Buscar

Documentos de Identidade - Os Reconceptualistas


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Documentos de Identidade
Uma introdução às teorias do currículo
II. Das teorias tradicionais às teorias críticas:
Contra a concepção técnica: Os reconceptualistas.
Os reconceptualistas surgiram no final dos anos 60 e criticavam os modelos de currículos tradicionais baseados em Bobbitt e Tyler. Na França e Inglaterra teve inicio por parte da sociologia crítica (Bourdieu) e pela filosofia marxista (Althusser) enquanto nos Estados Unidos e Canadá teve começo por parta do próprio campo da educação.
Essa rejeição ao currículo tradicional foi iniciada por James McDonald e Dwayne Huebner, mas um movimento mais organizado e visível só ganhou impulso sobre a liderança de William Pinar após a realização da I Conferência sobre o Currículo, realizada na Universidade de Rochester no ano de 1973. As pessoas ligadas ao movimento de reconceptualização acreditava que o modelo tradicional não se encaixava com as teorias sociais com a qual elas estavam familiarizadas: a fenomenologia, a hermenêutica e o marxismo. Do ponto de vista da fenomenologia, as categorias de aprendizagem, objetivo, mediação e avaliação não se encaixavam ao “mundo da vida” através dos quais as pessoas constroem e percebem suas experiências.
Ligadas a essa perspectivas fenomenológicas, duas vertentes compartilhavam dessa rejeição ao modelo curricular, sendo elas o marxismo e a hermenêutica. De um lado o marxismo acreditava que esse modelo refletia a dominação do capitalismo sobre a educação, do outro a hermenêutica se baseava no significado que as pessoas dão as suas experiências pedagógicas curriculares. O movimento reconceptualista pretendia incluir essas vertentes em sua estrutura, mas as pessoas ligadas ao marxismo não aceitaram, achando que apesar do movimento estar tento um questionamento dominante, não se encaixa aos princípios abordados pelo movimento marxista.
Na perspectiva fenomenológica as categorias tradicionais do currículo sobre pedagogia e educação deveriam ser questionadas e suspensas: objetivos, aprendizagem, avaliação e metodologia são conceitos de segunda ordem que aprisionam a experiência pedagógica e educacional do mundo vivido de docentes e estudantes. Diferenciando assim o currículo tradicional que aborda a atitude científica do currículo fenomenológico que incentiva a análise das próprias experiências, abordando assim temas que podem ser submetidos a análises.
Na teorização sobre o currículo, a análise tem sido combinada com duas estratégias à hermenêutica fenomenológica e a autobiografia. A hermenêutica fenomenológica, praticada por Max Van Manen, combina as estratégias da descrição fenomenológica com a interpretação da hermenêutica, originando assim uma abordagem que possibilita a múltipla interpretação dos textos e seus significados fugindo assim do modelo mecanicista estipulado seguindo a base do currículo tradicional. Já a autobiografia persiste em analisar as formas como moldamos nossa identidade.
Seguindo esse conceito da autobiografia, William Pinar utiliza do sentido etimológico da palavra currículo (curriculum – pista de corrida) para dar novo sentido, expondo assim que as atividades que baseiam o currículo não se limitem apenas na nossa vida escolar, mais que sirvam para nossa vida inteira. Sendo assim a autobiografia não combina com o modelo curricular oficial. William Pinar nos leva a questionar nossa vida escolar seguindo os conceitos estabelecidos pelo modelo autobiográfico, fazendo com que acreditamos ser difícil esse modelo ser conceituado como único na estrutura curricular.