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ROTEIRO BÁSICO PARA USO DO TELESCÓPIO COUDÉ DE 15 cm Observatório do Valongo Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza Universidade Federal do Rio de Janeiro Prof. Gustavo Frederico Porto de Mello Abril de2014 Começando uma sessão de observação, o primeiro procedimento é abrir a trapeira da cúpula, puxando as duas cordas que movem as roldanas posicionadas lateralmente à trapeira. Cada lado da trapeira se move independentemente. Mova o manete de declinação até que o tubo do telescópio se aproxime do plano focal onde está o cachimbo com as oculares, para permitir a retirada da tampa da objetiva. Retire a tampa, com firmeza, mas lentamente. A posição normal de repouso do telescópio deve ser apontando aproximadamente o polo sul celeste. Use o manete de declinação para retornar o telescópio para uma posição aproximadamente apontando para o polo sul celeste. Você agora está pronto para iniciar o apontamento do astro, processo também conhecido como calagem. IMPORTANTE! Verifique que o freio do acompanhamento está destravado! Vide figura ao lado. Marque o tempo sideral local (TSL), movendo o botão correspondente, no círculo horário externo dos círculos de coordenadas. Marque um valor entre cinco de dez minutos à frente do tempo presente, para que haja um tempo confortável para marcar as coordenadas de apontamento, que são a ascensão reta e a declinação do objeto. Lembre-se que a equação fundamental do sistema equatorial de coordenadas celestes é: TSL = ascensão reta + ângulo horário Mova o telescópio ao redor do eixo polar, usando os dois manetes de declinação. Isto exige um pouco de força, mas vá com calma. Posicione o quadrante de ascensão reta no valor correspondente, solidariamente ao círculo horário externo, no qual você já marcou o tempo sideral local. Se a posição do telescópio corresponder a um valor absurdo, subtraia doze horas. Trave o acompanhamento sideral, certificando-se de que o botão girou até o final do percurso. Marque agora a declinação do objeto, girando os manetes. O círculo grosseiro está graduado de quinze em quinze graus, e o lado vermelho corresponde a declinações austrais; o lado preto, a declinações boreais. Marque no círculo grosseiro o valor múltiplo de quinze mais próximo do valor da declinação. Feito isso, coloque o zero do círculo fino neste valor mais próximo. Mova lentamente o manete para ir marcando os graus adicionais, um a um, até o grau mais próximo, e interpole visualmente os minutos de arco até o valor mais preciso possível. Se a declinação for inferior a 15 graus para o norte ou para o sul, marque o valor diretamente usando o círculo fino, contando os graus. Uma vez marcadas as coordenadas, relaxe e aguarde a chegada do instante de tempo sideral que foi marcado inicialmente. No instante exato, ligue o botão de acompanhamento. Você escutará o motor de acompanhamento ser acionado. A maior folga mecânica deste procedimento, e que introduz imprecisão no apontamento, está na declinação. O apontamento em ângulo horário é razoavelmente preciso. Portanto, utilizando a ocular de maior campo e menor aumento, a de 40 mm, procure visualmente o objeto movendo LENTAMENTE o manete de declinação, tentando memorizar o deslocamento feito em cada movimentação. Procure o objeto ao redor do melhor apontamento com pequenos movimentos em declinação. Caso ele não seja encontrado, mova pouco e lentamente o botão de ajuste fino de ângulo horário e repita a operação até encontrar o objeto, fazendo uma varredura. Gustavo F. Porto de Mello 04/04/2014