de alguma irregularidade procedimental – ex.: constou algo que não deveria ter 
constado; ou o advogado constituído do acusado não foi intimado a comparecer na audiência em 
 
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que o acusado sozinho transacionou – art. 76, §5º, da Lei 9.099/95). Tal decisão não gera 
reincidência, efeitos civis, maus antecedentes ou o lançamento do nome do réu no rol de culpados, 
impedindo apenas a concessão do mesmo benefício no prazo de 5 anos (art. 76, §§4º e 6º, da Lei 
9.099/95). Na eventualidade de o acusador (Ministério Público ou querelante) se recusar a 
oferecer a proposta de transação penal, os Tribunais Superiores entendem que cabe ao juiz, por 
analogia, aplicar o art. 28 do CPP e remeter ao Procurador de Justiça para que esse decida sobre a 
proposta (cf. Súmula 696 do STF). 
Não possível ou não aceita a transação penal, na mesma audiência preliminar, se possível, 
prossegue-se ao oferecimento da denúncia oral pelo Ministério Público ou queixa oral pelo 
ofendido ou seu representante legal (art. 77, caput, da Lei 9.099/95). A peça será reduzida a termo, 
devendo o acusado receber uma cópia dela, com a qual será citado. Sairão as partes intimadas da 
data de futura audiência de instrução e julgamento. Não há previsão específica sobre o número 
de testemunhas possíveis de serem arroladas, havendo quem entenda ser de 3, em analogia ao 
procedimento cível da Lei 9.099/95 e outros que entendem ser 5, na omissão da lei, em analogiaao procedimento sumário. 
No dia da audiência de instrução e julgamento, renovar-se-á tentativa de composição de danos 
civis e de transação penal e, caso haja insucesso, o defensor responderá à acusação, buscando 
refutar a inicial acusatória, e o juiz receberá ou não a denúncia ou a queixa (art. 81, caput, da Lei 
9.099/95). 
Recebida a peça inicial, o juiz fará análise da proposta de suspensão condicional do processo, se 
houver (art. 89 da Lei 9.099/95); caso esta não seja aceita, prosseguir-se-á a audiência, sendo 
ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa. Após o acusado será interrogado e será 
dada a palavra à acusação e à defesa para os debates orais (art. 81, caput, da Lei 9.099/95). A 
inversão da ordem dos fatos gera nulidade. 
Na sentença, que dispensa relatório, caberá apelação no prazo de 10 dias de sua ciência, devendo 
ser apresentadas as razões junto com a interposição. Cabem, ainda, embargos de declaração no 
prazo de 5 dias. O único recurso cabível nesse procedimento é o de apelação, inclusive no caso de 
rejeição da peça acusatória (caso em que caberia, no rito comum ordinário, recurso em sentido 
estrito). 
No caso de impetração de habeas corpus contra decisão da Turma Recursal dos Juizados Especiais 
Criminais, entendia o STF que a competência era do STF (Súmula 690 do STF), mas a partir do 
julgamento do HC 86.834/SP, sedimentou-se que a competência é do respectivo Tribunal de 
Justiça ou Tribunal Regional Federal. 
 
8) Como é a sequencia de atos do rito do júri? – O Tribunal do Júri possui competência constitucional 
mínima consistente no julgamento de crimes dolosos contra a vida. Isso significa que, reservado o 
julgamento de tais crimes para o Tribunal do Júri, legislação infraconstitucional pode acrescentar 
outros crimes para sua competência, como fez o art. 78, I, do CPP quanto aos crimes conexos. O 
procedimento do júri é escalonado em 2 fases: a de instrução preliminar (ou juízo de 
admissibilidade) e a de julgamento em plenário (ou de julgamento da causa). A primeira fase se 
inicia com o oferecimento da denúncia ou da queixa subsidiária, seguindo igual trâmite ao rito 
comum ordinário até a audiência de instrução e julgamento, exceto pelo prazo para realização da 
audiência que, aqui, é de 10 dias e pela possibilidade que é conferida, aqui, ao Ministério Público 
se manifestar em 5 dias após a Reposta à Acusação, tal qual uma réplica, na hipótese do acusado 
 
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ter aduzido em sua defesa sobre alguma exceção ou preliminar, ou mesmo juntada de documentos 
e demais provas. A título de registro, o STF já se posicionou que, após essa réplica, não é necessária 
nova vista à defesa. A doutrina, a exemplo de Aury Lopes Jr., José Frederico Marques e Alexis Couto 
de Brito (et. alli), entende tal réplica inconstitucional por, sob uma pretensa tutela ao 
contraditório, ferir a ampla defesa que (ainda mais no procedimento do júri em que se fala em 
plenitude de defesa - art. 5º, XXXVIII, "a" da CF) se consubstancia no direito de a defesa sempre 
falar após a acusação, exercendo sua resistência à acusação que lhe é feita. Em audiência, o 
trâmite será igual ao do procedimento comum ordinário, exceto pelo fato de que o juiz, ao invés 
de decidir pela absolvição ou condenação, terá 4 tipos diferentes de decisão: (I) pronúncia, (II) 
impronúncia, (III) absolvição sumária, (IV) desclassificação. 
Na pronuncia o juiz reconhece apenas a presença de prova da existência de crime e indícios 
suficientes de autoria ou participação. Não faz juízo sobre a culpa, tão somente sobre a presença 
de indícios de autoria (quem condena são os jurados, se o juiz já apontasse a autoria, subverter-
se-ia a referida regra, bem como o estado de inocência até o trânsito em julgado). Deve o juiz, 
nessa decisão, evitar o excesso de linguagem (ou eloquência acusatória) que possa, futuramente, 
influenciar os jurados sobre a culpa do acusado. Deve o juiz, nessa decisão, dizer em que artigo o 
acusado está sendo incurso, tratando-se de limite máximo para a acusação no Plenário, 
declarando, também, as qualificadoras e causas de aumento de pena. Embora seja presente em 
uma rançosa doutrina e jurisprudência, não existe nenhum princípio de in dubio pro societate. Tal 
discurso tenta manipular, com intuitos punitivos estranhos à nossa ordem jurídica constitucional, 
o princípio de in dubio pro reo. A dúvida sempre deve beneficiar o réu, independentemente do 
momento em que o processo (ou o inquérito) se encontre. No presente caso, o juiz deve se 
convencer de que há prova de materialidade e indícios de autoria. Se o juiz não tem certeza sequer 
da existência de indícios, então, de fato, ele nada possui para justificar uma persecução tão 
gravosa como a que se desencadeará no plenário do júri, devendo impronunciar o réu (nessa 
toada, a título de exemplo: Aury Lopes Jr.; Alexis Couto de Brito [et. ali]; Gustavo Junqueira; Paulo 
Rangel; Gustavo Badaró; Eugênio Pacelli; e Fauzi Choukr). 
A impronúncia pressupõe a ausência de indícios suficientes de autoria ou de prova da existência 
de crime. Na dúvida, impronuncia-se. Posicionamento crítico e minoritário (Aury Lopes Jr.): a 
impronúncia é inconstitucional, pois há dupla persecução penal (bis in idem processual) – o que 
fomenta persecuções temerárias. A impronúncia só serve para que a falta de prova não gere coisa 
julgada absolutória, pois em qualquer outro procedimento o réu seria inocentado (é uma burla à 
coisa julgada, permanecendo o réu, até a consumação da prescrição [isso se não sobrevier nova 
interrupção do prazo], com a incerteza de se ver novamente envolvido em uma persecução penal). 
A absolvição sumária gera coisa julgada material, trata-se de medida excepcional, pois subtrai dos 
jurados a apreciação do mérito da questão. O juiz deve reconhecer estar provada a inexistência 
do fato, ou que o acusado não é autor ou partícipe, ou que o fato não constitua infração penal. 
Cuidado: não se aplica absolvição sumária no caso de inimputabilidade por deficiência mental se 
houver outra tese defensiva, pois o acusado pode ser portador de deficiência mental e não ter 
cometido o fato que lhe imputam – nesse caso seria melhor ao cliente levá-lo a julgamento em 
plenário. 
Na desclassificação a prova existente é de crime não doloso contra a vida, não competindo seu 
julgamento ao Júri, devendo os autos ser remetidos ao juízo competente (vara criminal comum, 
JECrim,...). Se a desclassificação se der em Plenário, a competência do Júri se prorroga. 
 
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Na segunda fase do procedimento, no dia do julgamento em plenário, o CPP não mais contempla 
possibilidade de pegar emprestado jurado, caso falte na sessão designada (15 jurados), devendo 
marcar nova data. Cada parte pode recusar até 3 jurados de modo imotivado. Não tem limite para 
recusas fundadas em motivo legal de suspeição, impedimento ou incompatibilidade. Estouro de 
urna é não sobrar 7 jurados para compor o Conselho de Sentença – ocorrendo-se isso sorteia-se 
suplentes e se designa nova data. 
Debates: cada um por 1he30min + réplica e tréplica em 1hora cada. É possível inovar teses na 
tréplica. Se houver 2 ou mais acusados na mesma sessão de julgamento, acrescenta-se 1 hora em 
todos os prazos anteriores. Não se pode debater acerca: da decisão de pronúncia; do (não) uso de 
algemas do acusado; do silêncio do acusado, ou da sua ausência. 
Ordem de quesitos: 1- sobre a materialidade (se o fato existiu); 2- sobre a autoria/participação; 3- 
“o jurado absolve o acusado?”; 4- causas de diminuição da pena (privilégio); 5- qualificadoras e 
causas de aumento de pena. 
Agravantes/atenuantes, quem decide é o juiz presidente diretamente na sentença, quando 
alegadas nos debates. 
 
9) Quais os elementosespeciais dos ritos de crimes contra honra, contra funcionário público e de 
crimes contra a propriedade imaterial? – Contra a honra: O juiz, antes de receber a queixa, 
determinará o cumprimento do disposto no art. 520 do CPP (audiência de conciliação), oferecendo 
às partes oportunidade para se reconciliarem. As partes serão notificadas a comparecer à 
audiência, desacompanhadas dos advogados, onde serão ouvidas separadamente. Caso não haja 
a conciliação, o juiz receberá ou não a queixa. Se o notificado não comparecer, tem-se por 
frustrada a audiência, facultando-se ao juiz receber a queixa. A audiência de conciliação não 
ocorrerá (conforme jurisprudência e doutrina majoritária) nos casos de ação penal pública, em 
razão do princípio da indisponibilidade (corrente minoritária crê possível, em razão do princípio 
da oportunidade e de um processo não encontrar sua razão de ser se o conflito puder ser 
apaziguado por outra via menos danosa às partes). A falta de audiência de reconciliação acarreta 
nulidade. Poderá ser alegada a exceção da verdade a qualquer momento até a sentença, bem 
como a retratação, quando cabível. Admite-se, ainda, o pedido de explicações (art. 144 do CP), 
tratando-se de medida preliminar e não obrigatória à propositura da ação, cabível quando houver 
dúvidas sobre o teor das expressões ofensivas. 
Contra funcionário público: aplica-se a todos os crimes funcionais (praticados por funcionários 
públicos no exercício de suas funções) afiançáveis. Antes de receber a denúncia ou queixa, o juiz 
deverá notificar o agente para apresentar sai defesa preliminar, por escrito, no prazo de 15 dias. 
A Súmula 330 do STJ prevê que “é desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 514 do 
CPP, na ação penal instruída por inquérito policial”. Tal defesa visa a impedir o recebimento da 
peça inicial acusatória, no interesse da administração pública. A falta da notificação para a 
apresentação da defesa preliminar acarreta nulidade (absoluta) do processo, ab initio, por ferir o 
princípio da ampla defesa e do contraditório. 
Contra propriedade imaterial: No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia 
não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo 
de delito. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem ordenada qualquer 
diligência preliminarmente requerida pelo ofendido. A diligência de busca ou de apreensão será 
realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, que verificarão a existência de fundamento para a 
 
Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
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apreensão, e quer esta se realize, quer não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 dias 
após o encerramento da diligência. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo contrário 
à apreensão, e o juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a improcedência das razões 
aduzidas pelos peritos. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para 
homologação do laudo. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com 
fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação do 
laudo. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca e apreensão requeridas pelo 
ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa no prazo fixado. Se 
ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberdade, o prazo anteriormente referido 
será de 8 dias. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em que se proceda 
mediante queixa. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 184 do Código Penal, 
a autoridade policial procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos , 
em sua totalidade, juntamente com os equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a 
sua existência, desde que estes se destinem precipuamente à prática do ilícito. Na ocasião da 
apreensão será lavrado termo, assinado por 2 ou mais testemunhas, com a descrição de todos os 
bens apreendidos e informações sobre suas origens, o qual deverá integrar o inquérito policial ou 
o processo. Subseqüente à apreensão, será realizada, por perito oficial, ou, na falta deste, por 
pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os bens apreendidos e elaborado o laudo que 
deverá integrar o inquérito policial ou o processo. Os titulares de direito de autor e os que lhe são 
conexos serão os fiéis depositários de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à disposição 
do juiz quando do ajuizamento da ação. Ressalvada a possibilidade de se preservar o corpo de 
delito, o juiz poderá determinar, a requerimento da vítima, a destruição da produção ou 
reprodução apreendida quando não houver impugnação quanto à sua ilicitude ou quando a ação 
penal não puder ser iniciada por falta de determinação de quem seja o autor do ilícito. O juiz, ao 
prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a destruição dos bens ilicitamente 
produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos equipamentos apreendidos, desde que 
precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que 
deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de 
ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por economia ou interesse 
público, ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos canais de comércio. As 
associações de titulares de direitos de autor e os que lhes são conexos poderão, em seu próprio 
nome, funcionar como assistente da acusação nos crimes previstos no art. 184 do Código Penal, 
quando praticado em detrimento de qualquer de seus associados. Nos crimes em que caiba ação 
penal pública incondicionada ou condicionada, observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-
B, 530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-H.

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