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13
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Luciana Rodrigues de Morais
RA: B453AJ6
ALIMENTOS NAS RELAÇOES PARENTAIS: ASPECTOS MATERIAIS E PROCESSUAIS 
ALIMENTOS NAS RELAÇÕES PARENTAIS: ASPECTOS MATERIAIS E PROCESSUAIS
Trabalho de Conclusão de Curso como parte de requisito exigido para obtenção do título de bacharela em Direito apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA:
__________________________/___/___
Profª .....
Universidade Paulista – UNIP
__________________________/___/___
Profª .....
Universidade Paulista – UNIP
__________________________/___/___
Profª .....
Universidade Paulista – UNIP
AGRADECIMENTOS/DEDICATÓRIA
Agradeço primeiramente Deus por tudo que tem feito por mim, por ter me proporcionado essa benção de um diploma no curso de Direito que sempre foi o meu sonho.
 E depois a minha família em especial a minha mãe que mesmo sendo analfabeta e vinda da roça criou seis filhos sozinha entre eles eu que sou a primeira entre os seis a concluir uma faculdade, não que os outros irmãos não tivessem desejo, na verdade o que sempre faltou para nós foi dinheiro e oportunidade.
 Então também agradeço pela oportunidade dada por Deus, pelos meus familiares e profissionais da Universidade Paulista que sempre me apoiaram em tudo.
E agradeço também pela força vinda de dentro do coração onde muitas vezes muitas pessoas não acreditavam que eu chegaria até aqui, mas quando as pessoas deixaram de acreditar eu acreditei e no fundo sabia que esse dia iria chegar.
RESUMO
A obrigação alimentar tem origem no dever de sustento dos que dela necessitam. Dever atribuído a determinadas pessoas na ordem jurídica vigente, como corolário do principio da fraternidade instituído como norma programática na Constituição Federal. São institutos do direito de família dos quais se originam relações reciprocas entre quem deve prestar alimentos e quem pode recebê-los. A partir desta perspectiva, no presente trabalho serão apresentados, por meio dos resultados das pesquisas bibliográficas empreendidas, alguns aspectos práticos desta relação jurídico-processual, tanto na fase postulatória do Direito, instituído pelo rito especial da Lei nº 5.478/68 quanto na fase de execução em caso de inadimplemento do dever alimentar, explorando basicamente os dois ritos processuais mais comuns para a execução de título executivo judicial de natureza alimentícia. Para tanto, serão analisadas as peculiaridades dos fundamentos fáticos de um pleito alimentício e suas eventuais causas, a instrumentalização processual deste pleito e a sua execução em caso de não cumprimento por parte do devedor alimentante. Referida pesquisa possui o condão de contribuir para a análise dos principais aspectos que envolvem o pedido e a execução da pensão alimentícia no Brasil.
Palavras Chave: Pensão Alimentícia. Dever do Alimentante. Execução. 
ABSTRACT
The obligation of food has its origin in the duty to support those who need it. To be attributed to certain persons in the current juridical order, as a corollary of the principle of fraternity instituted as a program norm in the Federal Constitution. They are institutes of the family law from which they originate reciprocal relations between who must provide food and who can receive them. From this perspective, in the present work will be presented, through the results of the bibliographical research undertaken, some practical aspects of this legal-procedural relationship, both in the postulatory phase of Law, instituted by the special rite of Law 5,478 / 68 and in the execution in the event of default of the alimentary duty, basically exploiting the two most common procedural rites for executing a judicial enforcement order of a nourishing nature. In order to do so, the peculiarities of the factual foundations of a food claim and its possible causes will be analyzed, the procedural instrumentalization of this litigation and its execution in case of non-compliance by the obligor debtor. This research has the potential to contribute to the analysis of the main aspects that involve the application and execution of the alimony in Brazil.
Keywords: Alimony. Duty of the Feeding. Execution.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	8
1 – ASPECTOS MATERIAIS DOS ALIMENTOS	10
2 – NATUEREZA JURIDICA	11
2.1 CARACTERISTICAS PROCESSUAIS DOS ALIMENTOS	12
2.2 – PROCEDIMENTO	13
2.3 – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS	14
3 – DO PROCESSAMENTO DA AÇÃO DE ALIMENTOS	15
4 – DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS	20
4.1 – EXECUÇÃO DE ALIMENTOS EM RITO DE PRISÃO	21
Ementa Oficial	26
5 – A POSSIBILIDADE DE PARCELAMENTO CONVENCIONAL	32
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS	34
7 – REFERÊNCIAS	34
INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca analisar alguns aspectos práticos da ação de alimentos em e s materiais e processuais entre eles a execução em rito de prisão que é o ponto mais falado da ação de alimentos.
Dada à entrada em vigor da Lei nº 13.105/2015 que instituiu um novo Código de Processo Civil Brasileiro ao sistema jurídico pátrio, foram incorporados à sistemática processual civil instrumentos destinados a propiciar mais efetividade e celeridade à execução de alimentos, buscando a obtenção da plena efetividade com a obtenção da satisfação plena da tutela executiva.
Comparativamente, sob a égide da Lei nº 10.406/02 e do diploma processual civil anterior (Lei nº 5.869/73), o surgimento da obrigação alimentar poderia surgir das relações de casamento, parentesco, ato ilícito ou união estável, sendo que destas obrigações, somente aquele inadimplemento derivado da natureza de direito de família é que viabilizaria a possibilidade executiva do devedor sob a pena de lhe ser decretada a prisão civil ou, a depender da quantidade de meses em débito, sofrer constrição patrimonial com a eventual penhora de bens para satisfazer a dívida alimentar.
Além do problema supracitado, outras dificuldades mostravam-se como verdadeiros obstáculos impostos que minavam a possibilidade jurídica plena de dar efetividade ao direito daquele que necessitava da prestação, como por exemplo, nas hipóteses em que o devedor trabalhasse sem registro formal (propositalmente – subentenda-se, para evitar desconto direito em folha de pagamento) ou, com o registro em carteira, fizesse um “acordo” com a empresa para lhe ser pago uma parte do salário “por fora” a fim de evitar a incidência da pensão alimentícia sobre a renda efetivamente auferida, diminuindo-se, por consequência, o valor pago a este título.
Para além de buscar a resolução dos problemas procedimentais acima expostos, o Código de Processo Civil vigente trouxe um aparato de alterações processuais a fim de superar também outros percalços contidos no diploma anterior na busca da satisfação da demanda alimentar, com o intuito de conferir uma maior flexibilidade no manejo das execuções de alimentos em caso de inadimplência.
Dado esse quadro, busca-se no presente trabalho fazer singelos apontamentos sobre os ritos processuais na execução de alimentos, contidos no Capítulo III do Código de Processo Civil e no Capítulo IV do mesmo diploma, concentrando o objeto da pesquisa nas prestações alimentícias derivadas de título executivo judicial devido a filhos menores.
1. ASPECTOS MATERIAIS DOS ALIMENTOS
Dado o objeto de estudo que se analisa, inicialmente cabe indicar definições doutrinárias do Direito de Família, com o objeto de delimitar o campo de análise, afunilando-o nos aspectos jurídicos sobre o tema.
Nesse sentido, podemos considerar os alimentos como prestações realizadas com a intenção de satisfazer necessidades vitais do alimentando, o qual, por algum motivo juridicamente relevante, não possui meios de provê-las por conta própria, conforme conceito empregado pelo professor Flávio Tartuce (2016).
Para o ilustre mestre Carlos Roberto Gonçalves (2017), o sentido que a palavra “alimentos” abarca possui uma abrangência muito maior do que o mero sustento de alguém que deles dependa, estandono vocábulo em análise à compreensão de que ele não se limita a definir a obrigação alimentar, mas compreende também o conteúdo e objetivo da obrigação a ser prestada, suprindo o necessário para a manutenção moral e social de quem os recebe.
Em disposição expressa contida no Código Civil, é possível verificar uma conotação de dever de solidariedade humana que se pretende instituir nas relações entre membros de uma família:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Da interpretação do dispositivo legal acima indicado, é possível identificar um dos motivos que permite a justificação para a imposição de prestação de alimentos para aquele que, voluntariamente, não se dispõe à prestação de assistência econômica necessária aos seus familiares.
Por seu turno, a definição da natureza jurídica da prestação de alimentos, ainda sobre a égide do entendimento do professor Carlos Roberto Gonçalves (2017), que, discordando de parte da doutrina que considera a prestação de alimentos como um direito pessoal do necessitado de caráter extrapatrimonial, ou, simplificadamente como mero direito patrimonial, indica em sua obra a preponderância daqueles autores que o qualificam como direito de conteúdo patrimonial com finalidade pessoal, atribuindo-lhe natureza mista, e não simplesmente patrimonial.
2 – NATUEREZA JURIDICA
A própria natureza de uma obrigação alimentar em sua análise prática na vida cotidiana permite inferir o seu principal objetivo, sendo este o de garantir que aqueles que dependam economicamente da assistência de outrem possam ter essa necessidade resguardada pelo ordenamento jurídico.
Nesse sentido, imperioso a invocação do artigo 1º da Constituição Federal que encartou, em seu inciso III, a garantia da dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil, “in verbis”:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Entretanto, faz-se necessário identificar como o principio da dignidade da pessoa humana se aplica de fato nas relações familiares, uma vez que, pelos valores compartilhados pela maioria dos cidadãos brasileiros, dada a nossa herança cristã, exalta-se a família como estrutura sagrada, não sendo permissível, por costume, o desrespeito a sua integridade.
Sobre esse aspecto, considerando a vastidão interpretativa da definição do conteúdo desse princípio, verificasse ser possível valorá-lo no caso concreto, aplicando-se as regras de hermenêutica jurídica em cada caso para ser possível a identificação de eventual violação do referido princípio.
Leciona o mestre Flavio Tartuce (2016, p. 1184) que “a dignidade humana deve ser analisada a partir da realidade do ser humano em seu contexto social”.
Portanto, ao buscar a atribuição de uma interpretação do principio da dignidade da pessoa humana aplicado ao Direito de Família, tem-se que isso deva ser feito a partir de pressupostos que visem à proteção integral ao sujeito de Direito, que, no caso das prestações alimentícias, sustentam-se pela efetiva necessidade de quem as pede, e a real possibilidade daquele que presta a assistência.
Desta forma, busca-se possibilitar o maior equilíbrio possível nas relações que envolvam recebimento e prestação de alimentos.
2.1 CARACTERISTICAS PROCESSUAIS DOS ALIMENTOS
Adiantando um aspecto processual, na fixação do valor a ser prestado a título de pensão alimentícia, o magistrado deve adotar critérios para a sua aferição, considerando as necessidades do alimentando (quem irá receber a pensão) e as efetivas possibilidades do alimentante (quem irá pagar), compondo-se, portanto, de duas variáveis a serem consideradas para a fixação dos alimentos.
A fixação dos alimentos, conforme abordado acima, deve atender não só a finalidade de garantia de subsistência digna dos alimentandos, mas também deve ser capaz de suprir o mínimo necessário de suas principais necessidades.
Sobre esse aspecto, é a inteligência do artigo 1.694, § 1º, do Código Civil:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
O arbitramento dos alimentos não pode tornar-se um gravame insuportável ao alimentante, impossibilitando de cultivar os meios necessários para a garantia de sua própria subsistência, nem mesmo se permite em nosso ordenamento o enriquecimento ilícito do alimentado, sob a pena de subverter o binômio norteador para a fixação de alimentos e assim causar sérios desequilíbrios.
Deve-se, portanto, observar o equilíbrio a real necessidade daquele que recebe a prestação alimentar e a situação financeira real daquele que presta os alimentos, em estrita conformidade com o § 1º do artigo acima colacionado, ou seja, nesse sentido a necessidade do binômio necessidade versos possibilidade é usado para fazer o cálculo do valor da pensão, leva-se em conta a necessidade da criança, seus gastos básicos, tais como: alimentação, educação, saúde, lazer, etc. e as possibilidades do alimentante de pagar, exemplo quanto ganha, se tem outros filhos para sustentar etc. Dessa forma chega-se a uma média justa, tanto para o alimentado quanto para o alimentante.
2.2 – PROCEDIMENTO 
A Lei de Alimentos (nº 5.478/68) regulamenta o pedido de alimentos, permitindo aos que necessitam da prestação um procedimento especial, mais célere para ingresso na justiça.
No entanto, para ser possível utilizar deste rito, o autor da ação deve possuir e apresentar prova pré-constituída do parentesco entre o alimentante e o alimentado, sendo o documento habitual e mais prático para essa comprovação a certidão de nascimento dos filhos (sendo que neste caso a necessidade se presume, permitindo, inclusive o arbitramento de alimentos provisórios).
Caso o requerente não preencha os requisitos exigidos pela Lei para a validade da dedução de sua reivindicação pelo rito da Lei de Alimentos, pode valer-se de ação ordinária de alimentos, ficando ao seu critério a cumulação ou não desta demanda ao pedido de investigação de paternidade/maternidade, a fim de obter Sentença judicial constitutiva sobre a obrigação alimentar do requerido.
 2.3 – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
Nos pedidos de alimentos formulados, se pressupõe a efetiva necessidade dos filhos em receber a prestação, razão pela qual se permite, no momento do pleito junto ao judiciário, a fixação de alimentos provisórios para a garantia do sustento do alimentando durante a tramitação do processo.
Tal possibilidade encontra respaldo nos artigos 1.706 do Código Civil e artigo 4º da Lei de Alimentos, que assim dispõem, respectivamente:
Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.
Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Contudo, ainda que o dispositivo acima formalmente garanta ao alimentando a manutenção de seu sustento enquanto essa obrigatoriedade é discutida em juízo, na prática, o arbitramento provisório de alimentos não se mostra efetivo no alcance de seus efeitos idealizados pelo legislador, uma vez que se a intenção é garantir o sustento para o alimentado durante a progressão processual, é necessário presumir que o demandado tome ciência da ação no primeiro momento possível, ou seja, dentro do prazo de 48 horas previsto no artigo 5º da Lei de Alimentos.Contudo, por razões inerentes aos mecanismos da justiça, a efetividade de cumprimento deste prazo muitas vezes não se confirma.
Ressalte-se que o inconveniente acima indicado não se dirige a famigerada morosidade que maculava a imagem do judiciário em tempos recentes - o que, aliás, gradativamente vem se aperfeiçoando no decorrer dos anos, mas sim por circunstâncias que indiretamente retardam o ato de dar conhecimento ao demandado sobre o pleito alimentar em curso, como, por exemplo, uma mudança de endereço desconhecida pela representante legal daquele que pede alimentos.
3 – DO PROCESSAMENTO DA AÇÃO DE ALIMENTOS
A ação de alimentos possui como legitimados ativos os filhos que necessitam da prestação, cabendo aos pais apenas a sua representação ou assistência, de acordo com a idade.
Contudo, em decisão importante sobre o tema da legitimidade, dado o conteúdo e relevância jurídica do pedido, o Superior Tribunal de Justiça entendeu que “a formulação do pedido em nome da mãe não anula o processo, apesar da má técnica processual, pois está claro que o valor se destina à manutenção da família. O pedido está claramente formulado em favor dos filhos”, conforme teor do informativo nº 410 daquele Tribunal colacionado abaixo:
TERCEIRA TURMA
UNIÃO ESTÁVEL. DISSOLUÇÃO. ALIMENTOS. MENOR. INVENTÁRIO. ADIANTAMENTO.
A Turma decidiu que não se justifica o pedido de anulação da ação de alimentos, entendendo cabível a legitimidade ativa de filhos menores quando assistidos ou representados (conforme a idade), com pedido formulado em nome próprio pela genitora em favor dos filhos, uma vez demonstrado que o valor solicitado é para a manutenção da família. Ademais, tal legitimidade ativa não se altera quando atingida a maioridade do filho menor no curso do processo. É admissível também a partilha de bens decorrente da dissolução de união estável (vinte anos) promovida mediante processo futuro de inventário (art. 1.121, § 1º, do CPC), com a indicação prévia dos bens que integrarão a divisão, sem, contudo, haver o pretendido adiantamento da partilha, que só ocorreria se fosse desde já atribuída pelo Tribunal a cada companheiro uma parcela individualizada do patrimônio. No mais, pela incidência da Súmula n. 7-STJ, descabe examinar pedido quanto à fixação do valor da pensão de alimentos com o do montante da participação da companheira na formação do patrimônio na constância da união. REsp. 1.046.130-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/10/2009.
O Ministério Público também é parte legítima para ajuizar a ação de alimentos em benefício de menor, verificado cada caso em concreto, podendo fazê-lo de forma independente ao exercício do poder familiar pelos pais.
Referida legitimidade tem como base o artigo 127 da Constituição Federal, segundo o qual preceitua:
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Sendo assim, indubitável que no exercício de suas funções institucionais e no rol de suas responsabilidades, também é da incumbência do “parquet” a viabilização do pleito alimentar em juízo, em consonância com os ditames constitucionais que lhe conferiram a guarda da ordem jurídica e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Iniciada a ação de pedido de alimentos em juízo, no caso de seu regular processamento e procedência, os alimentos devidos e não prestados acumulam-se desde a data da citação, devendo o alimentante efetuar o pagamento do montante devido, sob a pena de suportar ação executiva.
É esse o teor da Súmula 277 do Superior Tribunal de Justiça:
Súmula 277 - Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação. (Súmula 277, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/05/2003, DJ 16/06/2003 p. 416)
Dispõe o artigo 53, inciso II, do Código de Processo Civil, com o propósito de beneficiar a parte mais fraca na demanda, neste caso, o demandante de prestação alimentar, que é competente o foro “de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos”, com o intuito de lhe facilitar o acesso ao judiciário para a concretização célere de seu Direito.
A mesma regra é mantida para as hipóteses de ação revisional de alimentos e para a hipótese de oferta dos alimentos por parte do devedor, sendo que neste último caso, é o devedor que, consciente de sua obrigação de sustento, ingressa em juízo para, á partir de sua oferta, fixar judicialmente o valor de sua prestação alimentar. O artigo 24 da Lei de Alimentos (Lei n. 5.478/68) possibilita, com efeito, àquele que deve alimentos tomar a iniciativa de judicialmente oferecê-los, estatuindo:
Art. 24. A parte responsável pelo sustento da família, e que deixar a residência comum por motivo, que não necessitará declarar, poderá tomar a iniciativa de comunicar ao juízo os rendimentos de que dispõe e de pedir a citação do credor, para comparecer à audiência de conciliação e julgamento destinada à fixação dos alimentos a que está obrigado.
Processualmente, referida possibilidade em certos casos é mais benéfica ao alimentante, uma vez que ao se adiantar à eventual ação de alimentos a ser promovida por quem tem a guarda da criança, acaba por inibir eventual risco de ver a pensão provisória fixada em montante acima de suas possibilidades, permitindo-lhe assim mais “traquejo” nas considerações sobre o montante a ser fixado, pois ao oferecer o valor a título de pensão alimentícia que efetivamente seja capaz de contribuir para o sustento do infante, o faz observando suas limitações financeiras, demonstrando o seu ganho efetivo, sendo a fixação da pensão realizada com observância do princípio da proporcionalidade estabelecido no § 1º do artigo 1.694 do Código Civil.
Logo no início da demanda da ação de alimentos, ao despachar a inicial, o juiz fixará no ato os alimentos provisórios, tendo como regra geral a fixação em um terço dos rendimentos do devedor, não existindo inicialmente, ao menos na Lei de Alimentos, qualquer critério para o estabelecimento do “quantum” a ser fixado.
Da leitura do dispositivo legal que estabelece o procedimento acima indicado (artigo 4º da Lei de Alimentos), a suposta ambivalência do final da redação do artigo não merece prosperar, salvo melhor juízo, a intenção do legislador de facultar a parte quando do despacho do pedido inicial indicar expressamente que não necessita de alimentos provisórios (quando o objeto principal da ação é justamente o pedido de alimentos) foi a de homenagear a boa fé objetiva, pois o intuito de quem pede alimentos, hipoteticamente pode ser apenas a fixação da obrigação alimentar em juízo, visando resguardar a garantia alimentar de seu mirim em eventual necessidade futura, dado que a obrigação alimentar é recíproca entre quem detém a guarda de fato e quem é demandado na ação em comento, ressaltando-se que, dispensado expressamente os alimentos provisórios, estes não poderão ser objeto de execução pela falta de pagamento.
Nas hipóteses em que o devedor da pensão não possua remuneração fixa, cuja sua atividade profissional seja os popularmente chamados “bicos”, sendo empresário ou profissional liberal, o ilustre professor Carlos Roberto Gonçalves (2017) indica não ser recomendável utilizar para a fixação do valor da pensão percentual sobre os ganhos líquidos deste tipo de trabalhador, em virtude da dificuldade futura para eventual execução de alimentos em caso de inadimplemento, uma vez que os valores devidos teriam de ser apurados e investigados mensalmente. Sendo os ganhos do devedor uma variável, ainda que subjetivamente a fixação sobre seus rendimentos líquidos seja a forma mais justa para aferição do “quantum” a ser pago, uma vez que somente assim os valores pagos corresponderiam efetivamente aos seus rendimentos mensais, referida hipótese inviabiliza a efetiva prestação jurisdicional no cálculo do montante do débito em caso de inadimplência, sendo recomendável pelo ilustre jurista quenesses casos, o arbitramento dos alimentos provisórios deve ser feito em quantia certa, corrigida monetariamente segundo índice oficial aplicado à natureza da dívida.
Em caso de emprego formal, a fim de satisfazer as necessidades do alimentado e preservar o equilíbrio entre este e o alimentante, os artigos 19 e 20 da Lei n. 5.478/68 permitem ao magistrado a requisição de informações sobre os ganhos e a situação econômico-financeira do alimentante junto à empresa a qual esteja vinculado, repartições públicas, civis ou militares, inclusive do Imposto de Renda, buscando mecanismos destinados a possibilitar sua melhor avaliação das reais possibilidades financeiras do responsável pela obrigação alimentar, com o intuito de não lhe onerar demasiadamente, fixando-lhe prestação desproporcional aos seus reais rendimentos.
Nesse sentido, não pode o devedor ser forçado judicialmente a prestar alimentos em detrimento do seu próprio sustento ou da sua família, nas hipóteses em que o requerente na ação de alimentos os estime sobremaneira às reais possibilidades do alimentante, devendo preservar-se o instituto contido no § 1º do artigo 1.694 do Código Civil Brasileiro.
3.1 - Da CITAÇAO
O devedor será citado para comparecimento em Audiência de Conciliação, permitindo-lhe tempo razoável para, caso queira, apresentar Contestação justificando sua eventual impossibilidade de prestar os alimentos pleiteados, apresentando motivos razoáveis para tanto, devendo sempre se observar o binômio da necessidade/possibilidade. Os ritos para citação seguem os ditames do Código de Processo Civil.
3.2 - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E ALEGAÇOES DO MINISTERIO PUBLICO
Autor e réu devem comparecer na Audiência de Conciliação designada pelo juiz, podendo cada qual, levar consigo até 3 (três testemunhas) que corroborem suas alegações, implicando arquivamento em caso de não comparecimento do autor (representante legal do menor) e revelia, em caso de não comparecimento do réu, confessando, por consequência, toda a matéria de fato alegada na inicial de alimentos.
Apregoadas as partes e aberta a Audiência, será oportunizada aos litigantes a possibilidade de serem ouvidos pelo magistrado, devendo-se ouvir o representante do Ministério Público, que deve ser intimado a intervir em todas as fazes do procedimento. (Art. 9º. Lei n º 5.478/68) dada a sua função de “custus legis” na ação de alimentos, propondo-se, por seu turno, a possibilidade de conciliação.
Na oportunidade de acordo, lavra-se o termo de Audiência com a indicação de composição no feito, devendo ser assinado por ambas às partes, pelo juiz, escrivão e o douto representante do Ministério Público, constituindo-se, pois, título executivo judicial.
Inexistindo composição, o juiz ouvirá as partes e suas respectivas testemunhas para formação de seu livre convencimento sendo o julgamento proferido na mesma oportunidade, salvo em caso de força maior que o impeça, sendo neste caso, a Audiência de julgamento marcada para o primeiro dia possível para sua realização, sendo desnecessárias novas intimações, saindo as partes devidamente intimadas da nova data agendada.
Ao término da instrução, seja no mesmo dia da verificação conciliatória, seja na nova data agendada para o julgamento, na sentença, o juiz fixará alimentos segundo seu convencimento e as provas produzidas, não ficando adstrito, necessariamente, ao “quantum” pleiteado na inicial pelo demandante, sem implicar julgamento ultra petita”, pois o intuito da fixação é prestigiar a necessidade do alimentando e a possibilidade do alimentante.
Sobre esse aspecto ainda, assevera o professor Carlos Roberto Gonçalves (2017) que as prestações de natureza alimentar se constituem em verdadeiras dívidas de valor, não sendo de quantia certa, implicando que isto resulta na inexistência de julgamento “ultra petita” quando da fixação dos alimentos pelo magistrado na Sentença podendo inclusive ser em valor superior ao do limite contido no pedido. Ressalta que este pedido formulado na ação de alimentos possui natureza genérica, não implicando, por conseguinte, a vinculação da fixação do valor pelo magistrado necessariamente ao valor requerido na peça exordial.
Para a fixação do valor, o magistrado observará os preceitos acima expostos, podendo fixar a pensão alimentícia em percentual sobre os rendimentos líquidos do requerido, determinado, preferencialmente, expedição de ofício para a empregadora para desconto da pensão diretamente em folha de pagamento ou, em caso de desemprego ou vínculo de trabalho informal do alimentante, fixará percentual sobre o salário mínimo vigente, garantindo assim a correção monetária periódica dos valores de maneira automática, preservando a subsistência do alimentando. 
Referida Sentença ou o Termo de Audiência, após o trânsito em julgado, fará coisa julgada, se tornando título executivo judicial passível de execução em casos de inadimplemento.
 
4 – DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
O Código de Processo Civil vigente introduziu mudanças significativas em nosso ordenamento jurídico, e, por óbvio, respingou efeitos no direito de família, sendo o instituto da execução de alimentos um dos temas que mais inovou com a entrada em vigor do novo diploma processual.
 
 Por possibilidade de execução de alimentos fundada em título executivo extrajudicial, possuindo como principais ritos processuais para a realização da cobrança a possibilidade de prisão civil do devedor e expropriação de bens para pagamento da dívida alimentar, ritos que serão abordados em seguida. Contudo, antes de adentrar aos ritos propriamente ditos, cumpre esclarecer que a execução de alimentos trata-se de execução por quantia certa, visando preservar o direito do alimentado, possuindo seus ritos certas especialidades com o intuito de promover atos específicos destinados a facilitar a obtenção da satisfação por parte do exequente.
4.1 – EXECUÇÃO DE ALIMENTOS EM RITO DE PRISÃO
No ordenamento jurídico brasileiro, a liberdade é regra, tendo como parâmetro a valorização da dignidade humana como arcabouço de aperfeiçoamento civilizatório.
A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece no seu rol de direitos fundamentais, especificamente disposto no inciso LXVII do artigo 5º que:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
É possível verificar na leitura do dispositivo acima a atenção que o constituinte deu para a regulação da proibição da prisão civil do devedor inadimplente, com viés humanitário, buscou-se privilegiar a dignidade da pessoa humana restringindo as possiblidade de seu encarceramento para aquelas situações absolutamente necessárias.
Em que pese a redação do dispositivo constitucional, atualmente, não se admite mais a prisão civil do depositário infiel, sendo admitida a prisão civil por dívida apenas nos casos de inadimplemento inescusável de obrigação alimentar.
Referida mudança advém do chamado Pacto de São José da Costa Rica, também conhecido como Convenção Americana Sobre Direitos Humanos, incorporado no Brasil pelo Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992, que, em seu art. 7, admite apenas a exceção acima indicada dispondo que não se pode deter ninguém por dívidas, não limitando, contudo, os mandados de autoridade judiciária competente para tanto, expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar, hipóteses em que, se permitirá a prisão civil por dívida, como é o caso brasileiro, uma vez signatário do referido pacto.
Salienta-se que a possibilidade de prisão é uma medida extrema e excepcional, uma vez tratar-se a natureza da prestação alimentícia de direito personalíssimo e fundamental do alimentado, a fim de concretizar a assistência familiar e o princípiodo melhor interesse do menor.
O foro competente para o cumprimento de sentença pelo rito da prisão será o do juiz que decidiu a causa em primeiro grau, arbitrando o valor de alimentos a serem prestados, possibilitando que o exequente opte ainda pelo juízo do atual domicilio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens de propriedade do executado sujeitos a eventual penhora, com o intuito de facilitar sua localização ou pelo juízo de seu domicílio.
Nesse sentido, a luz do art. 528, § 7º do Código de Processo Civil, este procedimento é restrito apenas à cobrança das três últimas prestações vencidas antes do ajuizamento da execução, somando-se àquelas que se vencerem no curso do processo:
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
(...)
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
É importante ressaltar que não existe a obrigatoriedade de que estejam vencidas necessariamente três prestações alimentícias para que o credor possa buscar a cobrança pelo rito processual aqui apresentado, sendo que o mero inadimplemento de uma única parcela já autoriza o uso dessa via executória, visando preservar o direito do alimentado, a dívida necessita ser paga prontamente, e qualquer atraso, já autoriza a sua cobrança e medida extrema adotada.
Nas hipóteses em que a execução for proposta referente a um número superior de parcelas dos que as acima indicadas, cabe ao juiz limitar a demanda judicial, orientando o credor para que este busque a via expropriatória quanto às parcelas pretéritas aos três meses anteriores a data da propositura da ação executiva.
Uma vez ingressada a ação, o executado será intimado pessoalmente para em 3 dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo, de acordo com que estabelece a parte final do artigo 528 do Código de Processo Civil.
Na hipótese de não ter sido efetuando o pagamento, o executado não provar que o fez ou não apresentar justificativa da impossibilidade de fazê-lo, deve o juiz mandar protestar o pronunciamento judicial (possibilidade coercitiva trazida pelas inovações do novo diploma processual) sendo que somente nas hipóteses de comprovação de um fato determinado que impossibilite de forma absoluta o devedor de pagar a quantia é que se justificará o inadimplemento, não recaindo a sanção prisional sobre o executado, devendo o juiz, a depender do caso, orientar e buscar junto com as partes a possibilidade de uma composição que seja capaz de atender os interesses conflitantes.
Caso o executado não pague o valor total do débito, ou se a justificativa que apresentar não seja aceita, o juiz, além de mandar protestar a sentença ou decisão, decretará a prisão pelo prazo mínimo de 1 (um) ao prazo máximo de 3 (três) meses.
A primeira reação que o executado pode tomar, de acordo com a previsão legal é o pagamento, sendo esse um reconhecimento jurídico do pedido, confissão de que de fato deve o montante cobrado, o que acarreta ao executado o dever de arcar com as custas processuais e os honorários advocatícios, e, sendo realizado o pagamento integral do débito, a execução extinta.
Além do mais, o executado poderá informar e provar que já cumpriu a obrigação cobrada pelo credor, sendo tal comprovação, via de regra, demonstrada com o comprovante de pagamento da pensão alimentícia, sendo acolhida tais alegações, a execução também será julgada extinta.
Entretanto, a maior frequência de manifestação dos executados é na linha de buscar justificar o não pagamento, devendo ser indicado de forma fundamentada os motivos concretos que efetivamente o impossibilitam de satisfazer o direito do exequente.
A seriedade das alegações neste caso decorre geralmente de prova documental juntada com a defesa do executado na ação de execução, sendo permitido que o executado produza provas de suas alegações em momento procedimental posterior, em especial prova testemunhal, que não pode ser produzida no momento da defesa na ação.
É de suma importância a possibilidade de justificativa por parte do executado, pois sendo esta aceita pelo magistrado, dada a verossimilhança de suas alegações, possuirá o condão de impedir o decreto prisional, pois, a luz do art. 5º, inciso LXVII, da Constituição Federal, somente o inadimplemento voluntário e inescusável da obrigação alimentícia permite a prisão civil.
Acolhida a justificativa do executado, a prisão civil não será decretada, devendo o magistrado extinguir a execução, podendo o exequente requerer a instauração da execução por quantia certa contra devedor solvente pelo procedimento comum.
Por ser uma medida entendida como de extrema gravidade para o executado, a jurisprudência pátria vinha limitando a utilização de tal medida coercitiva, não sendo decretada a prisão para a cobrança de diferentes pensões vencidas, ou para a cobrança de débitos antigos que ultrapassassem mais de três meses anteriores à propositura da execução, sendo editada a Súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça para dirimir quaisquer divergências sobre o período de restrição da liberdade:
Súmula 309 - O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
O entendimento consagrado por nossos Tribunais superiores é o de somente admitir a prisão do devedor de alimentos, quando se acumular o valor referente a três prestações vencidas e não pagas de pensão alimentícia que sejam anteriores ao ajuizamento da execução nos três meses antecedentes à data da propositura da ação, acumulando-se as parcelas que se venceram ao longo da demanda, sendo assim, somente não será decretada a prisão na hipótese de pagamento integral da dívida, entendendo-se por integral as três parcelas mais recentes anteriores ao ajuizamento e todas as demais que forem vencendo no decorrer da execução até o efetivo pagamento por parte do executado.
Destaca-se que até que haja o pagamento, ou alguma das hipóteses de manifestação por parte do executado, as pensões vincendas cobradas pelo rito da prisão acumular-se-ão na primeira execução intentada por esse rito, sendo que as prestações vencidas e vincendas sempre estarão computadas nas prestações devidas na primeira execução, a fim de se evitar tumulto de ações executórias e desvirtuamento do instituto da execução de alimentos pelo da prisão civil.
4.3 – Da execução por prisão durante a pandemia
Desde que a Organização mundial da Saúde declarou estado de pandemia, nosso pais se tornou um verdadeiro caos, foi decretado quarentena em vários estados e o com a economia em queda se aumentou muito o número de desempregados no Brasil.
Os efeitos da epidemia geraram impactos na obrigação de alimentos que refletem nas relações familiares, devendo as partes observarem o melhor interesse do alimentado, mas também a garantia de sobrevivência do alimentante, pensando nesses grandes questionamentos que vem surgindo com a pandemia do Coronavirus o Ministro Paulo de Tarso Sanseverino do Superior tribunal de Justiça (STJ) decidiu no dia 27 de março de 2020, garantir a todos os presos por inadimplemento de obrigação alimentar o cumprimento da prisão em regime domiciliar , tal medida se deu em razão do risco de contaminação pela Covid -19 por pedido da Defensoria Pública da União ( DPU) e nacionalizou o entendimento que a corte já havia destinado a detentos do Ceará. 
Paulo de Tarso Sanseverino ainda ressaltou que as condições de cumprimento da pensão domiciliar serão estipuladas pelos juízes de execução de alimentos, inclusive em relação a duração, levando em contas as medidas adotadas pelo governo federalpara conter a pandemia da Covid 19.
No pedido da defensoria Pública da União, um dos defensores que assinou o documento Antônio Maia de Pádua, explica que algumas defensorias estaduais já fizeram pedidos desse teor. No caso do Ceará, o órgão recorreu e o caso chegou até o STJ, que concordou com a solicitação. Por isso a defensoria enviou um oficio para nacionalizar a decisão.
Os defensores alegaram que os presos por dividas de alimentos, não tem periculosidade nenhuma e estão sujeitos a um perigo desnecessário por esse motivo o viável é ficarem em prisão domiciliar.
Ementa Oficial
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. FAMÍLIA. ALIMENTOS.
FILHOS MENORES. ADMISSIBILIDADE EM HIPÓTESES EXCEPCIONAIS. PRISÃO CIVIL NA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. INADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÃO ALIMENTAR ATUAL (SÚMULA 309/STJ). PANDEMIA DE COVID-19. RISCO DE CONTÁGIO. PRISÃO DOMICILIAR. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA.
1. O presente habeas corpus foi impetrado como substitutivo do recurso ordinário cabível, o que somente é admitido excepcionalmente pela jurisprudência desta Corte de Justiça e do egrégio Supremo Tribunal Federal quando constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado, podendo-se, em tais hipóteses, conceder-se a ordem de ofício.
2. O pagamento parcial do débito não afasta a regularidade da prisão civil, porquanto as quantias inadimplidas caracterizam-se como débito atual, que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo, nos termos da Súmula 309/STJ.
3. Diante do iminente risco de contágio pelo Covid-19, bem como em razão dos esforços expendidos pelas autoridades públicas em reduzir o avanço da pandemia, é recomendável o cumprimento da prisão civil por dívida alimentar em regime diverso do fechado.
4. Ordem de habeas corpus parcialmente concedida para que o paciente, devedor de alimentos, cumpra a prisão civil em regime domiciliar.
(HC 561.257/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 05/05/2020, DJe 08/05/2020)
HABEAS CORPUS. OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA. INADIMPLEMENTO PRISÃO CIVIL.
DECRETAÇÃO. PANDEMIA.  SÚMULA Nº 309/STJ. ART. 528, § 7º, DO CPC/2015. PRISÃO CIVIL. PANDEMIA (COVID-19). SUSPENSÃO TEMPORÁRIA.
POSSIBILIDADE. DIFERIMENTO. PROVISORIEDADE.
1. Em virtude da pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19), admite-se, excepcionalmente, a suspensão da prisão dos devedores por dívida alimentícia em regime fechado.
2. Hipótese emergencial de saúde pública que autoriza provisoriamente o diferimento da execução da obrigação cível enquanto pendente a pandemia.
3. Ordem concedida.
(HC 574.495/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/05/2020, DJe 01/06/2020)
4.2 – EXECUÇÃO DE ALIMENTOS EM RITO DE PENHORA
Visando a cobrança de prestações alimentícias vencidas a mais de três meses antes do ajuizamento da execução pelo rito da prisão, sua cobrança apenas será possível com a utilização da via expropriatória, ou seja, pelo rito da penhora, independentemente de ser título executivo judicial conforme teor do artigo 528 ou extrajudicial conforme redação do artigo 911, ambos do Código de Processo Civil.
Sobre a diferenciação acima indicada, cumpre esclarecer brevemente que o legislador viabilizou a cobrança dos alimentos pelos ritos aqui estudados oriundos tanto de título executivo judicial quanto título executivo extrajudicial.
Nesse sentido, tratando-se de título executivo extrajudicial, a cobrança dependerá da propositura de execução judicial por parte do credor, por quantia certa, de acordo com o disposto nos artigos 824, 825 e 826 do Código de Processo Civil, que assim dispõem:
Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.
Art. 825. A expropriação consiste em:
I - adjudicação;
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.
No pedido inicial, cabe ao credor indicar os bens a serem penhorados, visando a facilitação das medidas expropriatórias a serem tomadas pelo poder judiciário e a efetividade da medida legal para satisfação do crédito.
O devedor executado será citado pelo correio para, efetuar o pagamento no derradeiro prazo de três dias, iniciando-se a contagem do interstício a partir da data da juntada aos autos do aviso de recebimento, conforme disposição geral do código processual.
Caso exista o efetivo pagamento dentro do prazo acima, poderá o executado ser beneficiado com a redução pela metade da verba honorária arbitrada, ou, caso não seja efetuado o pagamento, será requerido que um oficial de justiça diligencie no endereço do executado para fins de proceder com a penhora e a avaliação dos bens recaindo sobre tantos bens que bastarem para satisfação da obrigação.
Em que pese ser preferível a penhora de dinheiro, nada impede a expropriação de outros bens existentes em nome do executado, bens móveis, imóveis, direitos creditórios, sendo necessária, no caso da penhora de imóvel, uma justa ponderação entre o montante do débito e o valor do imóvel, dada a complexidade de expropriação desse tipo de bem.
Quando a natureza da obrigação alimentar fundar-se em cumprimento da sentença, o executado será intimado para, dentro do prazo de 15 dias, efetuar o pagamento do montante do débito, sob a pena de incidir sobre o total da dívida uma multa de 10%, cumulada com honorários advocatícios em igual percentual, sujeitando-se às medidas expropriatórias contidas no Código de Processo Civil. A intimação para pagar é feita na pessoa do advogado constituído pelo executado, por meio de publicação no diário de justiça eletrônico, e, sendo o devedor representado pela Defensoria Pública, ou não possuir representante constituído nos autos, deverá ser intimado pela via postal com aviso de recebimento, ou, em último caso, esgotado as possibilidades acima, por edital.
Constitui-se em mora o devedor que depois de intimado, e após fruição do prazo de 15 dias, permanecer inerte, não realizando o pagamento, restando diante de sua omissão à aplicação de multa de 10% e de honorários de 10% sobre o montante do débito, tendo como marco inicial para a incidência da multa a data de intimação do executado.
Um detalhe importante que mercê comentário é que se caso a execução aqui estudada seja iniciada após o decurso de um ano do trânsito em julgado da sentença que fixou o valor da prestação alimentícia não paga, a intimação do devedor será feita por meio de carta com aviso de recebimento, sendo que esta deverá ser encaminhada ao endereço constante dos autos, considerando-se realizada a intimação na hipótese do devedor tiver mudado de residência sem prévia comunicação ao juízo, sendo responsabilidade das partes manterem seus endereços sempre atualizados.
Devidamente intimado, após transcurso do prazo, mantendo-se inerte o devedor, deve ser expedido mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação em consonância com a disposição do artigo 523 e 831 do Código de Processo Civil, não sendo necessário pedido do credor nem do juiz nesse sentido, pois o início dos atos expropriatórios após os prazos acima deveram ser realizados “desde logo”.
É facultada ao executado a possibilidade de apresentar impugnação, independente da penhora, alegando os temas apontados no rol legal do § 1º do artigo 525 do diploma processual civil, sendo elas:
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III -inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
Em caso de efetiva penhora em dinheiro, mesmo que a impugnação apresentada pelo executado disponha de efeito suspensivo, é possível mensalmente o levantamento do valor da prestação por parte do credor, dada a natureza alimentar da prestação.
Para facilitar e dar plena efetividade a medida expropriatória, é possível a penhora de vencimentos, soldos, salários, subsídios, remunerações, pensões, proventos de aposentadoria, dos ganhos de trabalhador autônomo e dos honorários de profissional liberal, tudo visando dar plena efetividade a necessidade de prestação alimentar e dever de sustento por parte do executado.
Como instrumento das medidas expropriatórias, também é possível a penhora de valor depositado em conta bancária, mediante pedido via Bacenjud, respeitando-se o limite mínimo de 40 salários mínimos, nos casos de dinheiro depositado em caderneta de poupança. Salienta-se que a expressão legal é exemplificativa, subsistindo a possibilidade de penhora de numerário ou valores aplicados em outras modalidades de investimento em que o devedor possua em seu nome.
É permitida a penhora também dos frutos e rendimentos dos bens que o executado possua em seu nome, de forma parcelada, contanto que não ultrapasse 50% de seus ganhos líquidos, como, por exemplo, a penhora de parcela de aluguel de imóvel de propriedade do executado, podendo referido valor ser levantado mensalmente por parte do credor.
Com o fito de assegurar e garantir a constrição patrimonial quando tratar-se de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, conforme citado acima, cabe penhora online via sistema Bacenjud, por meio eletrônico, mecanismo à disposição do magistrado para aplicação quando tal medida servir para garantir a efetividade de localização e bloqueio dos valores existentes em contas e aplicações financeiras em nome do devedor até o limite do valor do débito.
Ressalta-se que a penhora online deve ser levada a efeito antes mesmo da citação do devedor, para evitar que ele, sabendo da medida constritiva, faça desaparecer o numerário existente à sua disposição, esquivando-se da obrigação alimentar.
É permitido ao devedor que no prazo de 15 dias da juntada aos autos do mandado de citação, possa este oferecer embargos à execução, independentemente da existência de penhora, depósito ou caução para garantir a execução. Frisa-se que os eventuais embargos opostos não dispõem de efeito suspensivo, podendo a penhora sobre seus bens recair mesmo que ainda se esteja discutindo a possibilidade do devedor prestar os alimentos.
Na prática, dada às diversas situações em que o devedor só toma conhecimento da existência da ação executiva quando esta já possui um acúmulo de prestações vencidas, e, por consequência, um montante de débito muito superior ao da prestação mensal, no prazo dos embargos, o executado, caso proceda com o depósito de 30% do valor da execução, acompanhado do valor das custas e honorários, poderá requerer o parcelamento do saldo remanescente, em até seis parcelas mensais, devidamente corrigido e acrescido de juros de um por cento ao mês, uma vez que mesmo existindo o parcelamento, a mora acompanha as prestações, pois vencidas. A opção pelo parcelamento importa em renúncia ao direito de opor embargos, pois se presume que o devedor, ao requerer o parcelamento, confessa a dívida, não existindo margem para divergência quanto a sua obrigação.
O deferimento do pedido de parcelamento depende da concordância do credor conforme disposição expressa do Código Civil:
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
 Constata-se que o parcelamento não é um direito do devedor, e sim uma possibilidade para satisfação efetiva do débito, sendo o credor orientado desta vantagem pelo juiz.
Não efetuado o pagamento por revelia ou após rejeição dos embargos, o bem penhorado é alienado em hasta pública (quando não se tratar de penhora de valores) convertendo o produto da venda para o credor, até o limite do valor do débito.
Uma vez inadimplida a obrigação alimentar, é possível que um terceiro efetue o pagamento do débito do devedor, hipótese que lhe permitirá sub-rogar-se no crédito, ou seja, ocupará o lugar do credor da dívida alimentar podendo cobrá-la na modalidade executória que lhe é inerente. Assim, deixando o alimentante de arcar com os pagamentos dos valores da pensão alimentícia, sendo o pagamento realizado por outra pessoa, fica ela autorizada a proceder à cobrança nos mesmos autos.
5 – A POSSIBILIDADE DE PARCELAMENTO CONVENCIONAL
Em ambos os ritos processuais aqui tratados para a cobrança de verba alimentar, constituindo em mora o devedor, este, quando intimado, pode requerer nos autos que o montante do débito seja parcelado.
Diferentemente do que dispõe o artigo 916 do Código de Processo Civil, pode as partes (credor e devedor) transigirem quanto à possibilidade de parcelamento do montante do débito, sendo-lhes permitido parcelar a dívida em quantas vezes acharem conveniente, inclusive com a possibilidade de suspensão do valor da pensão alimentícia durante o período de vigência do acordo, ou seu acúmulo com a prestação mensal.
A ideia é dar efetividade ao pagamento do débito alimentar, uma vez que a obrigação só se extingue quando o devedor pagar as parcelas vencidas e todas as que se venceram durante o processo e mais honorários, multa e custas processuais.
Efetuado o acordo e não realizado o pagamento, a dívida vence antecipadamente, podendo o decreto prisional ser dado mesmo sem a intimação do devedor ou as medidas constritivas no rito da penhora ser tomadas também se a sua ciência, tudo em nome da garantia alimentar do credor.
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme as demonstrações contidas neste estudo, pode-se observar que as modificações introduzidas pelo novo código processual civil permitem que hoje possa se falar em uma considerável minimização da inadimplência dos débitos alimentares, pois dispõe o credor de diversos instrumentos para dar efetividade ao seu crédito.
As novas regras contidas no Código de Processo Civil têm como fundamento inibir o débito de pensão alimentícia com imposições mais rígidas, as quais necessitam de mais cuidado por parte daquele que muitas vezes não tem condições de adimplir com determinado valor cobrado, podendo sofrer não só restrição no nome, como também a prisão por conta do débito.
Sobre esse aspecto, como o objetivo nuclear das medidas mais rígidas trazidas pela nova sistemática processual é dar plena efetividade à prestação alimentar, pois esta, em regra, é necessária para garantir o sustento do alimentando, o devedor pode valer-se de ação revisional para discutir o valor mensal da parcela, não lhe sendo permitido nesta ação questionar o valor de débito já constituído, apenas o valor da pensão alimentícia que deve ser paga.
Sendo assim é possível inferir que a nova sistemática adotada pelo novo diploma processual preocupou-se em dar um tratamento mais eficaz e satisfatório a estas situações de inadimplência alimentar, situações que diariamente batem à porta do Judiciário buscando respaldo e solução, como forma de garantir a subsistência dos alimentandos, preservando sua dignidade.
7 – REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Ana Katia de França. O processo de execução de alimentos no novo Código de Processo Civil. Âmbito Jurídico. Disponível em http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=19201&revista_caderno=21. Acesso em 16 de março de 2019.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro - Volume 6: Direito de Família.14ª Edição. São Paulo. Editora Saraiva. 2017.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 8ª Edição. São Paulo. Editora Método. 2017.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Senado Feral. 1988.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF. Diário Oficial da União - Seção 1 - 11/1/2002, Página 1.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, DF. Diário Oficial da União - Seção 1 - 17/3/2015, Página 1.
BRASIL. Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968. Dispõe sobre ação de alimentos e dá outras providências. Brasília, DF. Diário Oficial da União - Seção 1 - Suplemento - 8/4/1974, Página 9 (Republicação Atualizada).
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Informativo nº 0410. Período de 5 a 9 de outubro de 2009.

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