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TEORIA GERAL DO DIREITO DIVISÃO DO DIREITO

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TEORIA GERAL DO DIREITO – DIVISÃO DO DIREITO
	Toda ciência, para ser bem estudada, precisa ser dividida, ter as suas partes claramente discriminadas.
DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO
 	A primeira divisão que encontramos na história da Ciência do Direito é a feita pelos
romanos, entre Direito Público e Privado, segundo o critério da utilidade pública ou particular da relação: o primeiro diria respeito às coisas do Estado (publicum jus est quod ad statum rei romanae spectat), enquanto que o segundo seria pertinente ao interesse de cada um (privatum, quod ad singulorum utilitatem spectat).
	Há duas maneiras complementares de fazer-se a distinção entre Direito Público e Privado, uma atendendo ao conteúdo; a outra com base no elemento formal, mas sem cortes rígidos, de conformidade com o seguinte esquema, que leva em conta as notas distintivas prevalecentes: 
Quanto ao conteúdo ou objeto da relação jurídica: a1)- quando é visado imediata e prevalecentemente o interesse geral = o Direito é Público. A2)- Quando imediato e prevalecente o interesse particular = Direito é Privado. 
Quanto à forma de relação jurídica: b1)- se a relação é de coordenação, trata-se, geralmente, de direito privado. b2)- se a relação é de subordinação, trata-se, geralmente, de Direito Público.
 
DIREITO INTERNO E INTERNACIONAL
 	Direito Interno é aquele que tem vigência em um determinado território, como acontece com o Direito brasileiro. Nos seus estudos de Teoria do Estado, já tiveram ocasião de aprender que o Estado possui sempre três elementos: o território, a população e o poder político.
	O Direito Externo, ao contrário, rege relações distintas do Direito nacional, quer as que se estabelecem entre os indivíduos como tais; quer as concluídas entre particulares com o Estado, ou dos Estados entre si. 
 	A divisão em interno e externo aplica-se tanto no Direito Privado como no Direito Público, o que quer dizer que existe Direito Público Internacional, assim como há relações nas esferas internacionais de caráter privado. 
	
	3- DIREITO CONSTITUCIONAL
 	O Direito Constitucional tem por objeto o sistema de regras referente à organização do Estado, no tocante à distribuição das esferas de competência do poder político, assim como no concernente aos direitos fundamentais dos indivíduos para com o Estado, ou como membros da comunidade política. Nas Constituições contemporâneas, ao invés de se disciplinar primeiro a organização do Estado, como antes se fazia, para depois serem estabelecidos os direitos e garantias individuais, começa-se pelo enunciado destes, o que demonstra que, no Direito atual o social prevalece sobre o estatal. Esta é a orientação seguida na Constituição de 1988.
4- DIREITO ADMINISTRATIVO
 	Muito ligado ao Direito Constitucional, põe-se o Direito Administrativo. O Estado Moderno distingue-se pela discriminação de três poderes, que não são rigorosamente independentes, mas autônomos, embora mantendo entre si relações íntimas de necessária cooperação. Dos três poderes, um existe, cuja função primordial é executar serviços públicos em benefício da coletividade: é o poder que outros autores propõem se denomine “Poder Administrativo”, mas que é mais próprio denominar Executivo. 
	O Direito Administrativo, de certa maneira, é o Direito dos serviços públicos e das relações constituídas para a sua execução. A atividade do Estado pode ser de várias espécies: ora é legislativa, para edição de normas legais de organização e de conduta; ora é jurisdicional, como quando o juiz toma conhecimento de uma demanda e profere a sua decisão; ora é de cunho administrativo, para consecução de objetivos da comunidade que o Estado executa como próprios.
	5- DIREITO PROCESSUAL
	Pelo Direito Processual o Estado também presta um serviço, porquanto dirime as questões que surgem entre os indivíduos e os grupos, e estes e as diversas áreas do governo. O juiz, no ato de prolatar uma sentença, sempre o faz em nome do Estado. A jurisdição, que é o ato através do qual o Poder Judiciário se pronuncia sobre o objeto de uma demanda, é indiscutivelmente um serviço público. 
	O Direito Processual, discrimina-se em duas subespécies ou categorias, que são o Direito Processual Civil, destinado à solução dos conflitos que surgem nas atividades de ordem privada, de caráter civil ou comercial (o novo Código relativo a essas regras está em vigor desde 1973) e o Direito Processual Penal, que regula a forma pela qual o Estado resolve os conflitos surgidos em razão de infrações da lei penal.
	6- DIREITO PENAL
	Um quarto ramo do Direito Público é o Direito Penal ou Criminal. As regras jurídicas estão sujeitas a ser violadas. Pode-se mesmo dizer que é da natureza do Direito essa possibilidade de infração, a qual, quando se reveste de gravidade, por atentar a valores considerados necessários à ordem social, provoca uma reação por parte do Poder Público, que prevê sanções penais aos transgressores.
	O Direito Penal estuda, mais propriamente, as regras emanadas pelo legislador com a finalidade repressiva do delito e preservativa da sociedade. É claro, todavia, que nenhum penalista poderá compreender o significado das normas penais sem ter noções científicas sobre o fato social e psicológico do delito, em necessária conexão com os valores ou fins determinantes ou condicionantes da conduta delituosa.
	7- DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
	Podemos dizer que o Direito Internacional tem por objeto de estudo a experiência jurídica correspondente à comunidade internacional e seu ordenamento jurídico. Quando o Brasil mantém contato com outros Países para a solução de problemas recíprocos, tais relações ficam sob a ação ou incidência do Direito Internacional.
	8- DIREITO DO TRABALHO
	O Direito do Trabalho apresenta-se, como Direito eminentemente público, como resulta da determinação de seus elementos capitais. Constitui-se, com efeito, como sistema de princípios e regras, destinados a disciplinar as relações entre empregadores e empregados, e as respectivas entidades representativas; a instituir órgãos de Previdência e de Seguro sociais; a reger as formas e meios necessários à solução dos conflitos dos indivíduos e das categorias profissionais, não apenas segundo o desejo ou interesse de cada uma delas, mas principalmente segundo exigências do bem coletivo.
	No Direito do Trabalho é inegável que nos deparamos com a presença do Estado, na sua função institucional, impondo limites à iniciativa individual, ao livre jogo dos interesses particulares.
	9- DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
	O Direito Internacional Privado é, às vezes, incluído na esfera do Direito Privado. A sua finalidade, alega-se, é a satisfação de interesses de particulares, pertencentes a nações diversas e, por conseguinte, pertencentes a sistemas jurídicos distintos, cujas normas podem
ser conflitantes.
	Um dos conceitos básicos do Direito Internacional Privado é o critério de ordem pública. Vela pelos direitos do estrangeiro no Brasil, enquanto não entram em conflito com as tradições da nossa gente e da nossa sociedade, e disciplina as relações jurídicas exeqüíveis no território nacional, pondo-os em consonância com os ditames de nosso ordenamento jurídico, numa natural e renovada tarefa de conciliação do Direito Externo com o Direito Interno.
	10- DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO
	Dentre os ramos principais do Direito Público cumpre fazer referência ao Direito Financeiro, até não muito tempo estudado como parte complementar da Ciência das Finanças, mas em vertiginoso desenvolvimento, como resultado imediato da crescente expansão do Estado. O Direito Financeiro é uma disciplina jurídica que tem por objeto toda a atividade do Estado no concernente à forma de realização da receita e despesa necessárias à execução de seus fins.
	Poder-se-ia dizer que o Direito Financeiro é a Ciência das Finanças em sua projeção ou potenciação institucional, isto é, enquanto os seus objetivos, em virtude das opções da Política Financeira do País, se consubstanciamnum sistema de princípios e normas a que a atividade do Fisco se deve adequar. Desse modo, constitui-se toda uma estrutura normativa,
isto é, elaboram-se os modelos jurídicos que instauram relações entre as pessoas e o Estado enquanto Fisco.
	Embora naturalmente vinculado ao Direito Financeiro, desenvolve-se o Direito Tributário, que se refere mais propriamente às relações entre o Fisco e os contribuintes, tendo como objeto primordial o campo das receitas de caráter compulsório, isto é, as relativas à imposição, fiscalização e arrecadação de impostos, taxas e contribuições, determinando-se, de maneira complementar, os poderes do Estado e a situação subjetiva dos contribuintes, como complexo de direitos e deveres. 
	11- O DIREITO CIVIL
	No amplo domínio do Direito Privado destaca-se o Direito Civil como Direito fundamental ou “Direito comum” a todos os homens, no sentido de disciplinar o modo de ser e de agir das pessoas, com abstração de sua condição social, muito embora exercendo funções ou atividades diferençadas. Desse tronco comum abrem-se ramos, com características próprias, como o Direito Comercial ou o Agrário.
	Costumamos dizer que o Código Civil é a constituição do homem comum, isto é, do que há de comum entre todos os homens. Na verdade, a Lei Civil não considera os seres humanos enquanto se diversificam por seus títulos de cultura, ou por sua categoria social, mas enquanto são pessoas garantidamente situadas, com direitos e deveres, na sua qualidade de esposo ou esposa, pai ou filho, credor ou devedor, alienante ou adquirente, proprietário ou possuidor, condômino ou vizinho, testador ou herdeiro etc. 
	
	12- O DIREITO COMERCIAL
	O Direito Comercial é um dos ramos do Direito Privado, sendo um desdobramento ou especificação do Direito Civil. Perdeu, todavia, a sua característica de Direito classista, para passar a reger, objetivamente, determinado campo da experiência jurídica privada. Desse modo, o seu objeto passou a ser a atividade negocial enquanto destinada a fins de natureza econômica, sendo essa atividade habitual e dirigida à produção de resultados patrimoniais.
	A existência de um Código Comercial distinto esbarra na verificação de que o Direito Comercial não rege apenas relações entre comerciantes, mas de qualquer pessoa, física ou jurídica, cujos atos tenham por escopo a produção de bens e serviços que integrem a circulação dos resultados da produção, dando lugar a relações caracterizadas sob a denominação genérica de atividade negocial ou empresarial.
	13- OUTROS RAMOS DO DIREITO PRIVADO
	Ao lado do Direito Comercial, ocorrem outras “especificações do Direito Civil”, como é o caso do Direito Agrário, do Direito Cooperativo etc. 
	Direito Agrário é o ramo do Direito Privado que disciplina as relações jurídicas privadas que se constituem e se desenvolvem em função e para os fins da atividade agrícola ou pastoril.
	Alguns autores apresentam o Direito Industrial como sendo um dos ramos do Direito Privado. Entendemos, todavia, que as normas sobre marcas de fábrica e de comércio, privilégio de invenção, e o respectivo registro, se inserem no campo do Direito Comercial, ou na tela do Direito Administrativo, não chegando a constituir um ramo autônomo do Direito.
 	Uma breve referência podemos fazer a outros domínios jurídicos que estão progressivamente se emancipando do Direito Comercial: o Direito da Navegação marítima,
terrestre e aérea) e o Direito Cartulário. 
	
	BIBLIOGRAFIA:
	REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. Ed. Saraiva

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