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TUTORIA 4 doenças transmitidas pela água

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TUTORIA 4 Hellen K.
DOENÇAS TRANSMITIDAS PELA ÁGUA
1) Descrever sobre as principais doenças transmitidas pela água (leptospirose) 
Doenças Transmitidas pela água:
Transmissão direta: Transmissão direta: cólera, diarréia, febre tifóide, disenteria bacilar, amebíase ou disenteria amebiana, hepatite infecciosa outras;
Transmissão indireta: Transmissão indireta: esquistossomose, malária, febre amarela, dengue, leptospirose e outras.
MALÁRIA
É causada por um protozoário esporozoário do gênero Plasmodium.No homem, esse protozoário parasita as células do sangue, multiplicando-se em seu interior até destruí-las. A transmissão da doença ao ser humano se dá por meio da picada do mosquito-prego do gênero Anopheles.Somente os mosquitos fêmeas transmitem a doença. No Brasil existem três espécies de Plasmodium que transmitem a malária: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum e o Plasmodium malarie.
A transmissão da malária pode ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de sangue contaminado, pela placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas infectadas.
Sintomas Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada e cansaço. Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias. 
Prevenção / Tratamento 
• Não existe vacina contra a malária. As formas de prevenção mais indicadas são: uso de repelente no corpo todo, camisa de mangas compridas e mosquiteiro, quando estiver em zonas endêmicas. 
• Evitar banhos em igarapés e lagoas ou expor-se a águas paradas ao anoitecer e ao amanhecer, horários em que os mosquitos mais atacam. 
• Procurar um serviço especializado se for viajar para regiões onde a transmissão da doença é alta, para tomar medicamentos antes, durante e depois da viagem.
Ao apresentar os sintomas, deve-se procurar atendimento médico. O tratamento, padronizado pelo Ministério da Saúde, é feito por via oral e não deve ser interrompido, para evitar o risco de recaídas.
AMEBÍASE
Geralmente, fala-se de ameba (Entamoeba) sempre que há diarreias persistentes. A Entamoeba coli é um parasito que se localiza no intestino do ser humano, mas que não o prejudica e, portanto, não precisa ser tratada. Já a Entamoeba hystolitica é prejudicial e precisa ser eliminada.
Esses parasitos são eliminados com as fezes que, se deixadas próximas a rios, lagoas, fossas, podem contaminar a água. 
Moscas e baratas, ao se alimentarem de fezes de pessoas infectadas, também transmitem a parasitose a outras pessoas, defecando sobre os alimentos ou utensílios. 
Outra forma de transmissão é pelo contato das patas sujas de fezes. Pode-se, ainda, contrair a ameba comendo frutas e verduras cruas, que foram regadas com água contaminada ou adubadas com terra misturada a fezes humanas infectadas. Muito frequente é a contaminação pelas mãos sujas de pessoas que lidam com os alimentos.
Sintoma: 
 Dores abdominais; febre baixa; ataque de diarreia, seguida de períodos de prisão de ventre; e disenteria aguda. 
Prevenção / Tratamento 
• Fazer com que todos da casa usem a privada. Se as crianças menores usarem penicos, as fezes devem ser jogadas na privada.
 • Proteger todos os alimentos contra moscas e baratas. 
• Proteger as águas das minas, cisternas, poços, lagoas, açudes e valas de irrigação, não permitindo que sejam contaminadas por fezes humanas.
 • Regar as verduras sempre com água limpa, não aproveitando nunca a água utilizada em casa ou água de banho. 
• Lavar bastante as verduras em água corrente. Lavar as mãos com sabão e água corrente todas as vezes que usar a privada.
 • Lavar muito bem as mãos antes de iniciar a preparação dos alimentos.
 • Fazer, regularmente, exame de fezes, para detectar o parasito.
GASTROENTERITE 
É uma infecção do estômago e do intestino produzida, principalmente, por vírus ou bactérias. É responsável pela maioria dos óbitos em crianças menores de um ano de idade.
A incidência é maior nos locais em que não existe tratamento de água, rede de esgoto, água encanada e destino adequado para o lixo.
Sintoma: 
 A gastroenterite é um termo geral que se refere a um grupo de distúrbios cujas causas são as infecções e cujos sintomas incluem a perda de apetite, a náusea, o vômito, a diarréia de leve a intensa, a dor tipo cólica e o desconforto abdominal. Juntamente com a água, ocorre a perda de eletrólitos (sobretudo de sódio e potássio) do organismo.
• Saneamento, higiene dos alimentos, combate às moscas e uso de água filtrada ou fervida. 
• O uso do leite materno é importante na profilaxia, pois é um alimento isento de contaminação, além de apresentar fatores de defesa na sua composição.
 • O tratamento é realizado com a reposição de líquidos, soro de reidratação oral e manutenção da alimentação da criança.
FEBRES TIFOIDE E PARATIFOIDE
É uma doença grave, produzida pela bactéria Salmonella typhi. Evolui, geralmente, num período de quatro semanas. Do momento em que a pessoa adquire a infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas, decorrem de cinco a 23 dias (período de incubação). A fonte de infecção é o doente, desde o instante em que ingeriu os bacilos até muitos anos depois, já que os bacilos persistem em suas fezes.
A febre tifóide é uma doença bacteriana aguda, de gravidade variável que se caracteriza por febre, mal-estar, cefaléia, náusea, vômito e dor abdominal, podendo ser acompanhada de erupção cutânea. 
É causada pela Salmonella typhi que é um patógeno especificamente humano. É um bacilo Gram negativo, móvel, que possui alta infectividade, baixa patogenicidade e alta virulência, o que explica a existência de portadores (fontes de infecção não doentes) que desempenham importante papel na manutenção e disseminação da doença na população. Como todas as bactérias Gram-negativas, elas têm LPS (lipopolissacarideo) que é um poderoso indutor de resposta imune, vasodilatação sistêmica e possível morte por choque séptico. Além disso, a sua disseminação e multiplicação nos órgãos podem causar danos graves
A febre paratifoide é mais rara que a tifoide. Produzida pela Salmonella paratyphi dos tipos “A”, “B” ou “C”, sua fonte de infecção é a mesma da febre tifoide: doentes e portadores.
A doença se transmite pelas descargas do intestino (fezes), que contaminam as mãos, as roupas, os alimentos e a água. O bacilo tifoide é ingerido com os alimentos e a água contaminada.
Sintoma:
 Dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição gástrica, diarreia e aumento do baço.
A incubação da paratifoide “A” varia de quatro a dez dias, enquanto a paratifoide “B” manifesta-se em menos de 24 horas. A paratifoide “B” resulta de envenenamento alimentar e caracteriza-se por náuseas, vômitos, febre, calafrios, cólicas, diarreias e prostração.
Prevenção / Tratamento • Destinar convenientemente os dejetos humanos em fossas ou redes de esgotos. • Tratar a água. • Combater as moscas. • Efetuar exame e vacinação e promover a educação sanitária dos manipuladores de alimentos. • Higienizar os alimentos.
CÓLERA
	É uma doença causada pelo micróbio Vibrio cholerae, que se localiza no intestino das pessoas, provocando, nos casos graves, diarreia e vômitos intensos. Em decorrência das diarreias e dos vômitos, o indivíduo perde grande parte dos líquidos de seu organismo, ficando desidratado rapidamente. Se não for tratada logo, essa desidratação pode levar o doente à morte em pouco tempo.
	Doença infecciosa intestinal aguda, de transmissão predominantemente hídrica, que se caracteriza, em sua forma mais evidente, por diarréia aquosa súbita, profusa e sem dor, vômitos ocasionais, desidratação rápida, acidose e colapso circulatório, causada pelo bastonete Vibrio cholerae.
A doença é transmitida, principalmente, por meio da água contaminada pelas fezes e pelos vômitos dos doentes. Também pode ser transmitida por alimentosque foram lavados com água já contaminada pelo micróbio causador da doença e não foram bem cozidos, ou pelas mãos sujas de doentes ou portadores.
	A enterotoxina colérica é a causa principal da diarréia maciça causada pelo V. cholerae. A patogênese da cólera está intimamente associada à produção e ação desta toxina sobre as células epiteliais do intestino delgado. Os bacilos penetram no organismo humano por via oral e, após ultrapassarem a barreira gástrica, colonizam o intestino delgado produzindo então a toxina colérica que possui ação enzimática, destruindo a parede celular, resultando na secreção abundante de líquido isotônico. 
	O Vibrio cholerae eliminado pelas fezes e vômitos de pessoas infectadas, sintomáticas ou não, pode transmitir-se a outras pessoas de 2 modos: 1) ingestão de água ou de alimentos contaminados - via mais freqüente e responsável pelas epidemias (transmissão indireta) e 2) através das mãos contaminadas (do próprio infectado ou de alguém responsável por sua higiene pessoal ou de sanitários), levadas à boca (transmissão direta) - menos freqüente. 
	O período de incubação varia entre 2 a 3 dias, com extremos de apenas algumas horas até 5 dias.
	 A infecção pode variar desde a ausência de sintomas (mais freqüente) até à sintomatologia clássica que são os quadros mais graves. O quadro clássico de cólera corresponde aos casos com diarréia súbita e intensa, líquida (com aspecto de água de arroz), sem sangue e febre, acompanhada ou não de vômitos e cãibras musculares. Na ausência de tratamento adequado, a perda de água e eletrólitos pode que conduzir a estado de desidratação profunda.
Sintomas:
Diarreia intensa, que começa de repente. As evacuações do doente de cólera são de cor esverdeada com uma espuma branca em cima, sem muco ou sangue. A febre, quando existe, é baixa. Junto com a diarreia, podem aparecer, também, vômitos e cólicas abdominais. A pessoa doente chega a evacuar, desde o início, uma média de um a dois litros por hora. Dessa maneira, a desidratação ocorre rapidamente.
ESQUISTOSSOMOSE 
	É uma doença crônica, causada por um pequeno verme, o Schistosoma mansoni, que se instala nas veias do fígado e do intestino. Para que surja a esquistossomose numa localidade, são necessárias várias condições: a primeira é a existência de caramujos que hospedam o Schistosoma mansoni. Nem todos servem para o parasito, só algumas espécies. Esses caramujos vivem em córregos, lagoas, valas de irrigação e canais onde haja segurança e boa alimentação. A temperatura média de muitas regiões do Brasil é favorável à proliferação de caramujos.
HEPATITE A
	Início usualmente abrupto com febre, mal estar, anorexia, náusea e desconforto abdominal, e aparecimento de icterícia dentro de poucos dias. O quadro pode ser leve, com duração de 1 a 2 semanas, ou mais grave, podendo durar meses, ainda que seja uma situação rara. A convalescença é muitas vezes prolongada. A severidade, em geral está relacionada com a idade, mas geralmente o curso é benigno, sem seqüelas ou recorrências. Muitas infecções são assintomáticas, anictéricas ou leves, especialmente em crianças, e diagnosticadas apenas através de testes laboratoriais. A letalidade relaciona-se com a idade; estima-se em 0,1 % para crianças menores de 14 anos, chegando a 1,1 % para pessoas maiores de 40 anos. Indivíduos com hepatopatias crônicas apresentam maior risco para desenvolvimento de hepatite fulminante.
	 O agente etiológico é um vírus RNA, de 27 nm de diâmetro, possuindo um único sorotipo, classificado como Hepatovírus e membro da família Picornaviridae (Figura 12).
ROTAVÍRUS 
Isolado pela primeira vez em 1973,o rotavírus pertencente à família Reoviridae. É um RNA de fita duplacom 11 segmentos localizados dentro do nucleocapsídeo (camadamais interna), e com proteínas nãoestruturais que cumprem funções essenciais à replicação, patogênese e determinação da especificidade da espécie. Homens e animais são passíveis da infecção pelo rotavírus, que possui sete grupos (de A a G). Porém, apenas os grupos A, B e C infectam o homem. A subdivisão em grupos depende dos antígenos comuns, localizados primordialmente no capsídeo interno. Os rotavírus que causam mais de 95% das infecções em humanos correspondem aos do grupo A. Dentre os rotavírus deste grupo, identificam-se diferentes tipos de antígenos (denominados sorotipos), baseados nas diferenças antigênicas das proteínas do capsídeo interno, VP7 e VP4. Até o momento, foram descritos 14 tipos antigênicos VP7 humanos (denominados também de tipos G por se tratar de uma glicoproteína) e 9 tipos antigênicos P (denominados P, devido à “sensibilidade à protease”).
 São classificados em grupos, subgrupos e sorotipos de acordo com sua composição antigênica. As partículas completas possuem três camadas protéicas concêntricas e cada segmento genômico (ou gene) regula a síntese de uma proteína viral especifica.
TRANSMISSÃO
 A transmissão ocorre predominante por via fecal-oral – as fezes de crianças infectadas apresentam altas concentrações de rotavírus que são excretados desde dois dias antes até 21 dias após o início dos sinais e sintomas. O rotavírus também é encontrado em brinquedos e superfícies de ambientes como pré-escolas e escolas, o que faz com que sejam comuns os surtos nestes lugares. Cerca de 10 a 100 partículas virais já são suficientes para desencadear a doença em seres humanos. A transmissão de pessoa para pessoa ocorre com facilidade e os cuidados com a higiene e saneamento básico não são suficientes para evitá-la. Infelizmente, o rotavírus resiste muito tempo no meio ambiente.
 PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
O período de incubação das infecções pelo rotavírus é curto, geralmente de um a três dias, o que impossibilita a proteção com a vacina após a exposição.
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O quadro clínico pode variar desde uma infecção assintomática; uma diarréia leve, com ou sem febre, até o quadro de maior gravidade, com vômitos profusos, o que é mais freqüente. Esse quadro caracteriza-se, ainda, por diarréia líquida com ou sem muco, e febre que pode superar 40º C. O risco mais significativo é a desidratação, que pode ser isotônica, acompanhada de acidose metabólica. A duração do quadro clínico é, em média, de quatro a cinco dias, embora o período possa variar de um a dez ou mais dias. A lesão da mucosa intestinal. Pode levar a uma intole-rância transitória aos dissacarídeos que, numa pequena proporção de pacientes, pode se prolongar. Foram descritas muitas afecções extraintestinais, possivelmente associadas à infecção por rotavírus. A miocardite, complicação rara, mas de elevada letalidade, foi descrita em dois artigos (Mod Pathol. 2002 Sep;15(9):914-22 - Ann Trop Paediatr. 2001 Jun;21(2):147-8). Como existem vários sorotipos de rotavírus, a gastroenterite por este agente pode ocorrer mais de uma vez. A primeira infecção geralmente é a mais grave. Estudos clínicos sugerem que após a segunda infecção as manifestações clínicas se abrandam e a doença tem menor probabilidade de complicações.
TRATAMENTO
 O tratamento baseia-se na hidratação, primeiramente via oral e, na ocorrência de vômitos e diarréias graves, por via endovenosa, o que requer internação. Embora estudos epidemiológicos tenham registrado o uso de antibióticos em 25% das crianças, esta classe terapêutica é contra-indicada no tratamento da infecção por rotavírus. 
DIAGNÓSTICO O correto diagnóstico é obtido por meio da pesquisa laboratorial do ví- rus nas fezes.
LEPTOSPIROSE 
 A leptospirose, também chamada de doença de Weill em seu quadro mais severo, é uma doença bacteriana que afeta seres humanos e animais e que pode ser fatal.
Sintomas da doença podem incluir febre alta, fortes cefaléias, calafrios, dores musculares, vômitos, bem como icterícia, olhos congestionados, dor abdominal, diarréia ou coceira. Complicações incluem falência renal (Figura 17), meningite, falência hepática e deficiência respiratória, no que caracteriza a forma mais grave da doença conhecida como Doença de Weill. Em casos raros ocorrea morte
O diagnóstico da doença não é fácil, dada a variedade de sintomas, comuns em outros quadros clínicos. O diagnóstico final é confirmado por meio de testes sorológicos como o Ensaio Detector de Anticorpos de Enzimas (ELISA, no acrônimo em inglês) e o PCR (acrônimo em inglês para Reação em Cadeia da Polimerase = Polymerase Chain Reaction.
Fisiopatogenia
	A infecção tem início com a penetração da leptospira, em geral através de soluções de continuidade da pele, visíveis ou não. Segundo alguns autores, a imersão prolongada da pele íntegra na água contaminada também seria capaz de determinar a infecção, mas isto é difícil de comprovar, uma vez que não é possível descartar a existência de pequenas lesões cutâneas. Surtos hídricos por ingestão também ocorrem. Raramente, a infecção ocorre após mordidas por animais. 1 O indivíduo infectado permanece assintomático por um período (de incubação) que varia, conforme a virulência da cepa e o tamanho do inóculo, de 2 a 30 dias, 7 sendo, em média, de 10. 25,19 A infecção em seres humanos, embora possa resultar em doença fatal, é limitada no tempo. As evidências de infecção crônica em seres humanos são escassas. 1
	Evolução. O curso da infecção é tradicionalmente dividido em duas fases, a primeira denominada "septicêmica" ou "leptospirêmica", e a segunda "leptospirúrica" ou "imune". À primeira fase corresponde extensa disseminação hematogênica das leptospiras, que podem ser, neste momento, cultivadas a partir dos mais diversos tecidos e líquidos corporais (sangue, liquor, humor aquoso 10). A sua disseminação nos tecidos pode dever-se à sua intensa mobilidade 10 ou à sua capacidade de produzir hialuronidase. 19 A fase "leptospirêmica" termina com a elaboração de anticorpos IgM opsonizantes, que promovem a rápida desaparição das espiroquetas. Se, como muitas vezes acontece, os sintomas desaparecem definitivamente neste momento, a doença aguda febril e miálgica, bastante inespecífica, correspondente à fase "leptospirêmica", será geralmente atribuída a uma síndrome gripal, ou a uma virose qualquer (p. ex., dengue), e provavelmente ficará sem diagnóstico. Os sintomas que surgem durante a fase "leptospirêmica" são geralmente atribuídos à ação direta das leptospiras, ao efeito de produtos tóxicos por elas elaborados, ou à presença de metabólitos tóxicos e mediadores químicos liberados pelo hospedeiro.
	Com o fim da fase "leptospirêmica", as leptospiras, antes disseminadas, passam a persistir apenas na medula renal e na câmara anterior do olho, podendo ser cultivadas da urina (ou do humor aquoso), donde a denominação de "leptospirúrica" para a segunda fase que então se inicia. Nesta fase, também denominada "imune", os sintomas podem, apesar da desaparição das bactérias, agravar-se. Os óbitos ocorrem, na maior parte das vezes, neste período. Dada a ausência ou raridade das leptospiras, os sintomas da fase "imune" são atribuídos a fatores tóxicos provenientes das bactérias mortas, ou decorrentes da ação do sistema imune do hospedeiro.
	As duas fases podem estar separadas por um período de acalmia clínica, que pode durar de algumas horas a três dias, ou estender-se indefinidamente, o que equivale a dizer que muitos pacientes curam-se ao final da primeira fase. Nem sempre as duas fases podem ser separadas com precisão, especialmente nos pacientes mais gravemente doentes. Nestes, a doença geralmente piora progressivamente, sem qualquer remissão. O surgimento de icterícia, insuficiência renal e sangramentos caracteriza a leptospirose icteremorrágica clássica, a chamada síndrome de Weil.
	A leptospirose pode, na fase imune, manifestar-se também como uma síndrome de meningite asséptica. O liquor, que na fase leptospirêmica era normal embora contivesse leptospiras, é agora estéril, mas exibe pleocitose e discretas alterações da glicorraquia e da proteinorraquia. O acometimento pulmonar grave, manifesto por sangramento ou SARA, também tende a ocorrer na fase "imune".
	A leptospirose é uma doença sistêmica. 15 Há disfunção de diversos órgãos, cuja intensidade é variável. Os mecanismos pelos quais as leptospiras causam doença não são bem compreendidos. 1,19,3 As descrições anatomopatológicas, disponíveis há décadas, nem sempre oferecem grande contribuição para a elucidação da patogênese. Os estudos em animais de experimentação (hamsters, cobaias), podem não reproduzir o curso da infecção em seres humanos, e nem sempre deixam claro a que fase se referem. Os diferentes mecanismos patogenéticos são em geral descritos como tendo ação simultânea, quando é provável que se ajam sequencialmente, dada a história natural da doença, sendo alguns mais provavelmente afeitos à fase inicial, e outros à final.
	Fatores de virulência. A sobrevivência das leptospiras no organismo depende de certos fatores ligados aos tecidos (pH e nutrientes) e da ausência de anticorpos específicos. Ao contrário do que ocorre com as leptospiras não patogênicas, que são removidas rapidamente pelo sistema reticuloendotelial, as leptospiras patogênicas são resistentes à atividade bactericida do soro normal e, na ausência de anticorpos específicos, não sofrem fagocitose nem destruição por neutrófilos e macrófagos, o que sugere a presença de um componente antifagocítico em suas membranas. 
Diagnóstico diferencial
	O diagnóstico clínico das formas anictéricas é difícil, podendo a leptospirose ser confundida com gripe, dengue ou outras viroses miálgicas, bem como com as meningites virais. 2 A confusão é especialmente comum com o dengue, em virtude não só da semelhança clínica como também da superposição da distribuição sazonal e de outros aspectos epidemiológicos. Fala a favor do dengue a presença de linfocitose, linfócitos atípicos 1 e, às vezes, intensa leucopenia. Um importante diagnóstico diferencial consiste na síndrome de seroconversão pelo HIV, que pode manifestar-se por doença febril aguda e miálgica. As riquetsioses podem manifestar-se de forma semelhante, geralmente com exantemas. O mesmo se pode dizer da sífilis. As infecções por Hantavirus produzem doença febril aguda com insuficiência renal e hemorragias, geralmente sem icterícia. Estes vírus podem produzir também síndromes pulmonares de intensa gravidade, embora o componente hemorrágico esteja em geral ausente nesta forma de acometimento. As pneumonias bacterianas, manifestando-se em geral como uma doença febril aguda, podem ser confundidas com a leptospirose, especialmente quando acompanhadas de icterícia, como ocorre às vezes na pneumonia pneumocócica e por Klebsiella. A presença de herpes labial nas duas situações (leptospirose e pneumonia pneumocócica) pode contribuir para a confusão.
	Doenças febris que cursam com icterícia podem ser erroneamente tomadas como leptospirose, e vice-versa. As hepatites de origem tóxica ou alcoólica, que evoluem com níveis de aminotransferases relativamente baixos, estão entre as causas de confusão, especialmente a última, em que pode haver mialgias. As sepses em geral, e as de origem biliar em particular, podem confundir-se com a leptospirose. As colangites 2 e pancreatites graves também podem simular a síndrome de Weil, e devem ser consideradas, especialmente nos pacientes alcoólatras (pancreatite) e do sexo feminino (colangites associadas às litíases biliares). A pele deverá ser esquadrinhada em busca de lesões estafilocócicas, causa comum de sepse em pacientes oriundos da comunidade, às vezes tidos como acometidos de leptospirose. A presença de artrite séptica num paciente com quadro clínico semelhante ao da síndrome de Weil afasta o diagnóstico de leptospirose, e impõe o de sepse. As malárias podem cursar com febre, mialgias e icterícia. Na malária por Plasmodium falciparum pode haver insuficiência renal e comprometimento pulmonar. O diagnóstico de malária deverá sempre ser considerado na presença de determinados dados epidemiológicos (viagens, transfusões, estada ou residência em área endêmica). A febre amarela pode também assumir aspecto muito semelhante ao da síndrome de Weil, cursando com febre altade início súbito, mialgias, icterícia e insuficiência renal. O hemograma sugestivo de doença viral, as transaminases muito elevadas e a velocidade de hemossedimentação (VHS) baixa ou muito baixa (eventualmente zero) falam a favor de febre amarela.
Diagnóstico 
A maioria dos pacientes apresenta leucócitos abaixo de 10.000 células/m3, mas leucocitoses acima de 25.000 céls/m3 com desvio à esquerda são descritos em casos severos; aumento do VHS, transaminases, bilirrubinas, fosfatase alcalina e principalmente enzimas musculares são comuns. A urina 1 pode apresentar proteinúria, piúria e hematúria microscópica. A alteração de função renal ocorre muitas vezes rapidamente e, apesar de insuficiência renal, os pacientes frequentemente evoluem com hipocalemia devido à lesão tubular com perda de potássio. O líquido cefalorraquidiano (LCR) demonstra pleocitose com predomínio linfocítico. 
A radiografia de tórax é obrigatória nos casos mais graves para avaliação de hemorragia alveolar. A alteração mais comum é infiltrado alveolar localizado nas bases ou periferia pulmonar. Este padrão é similar a outras doenças hemorrágicas pulmonares com infiltrado alveolar esparso e que pode evoluir com conglomeração destes infiltrados. Outros pacientes apresentam infiltrado intersticial e, na tomografia computadorizada, pode apresentar infiltrado em vidro despolido. Congestão pulmonar secundária a miocardite pode ocorrer. 
O diagnóstico pode ser confirmado por demonstração da leptospira ou por achados sorológicos
Tabela 1: Achados laboratoriais mais frequentes 
	Exame
	Achados laboratoriais
	VHS 
	Aumentado
	Hemograma completo
	Leucopenia ou leucocitose leve; plaquetopenia (< 100 mil/mm3 nas formas graves)
	ALT (TGP)/AST (TGO)
	Valores discretamente aumentados
	Bilirrubina total e frações
	Valores normais ou aumentados, por vezes extremamente aumentados
	Fosfatase alcalina
	Valor normais ou aumentados
	Uréia e creatinina
	Elevadas nas formas graves
	Creatininofosfoquinase (CPK)
	Valores aumentados na grande maioria dos casos
	Urina tipo I
	Proteinúria, piúria, hematúria
 
Tabela 2: Técnicas diagnósticas disponíveis
	 
	Técnicas e observações
	Detecção de antígeno 
	Microscopia de campo escuro; imunofluorescência; radioimunoensaio; ELISA
	Isolamento da leptospira
	1 ou 2 gotas de sangue são inoculadas em 10 mL de meio semissólido (meio de Fletcher). As culturas são incubadas a 28 a 30ºC por até 13 semanas, com leitura semanal.
	Diagnóstico sorológico
	Anticorpos são detectados no sangue a partir de 5 a 7 dias depois do início dos sintomas. Teste de aglutinação microscópica (microaglutinação), fixação de complemento, ELISA
	Diagnóstico molecular
	Reação em cadeia de polimerase (PCR)
Tratamento 
Os pacientes acometidos por quadros leves e anictéricos podem ser tratados apenas com medicações sintomáticas (analgésicos e antitérmicos). O uso de antibióticos, por sua vez, pode ser indicado mesmo sem confirmação do diagnóstico. A eficácia parece estar limitada ao uso nos primeiros 5 dias do surgimento dos sintomas. 
O emprego de doxicilina (100 mg 2 vezes/dia por 7 dias) foi sugerido nas formas anictéricas com redução da gravidade e da duração dos sintomas em 2 dias, além da diminuição do aparecimento de leptospiras em culturas de urina. 
A penicilina é tradicionalmente a droga de escolha para formas graves, e apresenta como benefícios a diminuição dos dias de febre, recuperação mais rápida da função renal e diminuição do tempo de internação hospitalar. Outro estudo demonstrou que seu uso em pacientes evoluindo com insuficiência renal não alterou a evolução. Os seguintes esquemas podem ser utilizados: 
 
1.    1ª escolha: penicilina cristalina 2 milhões UI IV a cada 6 horas por 7 a 10 dias.
2.    Esquemas alternativos:
  ampicilina 500 mg a 1 g a cada 6 horas por 7 a 10 dias;
  amoxicilina 500 mg a cada 8 horas por 7 a 10 dias;
  doxiciclina 100 mg a cada 12 horas por 7 dias;
  tetraciclina 500 mg a cada 6 horas por 7 a 10 dias.
 
Estudos compararam o uso de penicilina cristalina com cefalosporinas, como a ceftriaxona e a cefotaxima, e demonstraram que estas são equivalentes. A doses recomendadas são:
 
  ceftriaxona 1 g a cada 12 horas por 7 a 10 dias;
  cefotaxima 1 g a cada 6 horas por 7 a 10 dias
2) ENTENDER A POLÍTICANACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR NA ÁREA DE SAÚDE. 
Constituição Federal de 1988 Art. 200 – Ao SUS compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: •Inciso II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; •Inciso VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
Lei nº 80.080, de 19/9/90 – Lei Orgânica da Saúde Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): Inciso I - a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d)de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
Ministerio da saúde
Entender a portaria GM/ MS nº 1823 de 23/08/2012
PORTARIA Nº 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012 
Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. 
O MINISTRO DO ESTADO DA SAÚDE, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo único art. 87 da Constituição, e Considerando que compete ao Sistema Único de Saúde (SUS) a execução das ações de saúde do trabalhador, conforme determina a Constituição Federal; Considerando o papel do Ministério da Saúde de coordenar nacionalmente a política de saúde do trabalhador, conforme o disposto no inciso V do art. 16 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990; Considerando o alinhamento entre a política de saúde do trabalhador e a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), instituída por meio do Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011; Considerando a necessidade de implementação de ações de saúde do trabalhador em todos os níveis de atenção do SUS; e Considerando a necessidade da definição dos princípios, das diretrizes e das estratégias a serem observados nas três esferas de gestão do SUS no que se refere à saúde do trabalhador, resolve: Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Art. 2º A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora tem como finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos. Art. 3º Todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado são sujeitos desta Política. Parágrafo único. A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora alinha-se com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a transversalidade das ações de saúde do trabalhador e o trabalho como um dos determinantes do processo saúde-doença. Art.4º Além do disposto nesta Portaria, a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora reger-se-á, de forma complementar, pelos elementos informativos constantes do Anexo I a esta Portaria.
 CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES 
Art. 5º A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora observará os seguintes princípios e diretrizes: 
I - universalidade; 
II - integralidade;
 III - participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social; 
IV - descentralização;
 V - hierarquização; 
VI - equidade;e 
VII - precaução. 
Art. 6º Para fins de implementação da Política Nacionalde Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, dever-se-á considerar a articulação entre:
 I - as ações individuais, de assistência e de recuperação dos agravos, com ações coletivas, de promoção, de prevenção, de vigilância dos ambientes, processos e atividades de trabalho, e de intervenção sobre os fatores determinantes da saúde dos trabalhadores;
II - as ações de planejamento e avaliação com as práticas de saúde; e 
III - o conhecimento técnico e os saberes, experiências e subjetividade dos trabalhadores e destes com as respectivas práticas institucionais. Parágrafo único. A realização da articulação tratada neste artigo requer mudanças substanciais nos processos de trabalho em saúde, na organização da rede de atenção e na atuação multiprofissional e interdisciplinar, que contemplem a complexidade das relações trabalho-saúde. 
Art. 7º A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora deverá contemplar todos os trabalhadores priorizando, entretanto, pessoas e grupos em situação de maior vulnerabilidade, como aqueles inseridos em atividades ou em relações informais e precárias de trabalho, em atividades de maior risco para a saúde, submetidos a formas nocivas de discriminação, ou ao trabalho infantil, na perspectiva de superar desigualdades sociais e de saúde e de buscar a equidade na atenção. Parágrafo único. As pessoas e os grupos vulneráveis de que trata o "caput" devem ser identificados e definidos a partir da análise da situação de saúde local e regional e da discussão com a comunidade, trabalhadores e outros atores sociais de interesse à saúde dos trabalhadores, considerando-se suas especificidades e singularidades culturais e sociais
CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS 
Art. 8º 
São objetivos da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora:
 I - fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) e a integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde, o que pressupõe: 
a) identificação das atividades produtivas da população trabalhadora e das situações de risco à saúde dos trabalhadores no território;
 b) identificação das necessidades, demandas e problemas de saúde dos trabalhadores no território; 
c) realização da análise da situação de saúde dos trabalhadores; 
d) intervenção nos processos e ambientes de trabalho;
 e) produção de tecnologias de intervenção, de avaliação e de monitoramento das ações de VISAT; 
f) controle e avaliação da qualidade dos serviços e programas de saúde do trabalhador, nas instituições e empresas públicas e privadas; 
g) produção de protocolos, de normas técnicas e regulamentares; e
 h) participação dos trabalhadores e suas organizações; 
II - promover a saúde e ambientes e processos de trabalhos saudáveis, o que pressupõe:
 a) estabelecimento e adoção de parâmetros protetores da saúde dos trabalhadores nos ambientes e processos de trabalho;
 b) fortalecimento e articulação das ações de vigilância em saúde, identificando os fatores de risco ambiental, com intervenções tanto nos ambientes e processos de trabalho, como no entorno, tendo em vista a qualidade de vida dos trabalhadores e da população circunvizinha; 
c) representação do setor saúde/saúde do trabalhador nos fóruns e instâncias de formulação de políticas setoriais e intersetoriais e às relativas ao desenvolvimento econômico e social; 
d) inserção, acompanhamento e avaliação de indicadores de saúde dos trabalhadores e das populações circunvizinhas nos processos de licenciamento e nos estudos de impacto ambiental; 
e) inclusão de parâmetros de proteção à saúde dos trabalhadores e de manutenção de ambientes de trabalho saudáveis nos processos de concessão de incentivos ao desenvolvimento, nos mecanismos de fomento e outros incentivos específicos;
 f) contribuição na identificação e erradicação de situações análogas ao trabalho escravo; 
g) contribuição na identificação e erradicação de trabalho infantil e na proteção do trabalho do adolescente; e 
h) desenvolvimento de estratégias e ações de comunicação de risco e de educação ambiental e em saúde do trabalhador;
 III - garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador, que pressupõe a inserção de ações de saúde do trabalhador em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante articulação e construção conjunta de protocolos, linhas de cuidado e matriciamento da saúde do trabalhador na assistência e nas estratégias e dispositivos de organização e fluxos da rede, considerando os seguintes componentes: 
a) atenção primária em saúde; 
b) atenção especializada, incluindo serviços de reabilitação;
 c) atenção pré-hospitalar, de urgência e emergência, e hospitalar;
 d) rede de laboratórios e de serviços de apoio diagnóstico; 
e) assistência farmacêutica;
 f) sistemas de informações em saúde;
 g) sistema de regulação do acesso;
 h) sistema de planejamento, monitoramento e avaliação das ações; 
i) sistema de auditoria; e
 j) promoção e vigilância à saúde, incluindo a vigilância à saúde do trabalhador; 
IV - ampliar o entendimento de que de que a saúde do trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção; 
V - incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúdedoença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas análises de situação de saúde e nas ações de promoção em saúde;
 VI - assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas ações e serviços de saúde do SUS e que a atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com as suas possíveis consequências para a saúde, seja considerada no momento de cada intervenção em saúde; e 
VII - assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS. 
CAPÍTULO III DAS ESTRATÉGIAS....
3) ESTUDAR AS AÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA (SANITÁRIA E AMBIENTAL)
A Vigilância Epidemiológica tem ampliado seu escopo – nas últimas décadas – para além das já tradicionais doenças transmissíveis e imunopreveníveis, englobando ações de prevenção e controle da população exposta a fatores de risco, ou seja, para as doenças crônicas não transmissíveis, para a violência em suas diversas formas, para as intoxicações exógenas em geral, para os acidentes e doenças do trabalho e, mais recentemente, para as populações expostas aos fatores de risco ambientais que impactam a saúde humana. As ações a serem desenvolvidas para a elucidação dos casos e/ou para que se possa avaliar o risco a que a população está sujeita, devem incluir dados de saúde e de meio ambiente. A vigilância epidemiológica congrega dados epidemiológicos e costuma-se dizer que a Vigilância Epidemiológica é o braço operacional da Epidemiologia, visualizada especialmente nos serviços locais, contribuindo no direcionamento das ações de prevenção e controle de saúde.
Forma de Atuação da Vigilância Epidemiológica em Saúde Ambiental Na atuação da Vigilância Epidemiológica em Saúde Ambiental em qualquer nível, seja ele central, seja regional, seja local, é importante o trabalho em equipe multiprofissional e, sempre que necessário, interinstitucional, muitas vezes necessitando também da colaboração da universidade. Essa equipe deve desenvolver ações articuladas intra e extra SUS, além de considerar a necessária utilização de vários instrumentos e métodos para auxiliar o conhecimento, a detecção e o controle dos fatores ambientais de risco, e as doenças ou agravos à saúde da população exposta.
	1975 (Lei 6.529 de 1976): Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica :  “Art. 2º: A ação de vigilância epidemiológica compreende as informações, investigações e levantamentos necessários à programação e à avaliação das medidas de controle de doenças e de situações de agravos à saúde.
	1º Compete ao Ministério da Saúde definir, em Regulamento, a organização e as atribuições dos serviços incumbidos da ação de Vigilância Epidemiológica, promover a sua implantação e coordenação. § 2º A ação de VigilânciaEpidemiológica será efetuada pelo conjunto dos serviços de saúde, públicos e privados, devidamente habilitados para tal fim.”
Epidemiológica: Realiza um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle de doenças ou agravos. Trabalha com doenças sexualmente transmissíveis agudas e crônicas; doenças transmissíveis agudas; doenças transmissíveis crônicas; doenças imunopreveníveis; investigações e respostas a casos e surtos e epidemias; doenças emergentes; agravos inusitados; inclui o também o Programa Nacional de Imunização (PNI), descentralizado aos municípios.
Ambiental: Desencadeia um conjunto de atividades relativas às zoonoses e questões sanitárias ligadas ao meio ambiente e riscos à saúde (água, ar e solo), com ações integradas com as subprefeituras e outras secretarias, devendo participar na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico.
Saúde do trabalhador: Desencadeia um conjunto de atividades que, por meio das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, se destinam à promoção e à proteção à saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.
Imunização: É o conjunto de todas as atividades relacionadas com os imunobiológicos e sua adequada utilização. O Programa Nacional de Imunização (PNI) é reconhecidamente um dos melhores do mundo, estando vigente desde 1973, continuamente propiciando expressivos benefícios na prevenção de doenças, obtendo reiterados sucessos, nunca tendo sido interrompido. Podem ocorrer surtos ou acontecimentos inesperados mesmo com imunobiológicos eficazes, cabendo providências complementares organizadas, seguindo diretrizes da Vigilância em Saúde, com respaldo científico e rigoroso sistema avaliador de qualidade, também com controle de procedimentos inadequados e eventos adversos de imunobiológicos, acompanhando também de maneira rigorosa o armazenamento, a conservação e o transporte de vacinas até sua utilização.
Sanitária: Realiza um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.
Infraestrutura: Infraestrutura laboratorial e de apoio diagnóstico, do sistema de informações de doenças de notificação compulsória, entre outros.

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