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Hermenêutica e Estado no Direito

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FACULDADE DE DIREITO DO VALE DO RIO DOCE – FADIVALE
CURSO DE DIREITO
HERMENÊUTICA E ESTADO: uma nova concepção do Direito através da hermenêutica Jurídica.
Jonothas dos Santos Reis 
MAT 19944 - 9º período AM
Governador Valadares – MG
Junho/2017
JONOTHAS DOS SANTOS REIS
HERMENÊUTICA E ESTADO: uma nova concepção do Direito através da hermenêutica Jurídica.
Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Direito da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce (FADIVALE) como requisito parcial para elaboração do artigo, sob a orientação do professor Marcos Miranda de Alencar.
Governador Valadares – MG
Junho/2017
SUMÁRIO
1	DADOS DE IDENTIFICAÇÃO	3
2	OBJETO DA PESQUISA	3
2.1	TEMA	3
2.2	DELIMITAÇÃO DO TEMA	3
2.3	FORMULAÇÃO DO PROBLEMA	4
2.4	HIPÓTESES	5
3	JUSTIFICATIVA	5
4	OBJETIVOS	6
4.1	OBJETIVO GERAL	6
4.2	OBJETIVOS ESPECÍFICOS	6
5	EMBASAMENTO TEÓRICO	7
5.1	REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	7
6	METODOLOGIA	16
6.1	TÉCNICAS DE PESQUISA	16
7	CRONOGRAMA	16
8	SUMÁRIO PRÉVIO DO ARTIGO	17
9	REFERÊNCIAS	18
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: Jonothas dos Santos Reis 		
Endereço: Avenida Chico Brandao nº 34
Cidade: Coroaci 
Telefone: 33988149966
RG.: MG-11 489401
CPF.: 08218024611
E-mail.: jhonataup@hotmail.com
Tema: Hermenêutica e Estado: uma nova concepção do Direito através da hermenêutica Jurídica.
Área de pesquisa: Filosofia do Direito.
Orientador: Marcos Miranda de Alencar
 OBJETO DA PESQUISA
TEMA
HERMENÊUTICA E ESTADO
DELIMITAÇÃO DO TEMA
HERMENÊUTICA E ESTADO: uma nova concepção do Direito através da hermenêutica jurídica.
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
O Estado pode ser considerado um ser vivo que possui órgãos que se interagem, pois cada órgão é responsável por uma tarefa, e todos, juntos, de forma harmônica, conduzem o bom funcionamento do sistema por inteiro. 
Embora não tenha um aspecto físico como ao corpo de um ser humano, o Estado brasileiro desenvolveu-se com o passar do tempo (de 1824 a 1988) e, considerando essa breve analogia entre estado e ser vivo, é importante ressaltar que o contexto histórico vivido pela sociedade brasileira foi de grande importância na construção da evolução estatal, foi necessário que o mesmo se contextualizasse com os fatos decorrentes para que seu desenvolvimento ocorresse, isto é, que o Estado se adequasse a nova sociedade emergente, ou melhor, que o Estado produzisse normas compatíveis ao modo de viver de seu povo. 
A efetividade do Estado brasileiro será analisada através da hermenêutica provenientes dos pensamentos de Montesquieu e Carlos Maximiliano, fazendo uma análise mais profunda de como deve ser a participação do estado, para que ele consiga ter maior efetividade nas relações entre os cidadãos. Além de uma breve analise da atuação no ramo da mediação e arbitragem como a tendência do Direito nas questões atuais. O instrumento de estudo será a hermenêutica, no campo da filosofia do direito, com maior ênfase na hermenêutica jurídica, com intuito da produção de pensamento jurídico-filosófico.
A Hermenêutica Jurídica tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito. As leis positivas são formuladas em termos gerais; fixam regras, consolidam princípios, estabelecem normas. É tarefa primordial do hermeneuta a pesquisa da relação entre o texto abstrato e o caso concreto. A Hermenêutica é a teoria científica da arte de interpretar, e fazendo uma analogia entre a norma antiga, e a norma contextualizada, a hermenêutica seria uma espécie de ponte, que liga as duas realidades, a atual e a que estar por vir, ou seja, através da hermenêutica o espirito da lei pode “caminhar no tempo”, isto é, a norma pode mudar o seu formato sem perder o seu real sentido. 
A seguir serão apresentados questionamentos relevantes para o desenvolvimento do tema proposto, 
De que forma a hermenêutica jurúdica pode contribuir na aplicação do direito na sociedade?
De que maneira a subsunção hemeuneutica contribui na efetivação da justiça em sentido amplo no caso concreto?
HIPÓTESES
		a) A hermenêutica consiste em ferramenta indispensável à boa compreensão da norma que compõe o ordenamento jurídico brasileiro e, que tem por objeto, descobrir o modo e os meios de amparar juridicamente um interesse humano ou da sociedade, visando, sobretudo, resguardar os preceitos da democracia social, ao levar em conta o real sentido da lei no momento da aplicação da norma.
		b) A aplicação do Direito consiste no enquadrar um caso concreto em uma norma jurídica adequada. Submete às prescrições da lei uma relação da vida real; procura e indica o dispositivo adaptável a um fato determinado. Por outras palavras: Contextualizar a norma de acordo com a evolução e a necessidade do caso concreto é de extrema importância para o entendimento da mesma.
JUSTIFICATIVA
A importância da pesquisa reside no fato de que, tudo na vida evolui, natureza, seres humanos, pensamentos, comportamento, valores e uma seriem de coisas que estão inseridas na sociedade e em nosso dia a dia. Partindo dessa premissa, devemos pensar de que forma a hermenêutica pode servir no processo de adequação das normas diante de tal evolução (na ótica da Filosofia do direito, com ênfase na hermenêutica jurídica), a fim de se adequar a norma abstrata ao caso concreto. 
 Mostrar a eficácia da hermenêutica na aplicação do direito e na busca pela justiça em sentido amplo tornasse indispensável para elucidação do tema. O Estado se faz presente na vida dos cidadãos a todo instante, e sua eficácia torna-se indispensável para a boa relação entre Estado-poder e Estado-Sociedade, para isto, também será importante destacar o papel dos magistrados, árbitros e mediadores, na aplicação e intermediação do direito envolvendo partes litigantes.
Outro ponto relevante será a contextualização de algumas normas de acordo com a necessidade do caso concreto, no intuito de maior eficácia do direito na vida da população.  A existência de leis conflituosas, a infinidade de possibilidades de condutas humanas e a limitação linguística do texto legal são alguns motivos para a utilização da hermenêutica.
 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Analisar as normas que conduzem o sistema jurídico para uma nova concepção de interpretação à luz da hermenêutica.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar de forma coerente a efetividade do estado na vida da sociedade, para uma construção de um Direito efetivo na vida dos cidadãos.
Esclarecer sobre a influência da hermenêutica na aplicação do direito e da justiça no sentido amplo.
EMBASAMENTO TEÓRICO
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Uma das principais características do ser humano é sua capacidade permanente de desejar, de ambicionar o que o faz caminhar na jornada evolucionista das relações jurídicas, políticas, econômicas e sociais. Desde as civilizações primitivas à civilizações modernas a linguagem do homem sofreu inúmeras transformações assim como seu pensar, causando o que se poderia denominar de mudança paradigmática e epistemológica que romperam barreiras proporcionando a integração de novos modos de pensar e agir entre homens e instituições políticas. Ao ultrapassar a barreira do direito egoístico percebido através da violência, da força física, do direito obtido mediante acordos e imposições de árbitros chega-se a etapa do dizer o direito por ente público: o Estado. Porém, cabe questionar como o estado tem desempenhado este papel de dizer o direito, de como tem atribuído ao homem a tão almejada justiça. 
 	A Justiça sempre foi um tema de difícil definição. Apesar de existirem diversos conceitos, não há um que seja unanimidade, pois, a palavra comporta vários sentidos e possui varias interpretações. Aristóteles definia justiça como sendo uma igualdade proporcional: tratamentoigual entre os iguais, e desigual entre os desiguais, na proporção de sua desigualdade. Aristóteles também reconhece que o conceito de justiça é impreciso, sendo muitas vezes definido a contrariu sensu, de acordo com o que entendemos ser injusto – ou seja, reconhecemos com maior facilidade determinada situação como sendo injusta do que uma situação justa.
Platão reconhece a justiça como sinônimo de harmonia social, relacionando também esse conceito à ideia de que o justo é aquele que se comporta de acordo com a lei. Em sua obra A República, Platão defende que o conceito de justiça abrange tanto a dimensão individual quanto coletiva: a justiça é uma relação adequada e harmoniosa entre as partes beligerantes de uma mesma pessoa ou de uma comunidade. Platão associava a justiça aos valores morais. No entanto, para que a justiça prospere em um Estado, e necessário que este tenha normas que sejam produzidas após serem analisada uma serie de fatores inerentes à própria sociedade em questão, alguns fatores são: o clima, a qualidade do terreno, sua extensão, o gênero da vida dos povos, sua religião, suas riquezas, comercio, maneiras, etc. Todos esses fatores formam o conceito de “Espírito das Leis”. Tal espirito é nos elucidado por Montesquieu:
Varias coisas governam os homens: o clima, a religião, as leis, as máximas de governo, os exemplos das coisas, passadas, os costumes, as maneiras, de onde se forma um espirito geral que disto resulta. 
A medida que, em cada nação, uma destas causas agem com mais forca, as outras cedem o mesmo tanto. A natureza e o clima dominam quase sozinhos os selvagens, as maneiras governam os chineses, as leis tiranizam o Japão, os costumes outrora ditavam o tom na Lacedemônia; as máximas de governo e os costumes antigos ditavam-no em Roma.
	Montesquieu deixa-nos uma mensagem clara que as leis de determinado Estado são determinadas pelo modo de vida de sua nação, da forma que se comportam, dos valores que trazem consigo, portanto, uma seria de fatores que contribuem para que as normas tenham efeitos eficazes naquele determinado território. De fato não faria menor sentido colocar normas iguais sobre um determinado assunto, em países de costumes completamente diferentes, ou de condições climáticas totalmente adversas, por fim, devemos ter consciência que estado e sociedade, apesar de independentes em alguns aspectos, dependem um do outro para funcionarem em harmonicamente.
	No Estado brasileiro, é complexa a questão normativa estatal, pois se trata de um país continental. Nessa ótica, é extremamente necessária a interpretação de forma ampla das normas brasileiras, pois serão aplicadas à varias culturas e costumes dentro de seu vasto território. Nesse sentido a hermenêutica jurídica vem ser o cerne das discussões no mundo abstrato das normas, e a busca do real sentido da norma torna-se a base para a produção do pensamento jurídico-filosófico. 
Na área jurídica, hermenêutica é a ciência que forma as regras e métodos para interpretação das normas, fazendo com que elas sejam divulgadas com seu sentido e alcance. O ideal é que o hermeneuta viaje no tempo e tente descobrir o principio, costume, valor moral, contexto econômico, ou outra fonte que tenha dado origem a tal norma. Após a profunda analise da norma e descoberto seu espirito (de acordo com conceito de Montesquieu), deve o hermeneuta interpretar se aquele espirito normativo se adequa ao caso concreto vivenciado pelo cidadão ou pela sociedade em uma nova realidade, ou seja, a hermenêutica deve fazer a subsunção normativa, que é o perfeito acoplamento entre o caso concreto e a norma legal em abstrato. O jurista Carlos Maximiliano esclarece que a aplicação do direito pressupõe:
a) A Crítica, a fim de apurar a autenticidade e, em seguida, a constitucionalidade da lei, regulamento ou ato jurídico; b) A Interpretação, a fim de descobrir o sentido e o alcance do texto; c) o suprimento das lacunas, com o auxílio da analogia e dos princípios gerais do Direito; d) o exame das questões possíveis sobre a ab-rogação, ou simples derrogação de preceitos, bem como acerca da autoridade das disposições expressas, relativamente ao espaço e ao tempo (MAXIMILIANO, 2011, p. 7).
Nessa perspectiva, para interpretar e aplicar com eficácia o Direito, acoplando o fato à norma, o autor salienta que é indispensável que o hermeneuta bem compreenda o preceito para determinar com precisão seu conteúdo e alcance. Essa missão se torna mais trabalhosa quando a lei é imperfeita, incompleta ou ultrapassada, o que reclama que o hermeneuta, empregando inteligentemente os métodos ou processos de interpretação, promova a adequada colmatação (a necessidade do preenchimento da lacuna existente na lei para solução do caso concreto, mediante a aplicação de uma analogia) de lacunas normativas, adaptando os preceitos às necessidades da vida atual e às exigências da época em que vive. Afirma que a lei é concisa enquanto a realidade é proteiforme, ou seja, muda de forma constantemente. Nesse ponto, Maximiliano assinala o relevante papel sociológico da interpretação:
 [...] o intérprete é o renovador inteligente e cauto, o sociólogo do Direito. O seu trabalho rejuvenesce e fecunda a fórmula prematuramente decrépita, e atua como elemento integrador e complementador da própria lei escrita. Esta é a estática, e a função interpretativa, a dinâmica do Direito [...] (Maximiliano, 2011, p. 10). 
	Diante do que foi exposto alhures, como a hermenêutica pode contribuir de forma efetiva na vida dos cidadãos? Gostaria de ressaltar dois aspectos relevantes ao estudo do tema, primeiro, as decisões dos magistrados ao aplicar o direito em um caso concreto, e em segundo, a nova tendência do direito a luz da mediação e arbitragem.
 	Em relação ao primeiro aspecto, gostaria de elucidar que a figura do juiz é de fundamental importância para a pacificação dos conflitos sociais. É ele que aplica a letra fria da lei ao caso concreto, visando uma solução justa. Nesse sentido o juiz ante a impossibilidade de se alterar os textos positivos, deve adaptar a lei às exigências sociais imprevistas, e às variações sucessivas do meio. A postura correta do juiz deve ser a de uma postura moderada, que se detenha num meio termo discreto, que tire do Direito, como conjunto, as deduções exigidas pelo meio sociais, mas sem afrontar arbitrariamente a letra da lei (Maximiliano, 2011, p. 41). O autor propugna a adaptação inteligente da norma às circunstâncias mutáveis da vida, preferindo-se o conjunto ao dispositivo isolado, o Direito à regra. Ele afirma que o magistrado não cria ou formula o Direito, mas o interpreta apenas, função esta que é exercida somente nas hipóteses de dúvidas decorrentes de lacunas ou antinomias num caso forense (2011, pp. 48-49). Para o eminente jurisconsulto: O intérprete não cria prescrições, nem posterga as existentes; deduz a nova regra, para um caso concreto, do conjunto das disposições vigentes, consentâneas com o progresso geral. (Maximiliano, 2011, p. 39). Ainda que adote essa posição mais cautelosa sobre o tema da produção judicial do Direito, reconhece que, em determinados casos, quando se permite que o juiz recorra à equidade e aos princípios gerais do Direito, acaba por se equiparar ao legislador. Ao se deparar com tal situação, o juiz deve recorrer aos elementos ou processos de interpretação, que de acordo com Maximiliano são classificados em gramatical (literal ou filológica), lógica, sistemática, histórica, teleológica e sociológica. 
No que tange à Interpretação Gramatical (Literal ou Filológica), deve-se preocupar com a letra do dispositivo, com a linguagem do texto, ou seja, com a acepção dos vocábulos empregados nos preceitos normativos. O hermeneuta só deve se afastar do texto legal “quando ficar evidenciado ser isso indispensável para atingir a verdade em sua plenitude”, acrescentando que o abandono injustificado da fórmula legal constituiu perigo para a segurança jurídica (Maximiliano, 2011, p. 91). Recomenda, no entanto, cuidadocom a interpretação exclusivamente literal,
 [...] porque a linguagem, embora perfeita na aparência, pode ser inexata; não raro, a aplicados a um texto, lúcido à primeira vista, outros elementos de interpretação, conduzem a resultado diverso do obtido com o só emprego do processo filológico [...] (Maximiliano, 2011, p. 91). 
No tocante à Interpretação Lógica ou Processo Lógico o hermeneuta deve procurar descobrir o sentido e o alcance das expressões contidas no texto legal, buscando estabelecer uma conexão racional entre elas. O exegeta centra-se nas normas em si, ou em conjunto, buscando obter a interpretação correta por meio do raciocínio dedutivo (Maximiliano, 2011, p. 100). 
O conceito de interpretação lógica, como se verá adiante, aproxima-se do de interpretação sistemática, tanto que muito teóricos optam por aglutiná-los num único método que denomina lógico-sistemático. A interpretação lógica precisa se sobrepor à gramatical, pois deve o pensamento valer mais que seu invólucro verbal.
 Em relação à Interpretação Sistemática, esta consiste “em comparar o dispositivo sujeito à exegese com outros do mesmo repositório ou de leis diversas, mas referentes ao mesmo objeto”. Maximiliano Ensina que:
 Do exame das regras em conjunto deduz-se o sentido de cada uma”, pois o “direito objetivo não é um conglomerado caótico de normas”, mas “um conjunto harmônico de normas coordenadas” (Maximiliano, 2011, pp. 104- 105). 
A interpretação sistemática considera o Direito Positivo um todo coerente, enquadrando o dispositivo ao sistema. 
Já a Interpretação Histórica, referida no capítulo atinente ao Elemento Histórico, é conceituada como aquela realizada a partir do descobrimento da origem e das transformações históricas de um instituto ou preceito, de modo a bem compreendê-lo. Portanto, é preciso averiguar a trajetória histórica de uma lei ou disposição normativa tem grande utilidade para se entender o papel que é chamada a cumprir na atualidade. Assim, acentua a relevância de se buscar esclarecimentos em projetos de lei e nas respectivas exposições de motivo (Maximiliano, 2011, pp. 112-115). 
Quanto à Interpretação Teleológica, tratada como Elemento Teleológico, é definida como aquela que busca a genuína razão ou espírito de uma lei ou preceito. Por meio dela o hermeneuta terá em vista o fim colimado pela norma jurídica (Maximiliano, 2011, p. 124). Maximiliano afirma que:
 A descoberta do fim de um dispositivo ajuda na definição das hipóteses que nele se enquadram. “A ratio juris é uma força viva e móvel que anima os dispositivos e os acompanha no seu desenvolvimento”, de forma que “o Direito progride sem que se alterem os textos”, sendo possível conferir “espírito novo à lei velha”, dando-lhe sentido compatível com os tempos atuais em que vive o intérprete (2011, pp. 126-127). 
O elemento teleológico, o melhor e mais seguro na maioria das hipóteses, mas pondera que não há método infalível nem absolutamente apto a substituir os demais, daí exsurgindo a necessidade de o intérprete sempre agir com discernimento, cautela e bom senso. 
Por fim, a Interpretação Sociológica é o método de interpretação se baseia na adaptação do sentido da lei às realidades e necessidades sociais.
Falando brevemente sobre o segundo aspecto proposto, porem não menos importante que o primeiro, pois a mediação e a arbitragem tem se mostrado ao longo dos últimos anos um novo caminho e uma nova forma de ver o Direito e sua aplicabilidade.
Depois de mostrado os métodos de interpretação que o juiz deve recorrer em sua interpretação, pode-se usá-los também em outros campos como o de mediação e arbitragem, tendo em vista a liberdade que os mediadores e árbitros possuem para a solução do conflito em um caso concreto. A lei 13.140/2015 de mediação nos elucida como o mediador possui artifícios para conduzir o procedimento de comunicação entre as partes, previsto no seu art. 4 § 1º. Já Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, que regula a arbitragem, nos trás a possibilidade das partes poderem escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública, o que abre ainda mais a possibilidade de interpretação ampla usando a hermenêutica em um caso concreto.
O papel do mediador e do arbitro se exerce pela intervenção imparcial de um terceiro que objetiva se colocar a par do problema em perspectiva para que a situação das partes em conflito possa ser refletida pelas mesmas. A figura do mediador, assim, evoca a ideia de que um terceiro possa ser capaz de uma leitura do conflito para além da situação individual das partes. Exige dele a visão de um todo a partir do qual possa evidenciar o essencial da insatisfação de indivíduos submetidos às regras, tendo como referência valores significativos de diferentes representações, a ponto de avaliar como e por que o conflito se estabeleceu como sendo o único caminho para um possível desenlace de interesses. 
É desta forma que a intervenção do mediador suscita, em tese, a imparcialidade para compreender significados, na tentativa de que as partes obtenham uma projeção de bem-estar mediante uma solução. Mas, ao se considerar que mediar um conflito demanda o aspecto do bem-estar das partes, o mediador, além de bom senso, depende de sensibilidade para perceber e compreender problemas. Interpretar o universo subjetivo dos envolvidos é fundamental para que o mediador compreenda significados e considere um estado possível de satisfação das partes. Logo, conhecimentos em Filosofia e hermenêutica jurídica para o desenvolvimento do papel de Mediação e arbitragem se fazem fundamentais, pois, tanto a percepção do mediador como a sua habilidade de ler a subjetividade alheia, são tão essenciais quanto a sua capacidade de análise objetiva do quadro geral do problema. 
Nesse sentido, a abordagem hermenêutica torna-se uma bússola para a atividade de Mediação. Medo, sentimentos de ameaça e estranhamento ao que é inusitado; formas diferentes de pensar o mundo e as relações sociais e humanas que nele se fundam; fatos que correlacionados à cultura local indicam abuso e desrespeito, entre outros fenômenos, fazem parte de qualquer processo de conflito.
	 A leitura Hermenêutica para a aplicabilidade da filosofia do direito na prática do mediador e/ou do conciliador se faz iminente, tendo em vista realizar satisfatoriamente o caráter autocompositivo intermediado por terceiros e/ou a negociação sem a intervenção de terceiros.
Dentro dessa perspectiva, a Mediação e arbitragem demandaria, principalmente, que o mediador se dedicasse a compreender a moção de pessoas que se empenham em realizar significados, cujas projeções idealmente poderiam lhes trazer situações gratificantes. Ao compreender o desenvolvimento das circunstâncias e os valores pessoais pertinentes ao problema que pessoas estabelecem como um conflito a enfrentar, o mediador necessariamente carece de enveredar sua sensibilidade e razão para desvelar aspectos que inibem e impedem a satisfação de alguém sob determinada circunstância. 
A resolução 125/2010, que trata das politicas públicas em resolução adequadas de disputas, apoia uma nova concepção de resolução de conflitos pelo Estado, dando margem ampla para intensificação do processo hermenêutico na solução dos conflitos através de seus métodos interpretativos, ela foi criada pelo Conselho Nacional de Justiça e dispõe sobre a conciliação e a mediação partiu de uma premissa de que cabe ao Judiciário estabelecer a política pública de tratamento adequado dos conflitos de interesses resolvidos no seu âmbito – seja por meios heterocompositivos, seja por meios autocompositivos. 
Esta orientação foi adotada, de forma a organizar, em todo território nacional, não somente os serviços prestados no curso da relação processual (atividades processuais), como também os que possam incentivar a atividade do Poder Judiciário de prevenção de demandas com as chamadas atividades préprocessuais de conciliação e mediação. 
A criaçãoda Resolução 125 do CNJ foi decorrente da necessidade de se estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento de práticas já adotadas pelos tribunais. 
Nesse sentido, diante dos resultados positivos desses projetos piloto e diante da patente necessidade de se estabelecer uma política pública nacional em resolução adequada de conflitos o Conselho Nacional de Justiça aprovou em 29 de novembro de 2010 a Resolução 125. Os objetivos desta Resolução estão indicados de forma bastante taxativa: i) disseminar a cultura da pacificação social e estimular a prestação de serviços autocompositivos de 38 qualidade (art. 2º); ii) incentivar os tribunais a se organizarem e planejarem programas amplos de autocomposição (art. 4º); iii) reafirmar a função de agente apoiador da implantação de políticas públicas do CNJ (art. 3º). Em suma, buscase mudar o “rosto” do Poder Judiciário. As pesquisas sobre o Poder Judiciário têm apontado que o jurisdicionado percebe os tribunais como locais onde estes terão impostas sobre si decisões ou sentenças. De fato, esta tem sido também a posição da doutrina, sustentase que de um lado cresce a percepção de que o Estado tem falhado na sua missão pacificadora em razão de fatores como, entre outros, a sobrecarga dos tribunais, as elevadas despesas com os litígios e o excessivo formalismo processual; por outro lado, tem se aceitado o fato de que escopo social mais elevado das atividades jurídicas do Estado é harmonizar a sociedade mediante critérios justos.
Nesse sentido a Hermenêutica salientada por Maximiliano pode significar uma
Uma real busca pela justiça em conformidade com a resolução 125/2010, pois ele sugere que o exegeta busque sempre tentar harmonizar os textos, garantindo a coerência do ordenamento jurídico (Maximiliano, 2011, p. 111). O jurisconsulto indica alguns preceitos diretivos formulados pela doutrina para auxiliar na tarefa de transpor aparentes antinomias: 
a) Tome como ponto de partida o fato de não ser lícito aplicar uma norma jurídica senão à ordem de coisas para a qual foi feita. Se existe antinomia entre a regra geral e a peculiar, específica, esta, no caso particular, tem a supremacia. Preferem-se as disposições que se relacionam mais direta e especialmente com o assunto de que se trata. b) Verifique se os dois trechos se não referem a hipóteses diferentes, espécies diversas. Cessa, nesse caso, o conflito; porque tem cada um a sua esfera de ação especial, distinta, cujos limites o aplicador arguto fixará precisamente. c) Apure o intérprete se é possível considerar um texto como afirmador de princípio, regra geral; o outro, como dispositivo de exceção; o que estritamente não cabe neste, deixa-se para a esfera do domínio daquele. d) Procure-se encarar as duas expressões de Direito como parte de um só todo, destinadas a completarem-se mutuamente; de sorte que a generalidade aparente de uma seja restringida e precisada pela outra. e) Se uma disposição é secundária ou acessória e incompatível com a principal, prevalece a última. f) Prefere-se o trecho mais claro, lógico, verossímil, de maior utilidade prática e mais em harmonia com a lei em conjunto, os usos, o sistema do Direito vigente e as condições normais de coexistência humana. Sem embargo da diferença de data, origem e escopo, deve a legislação de um Estado ser considerada como um todo orgânico, exequível, útil, ligado por uma correlação natural. g) Prevalece, nos casos de antinomia evidente, a Constituição Federal sobre a Estadual, e esta contra o Estatuto orgânico do município; a lei básica sobre a ânua e a ordinária, ambas, por sua vez, superiores a regulamentos, instruções e avisos; o Direito escrito sobre o consuetudinário. h) Se nenhum dos sete princípios expostos resolver a incompatibilidade, e são os dois textos da mesma data e procedência, da antinomia resulta a eliminação recíproca de ambos: nenhum deles se aplica ao objeto a que se referem. Se têm um e outro igual autoridade, porém não surgiram ao mesmo tempo, cumpre verificar, de acordo com as regras expostas, se não se trata de um caso de ab-rogação tácita de expressões de Direito (MAXIMILIANO, 2011, p. 111).
Portando, o Direito no Brasil se desenvolveu ao longo dos anos para adequar-se as demandas da sociedade, e continuará a se desenvolver de acordo com que foi pesquisado, nessa ótica, a hermenêutica jurídica pode desenvolver grande papel na interpretação da norma, no intuito de aplicabilidade ao caso concreto. 
METODOLOGIA
TÉCNICAS DE PESQUISA
Utilizar-se-á de fonte indireta, valendo-se da pesquisa bibliográfica e documental, e artigos da Internet. 
CRONOGRAMA
	Mês / ano
	Jan./17
	Fev./17
	Mar./17
	Abr./17
	Mai./17
	Jun./17
	Atividades / semanas
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	Definição do tema / delimitação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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	Elaboração do projeto de pesquisa ou monográfico
	
	
	
	
	
	
	
	
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	Levantamento bibliográfico/(referências)
	
	
	
	
	
	
	
	
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	Leitura e fichamento da 
Documentação
	
	
	
	
	
	
	
	
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	Redação definitiva
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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	Apresentação e defesa
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Out
	
2017
 SUMÁRIO PRÉVIO DO ARTIGO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO. 2 ESTADO E SOCIEDADE. 3 HERMENEUTICA E INTERPRETACAO. 4 APLICACAO DA HERMENEUTICA NO DIREITO. 5 ESTUDO DO CASO CONCRETO. 6 CONCLUSÃO. 7 REFERÊNCIAS.
REFERÊNCIAS
CONSELHO NACIONAL DE JUSTICA, Manual de mediação judicial, 6ª ed. Poder Judiciário. 2016.
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do Direito. 20ª ed. Forense. 2011. Pág. 
MONTESQUIEU, O Espírito das leis. 2ª ed. Martins Fontes. 2000. Pág. 316-317.
SUNFELD, Carlos Ari, Fundamentos do direito público, 5ª ed. Medalheiros Meditores. 2013. Pág. 58-78.
WIKIPEDIA, Justiça, Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a>, com acesso em 24/05/2017.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTICA, Manual de mediação judicial, 6ª ed. Poder Judiciário. 2016.
ZIMMERMANN, Giovana.	Hermenêutica-estado-constituição Disponível em: < http://sisnet.aduaneiras.com.br/lex/doutrinas/arquivos/240806p.pdf>, com acesso em 20/05/2017.

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