Trabalho - Portfólio 2° Semestre - Unopar: Tendências Pedagógicas - Liberais e Progressistas

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
Curso Letras – Habilitação: Licenciatura em Língua Portuguesa e respectivas Literaturas 
adriana balbino palmeira
tendências pedagógicas
Liberais e Progressistas
Santos
2017
ADRIANA BALBINO PALMEIRA
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Liberais e Progressistas
Trabalho apresentado ao Curso Letras – Habilitação: Licenciatura em Língua Portuguesa e respectivas Literaturas da UNOPAR - Universidade Pitágoras Unopar, para a disciplina Produção Textual Interdisciplinar.
Santos
2017
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Introdução
	O presente trabalho se propõe apresentar as principais tendências pedagógicas e suas concepções na prática docente, tarefa sempre desafiadora em todo e qualquer tempo, o que torna imprescindível seu conhecimento e análise reflexiva da prática educacional e suas condicionantes. Importante salientar que as práticas pedagógicas estão intrinsicamente ligadas ao contexto ao contexto econômico, cultural, político e social que refletem e atendem aos interesses de uma classe "dominante" antagonizando com a realidade social brasileira produzindo conflitos e distintas visões do papel do homem na sociedade e da função da escola. 
	Diante desse contexto é de suma importância o papel do professor e suas escolhas do fazer pedagógico, como ele os realiza e seus critérios de avaliação na sala de aula. Adiante, serão abordadas as Tendências Pedagógicas baseadas nos estudos do autor José Carlos Libâneo. (1985)
Desenvolvimento
2.1. Tendências Pedagógicas Liberais: A palavra ou termo liberal neste caso, não tem seu significado atrelado a ideia de "liberdade", "avanço" ou "democracia'. Seu surgimento se dá para justificar o sistema capitalista e fazer com que o indivíduo cumpra se papel nessa sociedade que prioriza a propriedade privada e seus meios de produção.
2.2. Tendência Liberal Tradicional: Caracteriza-se pela preparação intelectual e moral dos alunos, pelo ensino dos conteúdos de cultura geral acumulados durante gerações (ensino humanístico) tidos como incontestáveis e a escola deve preparar o aluno para que através de seu próprio esforço assume seu papel na sociedade. Nessa tendência, as aulas são expositivas, verbais, onde o professor é o detentor do saber transmitindo os conteúdos sem espaço para contestações, pois a relação professor-aluno está fundamentada no conceito de autoridade e disciplina, onde o aluno está numa atitude receptiva e passiva e a aprendizagem se dá repassando os conhecimentos de forma mecânica e considerando que a criança assimilará da mesma maneira que um adulto. Na avaliação feita pelo professor, através de exercícios e provas onde serão verificadas se o aluno é capaz de reproduzir os conhecimentos/conteúdos transmitidos.
2.3. Tendência Liberal Renovada Progressista: Está caracterizada por contribuir para educar o aluno dentro de um processo ativo de ensino-aprendizagem, onde ele é estimulado a participar das aulas, sendo ativo dentro desse processo. Valoriza a autoeducação, a importância dos aspectos psicológicos e estimulando a descoberta, os experimentos e as aptidões individuais a partir de situações problemas e experiências vividas pelos alunos. A escola, por sua vez, se adequa as necessidades individuais do aluno, e o papel do professor é de ser um colaborador, não somente ensinando, mas criando condições para que o aluno aprenda. Não há um caráter tácito ou definitivo na avaliação, pois ela é tão somente uma das etapas da aprendizagem, sendo os processos cognitivos dos alunos valorizados, portanto a avaliação é qualitativa e cumulativa e autoavaliação.
2.4. Tendência Liberal Renovada Não-Diretiva: Caracterizada pela ideia central de formação de atitudes e relações interpessoais adequadas às normas de convivência, dando ênfase aos aspectos psicológicos, ou seja, o aprendizado se dá proporcionando um autoconhecimento e desenvolvimento, visando uma mudança interna do indivíduo, adequando-o às solicitações do ambiente. A transmissão dos conteúdos exercem papel secundário e a formação de atitudes é priorizada. O aluno busca o conhecimento. O professor é um facilitador do processo de aprendizagem e não há uma metodologia específica para tal, não havendo um conceito de avaliação e sim de autoavaliação.
2.5. Tendência Liberal Tecnicista: Sua função pedagógica está centrada em formar indivíduos devidamente capacitados a atuar na sociedade dentro dos processos produtivos, de forma eficiente em um processo de condicionamento que propicia um controle de comportamento para que os objetivos sejam atingidos, possuindo um caráter funcional visando atender as demandas capitalistas do mercado de trabalho. O conteúdo é transmitido de forma ordenada, precisa e objetiva para a formação profissional com informações precisas e baseado em princípios científicos. A relação professor-aluno é a de transmissão do conhecimento com predominância da objetividade e o aluno por sua vez, recebe as informações e deve fixá-las. A avaliação é formal e usada como instrumento para medir o aprendizado e verificar o desempenho ao final do processo.
2.6. Tendências Pedagógicas Progressistas: Segundo Libâneo, o termo progressista designa as tendências que fazem uma análise crítica das realidades sociais e sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. Compreender o contexto histórico, político e social e o papel do homem como agente transformador dessa realidade, impossibilita a implementação institucionalizada dessa pedagogia em uma sociedade capitalista. Esta pedagogia apresenta três tendências: Pedagogia Libertadora, Pedagogia Libertária e Pedagogia Crítico Social dos Conteúdos.
2.7. Tendência Progressista Libertadora: Paulo Freire é seu principal representante e nela a educação está vinculada a luta e organização de classes do homem oprimido, porque educação é um ato político e quase sempre tem uma atuação "não formal". Essa pedagogia visa educar através da problematização e reflexão das experiências vividas pelo aluno, possibilitando uma tomada de consciência crítica de sua situação desfavorável e dela se libertar através do acesso e apropriação do conhecimento clássico juntamente com a realidade na qual o aluno vive, propiciando ferramentas de transformação social. Os conteúdos ou "temas geradores", são decorrentes do ensino problematizado e das diversas experiências do indivíduo, qualquer conteúdo de fora é considerado como mero "depósito de informação" e quando se utiliza textos para leitura são redigidos pelos educandos orientados pelo educador. Dá-se preferência ao trabalho de "grupo de discussão" onde é definido o conteúdo e a dinâmica das atividades. O professor neste caso, mantém uma relação de igualdade horizontalizada caminhando junto ao aluno e se adaptando às características e desenvolvimento de cada grupo. A aprendizagem, assim como a avaliação se dá na codificação-decodificação, troca de experiências, compreensão e visão crítica-reflexiva e na autoavaliação.
2.8. Tendência Progressista Libertária: Busca a transformação na personalidade do aluno, efetuando modificações institucionais procurando uma independência metodológica, se contrapondo ao método tradicional por suas características antiautoritárias e experiências de autogestão na escola, onde alunos, professores, funcionários não estão sujeitos a padrões de hierarquia e a aprendizagem se baseia na participação do grupo. Os conteúdos são disponibilizados, porém, não são exigidos e o "conhecimento" não se prende à investigação cognitiva, sendo o processo de aprendizagem um estimulador da pesquisa, da autonomia e do exercício da autogestão considerados fatores de maior importância. A relação professor-aluno é não-diretiva, o professor está à serviço do aluno orientando-o e auxiliando o grupo a se desenvolver sem impor suas ideias ou convicções. Não há avaliação de conteúdos.
2.9. Tendência Progressista Crítico Social dos Conteúdos:A prática pedagógica é estabelecida na difusão dos conteúdos associada a realidade social com o intuito de transformá-la. Conteúdos culturais de saberes universais são transmitidos e sempre confrontados com a realidade de modo crítico e com ênfase nas relações interpessoais, entendendo que a apropriação e compressão atuará de forma efetiva para transformação e superação das desigualdades sociais. A função do professor é de transmissão dos conteúdos, mediador e orientador, abrindo novas perspectivas com a participação ativa do aluno. A aprendizagem se dá quando o aluno se reconhece nesses conteúdos e esse novo conhecimento se agrega a uma estrutura cognitiva já existente, ampliando sua visão que era parcial e adquirindo uma visão mais clara e com sentido unificado. Professor e aluno são sujeitos ativos no processo, há uma interatividade, sendo que ele um mediador entre o saber e o aluno direcionando o processo pedagógico. A avaliação investiga e sonda o desenvolvimento do aluno de forma contínua, para se obter informações e diagnosticar o que o aluno já sabe sobre um conteúdo, comprovando e verificando seu progresso, o que possibilita caso necessário, uma intervenção e reformulação da prática pedagógica.
3. Considerações finais
	As tendências pedagógicas se divergem completamente, porque uma visa a formação crítica de cidadãos que exercem seus direitos e seus deveres perante à sociedade, e a outra foca o aluno, importando o processo pelo qual adquirem o conhecimento.
	Por serem distintas, trazem oposições que fazem parte do processo de ensino e aprendizagem. O aluno tem seu ensino voltado para a reflexão crítica de sua vivência e realidade, mas também não podendo esquecer o processo pelo qual ele atinge o ponto de sua reflexão crítica. 
	Partindo dessa ideia, pode-se questionar o seguinte: Por qual motivo as escolas não adquirem uma postura na qual ela pode adotar suas tendências e aplicá-las simultaneamente? Para obter essa resposta, temos que nos direcionar às condições as quais os profissionais de educação se encontram, bem como as imposições que a sociedade os coloca. A comunidade tem grande influência sobre a escola, pois em grande parte do tempo, ela não tem conhecimento sobre os benefícios de um método pedagógico utilizado, e como consequência, os pais optam por retirar seus filhos da escola para introduzi-los em outra que adote uma tendência que a sociedade tem como correta.
Conclui-se que o importante é a transmissão de conteúdos e conhecimento, e não a contextualidade em si, pois nota-se que esta pode ser feita através desse mesmo conteúdo em variadas formas.
O que se espera, é que essas Instituições abram novos caminhos educacionais, favorecendo e facilitando a construção de jovens e cidadãos críticos e ao mesmo tempo humanizados.
3. Referências
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação: Coleção Magistério. 2º Grau. Série
Formação do Professor: São Paulo: Cortez, 1994.
LIBÂNEO, José Carlos. A Democratização da escola Pública: a pedagogia crítico social dos conteúdos, Coleção Educar. Volume 1, São Paulo: Loyola, 1985
Tendência Pedagógica Progressista. Google. Disponível em: <https://sites.google.com/site/ged0611/tendencia_pedagogica_progressista>. Acesso em: 01 set. 2017.
Crítico Social dos Conteúdos. Google. Disponível em: <https://sites.google.com/site/ged0611/critico_social_dos_conte%C3%BAdos>. Acesso em: 01 set. 2017.
Libertadora. Google. Disponível em: <https://sites.google.com/site/ged0611/libertadora>. Acesso em: 01 set. 2017.
SILVA, Delcio Barros da. AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSUPOSTOS DE APRENDIZAGEM. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/lec/01_00/DelcioL&C3.htm>. Acesso em: 01 set. 2017.
OTP – Pedagogia Liberal – Tendência Pedagógica Escola Tecnicista. Celepar. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=357>. Acesso em: 04 set. 2017.
AGUIAR, Socorro. Educação em Foco. Disponível em: <http://blogeducacaoemfoco.blogspot.com.br/2012/02/tendencias-pedagogicas-liberal-renovada.html>. Acesso em: 04 set. 2017.
Pedagogia Progressista e suas Tendências. OBrasill.com. Disponível em: <http://blogeducacaoemfoco.blogspot.com.br/2012/02/tendencias-pedagogicas-liberal-renovada.html>. Acesso em: 05 set. 2017.
GRASSI, T.M. Psicopedagogia: um olhar, uma escuta. Curitiba: IBPEX, 2009. 220p.
LIBÂNEO, J.C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1985. 85p.