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Capítulo 3 Conceito de normalidade em psicopatologia Personalidade: é tudo aquilo que distingue um indivíduo do outro; cada um tem a sua. É um conjunto de características psicológicas que determinam a sua individualidade pessoa e social, ou seja, a forma como interage socialmente. A formação da personalidade é um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. Traços de personalidade é o que passou a existir; Pode-se aumentar ou diminuir os traços de personalidade de acordo com as vivências; Se avalia traços de personalidade através de testes projetivos. 1 – Genótipo => são as características genéticas Constituição: características físicas Temperamento: comportamento; ninguém ensina; é inato. 2 - Parátipo => é o caráter Caráter é aprendido na primeira infância; modelo dos pais; bom e mau; não existe ninguém sem caráter; de 07 a 12 anos. 3 – Fenótipo => personalidade Personalidade é a resultante psicofísica (física e genética) da interação da hereditariedade com o meio, manifestada através do comportamento, cujas características são peculiares (de cada um) a cada pessoa. 1 – Nossas disposições => herodoconstitucional => genética e temporamento; 2 – Nosso ambiente => sócio-cultural => onde fomos criados, como... 3 – Nossa autodeterminação => liberdade de ser, frente a si mesmo; livre arbítrio, escolhas, motivações. Conceito de normalidade O que determina o padrão de normalidade é a intensidade e a duração. Intensidade acentuada => desequilíbrio; falhas na normalidade; Longa duração => triste; falhas na normalidade; Normalidade no senso comum é voltado para comportamentos de maior incidência; normalidade estatística. Casos limítrofes (fora do padrão de normalidade) nos quais a delimitação entre comportamentos e formas de sentir normais e patológicas é bastante difícil. Quando o padrão de normalidade é acentuado e de longa duração se determina a alteração do padrão de normalidade, mas quando o os casos são limítrofes, é mais difícil delinear. O conceito de normalidade em psicopatologia implica a definição do que é saúde e doença mental. Normalidade como ausência de doença: Ausência de sintomas, de sinais ou de doenças. Normal, do ponto de vista psicopatológico, seria então, aquele indivíduo que simplesmente não é portador de transtorno mental definido. É uma definição negativa porque define pela falta. Normalidade como saúde ou como bem-estar: Segundo a OMS saúde é um completo bem-estar físico, mental e social, estado de razoável funcionamento do corpo e do psiquismo. É falho porque bem-estar é subjetivo, não tem como estar bem o tempo todo. Normalidade ideal: Estabelece-se arbitrariamente um norma ideal, o que é supostamente sadio, mais evoluído. O indivíduo se adapta às normas morais e políticas de determinada sociedade. São regras estabelecidas por uma ideologia e quem não as segue, não é normal, portanto, é falho. Normalidade estatística: (Aspectos quantitativos) É a normalidade do senso comum, da maioria, o que se vê com mais frequência. É um conceito falho porque inverte valores, pois nem tudo que é frequente é necessariamente saudável. Normalidade funcional: (Aspectos qualitativos) É considerado patológico a partir do momento que é disfuncional, provoca sofrimento para o indivíduo ou para o grupo social. É falho, mas é o mais adequado. Normalidade como processo: Considera-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial (mudanças próprias a certos períodos etários). É válido, mas também é estreito. Normalidade subjetiva: Considera o que o sujeito sente em relação a si próprio. É falho porque indivíduos que se sentem muito saudáveis ou felizes podem estar na fase maníaca, por exemplo, do transtorno bipolar. Normalidade como liberdade: Doença mental como perda da liberdade existencial. Considera saúde mental como possibilidade de transitar com liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino. Se perder essa liberdade não é mais normal. Normalidade operacional: Se parece com a ideal. Funciona de determinada forma, opera com as regras estabelecidas daquela cultura ou lugar, finalidades pragmáticas explícitas. Define-se a priori o que é normal e o que é patológico e busca-se trabalhar operacionalmente com tais conceitos, aceitando-se as consequências de tal definição prévia. 10)Normalidade psicodinâmica: É a que se deve ter em psicopatologia. Normalidade como capacidade de manejar adequadamente os processos mentais inconscientes. Agressividade, por exemplo, nós controlamos. As fantasias inconscientes são o representante psíquico dos instintos e necessidades; manejar os instintos. Ser normal não é só manter, sobreviver, mas crescer e se realizar, ou seja, atualizar as próprias potencialidades, ou seja, desenvolver e crescer e não estagnar. A conduta normal fomenta o bem-estar, ou seja, não é o completo bem-estar, mas o que é agradável. Anormal é a conduta desadaptativa, ou seja, se interfere com um funcionamento e com crescimento ótimos, do indivíduo ou do grupo. Conceitos de Normalidade Critérios individuais: Agressividade bem dirigida; capacidade de amar; consciência flexível; valer-se adequadamente dos mecanismos de defesa da personalidade contra a ansiedade. Ter ansiedade é normal, porque ela nos move, mas precisamos ter mecanismos de defesa porque senão essa ansiedade nos mata. A ansiedade não pode dominar. Critérios gerais: Autodeterminação adequada, ou seja, ir atrás das coisas; Bom ajustamento familiar, social e profissional, porque haverá conflitos familiares, sociais, profissionais; Reger-se por valores de longo alcance; tem que ter objetivos. Psicopatologia nas áreas da saúde mental O conceito de normalidade em psicopatologia implica também na própria definição do que é saúde e doença mental. Saúde mental é o resultado das interações dos fatores biológicos, psicológicos e sociais, esses três sistemas em bom funcionamento. Estes temas têm desdobramentos em várias áreas da saúde mental: Psiquiatria legal ou forense => a determinação de anormalidade psicopatológica pode ter implicações legais, criminais e éticas, podendo definir o destino social, institucional e legal de uma pessoa. Ex: surto psicótico no momento do crime. Epidemiologia(estudo das epidemias) psiquiátrica => definição de normalidade como um objeto de trabalho e pesquisa. A epidemiologia pode contribuir para a discussão e o aprofundamento do conceito de normalidade em saúde. O que é mais frequente em determinado lugar. Psiquiatria cultural => a doença mental manifesta-se de forma diferente nas sociedades, que por sua vez tem diferentes formas de lidar com ela. Na nossa prevalece o controle institucional da doença e a atribuição da responsabilidade para resolver o problema ao profissional de saúde. Exemplo, a forma desumanizada para tratar o doente mental . Planejamento em saúde mental e políticas de saúde => é necessário estabelecerem-se critérios de normalidade, principalmente no sentido de se verificarem: as demandas assistenciais de determinado grupo populacional. Deve-se conhecer saúde mental para se estabelecer políticas públicas. Orientação e capacitação profissional => definição de capacidade e de adequação de um indivíduo para exercer certa profissão: Manipular máquinas (não pode ter crise epilética); usar armas ( não pode ser psicótico); dirigir veículos (não pode apresentar déficits cognitivos). Prática clínica => capacidade de se discriminar, no processo de avaliação e intervenção clínica, se tal ou qual fenômeno é patológico ou normal. Se faz parte de um momento existencial do indivíduo ou é algo francamente patológico. Pode se concluir que os critérios de normalidade e de doença em psicopatologia variam consideravelmente em função dos fenômenos específicos com os quais trabalhamos e, também , de acordo com as opções teóricas (cada um utiliza um conceitode normalidade) de cada profissional. Questões do livro: 1 – Que áreas da saúde mental estão relacionadas com e implicadas no conceito de normalidade em psicopatologia? Psiquiatria legal ou forense, Epidemiologia psiquiátrica, Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria, Planejamento em saúde mental e políticas de saúde, Orientação e capacitação profissional, Prática clínica. 2 – Quais são os principais critérios de normalidade interligados em psicopatologia e quais suas forças e debilidades? Normalidade como ausência de doença: é um critério falho porque se define normalidade pelo que falta, pelo que não é; Normalidade ideal: estabelece-se arbitrariamente uma norma ideal, o que é supostamente sadio, mais evoluído. O indivíduo se adapta às normas morais e políticas de determinada sociedade. São regras estabelecidas por uma ideologia e quem não as segue não é normal, portanto é falho. Normalidade como bem-estar: segundo a OMS, é um completo bem estar físico, mental e social. É falho porque bem-estar é subjetivo, não tem como estar bem o tempo todo. Normalidade estatística: aspectos quantitativos. É a normalidade do senso comum, da maioria, é o que se vê com mais frequência. É um conceito falho porque inverte valores. Normalidade funcional: aspectos qualitativos. É considerado patológico a partir do momento que é disfuncional, provoca sofrimento para o indivíduo ou grupo social. É falho, mas é o mais adequado. Normalidade como processo: considera-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial (mudanças próprias de acordo com a idade). É válido, mas também é estreito. Normalidade subjetiva: considera o que o sujeito sente em relação a si próprio. É falho porque indivíduos que se sentem muito saudáveis e felizes podem estar na fase maníaca, por exemplo, do transtorno bipolar. Normalidade como liberdade: doença mental como perda da liberdade existencial. Considera saúde mental como possibilidade de transitar com liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino. Se perder essa liberdade não é mais normal, por isso é falho. Normalidade operacional: se parece com a ideal. Funciona de determinada forma de acordo com as regras de uma cultura ou lugar. É falho. Normalidade psicodinâmica: é a que se deve ter na psicopatologia. Normalidade como capacidade de manejar adequadamente os processos mentais. A agressividade por exemplo, nós controlamos. Ser normal não é só se manter ou sobreviver, mas crescer e se realizar. Anormal é a conduta desadaptativa, ou seja, interfere no funcionamento. �
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