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Para a segunda prova texto 7 a 12

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Resumo Antropologia
Hierarquias Sociais e Hierarquias Culturais, Cuche (Texto 7)
(resumo Madá)
Conceitos de:
Cultura dominante: Cultura dos grupos hegemônicos, cultura dotada de uma espécie de superioridade intrínseca ou mesmo de uma força de difusão que viria de seua própria essência e que permitiria que ela dominasse naturalmente as outras culturas. (A cultura da classe dominante é a cultura dominante - Karl Marx e Marx Weber).
Cultura dominada: Cultura dos grupos subordinados; não é necessária mente uma cultura alienada, totalmente dependente. É uma cultura que em sua evolução, não pode deixar de desconsiderar a cultura dominante, mas que pode resistir em maior ou menor escala à imposição cultural dominante.
Cuche a analisa como uma cultura dominada, que se constrói e reconstrói numa situação de dominação
A dominação cultural nunca é total, há sempre uma margem para a resistência e afirmação. 
Cuche utiliza o argumento de que, não admitir a hierarquia cultural seria considerar as culturas. como independentes entre si e sem relação com os grupos sociais, o que não corresponderia à realidade. Ele utiliza os termos “dominada” e “dominante” como metáfora, o que existem são grupos sociais que estão em relação de dominação e subordinação uns com os outros.
Cultura popular: 
Define as culturas populares como “culturas de grupos sociais subalternos”, bem como destaca que “elas são construídas então em uma situação de dominação”. As culturas populares revelam-se, na análise, nem totalmente dependentes, nem inteiramente autônomas, nem pura imitação, nem pura criação. São construídas em uma relação de dominação. O autor destaca que as culturas populares devem ao esforço de resistência das classes populares à dominação cultural. 
Grigon e Passerron – Nem toda a alteridade popular se encontra na contestação. As culturas populares não estão mobilizadas permanentemente para as contestações, elas tbm funcionam em “repouso”.O valores e as práticas de uma atitude de resistência cultural não basta para criar uma autonomia cultural suficiente para que surja uma cultura original. Para eles a cultura popular é ao mesmo tempo um cultura de aceitação e de negação.
Certeau – define a cultura popular como a cultura “comum” de pessoas comuns, ou seja, uma cultura que se fabrica no cotidiano, as atividades ao mesmo tempo banais e renovadas a cada dia. Define a cultura popular como sendo uma “cultura de consumo”.
A cultura popular é obrigada a funcionar, ao menos que em parte, como cultura dominada, no sentido em que os indivíduos dominados devem sempre “viver com” o que os dominantes lhe impõem ou lhes recusam, isto não impede que ela seja uma cultura inteira, baseada em valores e práticas originais que dão sentido a sua existência.
Do ponto de vista das ciências sociais, duas teses unilaterais diametralmente opostas devem ser evitadas: 
A 1ª versão é minimalista, não reconhecem na cultura popular nenhuma dinâmica, nenhuma criatividade própria. Em outras palavras, as culturas populares seriam apenas culturas derivadas das culturas dominantes, que seria a única reconhecida como légitima, a cultura de referência. As culturas populares seriam apenas culturas marginais. Sendo assim, a única “verdadeira cultura” seria a cultura das elites sociais, e as culturas populares seriam apenas seus subprodutos inacabados.
A 2ª versão é maximalista, que pretende ver nas culturas populares, culturas que deveriam ser consideradas como iguais e mesmo superiores à cultura das elites. Para os adeptos desta tese, as culturas seriam culturas autenticas culturas completamente autônomas que não deveriam nada à cultura das classes dominantes.
Cultura de massa; 
A cultura de massa é conseqüência dos fenômenos culturais decorrentes da sociedade industrial.
Edgar Morin – enfatiza que o modo de produção desta cultura obedece aos esquemas da produção industrial de massa.
A maioria dos estudiosos dedica suas analises a questão do consumo da cultura produzida pelas mass media, parte das analises concluem que há certa forma de nivelamento entre os grupos sociais sob o efeito da uniformização cultural que seria ela própria a conseqüência da generalização dos meios de comunicação de massa. Supõem-se que as mídias poderiam provocar a alienação cultural, anular as individualidades e a capacidade crítica, formando uma massa homogênea que consumiria com mais facilidade poucos produtos culturais, produzidos em larga escala como na indústria tradicional. 
Por um lado, apesar da uniformização da mensagem midiática, não se pode deduzir que há uma uniformização no recebimento da mensagem. Por outro lado, é falso pensar que os meios populares seriam os mais vulneráveis a mensagem midiática, estudos demonstram que a influencia da mídia é mais profunda nas classes médias.
Culturas de classe: 
O fraco valor verídico da noção de cultura de massa e a imprecisão das noções de cultura dominante e de cultura popular levaram os pesquisadores a reconsiderar positivamente o conceito de cultura de classe, baseando-se, não mais nas deduções filosóficas, como em certa tradição marxista, mas em pesquisas empíricas.
Numerosos estudos mostraram que os sistemas de valores, os modelos de comportamento e os princípios de educação variam sensivelmente de uma classe para outra. Estas diferenças culturais podem ser observadas até nas praticas cotidianas mais comuns, como na alimentação. O abastecimento num mesmo supermercado, que pode dar a impressão de uma homogeneização dos modos de consumo, dissimula escolhas diferentes. Comer é então um modo de marcar sua vinculação a uma classe social particular.
Cultura de classe: uma cultura particular, um “estilo de vida, um “modo de vida” que caracteriza uma classe.
Habitus: 
Sistemas de disposições duráveis e transponíveis, estruturas estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é, a funcionar como princípios geradores e organizadores de práticas e de representações que podem ser objetivamente adaptadas a seu objetivo sem supor que se tenham em mira consciente estes fins de controle das operações necessárias para obtê-los. 
O habitus é o que caracteriza uma classe ou um grupo social aos outros que não partilham das mesmas condições sociais.
Bourdieu afirma que o “habitus funciona como a materialização da memória coletiva que produz para os sucessores as aquisições dos precursores”. Ele permite ao grupo “perseverar em seu ser”. O habitus é profundamente interiorizado e não implica em consciência dos indivíduos para ser eficaz. Ele é “capaz de inventar meios novos de desempenhar as antigas funções diante de situações novas”. Ele explica por que os membros de uma classe agem de maneira semelhante sem ter necessidade de entrar em acordo para isso. 
O habitus é então o que permite aos indivíduos se orientares em seu espaço social e adorarem praticas que estão de acordo com sua vinculação social. Ele torna possível para o individuo a elaboração de estratégias antecipadoras que são guiadas por esquemas inconscientes, “esquemas de percepção, de pensamento e de ação” que resultam do trabalho de educação e de socialização ao qual o individuo esta submetido e de “experiências primitivas” que a ele estão ligadas e que tem “peso desmensurado” em relação às experiências posteriores.
O habitus é também a incorporação da memória coletiva.
Cada pessoa, por seus gestos e suas posturas, revela o habitus profundo que o habita, sem se dar conta e sem que os outros tenham necessariamente consciência disso.
Esta “naturalização” do social é um dos mecanismos que garantem mais eficazmente a perenidade do habitus. A noção de trajetória social permite que Bourdieu escape de uma concepção fixista de habitus, para ele, o habitus não é um sistema rígido de disposições que determinariam mecanicamente as representações e as ações dos indivíduos e que garantissem uma reprodução social pura e simples. 
Culturas Jovens, Novaes (Texto 8)
(nãofizemos)
A Identidade em Questão, Hall (Texto 9)
Concepções iluminista, sociológica e pós-moderna de sujeito.
As velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado.
A crise de identidade está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social.
A identidade somente se torna uma questão quando está em crise, quando algo que se supões como fixo, coerente e estável é deslocado pela experiência da dúvida e da incerteza.
3 concepções de identidade:
Sujeito do Iluminismo: estava baseado numa concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação, cujo “centro” consistia num núcleo interior, que emergia pela primeira vez quando o sujeito nascia e com ele se desenvolvia, ainda que permanecendo essencialmente o mesmo – contínuo ou “idêntico” a ele – ao longo da existência.
Sujeito Sociológico: a noção de sujeito sociológico refletia a crescente complexidade do mundo moderno e a consciência de que este núcleo interior do sujeito não era autônomo e auto-suficiente, mas era formado na relação com “outras pessoas importantes para ele”, que mediavam para o sujeito os valores, sentidos e símbolos – a cultura – dos mundos que ele/ela habitava. Ou seja, a identidade é formada na interação entre o “eu” e a sociedade. E a própria essência desse eu é formada e modificada em um diálogo contínuo com os mundos culturais exteriores ao sujeito, assim como com as identidades que esses mundo oferecem.
Sujeito Pós-Moderno: é formado por um processo de fragmentação do sujeito previamente vivido, agora, não é mais composto por uma única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não resolvidas. O próprio processo de identificação, através do qual nos projetamos em nossas identidades culturais, tornou-se mais provisório, variável e problemático.
(é o fato de que ao projetar “nós próprios” nas identidades culturais que deveriam nos tornar unificados e predizíveis que ocorre a mudança para o sujeito pós-moderno). Esse processo produz o sujeito pós-moderno, conceptualizado como não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente.
As sociedades modernas são, portanto, por definição, sociedades de mudança constante, rápida e permanente. Esta é a principal distinção entre as sociedades “tradicionais” e as “modernas”.
Comunidade imaginada e identidade nacional. 
As culturas nacionais em que nascemos se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural.
As identidades nacionais não são coisas com as quais nós nascemos, mas são formadas e transformadas no interior da representação.
A nação não é apenas uma entidade política, mas algo que produz sentidos – um sistema de representação cultural. As pessoas não são apenas cidadãos/ãs legais de uma nação; elas participam da idéia da nação tal como representada em sua cultura nacional.
A formação de uma cultura nacional contribuiu para criar padrões de alfabetização universais, generalizou uma única língua vernacular como o meio dominante de comunicação em toda a nação. Dessa e de outras formas, a cultura nacional se tornou uma característica-chave da industrialização e um dispositivo de modernidade.
Uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos. As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre “a nação”, sentidos com os quais podemos nos identificar controem identidade. (“comunidade imaginada”).
(a comunidade imaginada é aquela em que a identidade nacional pressupõe a homogeneidade cultural, reconhecendo todos com uma mesma identidade, a identidade nacional).
Anderson argumenta que as diferenças entre as nações residem nas formas diferentes pelas quais elas são imaginadas. (“a vida das nações, da mesma forma que a dos homens, é vivida, em grande parte, na imaginação”).
Uma cultura nacional nunca foi um simples ponto de lealdade, união e identificação simbólica. Ela é também uma estrutura de poder cultural.
As identidades nacionais não subordinam todas as outras formas de diferença e não estão livres do jogo de poder, de divisões e contradições internas, de lealdades e de diferenças sobrepostas. Assim, quando vamos discutir se as identidades nacionais estão sendo deslocadas, devemos ter em mente a forma pela qual as culturas nacionais contribuem para “costurar” as diferenças numa única identidade.
Globalização, suas características e seus limites. 
O capítulo anterior questionou: A idéia de que as identidades nacionais tenham sido alguma vez tão unificadas ou homogêneas quanto fazem crer as representações que delas s e fazem. Entretanto, na historia moderna, as culturas nacionais têm dominado a “modernidade” e as identidades nacionais tendem a se sobrepor a outras fontes, mais particularistas, de identificação cultural.
O que, então, está tão poderosamente deslocando as identidades culturais nacionais, agora, no fim do século XX? A resposta é: Um complexo de processos e forças de mudança, que por conveniência, pode ser sintetizado sob o termo “globalização”.
A globalização se refere àqueles processos, atuantes numa escala global, que atravessam fronteiras nacionais, integrando e conectando comunidade e organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo, em realidade e em experiência, mais interconectado.
A globalização implica um movimento de distanciamento da idéia sociológica clássica da “sociedade” como um sistema bem delimitado e sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e do espaço.
(Tanto a tendência à autonomia nacional quanto a tendência à globalização estão profundamente enraizadas na modernidade).
O que, então, está tão poderosamente deslocando as identidades culturais nacionais, agora, no fim do século XX? A resposta é: Um complexo de processos e forças de mudança, que por conveniência, pode ser sintetizado sob o termo “globalização”.
Identidades e globalização. 
A globalização traz as seguintes conseqüências sobre as identidades culturais:
As identidades nacionais estão se desintegrando, como resultado do crescimento da homogeneização cultural e do “pós-modernismo global”.
As identidades nacionais e outras identidades “locais” ou particularistas estão sendo reforçadas pela resistência à globalização.
As identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades – híbridas – estão tomando seu lugar.
Alguns teóricos argumentam que o efeito geral desses processos globais tem sido o de enfraquecer ou solapar formas nacionais de identidade cultural.
À medida que as culturas nacionais tornam-se mais expostas a influências externas, é difícil conservar as identidades culturais intactas ou impedir que elas se tornem enfraquecidas através do bombardeamento e da infiltração cultural.
As identidades nacionais estão sendo “homogeneizadas”? Segundo o autor é um ponto muito simplista. São consideradas três qualificações ou contratendências principais:
Ao invés de pensar no global como “substituindo” o local seria mais acurado pensar numa nova articulação entre “o global” e “o local”. Este “local” não deve, naturalmente, ser confundido com velhas identidades, firmemente enraizadas em localidades bem delimitadas. Em vez disso, ele atua no interior da lógica da globalização. É mais provável que vá produzir, simultaneamente, novas identificações globais e novas identificações locais.
A globalização é muito desigualmente distribuída ao redor do globo, entre regiões e entre diferentes estratos da população dentro das regiões. (“geometria do poder” da globalização).
A de que embora, por definição, a globalização afeta o mundo inteiro, ela éessencialmente um fenômeno ocidental.
As qualificações referentes as possíveis conseqüências da homogeneização das identidades globais são:
A globalização caminha em paralelo com um reforçamento das identidades locais, embora isso ainda esteja dentro da lógica da compressão espaço-tempo.
A globalização é um processo desigual e tem sua própria “geometria de poder”.
A globalização retém alguns aspectos da dominação global ocidental, mas as identidades culturais estão, em toda parte, sendo relativizadas pelo impacto da compressão espaço-tempo.
Hibridismo Cultural.
Algumas pessoas argumentam que o “hibridismo” e o sincretismo – a fusão entre diferentes tradições culturais – são uma poderosa fonte criativa, produzindo novas formas de cultura, mais apropriadas à modernidade tardia que às velhas e contestadas identidades do passado.
Por outro lado, existem também fortes tentativas para se reconstruírem identidades purificadas, para se restaurar a coesão, o “fechamento “ e a Tradição, frente ao hibridismo e à diversidade. Dois exemplos são o ressurgimento do nacionalismo na Europa Oriental e o crescimento do fundamentalismo.
Por fim, tanto o liberalismo quanto o marxismo, em suas diferentes formas, davam a entender que o apego ao local e ao particular dariam gradualmente vez a valores e identidades mais universalistas e cosmopolitas ou internacionais; qua o nacionalismo e a etnia eram formas arcaicas de apego – a espécie de coisa que seria “dissolvida” pela força revolucionadora da modernidade, os apegos irracionais ao local e ao particular, à tradição e às raízes, aos mitos nacionais e às “comunidades imaginadas”, seriam gradualmente substituídos por identidades mais racionais e universalistas. Entretanto, a globalização não parece estar produzindo nem o triunfo do “global” nem a persistência, em sua velha forma nacionalista, do “local”. Os deslocamentos ou os desvios da globalização mostram-se, afinal, mais variados e mais contraditórios do que sugerem seus protagonistas ou seus oponentes. Entretanto, isto também sugere que, embora alimentada, sob muitos aspectos, pelo Ocidente, a globalização pode acabar sendo parte daquele lento e desigual, mas continuado, descentramento do Ocidente.
Dos Lugares aos não-Lugares, Augé (Texto 10)
Esquema:
	
	
	1ª Alternativa:
(A modernidade não acabou acabou)
MODERNIDADE TARDIA
	PRÉ-MODERNO
(TRADIÇÃO)
	MODERNIDADE
(RACIONALIDADE INSTRUMENTAL)
	2ª Alternativa:
PÓS-MODERNIDADE (Bauman)
	
	Utilitarismo, Tecnociência
	3ª Alternativa:
SUPERMODERNIDADE (Augé)
HIPERMODERNIDADE
MODERNIDADE LIQUIDA (Bauman)
Pré-Modernidade: a lealdade é de caráter local. Idéia de ser natural.
Modernidade: é falar em sociedade – é baseada numa lógica burocrática que da forma ao ESTADO (nação que produz cidadãos).
Pós-Modernidade: idéia de fluxo, velocidade, descontinuidade.
Lugar e não-lugar.
Lugar pode se definir como identitário, relacional (pertencimento) e histórico (memória).
Não-Lugar: é um lugar de passagem é um espaço social interativo, ou seja, não é um espaço de relações e sim de interações (as quais são instantâneas, instáveis, inconseqüentes e imprevisíveis – ex.: uma relação comercial imediata). Não é identitário, pois nele não se produz nenhuma identidade específica, ninguém pertence aos não-lugares porque simplesmente todos estão ali de passagem. É um espaço de trânsito, consumo (ex.: duty free).
	Relação
(durável)
	Interação
(instantânea)
	Previsível/estável
compromissada
	Inconsequente/gratuita
descompromissada
Turismo: consumo e passagem. Exemplifica a visita a não-lugares. No turismo e no espaço do conjunto de relações nas quais o único propósito é o turístico, não se cria vínculos. Guias turísticos tentam preencher o vazio do espaço de um lugar estranho com informações múltiplas e detalhadas.
Supermodernidade
A supermodernidade não é o todo da contemporaneidade.
A supermordenidade faz do antigo um espetáculo específico – como de todos os exotismos e particularismos locais.
Nos não-lugares da supermodernidade, sempre há um lugar especifico (na vitrine, no cartaz, à direita do aparelho, à esquerda da auto-estrada). Mas eles não operam nenhuma síntese, não integram nada, só autorizam, no tempo de um percurso, a coexiteência de individualidades distintas, semelhantes e indiferentes umas às outras.
Globalização, não-lugares e subjetivação.
A personalidade que o sujeito “adquire” é a de consumidor. Existe uma crença de que você é o que você compra. Uma questão colocada aqui é a do anonimato. Consequentemente a pessoa sente-se só. (indentidade -> subjetivação pelo consumo do anonimato -> solidão).
A globalização é a produtora de não-lugares. O não-lugar é um espaço onde a globalização acontece. Sem o não-lugar a globalização não ocorre. 
O espaço está para o lugar assim como a palavra está para a fala. O espaço é uma noção abstrata. O nome cria o não-lugar dos lugares, o lugar só passa a ter significado pelas e para as pessoas que por ele passam.
Vidas Desperdiçadas, Bauman (Texto 11)
Configurações sociais da modernidade sólida e liquida, sua relação com as angústias contemporâneas.
É a partir da nova configuração de instabilidade social que surgem as novas angústias (depressão, ansiedade, pânico, compulsões, etc).
Outra angústia é a do projeto de identidade. O problema das identidades na modernidade é o de serem duramente conquistadas, as identidades devem ser construídas, um projeto. E o problema central aqui não é só que a identidade seja um projeto e sim o medo de que esse projeto falhe. Vivemos em uma sociedade, onde todos querem ser únicos, mas, pelo consumismo, se tornam iguais.
Existe também a angústia de tornar-se reduntante. A redundância é o refugo social, é lixo. Deve-se eliminar o superficial para se encontrar o belo. A grande angústia atual é tornar-se refugo. É o medo de sobrar, não encontrar emprego, não ter um grupo social, um parceiro, etc.
	TRADIÇÃO
	MODERNIDADE SÓLIDA
	MODERNIDADE LÍQUIDA
	Comunidade Local
	Controle, planejamento, ordem
Estado-Nação
(seguranças, controle)
	Desregulamentação
Capitalismo Global
(precariedade, insegurança, desregulamentação)
	
	Projeto do Estado
	Projeto Individual
O que na modernidade sólida é um bônus, um plus, na modernidade líquida é pré-requisito.
Na modernidade sólida a identidade está relacionada à nação, nacionalidade, uma questão de segurança sociológica estável. Na modernidade liquida a questão nacional é enfraquecida, deve-se encontrar seu caminho, há muitas opções, plano de fluxo, uma identidade instável.
O que mudou nas duas foi a forma de mascarar a desigualdade social.
Consumo, subjetivação e refugo social.
Na sociedade de consumo o consumidor falho se torna refugo social. O consumo é o jogo social. O trabalho passa a ser o meio de entrada no jogo social ao invés de ser a forma digna de se ganhar a vida. O consumidor falho é totalmente desnecessário, assim é descartado. 
A modernidade se caracteriza por uma obsessão pela mudança, o novo vira valor. Na modernidade sólida isso já existe, mas na modernidade líquida o novo é o quê ela reduz, é o que a define. Essa obsessão pela mudança é a que define como modernidade líquida. Pode-se dizer que a obsessão pelo novo na modernidade sólida está na produção e na modernidade líquida está no consumo (ainda existindo a produção, mas como um meio para atingir o fim - o consumo).
Projeto de Sociedade: produção de refugo. A própria sociedade produziu o seu excedente. Ao sempre buscar o novo, a mudança, muita gente fica para trás, vira refugo. O excluído está também fora da lei em alguns sentidos (ou seja, abaixo da linha dos direitos humanos / criminalidade, marginalidade – exemplo do índio e da empregada doméstica; “ah desculpa, achei que era um(a) mendigo/prostituta”; se aparece um mendigo assassinado, quem vai investigar?
O estado não é mais soberano. Portanto o que ele faz é confirmar a exclusão(que a sociedade criou), não é mais ele que a cria.
O papel da globalização faz com que as identidades contemporâneas deixem de ser um dado e passem a ser um problema privado, do qual sempre se está à procura, são feitas alianças com identidades diferentes por uma questão política, uma identidade líquida, o individuo pode ter várias identidades (a profissional, a pessoal, etc.).
A mídia tanto respalda quanto é regida pelo consumo. O intuito é inserir seu público na sociedade de consumo, ela coloca para as massas a imperatividade do consumo e as maneiras pelas quais pode-se consumir (financiamentos, empréstimos, etc) para nos tornarmos refugo social. Uma mídia democrática seria aquela que não só chega a todos, mas que respeita as diferenças.
O indivíduo Sitiado, Bauman (Texto 12)
O paradoxo da individualidade como imperativo universal.
O paradoxo da individualidade é o de que cada ser é único mas ao mesmo tempo ainda existe a forte idéia de que ter espírito de equipe é super importante. Ser único é uma norma (um dever, uma tarefa) com meios predeterminados. A tarefa é a de ser individuo, singular, único, ou seja, ter uma individualidade.
Consumo, sociedade dos indivíduos e exclusão social. 
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