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Resumo acadêmico o português são três de Marcos Bagno

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BAGNO, Marcos. O português são três. In:______. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. 3. ed. São Paulo: Parábola, 2007. 
	
Marcos Araújo Bagno, nascido em Minas Gerais em 1961, doutor em filologia e língua portuguesa, atualmente é professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília, desenvolveu em 2007, o livro Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística, composto por oito capítulos sendo eles: (1) Por que tratar da variação linguística? (2) Mas o que é mesmo variação linguística (3) A construção histórica de um abismo (4) O português são três (5) A variação linguística nos livros didáticos (6) Certo ou errado? Tanto faz! (8) Como uma onda. Este livro o autor aborda várias mudanças na educação e suas consequências, com relação à variedade linguística. 
No capítulo quatro, (O português são três) Bagno, classifica dois termos empregados o “vernáculo brasileiro” e a “língua escrita”. O autor relata que no Brasil se escreve em português, no entanto, se fala em vernáculo brasileiro, pois não se escreve da mesma forma em que se fala, mas todas as pessoas, no entanto se fala vernáculo brasileiro, quando não estão sobre a pressão da norma-padrão.
O autor relata sua indignação sobre a variação linguística e apresenta à heterogeneidade da língua, Bagno conta, que em 1960, as escolas eram pouco frequentadas, e os alunos eram de classe média e alta, sendo assim a parir disto, começou a democratização do ensino. Pelo fato de ter mais habitantes nas cidades, e o aumento de alunos nas salas de aula, devido a isso desencadeou um desmoronamento no ensino, pelo fato de haver muitos alunos e poucos professores qualificados, acarretou várias consequências gramaticais. O autor explica que os professores desqualificados, ou melhor, sem uma boa formação, desencadeou inúmeras construções gramaticais erradas, começaram a fazer parte da sala de aula.
Outro dois termos que é debatido pelo doutor é a norma-padrão e a norma-culta. A norma-culta e a forma politicamente correta da escrita e a fala, entre os falantes “privilegiados” da alta sociedade, que é idealizado de língua “certa”. Já a norma-padrão é idealizada a forma de como os falantes urbanos, e pessoas de escolaridade inferior (não necessariamente) se comunicam através da fala. Entretanto, Bagno nos alerta para prestar a atenção, porque a língua falada pelo povo é denominada por norma-padrão e a norma-culta designada para as pessoas que falam o Português politicamente correto?
De acordo com os antropólogos não existe pessoas sem cultura, assim como devemos compreender o sentido de culta, ou seja, a norma-culta especificamente é a cultura escrita, sendo assim a norma-culta deve ser compreendida como a norma linguística, usada pelas pessoas que são envolvidas no poder social. O autor relata que a norma-padrão é imaginaria, pois não está inclusa na língua brasileira, mas, é falada independente se a erros gramaticais, são geralmente usadas por falantes urbanos, e a fala se altera de diferentes localidades de pessoa pra pessoa. 
É necessário saber distinguir e saber realmente o que significa norma-padrão e a norma-culta, pois falando sociolinguisticamente é totalmente diferentes uma da outra, de acordo com a sociolinguística a norma-culta, é a classe social de maior prestígio (variedades prestigiadas), é considerada politicamente correta para a escrita quanto à fala. A norma- padrão (variedades estigmatizadas) é aquela que todos os falantes da língua portuguesa entendem, ou seja, e aquela que as pessoas, usam durante seu dia a dia, ignorando as regras gramaticais que geralmente são usadas por pessoas de zonas rurais e de pessoas com baixa escolaridade. No entanto de acordo com Bagno, quando usos não normativos são usados por falantes urbanizados e escolarizados eles passam a não ser notado como um “erro” e se incorporam ás variedades de prestigio, por isto que o doutor diz que existem erros mais errados do que outros erros, pelo fato de que quando as pessoas da baixa classe social falam ou escrevem errado sempre são considerados erros a serem evitados, Bagno mostra um exemplo de quando o candidato Geraldo Alckmin, no debate televisionado dizendo: “Saiu as CPIs, sim, e as CPIs saíram porque...” e ninguém falou ou se manifestou sobre a fala errada de Alckmin, mas quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fala alguma coisa fora da norma-culta ou alguma variação linguística já é motivo de chacota pela fala considerada “errada” , ou pela variação linguística.
Entretanto segundo Bagno, é preciso lutar para criar uma pedagogia da variação e da mudança linguística, em que a língua seja heterogênea, variável e mutante, em que ao invés te tentar ensinar a língua politicamente “certa”, seja também ensinado todas as maneiras de se comunicar não somente a norma-culta, mas também a norma-padrão pois se convivem com elas diariamente, não de substituir uma pela outra mas sim de compreender que existe as variação linguística, e que cada falante tem sua forma de comunicar, dependendo se está incluso na variedades prestigiadas ou nas variedades estigmatizadas, porque nada do que está na língua e por acaso

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