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Novo mecanismo de indução ao adimplemento de pensão alimentícia no CPC2015

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NOVO MECANISMO DE INDUÇÃO AO ADIMPLEMENTO DA PENSAO ALIMENTICIA NO CÓDIGO DE PROCESSO CIIVL DE 2015
Os alimentos não se tratam apenas de alimentação no sentido estrito do termo, mas comportam todas as suas necessidades básicas, como vestuário, mensalidade escolar, atendimento médico, dentre outros gastos rotineiros na vida de uma criança.  
Outrossim, a Constituição Federal, inclui a proteção à maternidade e à infância no rol dos direitos sociais, conforme artigo 6º. Além disso, o artigo 227 da Lei Maior, inclui o direito à vida, alimentação, educação e outros como sendo de dever da família, comunidade, sociedade em geral e também do Poder Público, o que, em nível infraconstitucional consta também do artigo 4º, da Lei nº 8.069/1990, Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Notório é a prioridade do direito de alimentos para seu sustento e sobrevivência, razão pelo qual o Estado assegura, conforme a lei, podendo ser concedido por tutela de urgência por perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, conforme preceitua o artigo 300 do Código de Processo Civil de 2015. 
No Código de Processo Civil de 1973, o único mecanismo de coação era a prisão civil, expresso no parágrafo 3º do artigo 733, em que o devedor é citado para o pagamento em 3 (três) dias para o efetivo pagamento, sob pena da coação supramencionada, além disso, a súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça também entende que a falta do pagamento incide a prisão civil, não somente nas 3 (três) prestações como também as que vencerem no curso do processo. 
Conforme leciona Maria Berenice Dias (2013): 
 Fixados os alimentos e não pagos imediatamente, possível uso da via executória, mesmo antes de vencido o período da obrigação, pois já existe mora e a obrigação tornou-se exigível. Aliás, para lá de viciosa a prática de aguardar o vencimento de três parcelas para a cobrança, pelo só fato de a dívida, por tal lapso de tempo, comportar execução pela via da coação pessoal (CPC 733), conforme consagrado por súmula do STJ. 
 A prisão do devedor é um meio coercitivo que tem como intuito a quitação da dívida de alimentos, ressaltando que é de extrema urgência por se tratar de sua subsistência. 
Com a vigência do novo código, a prisão civil do devedor não é mais o único meio coercitivo pessoal. O artigo 528, em seu parágrafo 3º, dispõe que o devedor de alimentos pode ter seu nome incluído no cadastro de inadimplentes: 
 Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. 
 O presente artigo se trata de um novo meio coercitivo, em que, não resta dúvida, visa diminuir a inadimplência do pagamento da prestação alimentícia, sendo que inclusão aos órgãos de restrições pode lhe acarretar problemas com relações creditícias. 
Conforme Novo Código de Processo Civil Anotado, da OAB – Porto Alegre: 
A fase de cumprimento de decisão que fixa obrigação alimentar não poderá ser instaurada de ofício pelo juízo, observando-se o princípio da inércia da jurisdição, de forma que somente terá início mediante pedido da parte credora. A intimação para pagamento, que sempre será pessoal, fixará o prazo de três dias para que o devedor (a) efetive o pagamento, (b) demonstre que já pagou, ou (c) apresente justificativa da impossibilidade absoluta de efetuar o pagamento. Transcorrido este prazo sem que alguma dessas alternativas venha a ser atendida, o juiz lançará mão de duas técnicas de execução indireta, encaminhando a decisão judicial que fixou a obrigação alimentar para protesto junto ao cartório competente e decretando a prisão do executado, pelo prazo de um a três meses, que será cumprida em regime fechado, ficando separado dos presos comuns. 
Portanto, demonstra-se que diante da inércia ou não comprovação do pagamento do débito alimentar, a decisão judicial irá a protesto junto ao cartório competente, atual medida coercitivas a fim da satisfação do crédito. 
Assim, para que a presente medida não seja imposta, a única maneira para o devedor é o adimplemento da obrigação alimentar, sendo as parcelas vencidas e vincendas no processo, conforme preceitua o artigo 323 do Código de Processo Civil de 2015. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p.539.
OAB/RS. Novo Código de Processo Civil Anotado. Disponível em: < https://nayrontoledo.files.wordpress.com/2016/01/novo_cpc_anotado_2015.pdf> Acesso em 04/05/2016.

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