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5333 agua

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Água e desenvolvimento das culturas
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Fontes de água para as plantas
Evaporação/transpiração: parte da água da chuva é convertida em vapor de água devido à maior temperatura do ar e das superfícies do solo; a transpiração das plantas coloca vapor de água para a atmosfera;
Infiltração: infiltra no solo aumentando a disponibilidade de água para as plantas além de alimentar o lençol freático; (resíduos orgânicos na cobertura aumentam a infiltração)
Escorrimento: a água que não evapora e não infiltra escorre sob a superfície do solo; (práticas conservacionistas evitam a erosão)
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Água
Água = solvente universal;
No solo e na planta, a água está sempre associada com solutos (formando soluções) ou colóides (formando emulsões coloidais);
Várias propriedades da água são decorrentes de sua estrutura de dois hidrogênios ligados ao oxigênio; 
Há formação de dois pólos na molécula de água: um negativo formado pelas cargas residuais do oxigênio e outro positivo formado pelos dois hidrogênios;
Esse dipolo gera ligações (pontes de hidrogênio) entre o oxigênio e uma molécula de água e do hidrogênio com outra molécula;
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Água
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Solutos e Colóides
Os solutos mais importantes encontrados no solo são os sais e íons derivados da intemperização das rochas matrizes, da decomposição da matéria orgânica e dos fertilizantes aplicados;
Os colóides podem ser de natureza inorgânica (argilas) ou de natureza orgânica (húmus);
Na planta, os solutos são os sais ou íons absorvidos e não assimilados e os compostos orgânicos sintetizados pelas plantas (glicose, frutose, sacarose, aminoácidos, ácidos, amidas...); os colóides são as micelas (conglomerados de moléculas) protéicas e de celulose, pectinas...
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Micela
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Soluções
Solução verdadeiras são misturas homogêneas, monofásicas, de soluto e solvente;
À medida que aumenta a proporção do soluto a solução torna-se concentrada;
A diminuição da quantidade de soluto em relação ao solvente promove a diluição da solução;
Nas células vegetais, as soluções verdadeiras estão nos vacúolos das células (no hialoplasma delimitado por uma membrana semipermeável denominada tonoplasto);
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Emulsões coloidais
A emulsão coloidal ocorre quando as partículas dispersas são maiores que 10 j (proteínas, húmus, micelas de celulose, pectinas, argilas), denominadas colóides;
Potencial matricial ou potencial de embebição = capacidade de retenção de água dos colóides.
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Capilaridade
A capacidade de coesão, adesão e tensão superficial da água, origina um fenômeno chamado capilaridade.
Capilaridade
Processos de transporte de água: Difusão, Osmose e Fluxo de massa
Difusão
As moléculas de água em uma solução não estão estáticas, estão em contínuo movimento, colidindo umas com as outras e trocando energia cinética; as moléculas misturam-se como resultado da agitação térmica aleatória das mesmas;
A difusão é o movimento de soluto e solvente devido a uma diferença no conteúdo energético;
Uma solução mais concentrada apresenta maior potencial químico e difunde-se para onde a concentração ou atividade é mais baixa; 
Em vegetais a difusão ocorre através de membranas permeáveis permitindo passagem de soluto e solvente;
Como a parede celular é permeável e permite a passagem tanto do soluto quanto do solvente, haverá passagem de água da solução B (hipotônica) para a solução mais concentrada A (hipertônica):
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Difusão
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Difusão
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Difusão
O tempo médio necessário para uma molécula de glicose difundir-se através de uma célula com diâmetro de 50µm é 2,5s;
O tempo requerido para a mesma molécula se difundir por uma distância de 1 m em água é de aproximadamente 32 anos;
Isso demonstra que a difusão é eficaz em dimensões celulares;
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Difusão 
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Fluxo de massa
Fluxo de massa:
É o movimento em conjunto de grupos de moléculas em massa, em resposta a um gradiente de pressão;
O fluxo de massa governado por pressão determina o transporte de água de longa distância no xilema;
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Fluxo de Massa
Meniscos Côncavos -desenvolvendo uma tensão (pressão negativa) por meio da tensão superficial da água.
Osmose
Osmose
Caso particular de difusão; ocorre através de uma membrana semipermeável, isto é, permite apenas a passagem do solvente (água) devido a um gradiente de potencial da água;
Nas células vegetais a membrana semipermeável é representada pela plasmalema, tonoplasto e membranas do cloroplasto, da mitocôndria e do núcleo;
A passagem da água (solvente) através de uma membrana semipermeável será do meio mais diluído, com potencial energético mais alto da água, para a solução mais concentrada (menor potencial energético da água); a osmose ocorrerá até que as duas soluções apresentem o mesmo potencial energético (mesma concentração), atingindo o equilíbrio dinâmico;
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Osmose
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Osmose	
As membranas das células vegetais são seletivamente permeáveis; ou seja, elas permitem o movimento de água e de outras substâncias pequenas, sem carga, através delas, mais do que o movimento de solutos maiores e de substâncias com carga;
Nos tecidos vegetais, a entrada de água por causa de um gradiente de concentração/potencial provoca uma pressão interna de sentido contrário à pressão osmótica= pressão de turgescência (pressão exercida pela solução celular sobre a parede celular);
A osmose ocorre espontaneamente em resposta a uma força propulsora:
Na difusão substâncias movem-se a favor de um gradiente de concentração;
No fluxo de massa por gradiente de pressão;
Na osmose os dois tipos acima influenciam o transporte;
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Osmose
Para ocorrer osmose a água faz pressão para entrar na solução B. Essa pressão, proporcional à concentração dessa solução, é denominada de pressão osmótica.
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Potencial da água
Potencial da água: expressão quantitativa da energia livre a ela associada;
As coisas vivas requerem uma adição contínua de energia livre para manterem e repararem suas estruturas altamente organizadas;
Energia livre= potencial para realizar trabalho
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Componentes do potencial da água
Potencial de pressão Ψp
Só existe em situações em que o solo está saturado de água, estando a água livre (inundação), exercendo uma carga hidráulica sobre o solo saturado; quanto maior for esta pressão maior será o estado de energia da água; são consideradas somente as pressões positivas (acima da pressão atmosférica);
Potencial gravitacional Ψg
Força gravitacional constante que atua na unidade de volume de água, sendo a força responsável pela drenagem da água nos solos;
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Componentes do potencial da água
Potencial matricial Ψm
O potencial matricial refere-se aos estados de energia da água devido a sua interação com as partículas sólidas (orgânicas e minerais) do solo, denominadas de matriz do solo; essa interação se deve aos fenômenos de capilaridade e adsorção;
Também chamado de “pressão negativa” ou “tensão da água no solo”; será sempre negativo pois a matriz confere à água energia menor do que seu estado livre à pressão atmosférica;
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Potencial osmótico Ψos
 O potencial osmótico está relacionado com os solutos (sais e íons) presentes na solução do solo;
Quanto mais concentrada uma solução, menor será o estado de energia da água e, portanto, mais negativo será o valor de Ψos;
Componentes do potencial da água
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Potencial total da água
O potencial total da água (Ψ) é a soma de todos os componentes;
Equações para diversos sistemas:
No solo saturado Ψ = Ψg + Ψp
No solo não saturado Ψ = Ψg + Ψm
Passagem de água do solo inundado para as raízes Ψ = Ψg + Ψp + Ψos
Passagem de água do solo não saturado para as raízes Ψ = Ψg + Ψm + Ψos
Na planta, em células de tecido tenro (folha) Ψ = Ψp + Ψos
Na planta, em tecido fibroso ou lenhoso Ψ = Ψm + Ψos
Na atmosfera Ψ = Ψp 
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Movimento da água
O movimento da água em qualquer sistema (solo, planta ou atmosfera) se dá pela diferença de potencial total Ψ, determinado pelo gradiente de potencial;
Conforme os gradientes existentes, a água pode se mover no solo em qualquer direção (de cima para baixo,
de baixo para cima ou lateralmente);
Em função da evapotranspiração, o potencial total das camadas superficiais fica mais negativo do que as camadas mais profundas, aparecendo o movimento ascendente de água no perfil;
Além do potencial, o movimento de água é afetado pela condutividade hidráulica do solo (facilidade com que a água se move no solo); solos arenosos, com grandes espaços entre as partículas, têm alta condutividade hidráulica;
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Água disponível
Capacidade de campo (CC): capacidade de retenção de umidade dos solos; é o conteúdo de água de um solo depois de ter sido saturado com água e de permitida a drenagem do excesso;
Ponto de murcha permanente (PMP): a quantidade total de água armazenada na capacidade de campo não é totalmente disponível; com a perda por evapotranspiração e drenagem, a energia da água diminui e passa a não atender as necessidades da planta; quando o Ψm está em torno de -15 atm ou 0 – 1,5 Mpa. 
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Expressão da água disponível (AD): a água disponível representa a quantidade de água contida num solo entre a CC e o PMP; não é totalmente disponível, pois à medida que diminui o teor de água no solo, o potencial torna-se muito negativo = a força de retenção é superior à capacidade de absorção das raízes das plantas;
Água disponível
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Ar no solo
A aeração é máxima em solos secos e mínima em solo saturado;
Teor de gás carbônico no solo é maior do que na atmosfera (0,2%); teor de oxigênio é menor (12%);
O gás carbônico deve se difundir para a atmosfera, pois inibe a respiração das raízes; tem alta solubilidade e pode ser arrastado com a água infiltrada;
O aumento da água no solo faz com que diminua o teor de oxigênio disponível para as raízes; 
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Relações água-planta
A osmose em células vegetais depende do volume vacuolar;
Os vacúolos são cheios de solução aquosa com substâncias orgânicas e inorgânicas; 
Os vacúolos são importantes nas manutenção da turgidez das células;
O vacúolo atua como um depósito de substâncias para uso futuro da célula;
Hialoplasma (substâncias que formam o citoplasma) = emulsão coloidal
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O potencial de água do suco celular Ψc é determinado pela concentração de solutos no vacúolo Ψos, pela quantidade de substâncias hidratadas Ψm e pela pressão de turgescência Ψp exercida pela parece celular:
Ψc = Ψos + Ψm + Ψp
Os solutos e a matriz diminuem o potencial energético da água, os valores de Ψos e Ψm são negativos e o Ψp é positivo;
O potencial de pressão Ψp é a pressão de turgescência, a pressão da membrana ou da parece celular exercida pela água na célula, em sentido contrário ao potencial osmótico de água;
Relações água-planta
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O potencial mátrico (que são forças de embebição) é importante em tecidos vegetais com baixos teores de água, como as sementes secas e em células jovens em que o volume de hialoplasma é maior que o volume dos vacúolos;
A difusão da água sempre ocorre de um alto potencial energético para um mais baixo; a entrada de água no vacúolo dilui o suco vacuolar e o potencial osmótico aumenta (torna-se menos negativo); como conseqüência o volume da célula aumenta, provocando o aumento do Ψp (torna-se mais positivo); a entrada de água cessa quando o potencial de água do suco celular for igual ao potencial externo;
Relações água-planta
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Célula túrgida Ψc = zero; Ψos= Ψp
Célula normal Ψp = 0; Ψc = Ψos + Ψm 
Célula plasmolizada ou murcha Ψc = Ψos + Ψm + Ψp
A plasmólise de uma célula é provocada pela perda de água, por osmose, ao ser colocada em contato com uma solução externa com potencial de água mais negativo que a sua (meio mais concentrado); pode ocorrer em plântulas ou raízes em contato com adubo que apresente alto índice salino e baixa disponibilidade de água no solo.
Quando as células perdem água por evaporação = murcha;
Relações água-planta
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Relações água-planta
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À medida que diminui o conteúdo de água no solo, aumenta o potencial osmótico das raízes e da parte aérea;
O potencial osmótico do solo se torna mais negativo e o potencial osmótico do suco celular também diminui, como a diferença de potencial entre os dois sistemas diminui a planta entra em déficit hídrico que se manifesta através da plasmólise celular;
Relações água-planta
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Efeito de diferentes teores em água do solo no potencial osmótico de plantas de milho
Água no solo
Potencial osmótico da parte aérea (bars)
Potencial osmótico das raízes (bars)
31
-22,29
-5,99
23
-23,38
-7,32
16
-24,68
-7,89
14
-25,37
-9,36
13
-25,80
-11,49
11
-26,82
-12,14
37
Potencial osmótico de solução do solo (bars)
Potencial osmótico do suco celular da raiz (bars)
Diferença
-1,23
-4,65
3,42
-2,02
-5,55
3,53
-3,42
-6,70
3,28
-5,02
-7,60
2,58
-7,31
-8,30
0,99
Efeito do potencial osmótico de solução do solo no potencial osmótico de raízes de milho
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O movimento de água no solo, a passagem para o interior das raízes, a circulação da raiz para a parte aérea e a perda para a atmosfera através da transpiração, sempre obedece a um gradiente de potencial; 
Relações água-planta
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Relações água-planta
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Absorção de água pelas plantas
A maior parte da água é absorvida na região dos pêlos radiculares;
A água entra nas raízes principalmente através das paredes celulares dos pêlos absorventes e das células epidérmicas, a água passa, primeiro, através de sucessivas camadas de células corticais (córtex) e, depois através da endoderme; nas paredes da endoderme, são encontrados as estrias de Caspary com suberina que se opõe ao movimento da água;
Estria de Caspary= banda de paredes celulares radiais na endoderme impregnadas com substância cerosa e hidrofóbica (suberina); a estria de Caspary quebra a continuidade da rota apoplástica forçando a água e os solutos a cruzarem a endoderme pela membrana plasmática (simplasto).
Depois de passar pela endoderme, a água move-se através do cilindro central (periciclo) até os vasos dos xilema;
41
O movimento da água desde a célula epidérmica até o xilema pode ocorrer através do apoplasto ou simplasto;
Absorção de água pelas plantas
42
Absorção de água pelas plantas
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Mecanismos de absorção
Para que a planta possa absorver água, há necessidade de que o potencial total de água na raiz seja menor que o do solo;
O abaixamento do potencial de água nas raízes deve-se a:
Taxa transpiratória
Acúmulo de solutos nas células radiculares
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Mecanismo ativo 
Absorção de água sob condições de baixa atividade transpiratória;
O acúmulo de solutos de origem metabólica (respiração) no sistema radicular cria uma pressão radicular (quando os potenciais hídricos do solo são altos e a transpiração é baixa);
A alta concentração de sais promove o abaixamento do potencial de água no xilema, estabelecendo um gradiente com o potencial de água da solução do solo o que permite a entrada de água por osmose;
A absorção ativa é a responsável pelo fenômeno da gutação, a água é forçada para fora das folhas (através dos hidatódios = que são poros associados às terminações das nervuras nas margens das folhas);
Mecanismos de absorção
45
Gutação
A pressão positiva no xilema provoca exsudação da seiva do xilema através dos hidatódios.
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Mecanismo passivo
Explicado pelo abaixamento de potencial de água na raiz, causado pelo processo transpiratório (as forças da demanda evaporativa da atmosfera promovem um movimento por fluxo de massa;
A evaporação da água nas folhas (transpiração), produz decréscimos nos potenciais de água destas células e dos espaços vazios do mesófilo; esse déficit de água se transmite de célula a célula até os vasos do xilema;
O xilema é um sistema contínuo, onde as moléculas de água estão unidas por forças de coesão (pontes de hidrogênio), então o déficit de água se transmite até as raízes, produzindo um abaixamento do potencial de água nas células radiculares (teoria coeso-tenso-transpiratória ou teoria de Dixon);
Mecanismos de absorção
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Mecanismo passivo
Em baixas taxas transpiratórias, sem gradiente de pressão, não ocorre
fluxo de massa, a água se move por difusão através das células das folhas e raízes;
Explica o transporte de água em plantas com até 130 m de altura;
Mecanismos de absorção
48
Mecanismos de absorção
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Fatores que influem na absorção de água
Fatores ambientais
Condutividade de água do solo
Solos arenosos conduzem melhor a água do que argilosos quando saturados;
Temperatura
Afeta o metabolismo das raízes, permeabilidade do protoplasma e a viscosidade da água;
Temperaturas baixas reduzem a permeabilidade das membranas; diminuem a taxa respiratória;
Disponibilidade de água
Quanto mais próximo da capacidade de campo estiver o solo, maior será a disponibilidade para as plantas;
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Fatores ambientais
Aeração
Essencial para as atividades metabólicas das raízes (acúmulo de solutos no xilema= absorção de água);
Os sintomas de deficiência de aeração nas plantas manifestam-se através do amarelecimento das folhas, redução do crescimento e aparecimento de raízes adventícias;
O excesso de água (saturação) afeta a falta de ar; milho e fumo são culturas muito sensíveis;
Fatores que influem na absorção de água
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Fatores ambientais
Potencial da solução do solo
Quanto mais baixos forem os potenciais de água no solo, menor será a absorção de água pelas raízes;
A adubação na linha pode trazer prejuízos às plântulas logo após a germinação, pois essas não conseguem absorver água;
Micorrizas
Aumentam a capacidade de absorção de água pelas plantas;
Fatores que influem na absorção de água
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Fatores internos
Permeabilidade das raízes
Aumento da área suberizada da raiz e queda no crescimento radicular causado por estresse hídrico;
Extensão das raízes
Relação direta entre volume de solo explorado pelas raízes e quantidade de água absorvida;
Quanto mais profundo for o sistema radicular e mais finas e fasciculadas as raízes, maior a resistência à seca;
Fatores que inibem o crescimento radicular (acidez, alumínio, deficiência de nutrientes e água, compactação) interferem indiretamente na diminuição da capacidade de absorção de água pelas culturas;
Fatores que influem na absorção de água
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Circulação de água na planta
Após chegar ao xilema da raiz, a água é transportada, passivamente, até a parte aérea por causa da tensão, arrastando junto os minerais, movimento apoplástico;
No xilema estabelece-se um meio contínuo de água desde as raízes até as folhas, sendo o movimento ascendente de água causado pelo gradiente de potencial;
A velocidade de circulação de água no xilema pode alcançar 75 cm /minuto;
A manutenção de uma coluna de água líquida no xilema está relacionada com a força de coesão das moléculas de água;
A perda de água nas folhas gera um abaixamento do potencial de água que se transmite de célula para célula até o xilema;
54
Quanto mais concentrada for a solução xilemática, menor será a velocidade de circulação da água nesses vasos;
Quando a água chega ao tecido foliar, através da irrigação promovida pelas nervuras, passa para as células por diferença de potencial; o potencial de água nas células da folha deve ser mais negativo do que o potencial da água no xilema; através dos plasmodesmas ocorre o movimento da água de célula para célula;
Sempre que o potencial de água no ar atmosférico for menor do que no interior das folhas, este gradiente provocará a difusão do vapor da água (transpiração).
Circulação de água na planta
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Funções da água nas plantas
Reagente:
A água participa de inúmeras reações químicas
Hidrólise (C6H11O5)n + nH2O nC6H12O6
Amido			Glicose	
Fotossíntese: doadora de elétrons através das oxidrilas (OH) na fase fotoquímica e fornecedora de H+ para a redução do CO2 na fase bioquímica;
Constituinte: 
Constituinte dos tecidos vegetais (95% do peso total da massa verde);
O conteúdo de água é determinado através de secagem do material em estufa a uma temperatura de 60-70°C, até peso constante (% MS);
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Manutenção da turgidez:
A turgidez das folhas permite a máxima superfície exposta para absorção de luz;
A abertura do receptáculo floral é dependente da turgidez das células das pétalas e sépalas;
O crescimento das raízes e penetração do solo dependem da turgidez;
Importância nas verduras e frutos para comercialização;
Perda da turgidez: murcha e inibição do crescimento;
Solvente: 
As reações químicas somente ocorrem em meio aquoso, em função disso a desidratação leva a um redução na taxa metabólica;
O transporte de substâncias inorgânicas e orgânicas no xilema e floema e através dos plasmodesmas, só ocorre com a presença da água como solvente;
Funções da água nas plantas
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Controle térmico:
A evaporação da água tem alto calor latente, dessa forma a transpiração tem efeito de resfriamento, ajudando a dissipar parte da energia calorífica absorvida a partir da radiação solar;
Transporte:
Transporte por fluxo de massa dos nutrientes pelo xilema;
Transporte de fotoassimilados pelo floema da fonte par os drenos (órgãos de crescimento ou armazenamento);
Funções da água nas plantas
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Perda de água pelas plantas
Transpiração – estomática, cuticular, lenticular, peridérmica;
Gutação ou sudação
Exsudação
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Perda de água pelas plantas
Transpiração
Processo fisiológico que ocorre principalmente nas folhas através da evaporação da água e sua difusão para a atmosfera;
Mecanismo resultante de um gradiente de potencial entre a folha e o ar atmosférico;
60
Transpiração
Planta
Perda de água por transpiração (litros) duranteo ciclo
Feijão-de-vaca(Vigna sinensis)
49
Batata (Solanum tuberosum)
95
Trigo (Triticum aestivum)
95
Tomate (Lycopersicum esculentum)
125
Milho(Zea mays)
206
Tabela 1 . Perda de água por planta pela transpiração durante a estação de crescimento.
61
Tipos de transpiração
Transpiração estomática
Distribuição dos estômatos:
Somente na epiderme superior (face ventral ou adaxial) = folhas epistomáticas. 
Somente na epiderme inferior (face dorsal ou abaxial) = folhas hipostomáticas.
Estômatos nas duas epidermes = folhas anfistomáticas (maioria das espécies).
Estrutura dos estômatos: Constituída por duas células estomáticas ou células-guarda e pelas células acessórias; 
As células-guarda são grandes, uniformes e têm cloroplastos (realizam fotossíntese); possuem membrana externa elástica e interna inelástica para permitirem a abertura e fechamento estomático.
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Transpiração estomática
63
Capacidade difusiva dos estômatos
A área dos estômatos abertos representa, em média, 1% da superfície total de uma folha, a difusão através dos estômatos é 30 vezes mais veloz do que em uma superfície evaporante livre equivalente.
 
64
Mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos
As plantas cultivadas mantém seus estômatos abertos durante o dia e fechados à noite (exceto crassuláceas, cactos e o abacaxi que os abrem à noite);
Luz: é o sinal ambiental (abertura: 5 min; fechamento 30 minutos) dominante controlando o movimento estomático em plantas com bom suprimento de água;
Gás Carbônico: aumento da concentração na atmosfera provoca fechamento; abaixamento provoca abertura. Depende do ponto de compensação de CO2 (fotossíntese líquida de cada espécie);
Teor de água na folha: turgescência das células-guarda; déficits de água aparecem normalmente nas horas de maior transpiração quando a absorção não acompanha as perdas de água;
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Os estômatos abrem-se quando as células-guarda se tornam túrgidas e se fecham quando há perda da turgidez; 
Os estômatos são abertos na presença de maiores quantidades de íons potássio pela manhã e fechados por decréscimo nas concentrações de sacarose no final da tarde; 
O K+ entra na célula-guarda através de um canal de influxo (regulado por voltagem = transporte passivo) e sai através de um canal de efluxo; sua entrada e saída também deve promover a entrada e saída de Cl- (como o potencial elétrico da célula é negativo há necessidade da entrada de H+ junto); para cada H+ que entra junto com o Cl- é gerado pela atividade de um H+ ATPase
(uma bomba de prótons) que gasta ATP para colocar o H+ para fora da célula; A ativação da H+ ATPase fornece a força motriz para a entrada de K+; ativadores da H+ ATPase (da abertura estomática) = luz azul e toxina fúngica fusicoccina; inibidores da H+ ATPase (fechamento estomático) = ácido abscísico em déficit hídrico; o ABA chega às células-guarda e ativa os canais de Ca+ que inibem a H+ATPase; O ABA inibe o canal de saída de K+ e de entrada de K+;
66
67
Estômatos
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Transpiração cuticular
Ocorre diretamente através das células epidérmicas;
Vegetais de clima temperado esse tipo de transpiração raramente ultrapassa 10%;
Regiões desérticas = nula;
Proporcional à camada de cutina sobre a epiderme das folhas;
Presença de cutina fator importante no aumento da tolerância à déficit hídrico.
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Transpiração lenticular
Ocorre através das lenticelas;
Pequenas aberturas existentes na periderme de caules e ramos;
Perda insignificante, mas importante quando as plantas perdem as folhas no inverno.
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Fatores que influem na transpiração
Luz: abertura estomática(influência direta)= difusão do vapor de água da câmara subestomática para a atmosfera; aumento da radiação = aumento da temperatura (influência indireta);
Temperatura: aumento da taxa transpiratória em função do aumento da evaporação interna e do gradiente de potencial entre folha e ar;
Gás carbônico
Umidade do ar
Vento
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Curvas de transpiração em confronto com a evaporação
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Tratamentos químicos para diminuir a transpiração
Tratamentos com antitranspirantes; mecanismos de ação:
Formam uma película sobre as superfície do limbo foliar impedindo a transpiração: Oed-green (oxietileno docosanol) 2% = 20 ml por litro de água;
Formam uma superfície refletora da radiação solar, diminuindo a temperatura e transpiração: Caulim (silicato de alumínio) 3% por litro de água;
Inibidor metabólico: por exemplo uso de Atrazine na concentração de 50ppm.
73
Gutação
Perda de água ou líquido de composição variável (solutos orgânicos e inorgânicos na forma de íons: 
NH-4, K+, Mg2+, Ca2+...)que ocorre na folha das plantas através dos hidatódios;
Os hidatódios ou poros aqüíferos são terminais dos vasos do xilema nas bordas das folhas;
Ocorre quando a capacidade de campo é máxima e a umidade relativa alta;
Os traqueídes liberam solução nos espaços intercelulares, e quando houver células de transferência para a captação seletiva de íons há possibilidade de nutrição mineral das folhas.
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Hidatódio
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Exsudação
Perda da seiva provocada por podas, incisões ou ferimentos;
A seiva perdida nas exsudações apresenta água, sais e íons absorvidos e transportados para a parte aérea, por isso as podas devem ser realizadas nos períodos de dormência das plantas onde o movimento da seiva é mínimo.
76
Déficit hídrico
Dependente: 
Disponibilidade de água no solo;
Diferença entre taxa respiratória e absorção.
Efeitos do déficit hídrico
Fechamento dos estômatos
Fotossíntese
Respiração: a taxa respiratória das folhas diminui mas ainda é proporcionalmente maior que a fotossíntese, reduzindo a fotossíntese líquida; 
Síntese de proteínas
Crescimento e desenvolvimento (divisão e elongação das células)
Germinação das sementes
Floração: abertura floral, abortamento de flores (resposta ao ABA), esterilidade pólen;
Frutificação: aumento de volume; diminuição de fotoassimilados; enchimento de grãos em cereais = afeta a translocação dos fotoassimilados dos órgãos fotossintetizantes para a cariopse;
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Nutrição: aparecimento na planta de deficiências nutricionais por não-absorção ou não-transporte da raiz para a parte aérea pelo fluxo do xilema:
Fertilizantes em solos secos não são bem hidrolisados;
Menor taxa de decomposição e disponibilização de nutrientes pelos microrganismos do solo;
Inibição da redutase do nitrato no metabolismo do nitrogênio;
Deficiência de Potássio impede a abertura estomática reduzindo a taxa fotossintética.
Efeitos do déficit hídrico
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Hormônios: maior síntese de ácido abscísico (ABA) e etileno.
Efeitos do déficit hídrico
Sintomas de deficiência hídrica
Murcha incipiente: não visível; fechamento dos estômatos sob condições ótimas de luz, temperatura e CO2;
Murcha transitória: visível e aparece nas horas mais quentes do dia (transpiração maior que absorção);
Murcha permanente: deficiência hídrica acentuada e a planta não é mais capaz de recuperar a turgidez (ponto de murcha permanente);
Murcha fisiológica: decorrente da incapacidade da planta de absorver água (solos compactados ou inundados com baixo O2 e em temperaturas baixas). 
79
Efeitos do excesso de água
Redução do crescimento e rendimento das culturas:
Solos encharcados promovem a expulsão do oxigênio, causando a respiração anaeróbica das raízes (processo de baixa eficiência energética e que acidifica as células da raiz pois produz ácido láctico e etanol que serão convertidos em ácido acético);
Menor crescimento radicular e menor absorção de nutrientes.
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