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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI APOSTILA ABORDAGEM E TRATAMENTO DE ÚLCERAS, OSTOMIAS E FERIDAS ESPÍRITO SANTO 2 ÚLCERAS https://jmarcosrs.wordpress.com/2012/03/04/gastrite-e-a-ulcera-gastrica/ O que é úlcera? As úlceras são lesões superficiais que podem ocorrer em qualquer organismo. Todas as pessoas estão predispostas a desenvolverem uma lesão nos tecidos. Entretanto, assim como diversas outras complicações, existem pessoas que se tornam mais vulneráveis ao problema. Estas lesões são espécies de feridas que rompem o epitélio e expõem tecidos mais profundos. Um tipo muito comum de úlcera é, por exemplo, a afta. As úlceras são de diversos tipos e podem acometer uma série de tecidos, as mais conhecidas são as que ocorrem no estômago, no duodeno e no esôfago. A que atinge o duodeno é conhecida por úlcera duodenal. A que atinge o esôfago por úlcera esofágica. Já a que atinge o estômago por úlcera gástrica. Por se tratar do tipo mais frequente de úlcera, neste artigo abordaremos mais profundamente a gástrica, um mal que atrapalha o cotidiano de muitas pessoas. 3 http://www.saudemedicina.com/ulcera-causas-sintomas-e-tratamento/ Como se adquire? http://www.mdsaude.com/2009/09/gastrite-e-ulcera-gastrica.html O estômago, assim como outros órgãos, possui um tecido que o reveste internamente e o protege. Neste caso, a mucosa serve como uma barreira contra a ação do suco gástrico, extremamente ácido, e caro à digestão dos alimentos. A úlcera é uma 4 ruptura nesta proteção que pode ocorrer por muitos motivos. Os mais frequentes são uso abusivo de medicamentos ou infecções. Genética, estresse e fumo são também fatores que influem no desenvolvimento de um problema do tipo. Em todos os casos o suco gástrico, devido a um dos pontos acima, acaba agredindo a mucosa e gerando uma ferida na região. Quais são os sintomas? http://clinicademassoterapiamaosquecuram.blogspot.com.br/2015/07/tem-ulcera-gastrite-azia-e-refluxo-veja.html As úlceras costumam gerar muita dor na região acometida. Dependendo do local da dor, da intensidade e da periodicidade, pode-se chegar a um correto diagnóstico. Percepção de queimação é muito frequente. Enjoo, vômito e sensação de peso são outros dos sintomas mais observados. A azia pode ser algo muito relacionado às ulcerações. 5 http://www.saudemedicina.com/ulcera-causas-sintomas-e-tratamento/ Como é feito o diagnóstico? http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2015/05/exame-de-endoscopia-e-considerado-de-baixo-risco-afirma-medico.html Diante dos sintomas mencionados acima a grande maioria dos pacientes logo procura por auxílio médico, já que o desconforto é bem grande. Através de uma conversa com o paciente e de exames clínicos o médico levanta algumas suspeitas com relação ao possível diagnóstico. Um exame como o de endoscopia pode ser a melhor alternativa para se chegar à certeza. Após o correto diagnóstico deve-se dar início imediato ao tratamento. 6 A endoscopia é um exame utilizado quando há a necessidade de se olhar com cuidado o interior do nosso organismo. Este exame utiliza a abertura natural de um órgão para verificar as condições no seu interior. Por exemplo, realizar uma endoscopia através da boca e do esôfago para analisar o estômago. Devido aos avanços na medicina, hoje em dia a endoscopia é um procedimento bem menos invasivo. Ela é realizada com a utilização de um aparelho chamado endoscópio e através de métodos diversos. Este endoscópio é um aparelho que possui algum tipo de fonte de luz somado a alguma forma de reprodução de imagem. Os endoscópios são introduzidos no corpo humano e reproduzem a imagem em uma tela. Eles podem ser divididos em fibroscópios, nos quais a imagem é gerada através de fibra óptica e em vídeo-endoscópios, que transmitem a imagem através de uma micro câmera. O endoscópio consegue aumentar o que é captado no interior do organismo até cerca de 100 vezes o tamanho normal. É, portanto, um exame eficiente e que permite a visualização em detalhes do interior do organismo. O procedimento é rápido e pode ser realizado até mesmo em ambulatório, dentro das condições necessárias. Devido à rapidez do procedimento costuma-se utilizar somente alguma forma de sedativo no paciente. http://www.camaraextrema.mg.gov.br/noticias/exame-de-endoscopia-esta-em-pleno-funcionamento-no-municipio/ Em cada ramo da medicina existe um profissional especialista em realizar este tipo de procedimento. Dependendo do que será analisado na endoscopia, que basicamente 7 significa “olhar para dentro” em latim, o exame recebe um nome diferente. O termo endoscopia ficou popularmente mais relacionado à parte gastrointestinal, entretanto, para cada local o exame recebe um nome em específico. Listaremos mais abaixo alguns destes nomes. A endoscopia permite ao médico uma análise muito mais cuidadosa do que outros métodos. A imagem gerada pelo endoscópio é aumentada eletronicamente de tal forma que se torna possível uma verdadeira viagem pelo corpo humano. Além da melhor visualização do organismo, a endoscopia permite que o médico faça, por exemplo, biópsias durante o exame. Diferentemente de outros métodos como a tomografia, a endoscopia além da visualização já permite, caso haja necessidade, a retirada de material para análise, pois o aparelho se encontra em contato com a mucosa. A endoscopia pode ser utilizada para analisar algum sangramento anormal, ocorrência de tosse persistente, suspeita de câncer, dores diversas, ou em qualquer outra situação que o médico achar adequada. Também é um método muito utilizado durante a colocação de balão intra-gástrico, para tratamento de obesidade, durante a colocação de próteses e no tratamento de varizes. São muitos os tipos de endoscopia. Dependendo do sistema no qual o endoscópio será introduzido e do local que ele irá analisar, ela recebe um nome diferente. Quando a endoscopia é utilizada para a análise do cólon, por exemplo, ela recebe o nome específico de colonoscopia. Neste caso, a introdução será através do intestino grosso. http://medsimples.com/endoscopia-digestiva-alta/ 8 No caso da endoscopia estar sendo realizada para a análise do útero, por exemplo, está recebe o nome de histeroscopia. Neste caso, o procedimento é realizado através da introdução do endoscópio na vagina. Outro tipo muito comum de endoscopia é a broncoscopia. Neste caso, o local analisado será o trato respiratório inferior e o endoscópio é introduzido através da boca. Outros tipos de endoscopia são, por exemplo, a esofagogastroduodenoscopia, para análise do estômago, esôfago e duodeno, a enteroscopia, para análise do intestino delgado, a rinoscopia, para análise interna do nariz, a faloscopia, para análise da trompa de Falópio, a artroscopia, para análise interior de alguma articulação, a fetoscopia, para análise do feto, a toracoscopia, para análise de órgãos do peito e a cistoscopia, para a devida análise do trato urinário. Como é o tratamento? http://melhorcomsaude.com/tratamento-natural-ulceras-estomago/ No caso da úlcera gástrica e de outras que agridem o sistema digestivo, o melhor a fazer é tratar a acidez local. Desta forma, para o alívio das dores e da queimação, é 9 indicado o uso de antiácidos, que irão neutralizar o excesso de suco gástricoou ainda inibir a momentaneamente a secreção. Caso a úlcera seja resultado de alguma infecção deve-se utilizar antibióticos para suprir o problema. Uso abusivo de álcool e de tabaco também pode contribuir muito para o desenvolvimento de ulcerações, estas substâncias devem ser, se possível, cortadas da vida do paciente. Assim que os sintomas diminuírem e a dor for controlada pode se interromper o uso dos medicamentos. Em casos mais graves uma intervenção cirúrgica será considerada. Como prevenir? Simples medidas podem ajudar a prevenir o surgimento de uma úlcera. Conforme mencionado acima o tabaco e o álcool são substâncias que irritam o sistema digestivo e, portanto, devem ser evitados. Alimentos muito gordurosos e frituras também tendem a agredir as mucosas deste sistema, sendo assim, uma dieta balanceada precisa ser adotada. Evitar longos períodos sem a ingestão de algum tipo de alimento também é muito recomendado. O uso de medicamentos deve ser feito somente sob orientação médica, pois em muitos casos a administração indevida dos mesmos pode gerar consequências sérias à saúde. ÚLCERAS DE PELE: TIPOS E TRATAMENTOS http://www.rbcp.org.br/details/861/tratamento-cirurgico-de-ulceras-por-pressao--experiencia-de-dois-anos 10 Várias podem ser as causas da formação de úlceras de pele, mas elas costumam estar ligadas a problemas de circulação. São feriadas abertas ou difíceis de curar e geralmente trazem inflamações na pele ao redor. Apesar de ser uma complicação que traz dores, a medicina já oferece alternativas para os pacientes. A seguir, veja os principais tipos e formas de tratamento. ÚLCERAS ARTERIAIS Na maioria das vezes aparecem em pessoas que sofrem de doenças arteriais e as dores costumam se agravar à noite. São conhecidas também como úlceras de extremidades inferiores, aparecendo normalmente nos pés, dedos ou unhas dos pés. As úlceras arteriais resultam de insuficiência arterial crônica ou aguda da pele e de tecidos subcutâneos das extremidades inferiores. A causa mais comum é a doença progressiva: aterosclerose. O evento precipitado que leva à ulceração é geralmente um traumatismo, como um dedo do pé machucado ou calçados apertados. Úlceras arteriais podem ocorrer isolada ou conjuntamente com a diabetes, estase venosa, e inúmeras outras condições. http://sandroalex73.blogspot.com.br/2012/10/ulceras-de-pernaas-ulceras-de-perna-sao.html A úlcera pode ser passível de recuperação com uso de terapias tópicas dependendo do nível da isquemia. O tratamento farmacológico pode incluir a terapia trombolítica ou medicamentos destinados a aumentar o suprimento de sangue oxigenado na área. Entretanto, a abordagem primária para tratamento é a revascularização. No entanto, uma recomendação cirúrgica é indicada para esses pacientes. 11 As Úlceras Arteriais de Pés/Pernas normalmente compartilham as seguintes características: Localizam-se geralmente nas pontas dos dedos, nos espaços entre os dedos dos pés, ou nas proximidades dos maléolos laterais do pé A base da ferida pode estar redonda, pequena ou pálida; necrose ou escara podem estar presentes; profundidade variada As margens da ferida têm uma aparência cavitária. Quantidades de exsudato na ferida podem ser de pequeno a moderado A úlcera é apresentada como de espessura parcial ou total. As úlceras de espessura parcial envolvem a epiderme e a derme, e as úlceras de espessura total prolongam-se a tecidos mais profundos podendo envolver tecido subcutâneo, músculo, osso, ou outra estrutura de suporte. A pele da região periulceral, perna, e pé podem apresentar as seguintes alterações: Brilhosa, enrijecida, de aparência fina Eritema Seca e sem pelo Temperatura cutânea fria Área em torno da ferida endurecida Celulites Rubor e Palidez na elevação do membro Pulsos diminuídos ou ausentes Atendimento multidisciplinar destes pacientes com a intervenção precoce e acompanhamento de perto é a chave para prevenção de complicações mais graves. O manejo inadequado de complicações como a gangrena e osteomielite pode resultar em amputação. 12 ÚLCERAS VENOSAS http://tratamentodeferidasembauru.blogspot.com.br/2011/07/ulceras-venosas-como-tratar.html Ferida superficial provocada por má circulação das pernas até o coração, deixando o sangue escoar fora dos tecidos, o que traz dores e secreção. Também são chamadas de varicosas e geralmente se desenvolvem nas laterais da perna. Elevar as pernas acima do nível do coração é indicado para facilitar a circulação nesses casos. As úlceras de perna sempre constituíram um problema de saúde causador de sofrimento e incapacidade. Estima-se que, nos Estados Unidos, um em cada 4 americanos com idade superior a 65 anos (mais 1,5 milhões de pessoas) desenvolvem anualmente úlceras nos membros. Na Europa, estima-se que cerca de 1,5 por cento da população adulta desenvolva úlcera varicosa em alguma fase da sua vida. O termo “úlcera da perna” é usado para descrever uma perda de pele na região inferior ao joelho, na perna ou no pé, cujo tempo de cicatrização é superior a seis semanas. Embora as úlceras possam ser do tipo arterial ou venoso (ou seja, provocadas por alterações nas artérias, ou nas veias), mais de 85 por cento delas são de origem venosa. É usual o desenvolvimento de úlceras venosas seguir um padrão: aumento da tensão do sangue, que se encontra a circular nas veias e incompetência das válvulas que 13 “empurram” o sangue que circula nas pernas de novo para o coração, o que leva a estase venosa, retorno venoso insuficiente, edema e por fim formação de úlcera. As úlceras venosas distinguem-se das restantes, dado que têm características específicas. Habitualmente, localizam-se no tornozelo, ou próximo deste, sendo de evolução lenta. O edema pode estar presente, piorando ao fim do dia, mas melhorando com a elevação dos membros. A dor é variável, mas na maioria das vezes está associada a edema e a infecção. http://www.iccon.med.br/informativos/16-voce-sabe-o-que-e-ulcera-venosa Esta condição manifesta-se de forma mais precoce em indivíduos sedentários, obesos ou que permanecem longos períodos em pé ou sentados, embora a prevalência das úlceras venosas aumente com a idade, sendo também mais comum nas mulheres do que nos homens. É também muito frequente em trabalhadores da aviação. 14 As feridas com compromisso vascular, têm associados fatores de risco que podem representar um papel fundamental na prevenção e tratamento das mesmas. Os fatores de risco de aparecimento de úlceras incluem história familiar positiva, gravidez, obesidade, tabagismo, nutrição/hidratação, idade e uma ocupação profissional que obrigue a estar de pé por períodos prolongados. A insuficiência venosa crónica é a principal causa de úlcera da perna. Esta resulta do desvio da pressão venosa profunda, gerada por contrações musculares em redor das veias, para as veias superficiais que não estão preparadas para resistir a pressões elevadas. Essas veias dilatam-se (veias varicosas) e ocorre acumulação de sangue, resultando em estase venosa na pele, a qual se apresenta como uma área descorada, frequentemente eczematosa, em geral na região de veias varicosas salientes. Eventualmente, a drenagem venosa da pele torna-se muito insatisfatória para sustentar o metabolismo da epiderme, que morre e descama deixando uma úlcera venosa. Esta situação pode acontecer espontaneamente ou ser acelerada por um traumatismo relativamente pequeno. http://www.iccon.med.br/informativos/16-voce-sabe-o-que-e-ulcera-venosa15 No entanto, as úlceras de perna podem ser provocadas também por outras condições, incluindo: Hipertensão venosa (aumento da tensão arterial nas veias) Infecção Diabetes mellitus Doença maligna Distúrbios dos tecidos que revestem as veias Lesão por trombose das veias profundas ou estase venosa (estado no qual o fluxo do sangue presente nas veias) A prevenção das úlceras de perna representa, quer do ponto de vista social, familiar e profissional, a medida mais eficaz para combater os danos resultantes das feridas com compromisso vascular. Desta forma, as medidas específicas a ter em consideração para a sua prevenção passam pelo seguinte: Eliminar o uso de tabaco Fazer exercício físico diariamente, principalmente realização de caminhadas Ter uma alimentação equilibrada e uma ingestão de líquidos adequada, o que promove a cicatrização da ferida Evitar permanecer de pé ou sentado com os pés no chão mais que uma hora seguida Fazer elevação das pernas intermitente durante o dia; se tiver de permanecer de pé, efetuar passeios curtos e frequentes. Assegurar uma higiene adequada dos pés e proceder a uma observação diária dos mesmos. Não usar calçado nem apertado, nem demasiado largo Elevar os pés da cama 12 a 15 cm (de forma a promover o retorno do sangue nas veias e a diminuir o edema das pernas) Proteger as pernas de forma a evitar a exposição ao calor ou frio excessivos Combater a obesidade Utilização de uma adequada contenção elástica – após validação e/ou prescrição do seu médico/enfermeiro de referência 16 Controlo das doenças de base, que possam contribuir para o aparecimento deste tipo de úlceras (como por exemplo, as varizes), através de um acompanhamento regular de profissionais de saúde. Desta forma e atuando de forma preventiva, pode ter uma melhor qualidade de vida, até porque a úlcera melhor tratada é aquela que não se chega a manifesta. As úlceras são feridas abertas e fundas nos membros inferiores, em geral pouco dolorosas, que demoram muito a cicatrizar. Localizam-se preferencialmente sobre os ossos dos tornozelos e costumam surgir após leves traumatismos. Forma-se uma pequena ferida que não cicatriza e vai gradativamente aumentando de tamanho. Comumente estão acompanhadas de varizes, inchaço e manchas acastanhadas nas pernas. Pode haver inflamação, com vermelhidão e presença de secreção purulenta (pus). Também é comum existirem áreas de alergia ao redor das feridas. É o eczema de estase, que forma placas avermelhadas, descamativas e com comichão. O mais importante são as medidas gerais. Procurar movimentar as pernas e pés o máximo possível é fundamental. O simples movimento de contrair os dedos dos pés repetidamente ajuda muito a fazer o sangue fluir perna acima. Atividades físicas como caminhar, pedalar e nadar são excelentes. A musculação não está indicada. O uso de meias elásticas é outra medida de grande importância. Estas devem ser calçadas ao acordar, de preferência antes de sair da cama. Antes de dormir, elas devem ser removidas. http://www.drjulioamorim.com/2013/05/feridas-por-doencas-venosas-ulceras.html 17 Existem vários tipos de meias elásticas. A de compressão suave ajuda muito pouco e é recomendada apenas como "adaptação" para as de média e forte compressão. Meias elásticas não podem ser utilizadas sem indicação médica. Alguns tipos de úlceras das pernas, como as úlceras hipertensivas, podem ser agravadas com o seu uso. É importante permanecer o máximo de tempo possível com as pernas elevadas. Utilizar uma almofada abaixo dos calcanhares quando se deitar, ler ou ver televisão, é uma óptima medida. Esta elevação não precisa ser exagerada. Basta estar acima do nível do coração. A maior parte das pessoas irá melhorar apenas com estas medidas. As terapêuticas medicamentosas devem ser orientadas pelo seu médico de família e/ou especialista. Existem várias opções, umas que aceleram a cicatrização, outras que servem para diminuir a inflamação e há ainda os medicamentos vasodilatadores periféricos. Portanto, juntando as medidas preventivas de higiene diária e os medicamentos poderá eficazmente combater as úlceras venosas. ÚLCERAS NEUROPÁTICAS http://es.slideshare.net/ticoco/ulceras-vasculares 18 São os diabéticos que costumam sofrer com estas feridas, causadas pela pressão alta, afetando nervos nos pés. Por isso, é muito importante para esses pacientes escolher sapatos que encaixam perfeitamente em seus pés. Decorrente de alterações sensitivas, motoras e tróficas consequentes da neuropatia periférica causada por condições como diabetes mellitus e hanseníase entre outras. O diagnóstico diferencial deve ser feito com a úlcera isquêmica. Pode haver dor em membros inferiores, porém em geral está é do tipo queimação e sem relação com o esforço. Se não houver doença arterial periférica concomitante, não se observará palidez, cianose, redução de pulsos ou pele fria. No paciente com diabetes pode-se observar ressecamento, calosidades e fissuras e deformidades articulares. A úlcera neuropática típica é o mal perfurante plantar, que ocorre em áreas de pressão, em geral sobre calosidades ósseas. A úlcera é profunda, indolor e de bordos calosos. A profundidade da mesma pode ser avaliada por meio de sonda ou cateter. Infecções de partes moles e osteomielites são complicações comuns. Logo, existindo sinais de infecção deve-se proceder uma avaliação médica para definição do tipo de antibiótico e da via de administração adequados. No caso de úlceras em diabéticos, o estadiamento das mesmas é necessário para definição do encaminhamento do paciente, incluindo a avaliação da necessidade ou não de internação. (Vide protocolo do Programa de Diabetes e Hipertensão da SMSDCRio) Os curativos propostos para este tipo de úlcera encontram-se listados na tabela anexa, e variam na dependência da presença ou não de infecção ou necrose. O paciente deve ser orientado quanto a necessidade de retirada da pressão sobre a úlcera, quanto aos cuidados diários e tipos de calçados. Na SMSDC existem referências para fisioterapia e terapia ocupacional, para confecção de palmilhas e calçados. ÚLCERAS DE PRESSÃO Pessoas que estão sem se movimentar há muito tempo, como cadeirantes, são os mais atingidos por este tipo de ferida. Elas acontecem porque o paciente fica na mesma posição por longos períodos dificultando o fluxo sanguíneo na região. Também chamadas de escaras, costumam aparecer nos calcanhares, tornozelos, quadris, cotovelos, costas ou nas nádegas. 19 Em todos os casos de úlceras de pele há medidas terapêuticas. Os cuidados da ferida envolvem higiene, vestuário adequado, ligaduras e o uso de antibióticos no caso de infecções. Em muitos casos, a cirurgia de veia ou de enxerto são a solução encontrada. http://larresidencialaroeira.blogspot.com.br/2014/12/ulceras-de-pressao-upp-ou-escaras.html No Hospital Especializado, são realizadas cirurgias de alta complexidade para recompor os tecidos e os pacientes ainda contam com uma alternativa mais inovadora: o tratamento de oxigenoterapia em câmaras hiperbáricas. As úlceras de pressão, também conhecidas como úlceras de decúbito, escara ou escara de decúbito, são lesões de pele ou partes moles, que originam-se, basicamente, de isquemia tecidual prolongada. Esta, por sua vez, ocorre devido a qualquer posição que é mantida pelo paciente durante um longo período de tempo (comum em pacientes acamados), especialmente em tecidos onde há sobreposição de uma proeminência óssea, resultante da presença de pouco tecidosubcutâneo nessas regiões do corpo. 20 Existem fatores que contribuem para o desenvolvimento destas úlceras, como a idade avançada, fricção, traumatismos, desnutrição, incontinência urinária e fecal, infecção, avitaminoses, umidade excessiva, pressão arterial e edema. Os locais mais comumente afetados são a região sacral e os calcâneos, sendo que aproximadamente 60% das úlceras de pressão se desenvolvem na região pélvica ou abaixo desta. As úlceras de pressão são classificadas em estágios. São eles: Estágio I: quando a pele que encontra-se intacta sofre alguma alteração relacionada a pressão, apresentando algumas alterações como mudança de temperatura, mudança na consistência tecidual ou sensação de queimação ou coceira. Nos indivíduos de pele clara, pode apresentar-se sob a forma de eritema que não torna-se claro após a remoção da pressão. Em indivíduos de pele escura, apresenta-se como descoloração, manchas arroxeadas ou azuladas. Estágio II: ocorre a perda parcial da pele que envolve a epiderme, derme ou ambas. Manifesta abrasão, bolha ou cratera rasa. Estágio III: ocorre a perda da pele em sua espessura completa, envolvendo danos ou necrose do tecido subcutâneo que pode ser profundo, mas não atinge a fáscia muscular. Estágio IV: ocorre a perda da pele na sua espessura total acometendo áreas extensas, ou danos na musculatura, ossos, bem como outras estruturas de suporte (como tendão e capsula articular). A prevenção é a melhor solução para o problema. Primeiro deve ser avaliado o risco, considerando que este é maior para indivíduos acamados, restritos a cadeira de rodas ou os que apresentam limitada capacidade de reposicionamento. Devem ser identificados todos os fatores de risco, objetivando programar as medidas preventivas específicas. A pele necessita de inspeção diária. É fundamental também que se faça o alívio da pressão da pele nas áreas que apresentam maior risco, ou onde são encontrados ossos proeminentes. Cuidados devem ser tomados como: Manter o colchão piramidal sobre o colchão de cama do paciente; Mudar sempre a posição do paciente acamado; 21 Elevar os calcanhares colocando-se travesseiros macios embaixo do tornozelo; Uma vez ao dia, posicionar o paciente sentado em poltronas macias, ou revestidas com colchão piramidal; Alterar a posição das pernas quando o paciente encontra-se sentado; Dieta rica em vitaminas e proteínas; Manter hidratação; Manter o paciente seco e limpo, trocando suas fraldas de três em três horas; Realizar hidratação da pele com hidratantes e/ou óleos corporais a base de vegetais; Usas sabonete com pH neutro para realizar a higiene da área genital; Manter-se atento para o surgimento de infecções fúngicas; Aplicação de filme transparente e/ou cremes ou loções a base de AGE nas regiões que apresentam maior risco para surgimento de lesões; Realizar massagem com loção umectante nas regiões de pele sadia, em áreas com maior probabilidade de surgirem lesões; Manter as roupas de cama sempre limpas e secas; Não utilizar lâmpadas de calor sobre a pele, pois estas ressecam-na. O tratamento das úlceras de pressão é feito por meio da limpeza das lesões aplicando-se soro fisiológico na forma de jato sob estas, de preferência morno. Este jato apresenta a capacidade de limpar a ferida sem lesar o que o próprio organismo vem reparando. http://pictures.doccheck.com/de/photo/2239-decubitus-linker-trochanter-major 22 Quando estão presentes escaras (crostas enegrecidas e endurecidas) sobre as lesões, estas deverão ser removidas por um profissional da área especializado. Existem produtos que auxiliam no tratamento das úlceras de pressão, chamados de “novas tecnologias”. A indicação fica a critério do profissional especializado. OSTOMIAS Os cuidados básicos com ostomias no hospital envolvem uma série de procedimentos importantes. A ostomia é um procedimento abdominal, realizada através de uma intervenção cirúrgica, para a saída das fezes ou urina. O estoma pode ser feito de urgência ou planejado de forma temporária ou definitiva. Há vários tipos de ostomias: respiratórios (traqueostomia), gástricos (gastrostomia), intestinais (colostomia e ileostomia) e urinário (urostomia). O estoma não pode ser controlado voluntariamente e, por esta razão, deve ser usado uma bolsa coletora. As ostomias mais comuns são: http://www.conteudodeenfermagem.com/2013/06/cuidados-basicos-com-ostomias.html Colostomias: São realizadas para promover o restabelecimento ou a cicatrização da parte do intestino afetada pela doença, ou o seu tratamento. 23 Ileostomia: A ileostomia é um tipo de estoma intestinal que comunica o intestino delgado (íleo) com o exterior. Elimina geralmente fezes líquidas e funciona várias vezes ao dia. Normalmente localiza-se no quadrante inferior direito do abdome. Urostomia: A urostomia é um ostoma urinário que comunica o aparelho urinário com o exterior. Elimina urina em forma de gotas e continuamente. Definitiva ou permanentes: são realizados após a retirada da parte doente do intestino por amputação completa do órgão, inexistindo a possibilidade de reconstrução do trânsito intestinal, ou impossibilidade de restaurar a evacuação trans-retal. Cuidados Básicos Com Ostomias: Dieta Não há nenhuma dieta especial para o ostomizado. Como acontece com qualquer outra pessoa, existem alimentos que são bem tolerados e outros que causam várias reações individuais, como aumento de gases, odor e aumento da eliminação de fezes. É importante construir uma dieta bem balanceada, rica em fibras (verduras, legumes e frutas) e pobre em gorduras e açúcares. Beber pelo menos, 10 copos d ' água por dia. Caso seja possível, deve-se procurar a orientação de um profissional em nutrição. http://pt.slideshare.net/FernandoDutra1/ostomias-27152548 24 CUIDADOS BÁSICOS COM OSTOMIAS: TIPOS Terminal: possui somente um estoma realizado em caráter definitivo. Em alça: realizado em íleo ascendente, transverso ou descendente. Em dupla boca que pode ser: Próximas: Quando realizados em uma única colostomia (as duas bocas); Afastadas: Quando duas bocas são realizadas em alça terminal em nível de flanco esquerdo. CUIDADOS BÁSICOS COM OSTOMIAS: LIMPEZA Material Necessário: 250 ml Soro fisiológico a 0,9%; 01 Gaze estéril; 01 bolsa para colostomia (se necessário troca); Após avaliação, se necessário, lavar com água e sabão. Procedimento: Limpar a região da colostomia com soro fisiológico a 0,9%, em movimentos circulares; Secar a área ao redor com gaze estéril; Marcar na bolsa o círculo com um guia de corte, de acordo com o diâmetro da fístula, do dreno ou da ostomia; Recortar o orifício marcado; Observar para que o orifício não fique apertado demais garrotando a ostomia, ou grande demais facilitando o contato da secreção direta com a pele lesando-a; Retirar o adesivo; Retirar o protetor que recobre a face superior da placa; Aplicar a placa com o aro sobre a região; Adaptar a bolsa plástica à parte inferior do aro na placa, em posição cefalocaudal; 25 Exercer uma leve pressão à roda, a partir da parte inferior da bolsa plástica até que esteja segura, solicitando ao paciente que enrijeça a região; Puxar suavemente a bolsa para baixo, para confirmar se ela se encontra devidamente encaixada. Cuidados diários com Colostomia: Esvaziar a bolsa (no mínimo uma vez por plantão e sempre que necessário), soltando apenas o clamp que a fecha na parte inferior; Lavá-la com soro fisiológico a cada vez que se desprezar o conteúdo no vaso sanitário; O clamp poderá ser reutilizado nas trocas do mesmo paciente; Registrar no prontuário: característica do débito de colostomia, volume, odor, cor, etc. Lavagem intestinal pela colostomia https://www.youtube.com/watch?v=y-Ra-H8S2Jg A finalidade da lavagem intestinal pela colostomia é avaliar a distensão abdominal, flatulência, remover fezes acumuladas, preparar clientes para cirurgias e exames do trato intestinal. 26 Procedimento: Lubrificar a sonda; Retirar a bolsa de colostomia e desprezá-la; Proceder à limpeza ao redor da colostomia com gaze e soro fisiológico a 0,9%; Introduzir cerca de 15 a 20cm da sonda no estoma a ser irrigado Deixar a solução correr vagarosamente; Fechar a sonda quando terminar a solução evitando a entrada de ar Retirá-la, clampeando-a e puxando-a; Deixar fluir o material fecal de 15 a 20 minutos; Após o efeito desejado proceder à limpeza ao redor da colostomia e secar a área com gaze; Fixar nova bolsa de colostomia com placa protetora; Observação: Cuidados Básicos Com Ostomias: Em caso de dois estomas, observar na prescrição médica qual deles será irrigado. FERIDAS http://enfermagemcurativos.blogspot.com.br/2012/05/ferida-classificacao.html 27 Tipos de Feridas Ferida é qualquer interrupção na continuidade da pele, que afeta sua integridade. Também é definida como uma deformidade ou lesão que pode ser superficial ou profunda, fechada ou aberta, simples ou complexa, aguda ou crônica. As feridas são superficiais quando limitadas à epiderme, derme e hipoderme, e profundas, quando outras estruturas são atingidas (fáscias, músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens, tendões, ligamentos, ossos, vasos e órgãos cavitários). Nos ferimentos fechados, a continuidade da pele e dos tecidos não é violada ou danificada e eles podem ser tanto superficiais quanto profundos. Nas feridas abertas, ocorre a descontinuidade e o rompimento da barreira de proteção da pele, acentuando os riscos de infecção. http://www.enfermagemnovidade.com.br/2015/03/tratamento-de-feridas-com-curativo.html As feridas simples evoluem rapidamente para a cicatrização. 28 As complexas têm evolução lenta e progressiva, tendendo para a cronicidade. Podem estar contaminadas, colonizadas ou infectadas, quando mostram evidências de processo infeccioso, com tecidos desvitalizados, exsudação e odor característico. O interesse pelos cuidados com agressões ao tegumento nos remete à Antiguidade. O tratamento das feridas inclui métodos clínicos e cirúrgicos. O curativo é o tratamento clínico mais frequentemente utilizado. A escolha do material adequado para o curativo decorre do conhecimento fisiopatológico e bioquímico da reparação tecidual. Feridas são definidas como a perda da solução de continuidade do tegumento, representadas não apenas pela ruptura da pele e do tecido celular subcutâneo, mas também, em alguns casos músculos, tendões e ossos. As feridas são classificadas quanto à etiologia, complexidade e tempo de existência. Traumatismos, queimaduras, úlceras de pressão, úlceras por estase venosa, feridas nos pés diabéticos e feridas por radioterapia são exemplos de algumas das etiologias encontradas na prática clínica. http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-746573183-maquiagem-terror-halloween-slug-kit-para-feridas-e-cortes-_JM Quanto à complexidade define-se ferida simples como aquela que evolui espontaneamente para a resolução seguindo os três estágios principais da cicatrização 29 fisiológica: inflamação, proliferação celular e remodelagem tecidual. Já as lesões que acometem extensas áreas, necessitam de métodos especiais para sua resolução, têm seu processo de evolução natural alterado, ou representam ameaça à viabilidade de um membro são denominadas feridas complexas. Feridas recorrentes, depois de reparadas com cuidados locais ou procedimentos cirúrgicos, que reabram ou necessitem de tratamento mais elaborado são consideradas como complexas. Ferreira et al, definiram como critérios para considerar uma ferida como complexa: I) extensa perda de tegumento, II) presença de infecção local, III) comprometimento da viabilidade dos tecidos superficiais e IV) associação à doenças sistêmicas que dificultam o processo fisiológico de reparação tecidual. http://br.guiainfantil.com/materias/saude/primeiros-socorros/decalogo-para-curar-as-feridas-das-criancas/ Quando fecham espontaneamente em até três semanas as feridas são definidas como agudas. Após três semanas, crônicas. Alguns autores pregam que somente após três ou quatro meses de não resolução essas feridas seriam consideradas crônicas. Porém, em face às condutas mais modernas, tal definição não nos parece razoável. Nessas afecções a coordenação do processo fisiológico de reparo tecidual exercida por sinalizadores (TGF-beta, PDGF, IGF-1, VEGF, FGF) não ocorre de forma adequada e os mecanismos bioquímicos mediados por citocinas (TNF-alfa, IL-1, INF-gama) não apresentam sucesso. O processo de reparo tissular não se completa de forma adequada e consequentemente, não se restitui a integridade do tegumento. 30 Outro aspecto importante a ser destacado é que a não-resolução fisiológica adequada de uma ferida está intimamente associada à presença de comorbidades sistêmicas tais como, infecção local, desnutrição, insuficiência vascular periférica, diabetes, radioterapia e corticoterapia. O tratamento das feridas cutâneas é dinâmico e depende da evolução das fases da reparação tecidual. Cabe aos profissionais da área da saúde escolher a melhor opção. 31 REFERÊNCIAS Mostow EN, Haraway GD, Dalsing M, Hodde JP, King D, OASIS Venus Ulcer Study Group. Effectiveness of an extracellular matrix graft (OASIS Wound Matrix) in the treatment of chronic leg ulcers: a randomized clinical trial. J Vasc Surg. 2005; 41(5):837-43. O’Donnell TF Jr, Lau J. A systematic review of randomized controlled trials of wound dressings for chronic venous ulcer. J Vasc Surg. 2006; 44(5):1118- 25. Etufugh CN, Phillips TJ. Venous ulcers. Clin Dermatol. 2007;25(1):121-30. Callam MJ. Epidemiology of varicose veins. Br J Surg 1994; 81:167-73. Valencia IC, Falabella A, Kirsner RS, Eaglstein WH. Chronic venous insufficiency and venous leg ulceration. J Am Acad Dermatol. 2001;44(3):401- 21. Alves M. Como escrever teses e monografias: Um roteiro passo a passo. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. Knobel E. Condutas no paciente grave. 3 ed. (2). São Paulo (SP): Atheneu; 2006. 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Bras., Santa Cecília, v. 13, n. 3, p. 124-133, 2005. 33 LEITURA COMPLEMENTAR Nome do autor: Maria Eliana de Freitas Patente, Carla Ludmila de Freitas Patente, Anna Paula da Costa Maia Araújo, Júlio César Batista Santana, Bianca Santana Dutra e Ana Cristina Viana Campos Data de acesso: 03/11/2016 Disponível em: file:///C:/Users/renata/Downloads/2007-13801-2-PB.pdf ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Resumo O desenvolvimento de úlcera por pressão é um fenômeno complexo que envolve vários fatores, bem como constituem um importante agravamento do quadro clínico de pacientes com internação prolongada. O objetivo deste estudo foi avaliar a incidência de úlceras por pressão e suas características em pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva no interior de Minas Gerais. Trata-se de um estudo observacional prospectivo que examinou e acompanhou diariamente 100 pacientes nos meses de abril a julho de 2009, sendo que sete desenvolveram úlceras por pressão (N=7). De todos os pacientes avaliados, seis pacientes foram a óbito. A localização das lesões foi: seis foram na região sacral, três nos calcâneos, duas no pavilhão auricular e uma na região trocantérica. Destes pacientes, em três deles houve o aparecimento de duas ou mais úlceras em diferentes sítios. Pode-se concluir que a maioria dos pacientes com úlceras por pressão era idosa com doenças crônicas associadas e mobilidade prejudicada, prolongado tempo de internação, sendo que em algum momento foi necessário utilizar ventilação mecânica, a nutrição feita por via enteral com incontinência fecal. Palavras-chave: Úlceras por pressão; Incidência; Unidade de Terapia Intensiva. Introdução Úlceras de pressão são lesões cutâneas ulcerativas superficiais ou profundas decorrentes de isquemia tecidual local provocada pela alteração na sensibilidade e do reflexo de dor em pacientes com lesão medular, pacientes debilitados, idosos ou cronicamente doentes (COSTA et al., 2009). Entretanto, também pode ser uma das complicações que poderão surgir em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por causa da contínua 34 exposição a fatores de riscos, tais como dificuldade de mobilidade e longos períodos de internação (FERNANDES; TORRES; VIEIRA, 2008). Vários termos têm sido utilizados para definir as úlceras por pressão, como escaras, úlceras de decúbito ou feridas por pressão. O diagnóstico é feito por método visual e as úlceras localizam-se usualmente sobre uma proeminência óssea, como região isquiática, sacrococcígea, trocantérica e calcânea (BLANES et al., 2004). Seu desenvolvimento é um fenômeno complexo que envolve vários fatores, bem como constituem um importante agravamento do quadro clínico de pacientes com internação prolongada. Podem ser causadas por fatores intrínsecos – idade, estado nutricional, perfusão tecidual, uso de alguns medicamentos e doenças como diabetes mellitus e cardiovasculares – e extrínsecos, como pressão, cisalhamento, fricção ou uma combinação desses três fatores (ROCHA; MIRANDA; ANDRADE, 2006). No Brasil, a maioria dos estudos encontra-se na área da enfermagem, o que pode revelar uma preocupação em relação ao tema. Por outro lado, são necessárias mais pesquisas a fim de aperfeiçoar medidas preventivas e terapêuticas (MEDEIROS; LOPES; JORGE, 2009). Por isso, faz-se necessário alertar os profissionais de saúde para os riscos de desenvolvimento das úlceras por pressão, uma vez que é possível atuar preventivamente, por meio de medidas simples como mudanças de decúbito frequentes e manter a pele limpa e seca (FERNANDES; CALIRI; HAAS, 2008). O objetivo do presente estudo foi avaliar os pacientes com úlceras por pressão em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto, no interior de Minas Gerais. Metodologia Estudo de casos realizado com pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto de em um hospital do interior de Minas Gerais, que é referência regional ao atendimento de pacientes oncológicos. Possui aproximadamente 130 leitos e 90% do atendimento voltado a pacientes do Sistema Único de Saúde. A UTI foi inaugurada há um ano e possui oito leitos ativados com atendimentos de oncologia, cardiologia, neurologia e nefrologia. Após uma reunião com a direção do hospital foi concedida autorização para a realização desta pesquisa. Em adição, o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) concedeu parecer favorável ao presente estudo 35 sob o número 1543. A anuência em participar dessa pesquisa foi de forma voluntária e anônima. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido contendo informações completas referentes aos objetivos e às justificativas da pesquisa, conforme orientações no e o assinaram, concordando em participar do estudo. Vale ainda destacar que foram respeitados os preceitos éticos, conforme a Resolução 196/96, que determina as diretrizes das pesquisas envolvendo seres humanos (BRASIL, 1996). A amostra da pesquisa foi constituída por todos os pacientes internados na UTI que desenvolveram úlceras por pressão nos meses de junho a setembro de 2009. Os critérios de inclusão foram: 1) pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, 2) conscientes, 3) período de internação superior a 10 dias. Foram excluídos do estudo os pacientes que apresentaram lesões no momento na internação na UTI. Foram examinados e acompanhados diariamente 100 pacientes, sendo que sete desenvolveram úlceras por pressão. Os pacientes foram avaliados na admissão e durante o período de internação na Terapia Intensiva. O diagnóstico de lesão foi obtido por meio da técnica de observação e exame físico da pele dos pacientes internados, com atenção às áreas de proeminências ósseas. Os prontuários clínicos dos pacientes selecionados foram avaliados para a coleta de informações referentes a sexo, idade, tempo de internação, uso e tempo de sedação, presença de traqueostomia/intubação, tipo de dieta recebida, presença de incontinência vesical e fecal. O exame físico e a coleta de dados no prontuário foram feitos por uma mesma enfermeira. Os dados foram submetidos à análise descritiva, através do programa Microsoft Office Excel versão 2007. Resultados Dos 100 pacientes examinados, cinco homens e duas mulheres (N= 7) tiveram o desenvolvimento de lesão cutânea. Quanto à faixa etária, notou-se que as idades variaram entre 41 a 78 anos e a média de internação na UTI dos pacientes que desenvolveram úlceras foi de 35,14 dias, sendo que o menor período de internação foi de 19 dias e o maior 94 dias. Todos os pacientes, em algum momento dainternação, foram submetidos à intubação 36 orotraqueal/traqueostomia e estiveram em ventilação. Além disso, cinco pacientes necessitaram realizar hemodiálise nesse mesmo período. Para os sete pacientes, os diagnósticos médicos encontrados foram: três tinham doença pulmonar obstrutiva crônica, dois apresentaram hipertensão arterial sistêmica, um paciente era portador de cardiopatia e apenas um paciente tinha diabetes mellitus. A principal forma de nutrição utilizada foi dieta enteral de sistema fechado, com infusão contínua por 24 horas e pausa de seis horas. A incontinência urinária não foi um fator predisponente à ocorrência de lesões cutâneas; em contrapartida, quatro pacientes evoluíram com incontinência fecal. Dos sete pacientes que desenvolveram úlcera por pressão, seis evoluíram a óbito na própria UTI e apenas um recebeu alta para a enfermaria. Em relação à localização das lesões no corpo do paciente, seis foram na região sacral, três nos calcâneos, duas no pavilhão auricular e uma na região trocantérica. Destes pacientes, em três deles houve o aparecimento de duas ou mais úlceras em diferentes sítios. Discussão Apesar da alta prevalência e incidência das úlceras por pressão em pacientes internados na UTI (33%) e uma incidência global em pacientes hospitalizados variando entre 2,7 a 29% (ROCHA; MIRANDA; ANDRADE, 2006), o presente estudo obteve uma incidência relativamente baixa, considerando-se que apenas 7% dos pacientes acompanhados por quatro meses desenvolveram lesões. Entretanto, deve-se destacar que aproximadamente 95% das lesões cutâneas são evitáveis, sendo que a mudança de decúbito, hidratação da pele com creme hidratante e o colchão piramidal são algumas medidas preventivas de fácil operacionalização (LOURO; FERREIRA; POVOA, 2007). Todos os pacientes do presente estudo apresentaram alguma complicação durante o período de internação e seis evoluíram a óbito. Esse tipo de lesão pode prolongar a hospitalização, dificultar a recuperação do doente, reduzir sua independência e funcionalidade bem como potencializar o risco para o desenvolvimento de outras complicações como infecção ou osteomielite (ROCHA; MIRANDA; ANDRADE, 2006). Em casos graves, pode ser um fator negativo para predizer a mortalidade de pacientes idosos (ROGENSKI; SANTOS, 2005). Pacientes em cuidados intensivos são mais propensos a lesões cutâneas devido à sedação, alteração do nível de consciência, suporte ventilatório, 37 uso de drogas vasoativas, restrição de movimentos por período prolongado de tempo e instabilidade hemodinâmica (FERNANDES; CALIRI, 2008). Associado a esses fatores, destaca-se a diminuição da percepção sensorial e imobilização no leito que ocasiona dificuldade do paciente reagir ao desconforto ocasionado pelo excesso por pressão (ROCHA; BARROS, 2007). Todos os pacientes que apresentaram lesões tinham mais de 40 anos, entretanto não foi possível verificar associação entre idade e desenvolvimento de úlceras devido ao reduzido número da mostra. Ainda assim, vale lembrar que a idade é apontada, pela maioria dos autores, como um dos fatores mais relevantes envolvidos na fisiopatogênese das úlceras, principalmente quando associada a outros fatores como desnutrição, falta de mobilidade e umidade (ROGENSKI; SANTOS, 2005). Com o avanço da idade, numerosas mudanças são observadas na pele, entre elas a diminuição da camada dérmica, da sua vascularização, da proliferação epidérmica e de suas propriedades como a percepção da dor, a resposta inflamatória, e a função de barreira, tornando-a mais vulnerável à injúria. Estas mudanças ocorrem lenta e progressivamente e são mais facilmente observáveis nos indivíduos após 60 anos (MEDEIROS; LOPES; JORGE, 2009; SOUZA; SANTOS, 2007). As doenças prévias dos participantes eram crônicas, sendo que a maioria esteve relacionada ao sistema circulatório, e podem ser responsáveis pelo aumento da suscetibilidade a desenvolver úlceras por pressão (FERNANDES; CALIRI; HAAS, 2008). No presente estudo, pela gravidade dos pacientes e necessidade de realizar rigoroso balanço hídrico, a maioria deles permaneceu com sonda vesical de demora, o que diminuiu a presença de umidade excessiva na pele causada pela incontinência urinária. Já a incontinência fecal ocorreu em 57,14%, o que também corrobora para debilitar o estado nutricional. A principal forma de nutrição utilizada foi dieta enteral de sistema fechado, sendo evidenciado através do exame físico, o emagrecimento e a perda de massa muscular. O estado nutricional dos pacientes internados em UTI comumente está comprometido devido a prolongados períodos de jejum, estados patológicos e hipercatabólitos (FERNANDES; CALIRI, 2008; SOUZA; SANTOS, 2007). A nutrição inadequada ou má nutrição afeta todo o sistema corporal, podendo levar à perda de peso, atrofia muscular e redução da massa tecidual, além de ser um dos fatores mais relevantes na etiologia das úlceras, ocasionando uma diminuição da tolerância tissular à pressão (CASTILHO CALIRI, 2005). 38 Os resultados do presente trabalho são semelhantes a outros que mostraram um perfil epidemiológico para esse problema, uma vez que a maioria dos portadores de úlceras por pressão é idosa, com doenças crônico-degenerativas como hipertensão arterial e diabetes mellitus, presença de incontinência urinária e uso de antibióticos (BLANES et al., 2004; MEDEIROS; LOPES; JORGE, 2009). Quanto à localização das lesões, a região sacral foi a mais acometida nos pacientes desse estudo; o que está de acordo com outros trabalhos, pois, 95% dos locais mais acometidos são na porção inferior do corpo, dos quais 65% ocorrem na região sacral (ROCHA; BARROS, 2007). A região sacra é considerada uma das mais suscetíveis ao desenvolvimento de úlcera por pressão em razão das proeminências ósseas e proximidades com áreas de incontinência, o que dificulta o tratamento dessas lesões (FERNANDES; CALIRI; HAAS, 2008). O conhecimento da incidência de úlceras é o primeiro passo para determinar a dimensão do problema e estimular os profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, para que medidas sejam tomadas com a finalidade de diminuir esta taxa (ROGENSKI; SANTOS, 2005). Dentre elas, pode-se destacar: a implantação da avaliação de risco pela utilização de escalas como a Escala de Braden, de Waterlow e Pressure Ulcer Scale for Healing (PUSH) que possuem a versão em português bem como investir na capacitação da equipe de saúde (FERNANDES; CALIRI, 2008; SANTOS; SELLMER; MASSULO, 2007). Sabendo-se que o risco de pacientes internados em UTI de desenvolverem úlceras por pressão, faz-se necessário avaliar o impacto das mesmas na vida dos pacientes, e então preveni-las (MARTINS et al., 2011). Entretanto, na prática, alguns fatores dificultam o atendimento desses pacientes, como a falta de uniformização do entendimento em relação a úlcera por pressão, a deficiência material para garantir maior prevenção, além do número reduzido de profissionais e sobrecarga de trabalho o que dificulta a execução de medidas simples e barata como a mudança de decúbito a cada duas horas (LOURO; FERREIRA; POVOA, 2007). Por isso é preponderante estimular a criação de protocolos e programas de prevenção com o objetivo de diminuir a incidência das úlceras por pressão, bem como os custos com a prevenção e tratamento (MEDEIROS; LOPES; JORGE, 2009). 39 Conclusão Dos 100 pacientes internados na UTI, sete desenvolveram úlceras de pressão, sendo que seis pacientes evoluíram a óbito durante o período de observação. A maioria era idosa com doenças crônicas associadas e mobilidade prejudicada,prolongado tempo de internação, sendo que em algum momento foi necessário utilizar ventilação mecânica, a nutrição feita por via enteral com incontinência fecal. Apesar de não ter sido possível avaliar o risco dos pacientes para desenvolver úlcera por pressão, pode-se perceber que as medidas preventivas estavam sendo realizadas e foram essenciais para o não desenvolvimento de lesões na grande maioria dos pacientes internados. Embora esta pesquisa apresente outras limitações, como o número reduzido de pacientes, ela remete para a multicausalidade no surgimento das úlceras por pressão e a necessidade de atentar aos profissionais para propostas de ações conjuntas na prevenção e no tratamento adequado das úlceras por pressão. 40 REFERÊNCIAS BLANES, L. et al. Avaliação Clínica e epidemiológica das úlceras por pressão em pacientes internados no Hospital São Paulo. Revista Associação Médica Brasileira, 2004; v. 50, n. 2, p. 128-137. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução n.196, de 10 de outubro de 1996. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: MS, 1996. CASTILHO, L.D.; CALIRI, M.H.L. Úlcera de pressão e estado nutricional: revisão da literatura. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 58, n. 5, p. 597-601, 2005. COSTA, M.P. et al. Epidemiologia e tratamento das úlceras de pressão: experiência de 77 casos. Acta Paulista de Enfermagem, v. 22, n. 2, p. 205-209, 2009. 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Material e Métodos – Analisou-se 59 indivíduos, portadores de ostomia há mais de duas semanas, com idade a partir de 18 anos, atendidos no Núcleo de Ostomizados do Conjunto Hospitalar de Sorocaba – SP, durante os meses de outubro e novembro de 2006. A abordagem foi de caráter quantitativo, de corte transversal e de aspecto retrospectivo. Os instrumentos de coleta utilizados foram: WHOQOL–bref, específico de avaliação de QV, criado pela OMS; instrumento de dados psico-sócio-demográfico, com o intuito de caracterizar a amostra. Resultados – Observou-se que a satisfação na QV dos indivíduos ostomizados não era alterada em decorrência do câncer colorretal. Conclusões – Conclui–se que a mensuração do impacto da doença na QV dos indivíduos torna-se cada vez mais importante, e que a necessidade de um tratamento por um longo período como a ostomização, mesmo quando há presença de doença crônica, como o câncer colorretal, não representa necessariamente o fim da vida destes pacientes. Palavras-chave: Qualidade de vida; Ostomia, enfermagem; Neoplasias colorretais Introdução A qualidade de vida (QV) tem sido incessantemente pleiteada pelo homem moderno em diferentes contextos e cenários da vida humana. O tema tem sido foco de pesquisas e cada vez mais, artigos científicos a respeito do tema são publicados, com o intuito de descobrir quais são os aspectos, positivos ou negativos, que poderiam influenciar a QV. 43 Que conceito é esse que se busca? Seria o simples fato de não estar doente ou talvez saber se adequar a uma doença? A busca desta conceituação é antiga. Muitos autores já atribuíram diferentes conceitos a este construto. Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) recomendava que a felicidade era o supremo fim para que existisse a boa vida, hoje entendida como QV. Comênio (1592 – 1670) relatava que ter qualidade de vida era gozar de boa higiene, educação e viver de forma a prolongar sua existência. Em 1974, surge a definição de que QV só seria alcançada se obtivessem o prazer e satisfação. Campbell* (1976) apud Cella e Tulsky6 (1990) e Seidl e Zannon30 (2004) relatou que QV é algo que muitos indivíduos buscam mas poucos conseguem alcançar por não entender a essência deste termo. Segundo Minayo et al. 23 (2000), a QV é uma sublime ideia que acompanha os indivíduos quando estes percebem que fatores como: a família, o convívio social e até mesmo, sua auto-estima estão em harmonia. Estes autores, além de conceituar QV, qualificou-a como boa ou excelente quando há condições para que os indivíduos possam desenvolver em excelência suas potencialidades. Santos e Kimura28 (2002) acreditaram que a abordagem pode ser facilitada a partir do momento que se desmembra a expressão QV em qualidade/vida. Sendo que qualidade está relacionada aos aspectos positivos e negativos do indivíduo; e vida é algo difícil de definir por se tratar de um conceito infinito. A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua QV como: “a percepção do indivíduo acerca de sua posição na vida, no contexto da culturae dos sistemas de valores nos quais vive em relação aos seus objetivos pessoais. Estes fatores podem ser denominados subjetivos como, bem-estar, dor, satisfação no trabalho, entre outros. Quando não relatados, são definidos como objetivos, são exemplos: rendimento familiar, consumo alimentar, população abaixo da linha de pobreza e outras. Como se observa ao decorrer desta introdução, a qualidade de vida (QV) é bastante abrangente, de forma que, na maioria das vezes é influenciada pelos desejos e anseios de cada ser humano. Nas últimas décadas avanços tecnológicos surgiram como meio de se prolongar a vida dos homens, e, a busca pela compreensão da qualidade de vida destes indivíduos 44 culminou com a publicação intensiva de artigos de avaliação da QV na literatura científica internacional. Entretanto, a crítica de que a saúde ou a doença não são os únicos aspectos que constituem o construto QV fez com que surgisse a preocupação em se aplicar o termo Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) quando a avaliação da QV enfoca aspectos relacionados à saúde/doença, tratamento e repercussões destes no cotidiano dos indivíduos. A avaliação da QV só é possível sob a ótica do indivíduo avaliado e instrumentos genéricos e específicos foram criados e validados para este fim. Os instrumentos específicos são destinados a mensurar determinadas doenças e populações, e reflete de maneira individual, o impacto que uma doença pode causar na vida de um indivíduo. Já os instrumentos genéricos podem ser usados para medir o impacto de diversas doenças sobre a vida de indivíduos, podem ser utilizados na população e tem como vantagem ser passível de comparações entre indivíduos com patologias diferenciadas. Dentre os instrumentos genéricos, adaptados para a cultura brasileira, mais conhecidos destacam-se: o SF- 36: Medical Outcomes Study 36 – Item Short Form (adaptado por Ciconelli em 1997); o instrumento da Organização Mundial de Saúde (OMS), intitulado WHOQOL – 100 (adaptado por Fleck et al. em 1997); o Quality of Life Index de Ferrans and Powers (adaptado por Kimura em 1999); e o Flanagan’s Quality of Life Scale (adaptado por Gonçalves em 1999). Os instrumentos genéricos variam de acordo com: a sua forma de aplicação, seu enfoque e sua extensão, e, têm por finalidade avaliar a QV, tanto em pessoas saudáveis, ou não. Câncer Câncer é uma doença temida, apesar de existir inúmeras formas de tratamento esta doença traz o estigma das épocas passadas, quando morriam muitas pessoas. O câncer é conhecido desde a antiguidade, em relatos de Elbers (1500 a.C) que em um papiro, citava a doença e seu tratamento com uso de unguento e arsenial. O primeiro relato de cura do câncer consta no século V, quando Domocedes (560 a.C), através de incisão e cauterização realizou o procedimento em um câncer de mama. 45 Hipócrates (460 – 375 a.C) usava descrições sobre câncer de pele, mama, útero e órgãos internos, e utilizava o termo grego karkanios, que significa caranguejo, para indicar tumoração crônica e proliferação, pois as células doentes infiltravam nas células sadias como se fossem tentáculos. Galeno (131 – 203 d.C), médico romano da Era Cristã, criador da teoria humoral atribuía o aumento da bile negra como a causa do câncer. A partir de 1652, Rudbeck descobriu os linfonodos, o que levou muitos cientistas a relacionarem o sistema linfático como a causa do câncer. O primeiro a romper com as teorias hipocráticas, foi Leônidas (180 d.C.), que ampliou o tratamento do câncer da mama, através da ressecção dos tecidos sadios e cauterização. Sennert (1572 – 1697) e Lusitano (1642), partiram do conceito de que o câncer era contagioso, sendo assim os doentes passaram a serem isolados. Foi nessa época, que surgiu o primeiro hospital especializado, em Rheines, na França (1740). Com o decorrer do tempo, descobertas como: a circulação sanguínea, a ausência de bile negra nos glóbulos vermelhos e a origem do câncer cutâneo, por meio das autopsias, fizeram com que novas formas de descrever o câncer surgissem. Nos dias atuais, a definição de câncer é dada a um grupo de doenças que tem como característica a desordenada multiplicação de células malignas, ou seja, “células normais que sofreram alterações em seu DNA”. Quando essas células desenvolvem de forma agressiva e incontrolável, formam os tumores malignos (neoplasias malignas), e quando invadem células vizinhas e distantes, caracteriza-se metástase. Estima-se que no ano de 2006, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) do Ministério da Saúde, deverão ocorrer mais de 472 mil casos novos, sendo 234 mil entre os homens e 238 mil entre as mulheres. E os tumores de maior incidência na população brasileira serão os de pele não melanoma (116 mil), mama feminina (49 mil), próstata (47 mil), pulmão (27 mil) e cólon e reto (25 mil). As causas do câncer são variadas e existem vários fatores que favorecem o seu desenvolvimento. Pode-se citar como principais: predisposição genética, hábitos alimentares, estilo de vida e condições ambientais. O câncer pode afetar diversos órgãos, dentre eles, o cólon e reto, que fazem parte do intestino grosso, que tem por função absorver nutrientes e excretar substâncias não aproveitadas pelo organismo em forma de fezes. 46 A causa do câncer colorretal é desconhecida, mas os fatores predisponentes à ocorrência deste câncer já são conhecidos e incluem: a presença de histórico familiar de câncer, histórico de câncer anterior, doença intestinal inflamatória, alimentação com grandes quantidades de gordura, obesidade, indivíduos com idade superior a 50 anos de idade. A maior incidência de casos ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos, mas as possibilidades de desenvolvimento já aumentam a partir dos 40 anos. Segundo estimativas publicadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) em 2006, o câncer colorretal é apontado como o 5º tumor maligno mais freqüente entre homens (com 11.390 casos novos) e 4º entre as mulheres (13.970 casos novos); e este tipo de câncer irá superar o câncer de colo de útero na região sudeste. O câncer colorretal, quando diagnosticado no estágio inicial, tem grandes chances de cura, mais é dificultado pela ocorrência tardia dos sintomas, uma vez que estes possam ser confundidos com outras patologias que afetam o trato gastrintestinal. Apesar de alguns sinais como: a mudança no hábito intestinal, início recente de constipação, aumento de flatos, dor abdominal, vômitos, náuseas e astenia serem relacionados como sintomas do câncer colorretal, o diagnóstico final somente será confirmado através de exames complementares. Após o diagnóstico, a doença é avaliada e classificada em estágios, de acordo com a extensão do tumor e sua invasão nas camadas do intestino, a presença ou ausência de linfonodos e metástases (estadiamento). E dependendo do grau de malignidade é traçado o plano de tratamento que consiste: a radioterapia, a quimioterapia, a ressecção cirúrgica do local afetado ou também usado em combinação. A ressecção cirúrgica do local afetado é o principal tratamento para o câncer colorretal, e consiste na retirada do tumor, dos linfonodos e também dos tecidos afetados. Se houver muito dano ao cólon, será necessário a criação de um estoma intestina. A ostomia é considerada uma efetiva terapêutica para o câncer colorretal pelos profissionais de saúde, mas pelos pacientes portadores, é considerada uma grave limitadora da QV. 47 Ostomia Estoma, ostoma, estomia, ostomia são palavras de origem grega cujo significado se traduz em “abertura” ou “boca”, que é realizado atravésde um ato cirúrgico que exterioriza uma porção do intestino para parede abdominal. Conforme o segmento exteriorizado no intestino, as ostomias recebem denominações diferenciadas: no intestino grosso (cólon), colostomia e no intestino delgado, ileostomia. Historicamente, as ostomias são provenientes do séc. XVII, em que foram descritos relatos (Lorenz Heister) de soldados feridos na região do intestino, durante batalha, e sobreviveram graças a enterostomia. Sabe se, porém que o primeiro estoma bem sucedido fora uma colostomia realizada por Duret (1793), em uma criança com o ânus imperfurado. Czerny, em 1883, realizou a colostomia como tratamento do câncer colorretal e no mesmo ano, Madeyl criou a colostomia em alça com bastão. Anos se passaram até Block (1892) descrever a colostomia em duas bocas. Mayo (1904) e Miles (1908) criaram a primeira colostomia definitiva e surge a preocupação de como seriam coletados os resíduos. Há relatos na França em 1795, de um fazendeiro ter usado uma bolsa de couro para coletar as fezes e assim sucessivamente outros dispositivos interessantes surgiram, como: sacos de pão, latas de atum, caixas de alumínio. E com eles, a preocupação com o cuidado da pele exteriorizada, que para prevenir lesões, eram utilizados talco e amido; e para minimizar odores: perfume, bicabornato de sódio, vanila e extrato de menta. Atualmente, já existem técnicas cirúrgicas adequadas e produtos com tecnologia para tratar a pele e o descarte dos resíduos do paciente ostomizado. Hoje, as indicações que levam um indivíduo a necessitar de uma cirurgia reparadora, que crie um novo caminho sempre que a passagem das fezes forem ocluí- das, são diversas e entre elas pode-se destacar doenças como: o câncer colorretal, a diverticulite, os traumas abdominais, a colite isquêmica, os polipose adenomatosa, entre algumas outras. Dependendo da etiologia e do grau de comprometimento da doença, o cirurgião indicará a realização de uma ostomia, que poderá ser de caráter provisório, como em casos de perfuração intestinal ou para proteger uma anastomose; e definitiva que são 48 realizadas quando foram descartadas todas as opções para restabelecer o trânsito intestina. Independentemente de ser temporária ou definitiva, a realização da ostomia acarreta uma série de mudanças na vida do indivíduo. Segundo Mantovani 19 (2001), o ostomizado passa por alterações drásticas em relação à representação do seu corpo, em suas práticas, em suas experiências, no relacionamento familiar, no relacionamento sexual e nas relações sociais que afetam o trabalho e lazer, repercutindo na sua autonomia. A falta de controle esfincteriano causa, nestes indivíduos, muitos conflitos e sentimento de rejeição, de culpa e ansiedade. Acredita–se que a qualidade de vida seja alterada em decorrência da necessidade de um estoma, seja ele de caráter definitivo ou provisório, e que essa QV seja ainda pior quando se trata de um paciente ostomizado por câncer colorretal, tendo em vista as dificuldades que os pacientes ostomizados enfrentam: físicas, psicológicas e emocionais, relacionadas à cirurgia mutilatória, que causa grande impacto no cotidiano do indivíduo, podendo acarretar na mudança do seu estilo de vida. O objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar a qualidade de vida (QV) de pacientes ostomizados portadores de câncer colorretal ou ostomizados por outras patologias e traçar projetos que possam ser úteis e vir a colaborar na assistência destes indivíduos. Resultados Entre os 59 pacientes entrevistados: 58% eram portadores de ostomia em decorrência do câncer colorretal e 42% portadores de ostomia em decorrência de outras patologias. Foi observado que os pacientes ostomizados por câncer colorretal pertenciam a faixa etária ≥ 58 anos, o que é confirmado pelo Instituto Nacional do Câncer(INCA), que descreve que a faixa etária predominante varia entre 40 e 70 anos. Ao contrário do que apontam as pesquisas, realizadas pelo INCA, este estudo teve predominância do sexo feminino, em 54%. Quanto à raça: 67% dos pacientes eram brancos e 33% entre pardos, indígenas, amarelos e negros. Em relação ao estado 49 conjugal dos pacientes, 57% eram casados e 43% foi composto por solteiros, viúvos entre outros. Quanto ao local de moradia concluiu-se que 76% dos pacientes moravam na zona urbana e 24% na zona rural. A grande maioria, 64%, cursou o ensino fundamental incompleto e apenas 12% dos pacientes eram de analfabetos. Outro aspecto avaliado foi a religião, onde foi verificado que a maior parte, ou seja, 66% dos pacientes eram de religião católica, e os demais 34%, de outras religiões. A maioria dos pacientes possui ostomia há mais de três anos, sendo que 44% dos pacientes possuem ostomia de caráter definitivo e os demais 56%, temporária ou não sabiam responder. O fato que chamou atenção durante a entrevista foi que os pacientes que se diziam ostomizados há menos de um ano eram aqueles que relatavam maior grau de insatisfação em sua vida diária, relacionado ao grau de aceitação com sua nova condição de vida. Cabe ressaltar que embora o questionário fosse de perguntas fechadas, todos os comentários realizados eram relatados no próprio documento, para posteriormente, serem discutidos pelos entrevistadores. Ao longo dos últimos anos, a ostomia muito se desenvolveu como medida terapêutica. Atualmente, é considerada uma das mais importantes realizações cirúrgicas. Os ostomizados têm suas perspectivas alteradas, conforme período de adaptação após a cirurgia, esse tempo é minimizado quando se trata de um portador de ostomia definitiva, já que o mesmo se conscientiza da necessidade de conviver com sua nova condição de vida. Quando questionados sobre tratamento médico, 82% dos pacientes diziam não ter tido necessidade de tratamento, nas duas últimas semanas, embora muitas vezes apresentassem patologias e hábitos que influenciassem sua saúde negativamente, tais como: diabetes, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, etilismo, entre outros. Conclusões A partir dos dados obtidos, verifica-se que, ao contrário do que se acreditava, a maioria dos pacientes ostomizados por câncer colorretal referiu ter uma boa qualidade de vida. Outro fato importante é que, os pacientes que possuíam características como: apoio familiar, ostomia de caráter definitivo e histórico de câncer colorretal apresentavam uma 50 maior aceitação de sua nova condição de vida, o que resultava numa maior satisfação pessoal. Faz-se necessário ressaltar que o caráter da pesquisa tem como finalidade auxiliar e melhorar o planejamento do cuidado. Conclui-se, portanto, que o câncer e a ostomização não representa necessariamente o fim da vida desses pacientes, uma vez que poderão adquirir uma melhor qualidade de vida a partir do momento que participarem de atividades que lhes tragam prazer e motivação e que os conduzam a um viver em plenitude dentro de suas possibilidades. 51 REFERÊNCIAS Associação Brasileira de Ostomizados [online] São Paulo; 2006 [citado em 19 nov 2006]. Disponível em: http://www.abraso.org.br/ostomia. Barreire SG, Oliveira OA, Kazama W, Kimura M, Santos VLCG. Qualidade de vida de crianças ostomizadas na ótica das crianças e das mães. J Pediatr (Rio de J.). 2003;79(1):55-62. Bechara RN, Bechara MS, Bechara CS, Queiroz HC, Oliveira RB, Mota RS, et al. Abordagem multidisciplinar do ostomizado. Rev Bras Coloproct. 2005;25(2):146-9. Campolina AG, Ciconelli RM. Qualidade
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