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Moral e Valores na Auditoria

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ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 1 
Aula 2: A moral e os valores. ................................................................................................. 2 
Introdução ............................................................................................................................. 2 
Conteúdo ................................................................................................................................ 4 
Refletir sobre o sentido da moral no contexto social ................................................. 4 
As três esferas da moralidade .......................................................................................... 4 
Os mores de uma determinada sociedade................................................................... 5 
Os três campos da moral ................................................................................................. 5 
As quatro características básicas do comportamento da moral .............................. 7 
Mores X normas ................................................................................................................. 7 
Campos da ação moral..................................................................................................... 7 
Moral constituída X moral constituinte ......................................................................... 8 
A moral tradicional e o pensamento de esquerda ...................................................... 8 
As três esferas da teoria social ........................................................................................ 9 
Juízo de realidade X juízo de valor ................................................................................ 9 
Breve histórico da crise ética do século XX ................................................................ 10 
A geração de uma crise ética ........................................................................................ 11 
Nostalgia do passado x necessidade de mudanças x ser paralisante ................... 11 
Atividade proposta .......................................................................................................... 13 
Referências........................................................................................................................... 14 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 15 
Notas ........................................................................................................................................... 18 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 19 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 2 
 
Introdução 
Embora já tenhamos abordado de maneira breve a moral e os valores, ao 
tratarmos da ética na aula anterior, retomaremos a reflexão mais aprofundada. 
Isso é importante em virtude de tais categorias – a moral, os valores e a ética – 
dialogarem entre si, sendo difíceis de serem dissociadas. 
 
Os mesmos questionamentos poderão ser elaborados quando tratamos de 
valores e de moral. Quando nos perguntamos sobre o significado da moral ou 
dos valores, o que nos vem à mente? Qual tipo de moral está sendo 
referenciada? De qual dimensão estamos tratando? Política, pública, privada, 
religiosa, individual, coletiva, secular, corporativa, cultural ou econômica? 
 
Na realidade, devemos reconhecer que há muitas questões a serem tratadas e 
abordadas quando investigamos os valores morais, não é mesmo? Do mesmo 
modo, devemos lembrar que existem muito mais questionamentos do que 
soluções absolutas e fechadas, ao tratarmos da moral e dos valores. Contudo, 
isso não significa que não sejamos capazes de ter uma compreensão mais 
abrangente do tema e obter alguns princípios sobre ele. 
 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 3 
Objetivo: 
1. Refletir sobre o sentido da moral no contexto social, analisando os seus 
desdobramentos, aspectos conceituais e práticos; 
2. Refletir sobre o sentido dos valores no contexto social, analisando os seus 
desdobramentos, aspectos conceituais e práticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Conteúdo 
 
Refletir sobre o sentido da moral no contexto social 
A noção de moralidade, conforme o Dicionário do Pensamento Social do Século 
XX (1996, p. 483), é a seguinte: 
 
Em seu sentido prescritivo, moralidade é aquela consideração, ou conjunto de 
considerações, que fornece os motivos mais fortes para se viver de certo modo 
especificado; em seu sentido descritivo, tal consideração ou conjunto de 
considerações que alguma pessoa ou grupo reconhece ou ao qual adere. 
 
O dicionário citado sinaliza a moral por meio dos dez mandamentos bíblicos, 
que representariam uma compreensão correta da moralidade (de natureza 
prescritiva). Da mesma maneira, se reconhecermos que a lei bíblica se constitui 
em um erro, podemos apontá-la enquanto uma moralidade descritiva dos 
indivíduos que a reconhecem ou que se orientam por tais regras morais. 
 
As três esferas da moralidade 
As análises a respeito da moralidade descritiva têm-se voltado no conteúdo e 
explicação das crenças morais desenvolvidos principalmente por estudos 
antropológicos. A sociologia de Émile Durkheim aponta que existem três esferas 
da moralidade; a seguir: “um aspecto de caráter imperativo, a ligação a grupos 
sociais e a autonomia dos agentes morais” (DURKHEIM, 1996, p. 483). 
 
As abordagens atuais apontam e constatam que a moralidade “deve ser 
compreendida em termos da diversificação de mundos de vida” (1996, p. 483), 
indicando a existência de múltiplas crenças e valores morais presentes muitas 
vezes em um mesmo âmbito espacial, quadro amplamente comum nas grandes 
cidades. 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 5 
Os mores de uma determinada sociedade 
Conformo com Johnson (1997), os mores de uma determinada sociedade 
representam “um conjunto de normas que definem as ideias mais fundamentais 
sobre o que é considerado certo e errado, louvável e repugnante, bom e mau, 
virtuoso e pecaminoso em comportamento humano” (JOHNSON, 1997, p. 154). 
 
Na abordagem do autor, os mores permitem de um lado o regulamento do 
comportamento humano, mas também a coesão social que gera a continuidade 
social. Por exemplo, afirma Johnson (1997, p. 154), os mores são: 
 
Normas que proíbem o incesto, o assassinato, a traição e outras formas de 
deslealdade, o abandono das obrigações familiares e a profanação de símbolos 
religiosos e civis são todas elas parte dos mores da maioria das sociedades. 
Devido à sua importância, os mores assumem tipicamente a forma de leis, com 
fortes sanções, tais como prisão, exílio, ostracismo e execução. 
 
Os três campos da moral 
Do mesmo modo que a ética, a moral pode ser dimensionada em três campos: 
 
 
(Esquema representativo dos três campos da moral) 
 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 6 
Histórico - Sob a perspectiva clássica da moral como o “conjunto de regras de 
condutas admitidas em determinada época ou por um grupo social de pessoas” 
(ARANHA & MARTINS, p. 301), podemos constatar seu caráter coletivo e 
histórico, representados nas palavras “época” e “grupo social de pessoas”. Em 
ambas as nomenclaturas, observamos seus aspectos históricos, remetendo a 
um debate em torno dos processos de mudança e continuidade. 
 
Moral - Um sem númerode questões pode ser levantado, reconhecendo 
igualmente que certamente a nossa opinião será comandada por nossos valores 
morais, os quais aprendemos com os nossos pares no convívio social. Isso não 
significa que não tenhamos a possibilidade do questionamento de valores 
herdados pelos antepassados, como discutimos na aula anterior. Os valores são 
continuamente refeitos, reconfigurados, adaptados ao longo da história. A 
história da humanidade pressupõe um contínuo processo de permanência e 
conservação de valores, mas também de transformação e de mudanças; os 
valores também não estão isentos de tal processo eminentemente humano e 
social. 
 
Pessoal - Vamos lá, quais são as propostas de mudanças políticas, 
tecnológicas, culturais e sociais que estão de acordo com nossos valores, e 
quais são as proposições com as quais não concordamos? Algo bem prático e 
real à nossa reflexão: você é contra ou a favor do uso da palmada em crianças 
como recurso educativo? Temos aí um dilema. Em nossa sociedade, até quatro 
décadas atrás, era muito comum o uso da famosa “surra” como instrumento de 
reprimenda dos pais sobre os filhos. E hoje, tal procedimento é considerado 
razoável? Eis uma questão central! 
 
Social - No campo social, você é a favor ou contra políticas de inclusão de 
corte racial e\ou social? Quais são as principais vantagens e desvantagens 
presentes em tal programa de inclusão social? No que tange à tecnologia, quais 
são os benefícios e as desvantagens do aceleramento inovador no campo 
tecnológico? A inovação amplia ou reduz os níveis de empregabilidade? No que 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 7 
diz respeito aos procedimentos eleitorais, você é a favor ou contra o 
procedimento eleitoral do voto obrigatório? Sim; não; talvez? E por quê? 
 
As quatro características básicas do comportamento da moral 
 Jonhson (1997, p. 154) acrescenta que, sob a perspectiva sociológica, o 
comportamento moral apresenta quatro características básicas: 
 
 Jamais tem o interesse pessoal do ator como objetivo principal; 
 
 Inclui um aspecto de comando, o que faz com que todas as pessoas 
sintam obrigação de fazer o que é certo; 
 
 É vivenciado como sendo desejável e dele se tira certa satisfação e 
prazer; 
 
 É considerado como sendo sagrado, significando que sua autoridade é 
experimentada como além do controle humano. 
 
Mores X normas 
Acrescente-se que o mores, diferentemente de outras normas, são 
apresentados “como imutáveis e inerentes à vida social, e não como uma 
criação social sujeita a mudança” (p. 154). 
 
Jonhson (1997, p. 154) exemplifica tal contexto como o assassinato que “não 
pode ser legalizado sem romper a estrutura moral da sociedade ou então 
precisa ser apresentado como outra coisa que não o homicídio”. Em verdade, 
os mores representam os valores essenciais sem os quais a sociedade estaria 
em constante risco. 
 
Campos da ação moral 
Segundo Aranha e Martins (2003), ação moral pode ser classificada em dois 
campos, ou seja, a esfera normativa e a esfera fatual. 
 
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No que concerne ao campo normativo, são representados pelas regras, normas, 
de ação de maneira imperativa, o que podemos denominar como “dever ser”. 
 
Enquanto o fatual “são os atos humanos enquanto se realizam efetivamente” 
(2003, p. 303). 
 
Moral constituída X moral constituinte 
A moral também pode ser considerada como “constituída” e “constituinte”. 
 
Moral constituída - A abordagem primeira é expressa pelos valores que são 
herdados por nós, por meio da família e da própria sociedade. 
 
Moral constituinte - Enquanto a segunda, é representada pelo 
questionamento ou crítica dos valores herdados. 
 
Tal quadro revela que, como comentado anteriormente, a moral tem um 
caráter dinâmico e de transformação, e não apenas de conservação e de 
permanência (ARRUDA; ARANHA, s. d., p. 118). 
 
A moral tradicional e o pensamento de esquerda 
Marcondes (2009), ao abordar sobre a sociedade brasileira, afirma que entre 
nós prevaleceu uma dicotomia básica ao longo do século XX, representando 
consequentemente duas visões de mundo bastante diferentes: a moral 
tradicional e o pensamento de esquerda. 
 
Moral tradicional 
Compreende-se por moral tradicional um conjunto de valores representados 
pela nossa formação histórica cristã, em especial católica, pois o crescimento 
evangélico é relativamente recente comparado ao catolicismo, em nossa 
sociedade. A ideia central na referida visão é que a referência da ética para a 
sociedade deve ser a ética cristã. Como o nome diz, a moral tradicional tende a 
enfatizar os valores tradicionais e a enfatizar os procedimentos constitutivos da 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 9 
tradição como a família nuclear. No embate entre mudança/transformação e 
conservação/continuidade, a moral tradicional tende a privilegiar as alterações 
sociais em relação ao que permanece (MARCONDES, 2009). 
 
Pensamento de esquerda 
O chamado pensamento de esquerda é expresso por um conjunto de 
pensadores, filósofos e cientistas sociais que considera que a questão ética é 
secundária, sendo incapaz de dar conta da transformação efetiva da sociedade. 
Consideram que é por meio da análise econômica e política que se faz possível 
entender a questão ética na sociedade brasileira e modificá-la. (MARCONDES, 
2009). 
 
As três esferas da teoria social 
Conforme o Dicionário do Pensamento Social do Século XX (1996), os valores 
têm sido objeto de investigação em três esferas da teoria social. 
 
Em primeiro lugar, apresentam-se como objeto de investigação, como nas 
recentes discussões de valor dos valores materialistas e pós-materialistas entre 
as populações de sociedades capitalistas avançadas. Em segundo lugar, 
constituem uma categoria central para algumas perspectivas teóricas em 
sociologia... Em terceiro lugar, a teoria social trata o problema filosófico de 
relação entre enunciados factuais e avaliatórios em reflexões metodológicas 
que suscitam questões fundamentais em torno das relações entre teoria social 
sistemática e orientações e compromisso normativos de várias espécies (1996, 
p.791). 
 
Juízo de realidade X juízo de valor 
Veremos, então, que a questão dos valores perpassa o meio acadêmico, tal 
qual a moral e a ética. Nessa perspectiva, Aranha e Martins (2003) ao tratarem 
dos valores apresentam uma breve diferenciação em duas categorias. Conheça 
essas categorias de valor, clicando nos itens a seguir: 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 10 
Juízo de realidade - Juízos de realidade dizem respeito a certos 
pressupostos dos quais partimos, como, por exemplo: pessoas e objetos 
existem e são concretos e reais. 
 
Juízo de valor - Os juízos de valor ocorrem quando atribuímos uma 
qualidade ou consideração sobre objetos e pessoas, gerando “atração ou 
repulsa” (2003, p. 300). 
 
Breve histórico da crise ética do século XX 
No campo político da sociedade brasileira, Marcondes (2009) elabora um breve 
histórico e contextualiza o que considera a crise ética do século XX. A tese 
central tem como argumento as profundas mudanças (políticas, econômicas e 
tecnológicas) acarretarem uma crise ética, crise que pode ser caracterizada por 
questões centrais, sobre o que é certo e errado, bem ou mal. Em geral, os 
processos de mudança ocasionam uma crise moral ou de valores. 
 
Anos 60-70 
Na sociedade brasileira, em especial, nas últimas décadas do século XX, 
vivenciamos ao longo dos anos 60 e 70 um regime autoritário que gerou umasérie de restrições de direitos civis e políticos. 
 
Anos 70 
O fim do regime ditatorial no Brasil, ou seja, o processo de redemocratização 
ao longo do final dos anos 70, veio acompanhado de uma crise econômica. 
 
Anos 80 
Toda a década de 80 esteve associada a uma crise econômica. Os economistas 
até mesmo cunharam o termo estagflação, que caracterizaria uma sociedade 
pelo declínio do processo econômico em um contexto recessivo e de aumento 
inflacionário, resultando em consequências sociais, como desemprego e 
aumento da desigualdade social. 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 11 
A geração de uma crise ética 
Tal contexto gerou uma crise ética acirrando a corrupção, conforme Giannetti 
citado por Marcondes (2009). 
 
A desorganização econômica vivida no final dos anos 1980 e início dos 1990, 
gerando desemprego e falta de oportunidades, provocou o descrédito das 
instituições e a justificativa de que cada um deve ‘se virar como pode’, para 
poder sobreviver a ‘lei da selva’, com o crescimento do subemprego e da 
economia informal. Práticas como ‘jeitinho’ e ‘levar vantagem’ que caracterizam 
notoriamente a falta de ética e oportunismo, se generalizam nesses contextos 
de informalidade. (MARCONDES, 2009). 
 
Marcondes (2009) destaca, contudo, que a corrupção e a falta de ética não são 
exclusivas dos países menos desenvolvidos, sendo encontradas nas nações 
mais desenvolvidas como EUA, Japão e Alemanha. Mas acrescenta que a forma 
com que tais casos são tratados é que constitui o principal critério da 
preponderância da ética em um determinado contexto social. 
 
Nostalgia do passado x necessidade de mudanças x ser 
paralisante 
No tocante à denominada crise ética o autor aponta que nos deparamos com 
duas atitudes e procedimentos. 
 
Nostalgia do passado 
De um lado, encontramos o fenômeno “nostalgia do passado”, que se 
caracterizaria em um sentimento de perda de valores e se traduz em 
observações do tipo “no passado era melhor”, ou seja, uma visão nostálgica e 
de certo modo ilusória que considera que tudo o que é do passado era melhor 
do que está sendo vivenciado no presente (MARCONDES, 2009). Tanto uma 
como outra estão presentes na vida social mais ampla e, de certo modo, 
restringem a efetiva compreensão da ética e suas implicações sociais políticas e 
históricas. 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 12 
 
Necessidade de mudanças 
A outra visão aponta para a “necessidade de mudanças”, uma visão de 
amadurecimento político: na realidade, “o sentimento de que há mais 
escândalos hoje do que no passado resulta de que hoje somos talvez menos 
tolerantes com esse tipo de falta, há menos censura, o sucesso de denúncias e 
investigações leva a novas denúncias” (MARCONDES, 2009, p. 41). Por essa 
perspectiva, o aumento de casos de corrupção representaria uma maior 
preocupação com ética no meio social, uma maior divulgação via meios de 
comunicação, e não o contrário. 
 
Ser paralisante 
Outra consideração sinalizada por Marcondes (2009) trata das implicações da 
crise ética como “ser paralisante”. Tal postura poderia resultar em uma visão de 
que a crise ética não teria solução ou que a sua resolução estaria fora da alçada 
das ações humanas, resultando em uma postura fatalista ou derrotista. 
 
A ética deve ser integral 
Outro aspecto apontado por Marcondes (2009) aborda a aplicabilidade da ética 
nos vários campos de atuação, quer público, quer privado. Considera que a 
“ética deve ser integral, de que não é possível ser ético apenas em alguns 
aspectos de nossas condutas, de que a ética não pode ser 
compartimentalizada” (MARCONDES, 2009, p. 43). 
 
 
Atenção 
 As duas últimas implicações citadas – a crise ética como algo 
paralisante e a ética não podendo ser fragmentada – revelam 
situações reais e as consequências sobre a vida de cada um de 
nós como seres individuais, mas também como seres coletivos 
que somos. 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 13 
Atividade proposta 
Leia o artigo intitulado http://pepsic.bvsalud.org/pdf/aletheia/n22/n22a10.pdf 
“Assédio moral: a dignidade violada", de Roberto Heloani, e responda: 
quais medidas você considera necessárias para que possamos reduzir as 
práticas de assédio moral no interior das organizações? 
 
Chave de resposta: O autor sugere, além de medidas legais e normativas via 
código de ética, que as empresas, via departamento de Recursos Humanos, 
possam criar mecanismos que permitam a denúncia clara e objetiva sem 
constrangimentos àquele que denuncia. 
 
Outro fator que precisa ser lembrado é a questão da hipercompetição no 
interior das organizações; isso deve ser combatido por meio de um projeto de 
humanização organizacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 14 
Referências 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de 
filosofia. São Paulo: Moderna, 1998. 
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: 
introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2003. 
 
BICHUETTI, José Luiz. Gestão de pessoas não é com o RH! Disponível em: 
http://www.hbrbr.com.br/materia/gestao-de-pessoas-nao-e-com-o-
rh - Acesso em: 15 de set. 2014. 
 
BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar Ed., 1997. 
 
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000. 
 
COMPARATO, Fábio Konder. Ética: direito, moral e religião no mundo 
moderno. São Paulo: Companhias das Letras, 2006. 
DICIONÁRIO DO PENSAMENTO SOCIAL DO SÉCULO XX. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar Ed., 1996. 
 
HELOANI, Roberto. Assédio moral: a dignidade violada. Aletheia, n. 22, p. 
101-108, jul./dez. 2005. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/aletheia/n22/n22a10.pdf - Acesso em: 
15 de set. 2014. 
 
JOHNSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem 
sociológica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997. 
 
MARCONDES, Danilo. Desafios da ética no Brasil contemporâneo. In. CHAUVEL, 
Marie Agnes; COHEN, Marcos (org.). Ética, sustentabilidade e sociedade: 
desafios da nossa era. Rio de Janeiro: Mauad X, 2009. 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 15 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Johnson (1997) ao tratar sociologicamente da conduta moral reconhece que ela 
tem um fundamento social, EXCETO na seguinte afirmação: 
a) Jamais tem o interesse individual do ator como finalidade maior. 
b) Inclui um aspecto de comando, que faz com que todos os indivíduos sintam-se 
obrigados a executar o que é considerado como correto. 
c) É vivido como sendo desejável e dele se tira certa satisfação e prazer. 
d) Sempre tem o interesse pessoal como objetivo principal. 
 
Questão 2 
Segundo Aranha e Martins (2003), a ação moral de cunho NORMATIVO tem 
como base: 
a) Os atos humanos realizados concretamente. 
b) As regras de ação de modo imperativo, pelo “dever ser”. 
c) Exclusivamente os fundamentos religiosos. 
d) As ações dos indivíduos na vida social. 
 
Questão 3 
Conforme Aranha e Martins (2003), a ação moral de cunho FATUAL tem como 
base: 
a) Os pensamentos humanos em seus aspectos ideais. 
b) As normas de ação idealizadas. 
c) Exclusivamente os fundamentos laicos. 
d) Ações humanas realizadas efetivamente. 
 
Questão 4 
A moral é inerente à vida social; já a coletividade pode ser classificada como 
CONSTITUÍDA, revelando, consequentemente, momentos e expressões 
específicos da moral. Assinale a alternativa CORRETA em relaçãoà moral 
constituída. 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 16 
a) Se ancora na constituição social. 
b) Está relacionada aos valores futuros que ajudam a vida em sociedade. 
c) É representada pelos valores da própria sociedade herdados por nós. 
d) Está associada aos valores sociais dos antepassados exclusivamente no 
momento em que estavam inseridos. 
 
Questão 5 
A moral é referente ao agrupamento humano como coletividade e pode ser 
classificada como CONSTITUINTE, revelando, igualmente, momentos e 
expressões específicos da moral. Assinale a alternativa CORRETA. 
a) É representada pelo questionamento dos valores herdados. 
b) É a negação do futuro das sociedades. 
c) Opera exclusivamente no meio individual. 
d) É referente aos valores futuros da sociedade. 
 
Questão 6 
Aranha e Martins (2003) ao tratarem dos valores apresentam uma breve 
diferenciação em duas categorias. Os juízos de realidade são referentes: 
a) Aos seres humanos e aos objetos que existem e são reais. 
b) Às qualidades atribuídas aos seres humanos e aos objetos. 
c) Aos valores que atribuímos à sociedade. 
d) Aos objetos que são construídos pelos seres humanos. 
 
Questão 7 
Em relação aos juízos de valor, Aranha e Martins (2003) apontam que 
podemos afirmar que são eles referentes: 
a) Aos valores reais dos objetos. 
b) A uma qualidade que atribuímos às coisas e às pessoas. 
c) Aos momentos em que vivemos em sociedade. 
d) Aos indivíduos que existem coerentemente. 
 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 17 
Questão 8 
Marcondes (2009), ao abordar a crise ética, afirma que a falta de ética e a 
corrupção não são comportamentos únicos de uma determinada sociedade, 
mas algo presente em todas as sociedades. O fator diferenciador – maior ou 
menor grau - entre as sociedades, para o autor é: 
a) A lei mais rígida que trata da falta da ética. 
b) O comportamento mais benéfico das pessoas em geral. 
c) A maneira com que cada sociedade trata das referidas questões. 
d) A visão mais benévola dos indivíduos na vida coletiva. 
 
Questão 9 
Marcondes (2009) afirma que uma das consequências da crise ética é o 
sentimento social muito comum de “nostalgia do passado”. Assinale a resposta 
CORRETA no que tange ao referido sentimento coletivo. 
a) “O futuro é sempre melhor do que o passado”, indicando que o que está por vir 
sempre será melhor. 
b) “O presente é pior do que futuro”, sinalizando que a atualidade está ruim e o 
melhor virá no futuro. 
c) “O passado era melhor, no entanto o futuro também”, indicando que o 
presente é efetivamente ruim. 
d) “O passado era melhor”, indicando que o passado era melhor do que o 
presente. 
 
Questão 10 
No que tange à postura frente à ética como algo “paralisante” e que “não deve 
ser compartimentalizada”, podemos afirmar respectivamente que: 
a) A primeira concepção diz respeito ao sentimento de impotência diante da 
mudança, enquanto a segunda é referente ao fato de a ética dever ser integral. 
b) A primeira visão está relacionada à mudança dos valores, enquanto a segunda 
enfatiza a importância da fragmentação ética. 
c) A primeira concepção é referente ao valor que é dado ao ser humano, 
enquanto a segunda questiona a visão integral da ética. 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 18 
Émile Durkheim: Em verdade, a abordagem de Émile Durkheim vai se 
direcionar para uma explicação social do nascimento das crenças morais, ou 
seja, o sociólogo reconhece que é na vida social que devemos buscar a 
explicação das experiências humanas, quer sejam individuais, quer sejam 
coletivas. 
 
Normas: Podemos considerar, portanto, que as normas são representadas, 
por exemplo, nas seguintes considerações: “não fale palavrão”, “fale a 
verdade”, “respeite o pai e a mãe”. O fatual é, então, representado pela 
efetivação ou não da regra na experiência do cotidiano. Embora diferentes, os 
dois campos estão relacionados, pois “a norma só tem sentido se orientada 
para a prática, e o fatual só adquire contorno moral quando se refere à norma” 
(2003, p. 303). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 19 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - D 
Justificativa: Na realidade, o interesse pessoal é justamente o que não 
corresponde à definição de ética proposta por Johnson, que está relacionada ao 
bem comum, à coletividade e ao social. 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: A base normativa da moral é justamente o que todos devem 
buscar e almejar, “o dever ser”, e não necessariamente os seus aspectos 
pragmáticos e práticos. 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: A base fatual da moral é justamente a não idealização da moral e 
sim a concretização por meio de práticas sociais efetivas. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: A moral constituída decorre dos valores existentes desde os 
antepassados; por exemplo, quando nascemos, herdamos uma série de valores 
daqueles que vieram antes de nós os quais muitas vezes reproduzimos. 
Portanto, não é o isolamento dos valores no passado, mas a reprodução deles 
no presente. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: A moral constituinte se traduz no questionamento ou na crítica aos 
valores que nos foram passados, podendo ser revistos e refeitos de modo que 
possam ser contextualizados à realidade atual – não é simplesmente a negação 
dos passados, nem tampouco futuros. 
 
 
 
 ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA NO PROCESSO DE AUDITORIA 20 
Questão 6 - A 
Justificativa: Os juízos de realidade decorrem de uma visão concreta sobre os 
seres e as coisas, sem a idealização ou consideração do objeto em si. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: Os juízos de valor são referentes a uma consideração valorativa 
acerca do que está sendo considerado; há um quê de avaliação moral sobre o 
que é observado, não se constituindo apenas como uma constatação de 
existência. 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: Sim, em todas sociedades são encontradas posturas corruptas ou 
antiéticas. O diferencial é o modo como as leis se aplicam e como a sociedade 
reage em torno de um comportamento considerado errado. 
 
Questão 9 - D 
Justificativa: A visão de senso comum que melhor representa a ideia de 
nostalgia do passado é a consideração de que o passado era melhor do que o 
presente. 
 
Questão 10 - A 
Justificativa: A primeira visão está associada a um sentimento de impotência 
frente à possibilidade de mudar e transformar a realidade, enquanto pela 
segunda há o reconhecimento de a ética ser integral (não devemos dividir o 
nosso comportamento ético em diferente áreas de nossas vidas).

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