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3 
Unidade 1 - Histórico - Uso dos recursos hídricos ao longo dos séculos 
 
1.1 Introdução 
 
 O Histórico dos Recursos Hídricos revela um contexto que permite as pessoas 
conhecerem os eventos voltados a sustentabilidade da Água, destacando seus 
principais documentos resultantes deste processo, inserindo-se assim na onda 
civilizatória da sustentabilidade. Este histórico aborda três níveis de referência: 
internacional, nacional e local (estadual e municipal), revelando as relações da 
sociedade humana com a natureza. 
 
1.2 Internacional 
 
Ano: 1960 
Evento: Clube de Roma - Roma / Itália. 
Destaque: Primeira discussão internacional sobre a adoção de políticas envolvendo 
aspectos ambientais. Os critérios de uso dos recursos hídricos superficiais que, até 
então, eram utilizados sem nenhum tipo de regra, foram avaliados. 
 
Ano: março de 1977 
Evento: Conferência das Nações Unidas sobre as Águas - Mar Del Plata/ Uruguai. 
Destaque: A Conferência das Nações Unidas sobre Água, lançou as bases para a 
tomada de posição da comunidade internacional em relação aos recursos hídricos, 
pela crescente poluição e por sua escassez em face do crescimento insustentável. 
 
Ano: janeiro de 1992 
Evento: Conferência de Dublin / Irlanda. 
Destaque: - Preparatória à Conferência do Rio de Janeiro, a Conferência de Dublin 
sobre Água e Meio Ambiente, propôs, além do princípio de gestão integrada dos 
recursos hídricos, o reconhecimento do papel da mulher na gestão das águas, sua 
valoração econômica e os usos múltiplos da água, bem como, a gestão participativa, 
envolvendo os usuários, planejadores e políticos em todos os níveis. 
 
Ano: junho de 1992 
Evento: Rio' 92 - Rio de Janeiro / Brasil. 
 4 
Destaque: Foi adotada a Agenda 21, a qual dedica seu capítulo 18 à "Proteção da 
Qualidade e do Abastecimento dos Recursos Hídricos: Aplicação de Critérios 
Integrados no Desenvolvimento, Manejo e Uso dos Recursos Hídricos". Todavia, a 
Agenda 21 é um programa de ação, não contendo elementos em si, que configuram 
a formação de norma internacional obrigatória. 
 
Ano: junho de 1992 
Evento: Declaração do Rio - Rio de Janeiro / Brasil. 
Destaque: Cristalizou princípios referentes à responsabilidade inter e intra gerações, 
a proteção dos recursos naturais no combate e controle da poluição, entre outros 
princípios. Em seu Preâmbulo, conclama a formação de novas e equilibradas 
parcerias globais, através da criação de novos níveis de cooperação entre os 
Estados e setores chaves da sociedade, como as ONG, entre outros, bem como a 
adoção de acordos que respeitem os interesses de todos, a integridade do meio 
ambiente global e o sistema de desenvolvimento. 
 
Ano: 1994 
Evento: Conferência Ministerial e de Diplomatas sobre Água Potável e Saneamento 
Ambiental - Nordwijk / Holanda. 
Destaque: Adotou proposta da gestão integrada dos recursos hídricos. Mais tarde, 
no 8° Congresso da Associação Internacional de Recursos Hídricos, foi organizada 
sessão especial sobre o Conselho Mundial da Água. 
 
Ano: novembro de 1994 
Evento: Assembléia Geral da Associação Internacional dos Recursos Hídricos 
(IWRA) - Cairo / Egito. 
Destaque: Realizada durante o Congresso do Cairo, decidiu criar o Conselho 
Mundial da Água. Portanto, entidade criada a partir da visão corporativa de 
profissionais da área de recursos hídricos, congregada na Associação Internacional 
de Recursos Hídricos, com forte participação de representantes dos diversos 
segmentos de mercado e apoiada por agências das Nações Unidas, e de países 
desenvolvidos. 
 
Ano: 1996 
 5 
Evento: Davos / Suiça. 
Destaque: O Conselho foi criado com o propósito de ser um "Grupo de Reflexão” 
(Think Tank) sobre Política Internacional da Água, que consideraria a criação de 
Fóruns Internacionais de Água, usando como modelo o "Fórum Econômico de 
Davos". 
 
Ano: 1997 
Evento: I Fórum Mundial da Água, em Marrakech / Marrocos. 
Destaque- Hospedado pelo Governo do Marrocos o Fórum contou com a presença 
de 500 participantes de 60 países e 23 organizações, entre as quais a própria ONU 
e de órgãos intergovernamentais, 15 associações científicas e de profissionais e 
representantes de governo, setor privado e ONGs. Na ocasião, o Conselho Mundial 
da Água, como consta na Declaração de Marrakech, foi incumbido de preparar 
trabalho intitulado, 
"Visão sobre a Água no Mundo, Vida e Meio Ambiente no Século XXI”. Também 
foram estabelecidas as bases para a criação da Comissão Mundial sobre a Água no 
Século XXI e Estrutura para Ação e a Parceria Global da Água. 
 
Ano: junho de 1997 
Evento: Assembléia Geral das Nações Unidas - Nova Iork / EUA. 
Destaque- Importante ressaltar que esta Assembléia considerou a água como a 
"maior prioridade" para as atividades da Comissão para o Desenvolvimento 
Sustentável (CDS), durante o biênio 97/98. 
 
Ano: março de 1998 
Evento: Conferência Internacional sobre Água e Desenvolvimento Sustentável - 
Paris / França. 
Destaque: Por ocasião desta Conferência, sob os auspícios do governo francês, foi 
elaborado o documento "Water in the 21st Century" (Água para o Século XXI), pelo 
Conselho Mundial da Água. 
 
Ano: 2000 
Evento: II Fórum Mundial da Água - Haia / Holanda. 
 6 
Destaque: Contou com cerca de 6000 participantes, de todas as partes do mundo. O 
Brasil esteve presente, mas sua participação não foi equivalente à sua importância 
estratégica quanto aos recursos hídricos. Ressalve-se a posição firme do País, 
apoiado por Costa Rica, Paraguai e Uruguai, exigindo que a questão da água fosse 
discutida exclusivamente e segundo os procedimentos das Nações Unidas. As 
conclusões do II Fórum Mundial da Água, fortemente marcadas pelo espírito e 
linguagem do mercado, foram balanceadas graças à posição do Brasil. 
 
Ano: setembro de 2000 
Evento: Declaração da Cúpula do Milênio 
Destaque: Realizada durante a 55ª Sessão das Nações Unidas, a questão dos 
recursos hídricos está referida em especial quanto à universalização dos serviços de 
saneamento e água potável, com metas para 2015, ligada ao tema-chave da 
Cúpula, a erradicação da pobreza. Nessa mesma Declaração, a ONU determinou a 
reforma de sua estrutura, chamando grupos, como as ONGs, as forças de mercado, 
entre outros, para participarem desse esforço. Esse é um ponto importante que 
passa a ter reflexos nas relações e práticas internacionais, pois indica a quebra da 
exclusividade dos Estados e dos Organismos Internacionais enquanto únicos atores 
da cena mundial e, conseqüentemente, das regras de direito e práticas 
internacionais. 
 
Ano: setembro de 2001 
Evento: IV Dialogo Interamericano de Recursos Hídricos - Foz do Iguaçu / Brasil. 
Destaque: Nos trabalhos preparatórios para a Cúpula do Desenvolvimento 
Sustentável, entre tantos eventos relativos à gestão das águas, o Diálogo realizado 
em Foz do Iguaçu, teve como tema “Em buscas de soluções”, quando abordou as 
seguintes questões 1- Interdependências transfronteiriças e segurança ambiental; 2- 
Anomalias climáticas, mudanças globais e redução de vulnerabilidade de acidentes 
naturais; 3- Gerenciamento integrado de recursos hídricos; 4- Megacidades e 
gerenciamento de seus recursos hídricos. Valoração econômica de água e políticas 
de águas; 6- Participação pública, alternativas para disputas de conflitos e 
prevenção de conflitos; 7-Gerenciamento costeiro; 8-Fortalecimento e mobilização 
institucional; 9-Governabilidade e políticas para recursos hídricos; Água e saúde; 10- 
Terras úmidas e outros ambientes sensíveis; Gênero e Recursos Hídricos; 11- 
 7 
Gerenciamento de recursos hídricosem regiões áridas e semi-áridas e 12- 
Educação Ambiental. 
Ano: dezembro de 2001 
Evento: Conferência de Bonn sobre Água Potável / Alemanha. 
Destaque: Conhecida como Dublin+10, realizada sob o patrocínio do Governo 
Alemão, introduziu o Diálogo Múltiplo entre Tomadores de Decisão, do qual 
participaram, além dos estados e organismos internacionais, as ONGs, academias, 
sindicatos, setor de negócios, povos indígenas, governos locais e o gênero humano. 
A Conferência foi precedida de consulta pública, realizada em nível mundial, graças 
aos recursos da internet. A Declaração de Bonn consolida, ainda, o princípio de não 
condicionar a processo de privatização dos serviços públicos, investimentos e 
financiamentos para projetos de fornecimento de água potável e saneamento. 
 
Ano: fevereiro de 2002 
Evento: II Fórum Mundial Social e o Seminário Preparatório “Um Mundo Sustentável 
é Possível” - Porto Alegre / Brasil. 
Destaque: Realizado em Porto Alegre, onde as questões essenciais para a proteção 
dos recursos hídricos foram discutidas.(17) 
Ano: abril de 2002 
Evento: “Dialogo entre Tomadores de Decisão sobre Gestão Sustentável da Água - 
prioridades para estruturas políticas e melhores práticas” - Ruschlikon / Suíça. 
Destaque: Realizado em Ruschlikon, a plataforma apresentada pelas ONGs tem 
foco na bacia hidrográfica, na proteção dos vulneráveis para acesso à água, 
respeitados os limites vitais, por ser o acesso à água um direito humano, e a 
indicação de sete passos com respeito à parceria entre os setores público e privado, 
quais sejam: transparência e controle democrático, aumento do acesso, em especial 
para os pobres aos serviços de água, melhor qualidade da água e confiabilidade no 
suprimento, sustentabilidade ecológica e social, eficiência; órgão colegiado 
regulatório forte e independente e balanço dos riscos. Propôs, ainda, uma 
convenção internacional sobre água potável. 
 
1.2 Nacional 
 
 8 
Destaque: O uso dos recursos hídricos no Brasil começou a tomar corpo a partir do 
final do século XIX, com o surgimento e consolidação da demanda de energia 
elétrica. 
 
Ano: 1934 
Evento: Código das águas 
Destaque: As atribuições e competências sobre recursos hídricos eram afetas ao 
Ministério da Agricultura (MA). Refletia assim a prioridade dos recursos hídricos do 
país, uma vocação agrícola. 
 
Ano: A partir da década de 50 
Destaque: As competências encontraram nicho específico no âmbito do setor 
elétrico, no Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE), órgão de 
administração direta do Ministério das Minas e Energia (MME), responsável por uma 
estratégia governamental voltada a infra-estrutura dos parques industriais. 
 
Ano: 1963 
Destaque: Inicia-se a experiência com Bacias Hidrográficas no Brasil, com os 
primeiros Planos de Desenvolvimento de Bacias Hidrográficas no Nordeste 
brasileiro, realizado pela SUDENE, com a cooperação técnica dos franceses. No 
ano seguinte, os franceses aprovavam a sua lei nacional de gerenciamento da água, 
criando o hoje famoso e copiado sistema de Agências de Bacia. 
 
Ano: 19 de outubro de 1977 
Destaque: com a organização da ABRH – Associação Brasileira de Recursos 
Hídricos, os estudos e debates sobre a institucionalização do Gerenciamento dos 
Recursos Hídricos se aceleraram. 
 
Ano: 13 de novembro de 1987 
Evento: VII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos e Hidrologia 
Destaque: Carta de Salvador, emanada das discussões no Simpósio, apontava-se à 
necessidade de institucionalização do Sistema Nacional de Gestão de Recursos 
Hídricos, com a participação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, divulgando a sociedade brasileira os fundamentos básicos sob os quais 
 9 
a gestão de recursos hídricos deve ser implantada, com a esperança de contribuir 
para o desenvolvimento econômico e social do país se faça em harmonia com o uso 
racional e a conservação dos recursos hídricos. 
 
Ano: 1989 
Evento: VIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 
Destaque: Carta de Foz do Iguaçu, aprovada em Assembléia Geral Ordinária 
realizada em 30 de novembro de 1989, em Foz do Iguaçu, na seção de 
encerramento do Simpósio, a Associação Brasileira de Recursos Hídricos divulga a 
sociedade brasileira os princípios e diretrizes do gerenciamento dos recursos 
hídricos. 
 
Destaque: Os Comitês de Estudos Integrados, nos anos 70, os Consórcios 
Intermunicipais nos anos 80 e os Comitês de Gerenciamento nos anos 90, são as 
respostas às políticas Estaduais de Recursos Hídricos. 
 
Ano: 1991 
Evento: IX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 
Destaque: Carta do Rio de Janeiro - Aprovada em Assembléia Geral Ordinária 
realizada em 14 de novembro de 1991, durante a seção de encerramento do 
Simpósio, a Associação Brasileira de Recursos Hídricos divulga a sociedade 
brasileira que são indispensáveis o planejamento e gestão integrados, considerando 
as peculiaridades regionais. 
 
Ano: 1991 
Destaque: Inicia-se no país um processo dinâmico de debates, estudos e 
intervenções sobre gestão de recursos hídricos. Esse processo deu origem ao 
Projeto de lei nº 2.249, encaminhado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional 
em 14 de novembro de 1991. Esse projeto introduz princípios, objetivos e 
instrumentos para uma moderna gestão da água. 
 
Ano: 1993 
Evento: X Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 
 10 
Destaque: Carta de Gramado, aprovada em Assembléia Geral Ordinária realizada 
em 11 de novembro de 1993, em Gramado, na seção de encerramento do Simpósio, 
a Associação Brasileira de Recursos Hídricos com seu corpo associativo, contribua 
expressivamente para a formulação de uma política de desenvolvimento científico, 
tecnológico e de capacitação de recursos humanos na área de recursos hídricos. 
Ano: 1995 
Destaque: A responsabilidade simultânea pela política de geração de energia 
elétrica e pela administração/gestão de recursos hídricos por parte do setor elétrico 
perdurou até 1995, quando foi criado espaço administrativo específico no âmbito do 
Ministério do Meio Ambiente (MMA), na forma de uma Secretaria de Recursos 
Hídricos (SRH). 
 
1.4 Local 
 
Ano: 1985 
Evento: Criação do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos (CERH) 
Destaque: O processo de gerenciamento dos Recursos Hídricos no Estado de Santa 
Catarina mobilizou-se a partir das grandes enchentes de 1983 e 1984 no estado, 
principalmente no vale do Itajaí, com isso criou-se o CERH , como órgão de 
deliberação coletiva, vinculado ao Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral. 
 
Ano: No período de 1985 e 1992 
Destaque: O CERH promoveu estudos de implantação de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos, só que na forma setorizada de algumas bacias hidrográficas, ou 
seja, através de órgãos como a CASAN, Secretarias do Meio Ambiente, entre 
outros. 
 
Ano: setembro de 1987 
Destaque: Completam os estudo de viabilidade para construção da Usina 
Hidrelétrica de Campos Novos. 
 
Ano: 1992 
Destaque: Criou-se a 1ª Gerência de Recursos Hídricos, onde juntamente com o 
CERH, iniciaram estudos para formação de uma Política Estadual de Recursos 
Hídricos (PERH). 
 11 
 
Ano: 1993 
Destaque: Fica instituído pela Lei Estadual nº 9.022/93, o Sistema Estadual de 
Gerenciamento dos Recursos Hídricos, com o objetivo de implementar a Política 
Estadual de Recursos Hídricos e a formulação, atualização e aplicação do Plano 
Estadual dos Recursos Hídricos, congregando a sociedade civil, órgãos e entidades 
estaduais e municipais intervenientes no planejamento e no gerenciamento dos 
Recursos Hídricos. 
 
Ano: 1994Destaque: Foi criada a Política Estadual dos Recursos Hídricos (PERH), pela Lei 
Estadual nº 9.748/94 como instrumento de utilização racional da água 
compatibilizada com a preservação do meio ambiente. E com isso, começou a 
implantação de Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas e outros 
projetos foram elaborados no estado, como macrozoneamentos e ocupação de 
solos. 
 
Destaque: Atualmente está sendo desenvolvido o 1º Plano de Bacias Hidrográficas, 
que será o “Plano Integrado da Bacia Hidrográfica do Tubarão e complexo Lagunar”, 
e ainda o processo de regulamentação onde deverão ser implementados os 
instrumentos do uso da água no estado como: outorga, cobrança pelo uso da água, 
enquadramento dos cursos d’água e sistema de informação. 
 
Ano: 2000 
Evento: Assinado o Protocolo de Intenções visando a elaboração da Agenda 21 
Catarinense 
Destaque: Assinado no dia 05 de julho, com o objetivo de oferecer diretrizes para o 
crescimento do Estado de Santa Catarina, visando o desenvolvimento que, além de 
aumentar as ofertas de bens e serviços, possa satisfazer as necessidades de 
grande parte da população, com baixos custos ambientais, alcançando 
principalmente as áreas sociais e culturais. 
Ano: 2000 
Evento: Criação da Comissão Executiva da Agenda 21 Catarinense 
 12 
Destaque: Criada no dia 06 julho. Composta por 14 instituições, sendo 4 do terceiro 
setor, 2 do setor privado, 3 do setor público direto, 4 do setor público indireto e a 
Universidade Federal de Santa Catarina. 
 
Ano: 2000 
Evento: Constituída a Comissão Executiva Ampliada 
Destaque: Foi constituída em 05 de outubro de 2000, com 34 instituições, das quais 
27 estarão coordenando diretamente os trabalhos de pesquisa e composição dos 
diversos assuntos da Agenda 21 Catarinense. 
 
Destaque: Atualmente no Estado de Santa Catarina estão em funcionamento os 
seguintes Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas, em processo de 
mobilização ou a ser lançados, além dos consórcios intermunicipais, segundo sua 
data de criação: 
 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí (12/03/1998); 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriu (29/04/1998); 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão (14/10/1997); 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão (06/09/2001); 
-Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão - Norte 
(23/11/1998); 
- Comitê de Gerenciamento da Lagoa da Conceição (20/11/2000); 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe (10/08/2001); 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu (05/09/2001); 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas (05/09/2001); 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Canoas (05/09/2001; 
- Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá (12/12/2001); 
- Pró Comitê Rio Mampituba (em processo de mobilização); 
- Pró Comitê Rio Iguaçu (em processo de mobilização); 
- Pró Comitê Rio Jacutinga (em processo de mobilização); 
- Consórcio Intermunicipal de Gestão Ambiental Participativa do Alto Uruguai 
Catarinense – Consórcio Quiriri; 
- Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Canoinhas – Consórcio 
Bem-te-vi. 
 13 
- Consórcio Intermunicipal de Gestão Ambiental Participativa do Alto Uruguai 
Catarinense - Consórcio Lambari. 
 
Unidade 2 - Projetos e Equipamentos de um Setor Aquático 
 
2.1 Piscina 
 
 O principal motivo de se construir uma piscina terapêutica é proporcionar 
reabilitação aquática para a pessoa lesada e deficiente. Portanto, é importante que o 
estabelecimento reflita esse propósito por meio de aspectos do projeto que abordem 
as necessidades fisiológicas e psicológicas de seus usuários (KOURY, 2000). 
 Provavelmente o item de projeto mais inovador disponível para construtores de 
piscina hoje é o fundo móvel. Esse tipo de sistema permite que ocorram mudanças 
de profundidade em questão de minutos e que pacientes em cadeira de rodas sejam 
trazidos diretamente do deque para o piso da piscina, que em seguida pode ser 
abaixado a profundidade desejada (KOURY, 2000). 
 Rampas podem ser instaladas para facilitar a entrada dos que não conseguem 
descer degraus ou uma escada. Degraus com corrimão em diferentes alturas (pelo 
menos duas) também devem ser incluídos em piscinas com entradas alternativas. 
Os degraus devem ser largos e baixos (KOURY, 2000). Elevadores podem ser úteis 
quando não é possível nenhum outro sistema de entrada, como numa piscina funda 
ou numa piscina acima do solo (KOURY, 2000). 
 Deve-se também instalar barras em piscinas fundas como um auxílio para 
exercícios específicos ou para segurança (KOURY, 2000). O deque da piscina é 
construído de material antiderrapante (RUOTI e cols 2000). 
 A piscina multiuso tem 22,5 m de comprimento e 13,5 m de largura, com uma 
temperatura media na faixa de 27,7ºC A 29,4ºC. uma rampa de dupla largura 
permite a entrada de cadeira de rodas com uma razão de descida de 1:24 (descida 
de 10 cm para cada 2,40 m de comprimento). O terapeuta pode usar a rampa para 
ajoelhar, deitar ou acomodar o paciente para tratamento (RUOTI e cols 2000). 
 
2.2 Área de circulação 
 
 A área de recepção e saguão devem ser próximos da área de estacionamento, 
e permitir aos usuários um entrada fácil. O acesso não deve ser dificultado por 
obstáculos aos usuários de cadeiras de rodas. Jarros de plantas, cadeiras extras, 
 14 
estantes de revistas, portais estreitos ou portas pesadas causam dificuldade em 
chegar à área de tratamento. Equipamento essencial na área de recepção inclui 
estações de computadores, as necessárias máquinas de escritório, um câmera de 
vídeo de vigilância da área da piscina, e um sistema de comunicações interno do 
edifício (RUOTI e cols, 2000). 
 O escritório do administrador deve ter fácil acesso e supervisão, a sala deve 
ser bem ventilada com todos os móveis construídos de materiais resistentes a 
ferrugem para contrabalançar os efeitos da umidade (RUOTI e cols, 2000). 
 
2.3 Vestiários 
 
 Um bom projeto de vestiário é aquele que proporciona visibilidade para a área 
exterior, não requer que os usuários andem no deque e permite acesso direto para a 
piscina. Isso evita a disseminação de doenças infecciosas que podem ser levadas 
para o deque nos calçados de passeio (KOURY, 2000). Deve ter um vestiário tanto 
para os pacientes quanto para a equipe (CAMPION, 2000). Os regulamentos do 
código de construções especificam que cada pessoa disponha de um espaço de 
0,45m2 para vestir-se. Entretanto, uma instalação bem planejada concede até 1,8m2 
para vestiário por pessoa. O número de vestiários e chuveiros é determinado pelas 
necessidades dos usuários e pelo número total de pessoas que passam pela 
unidade (CAMPION, 2000). Pias (devem atender os padrões para deficientes), 
toaletes e chuveiros são acessórios exigidos pelo código. As duchas devem ser 
posicionadas de modo que a água saia na transversal em vez de diretamente do 
chuveiro. Isso ajuda a manter a água longe do piso e permite ao usuário determinar 
a temperatura antes de molhar o corpo. Corrimões de aço inoxidável devem ser 
instalados nas áreas do chuveiro e vestiários (KOURY, 2000). Os chuveiros e 
sanitários devem estar localizados em áreas separadas das dos vestiários, porém 
essas áreas necessitam de um acesso fácil e devem ser suficientemente grandes de 
modo a receber as cadeiras de rodas (CAMPION, 2000). 
 
2.4 Materiais e equipamentos 
 
 Os equipamentos envolvem tanto aos itens internos da piscina – fixos e móveis– quanto os externos. 
 15 
 A utilização de equipamentos especiais para diferenciação de intensidade e 
com finalidades motivacionais é recomendável. Para uma melhor utilização destes 
equipamentos aconselha-se utilizá-los de acordo com sua classificação: 
EQUIPAMENTOS FLUTUANTES 
1. Para assistência – movimento deve ser executado a favor da flutuação. 
2. De apoio – servem de sustentação do cliente durante a sessão ou em 
determinados movimentos. 
3. Para resistência – movimento deve se executado contra a ação da flutuação. 
EQUIPAMENTOS RESISTIVOS 
1. Estes equipamentos não tem flutuabililidade, atuam de acordo com sua área de 
superfície frontal. 
2. Para resistência – os movimentos devem ser executados contra a ação da 
resistência frontal ao movimento. 
EQUIPAMENTOS DE PESO 
1. Devem ser utilizados como auxílio para clientes com muita flutuabilidade ou na 
transferência para a terapia em terra. 
2. Para resistência – os movimentos devem ser realizados contra a ação da 
gravidade. 
EQUIPAMENTOS MISTOS 
1. A utilização destes equipamentos estão diretamente realizadas com o objetivo do 
instrutor ou terapeuta. 
2. São geralmente flutuantes e também resistivos. 
EQUIPAMENTOS CONSIDERADOS COM OUTROS 
1. Exemplos de equipamentos considerados como outros: - Step 
 - Bastão 
 - Emborrachados 
 
2.5 Equipe multidisciplinar 
 
 O trabalho em equipe é tudo, mas é necessário abdicar de vaidades pessoais 
em prol do grupo, conhecer e respeitar a intersecção de conjuntos, ou seja, do 
espaço de cada integrante, dos seus direitos e deveres. 
 Chegar a formar uma equipe multidisciplinar é o primeiro passo, mas de nada 
adiantaria se cada membro atuasse de modo individual, pois o ideal é a formação de 
um grupo interdisciplinar, com cada profissional ocupando-se de sua área 
 16 
específica, mas também se preocupando com o que acontece paralelamente, de 
forma que o tratamento seja global, integrativo e interativo, sendo fundamental a 
troca de informações. 
 É necessária a avaliação inicial abrangente, com o envolvimento de tantos 
profissionais quantos forem necessários. Serão traçadas a terapia de tratamento, as 
alternativas e reuniões periódicas para avaliar a evolução. 
 
Unidade 3 - Qualidades Físicas 
 
3.1 Força 
 
 É a capacidade máxima de um músculo ou grupo muscular tem de gerar um 
padrão específico de movimento em uma determinada velocidade. 
Como Desenvolver: Diferentes estratégias 
REGRA GERAL 
-tempo – 30seg máximo (Kruel/ 2002) 
2 a 5 séries de 5 a 15 repetições ( ou /subjetivo) 
ACELERAÇÃO 
 
3.2 Resistência 
 
 É a capacidade de um músculo ou grupo muscular tem de realizar movimentos 
(contrações) durante um determinado tempo sem perda da qualidade de execução. 
 Características principais para eficiência do trabalho de resistência muscular 
no meio aquático: 
- Intensidades: Baixas a moderadas 
- Amplitudes: Grandes Amplitudes ou máxima permitida 
- Repetições: Muitas repetições X Tempo 
- Tempo: Mínimo de 3 minutos e 30 segundos por grupo. 
- Velocidade. 
 
3.3 Flexibilidade 
 
 A flexibilidade corporal é uma das principais variáveis da aptidão física 
relacionada à saúde e ao desempenho físico, pode ser definida como a amplitude 
máxima passiva fisiológica de um dado movimento articular. A flexibilidade varia em 
 17 
função da idade, do gênero e do padrão de exercício físico regular. A flexibilidade 
não se apresenta de modo uniforme nas diversas articulações e nos movimentos 
corporais, sendo comum, em um dado indivíduo, que sua amplitude máxima seja 
boa para determinados movimentos e limitada para outros, representando o que se 
convencionou denominar especificidade da flexibilidade. 
 
Unidade 4 - Propriedades Físicas da água 
 
4.1 Densidade Relativa 
 
 A Densidade Relativa de um corpo é a propriedade que determina se ele flutua 
ou não, ou seja é a relação entre a massa do corpo e a igual massa de volume de 
água deslocado. Se este valor for maior que 1, este corpo afundará; se for menor 
que 1 flutuará; e se for igual a 1 flutuará logo abaixo da superfície da água. 
 A Densidade Relativa do Corpo Humano na água com os pulmões cheios de ar 
é de 0,95 e pode variar em função de alguns fatores como: sexo, idade, constituição 
muscular, composição corporal. 
 
4.2 Gravidade Específica 
 
 O princípio de Arquimedes afirma que quando um corpo está imerso total ou 
parcialmente em um líquido em repouso, ele experimenta um empuxo de baixo para 
cima igual ao volume de água deslocado. Um corpo na água está portanto 
submetido a duas forças em oposição: ação da GRAVIDADE X ação da 
FLUTUAÇÃO. 
 É fundamental para os exercícios aquáticos, a conscientização por parte do 
instrutor / terapeuta, sobre as ações destas duas forças físicas durante todo o 
trabalho na água, pois embora a ação da Flutuação seja de suma importância para 
a determinação dos exercícios, esta “batalha” estará sendo vencida pela ação da 
Gravidade quando em posição vertical. E, ainda: a força que atua com maior 
intensidade dentre estas estará sendo determinada por outros fatores, como 
profundidade, temperatura, e o uso de diferentes tipos de equipamentos. 
 
4.3 Flutuação 
 
 Dentre as propriedades físicas de maior relevância para os exercícios 
aquáticos , a flutuação toma lugar importante, pois pode ser considerada como uma 
 18 
das primeiras forças sentidas no momento em que o indivíduo entra no meio 
aquático. Define-se como sendo a força que atua em sentido oposto à ação da 
gravidade (experimentada como empuxo para cima). 
 A Flutuação pode ser de assistência (assistiva), quando o movimento é 
executado na mesma direção desta força; de resistência (resistiva), quando o 
movimento é executado em oposição à força da flutuação; ou ainda de apoio, 
quando o movimento é executado perpendicularmente à força da flutuação. De 
acordo com a ação básica a utilização desta força implicará na ajuda ao 
fortalecimento muscular, “relaxação” articular, diminuição do stress mecânico, 
suporte de parte da massa corporal etc. 
 
4.4 Pressão Hidrostática 
 
 A Pressão Hidrostática aumenta 0,43psi (pressão atmosférica) por pé de 
profundidade, e por isso não é aconselhável que pessoas com comprometimentos 
respiratórios ou capacidade vital abaixo de 1500ml, (alguns autores consideram 
1.000ml) sejam levadas para piscinas com profundidades em que a caixa torácica 
esteja submersa. Tais pessoas podem sentir dificuldades na respiração uma vez que 
a pressão da água resiste à expansão torácica. 
 A utilização prática desta propriedade resulta em aproveitamento da 
sobrecarga natural do meio, estímulo à circulação periférica, fortalecimento da 
musculatura envolvida na respiração, facilitação do retorno venoso, estabilização 
das articulações instáveis, ajuda a redução de inchaços (edemas). 
 
4.5 Viscosidade 
 
 Definida como termo científico para medir o atrito que ocorre entre as 
moléculas de um determinado elemento e que será coadjuvante no efeito 
massageador da água e nas resistências oferecidas pelo meio líquido; ou como a 
refração – deflação de um raio de luz quando ele passa de um meio para outro de 
densidade diferente. 
 
Unidade 5 - Aspectos Biológicos da Terapia Aquática 
 
5.1 Alterações cardiovasculares após imersão 
 
 19 
 Imediatamente após a imersão, como conseqüência da ação da pressão 
hidrostática, 700ml desangue são deslocados dos membros inferiores para a região 
do tórax, causando um aumento do retorno veno-linfático, significando um aumento 
de 60% do volume central. A pressão intratorácica aumenta de 0,4 mmHg para 3,4 
mmHg e a pressão do átrio direito aumenta de 14mmhg para 18mmhg e a pressão 
venosa central aumenta de 2 a 4 mmHg para 3 a 16mmhg, sendo que a pressão 
arterial pulmonar aumenta de 5 mmHg no solo para 22 mmHg em imersão. O débito 
cardíaco (volume sangüíneo x a freqüência cardíaca) aumenta de 30 a 32% 
associado a uma diminuição de aproximadamente 10 batimentos por minuto ou de 
4% a 5% da freqüência cardíaca em bipedestação no solo. 
 As alterações circulatórias associadas com as modificações na pele e 
conseqüentemente na termoregulação vão exigir cuidados durante a terapia na 
água. Os idosos não só “sentem mais frio” como também perdem calor com mais 
rapidez, ficando o paciente pálido e com os lábios azulados. Em água em 
temperatura termoneutra, o calor precisa ser gerado pelo trabalho muscular, por isso 
os períodos de relaxamento devem ser mais curtos e o controle da perda de calor 
limitado por maiores períodos de imersão até o pescoço. Também pode ser preciso 
diminuir a duração das sessões, e se necessário aumentar sua freqüência. No caso 
da temperatura elevada da água (igual ou superior a 33°C) poderá ocorrer 
hipertermia e o paciente fica com a face hiperemiada, suada, e sensação de tontura 
ou fadiga. A observação constante dos idosos durante a terapia e a considerações 
de suas reclamações sobre a temperatura da água devem fazer parte da rotina de 
tratamento. Em caso desse tipo de intercorrência o paciente deverá ser retirado da 
piscina, colocado em repouso e ser monitorado enquanto cuida-se para que sua 
temperatura retorne ao normal. 
 
5.2 Efeitos da imersão na respiração 
 
 As alterações na função respiratória são desencadeadas pela ação da pressão 
hidrostática de duas maneiras diferentes (BECKER &COLE, 1997; TIPTON & 
GOLDEN, 1996; AGOSTINI et al., 1966): 
- Aumento de volume central 
- A compressão da caixa torácica e abdome 
 O centro diafragmático desloca-se cranialmente, a pressão intratorácica 
aumenta de 0,4 para 3,4 mmHg; a pressão transmural nos grandes vasos aumenta 
 20 
de 3 a 5 mmHg para 12 a 15 mmHg. Essas alterações por sua vez aumentam o 
trabalho respiratório em 65%. A capacidade vital sofre uma redução de 6% e o 
volume de reserva expiratório fica reduzido de 66%. 
 A alteração da capacidade pulmonar se deve essencialmente à compressão 
sofrida pela pressão hidrostática (RUOTI et al, 2000). Um estudo de AGOSTINI et al. 
(1966) demonstrou que o volume de reserva expiratório fica reduzido, em média, de 
1,86 para 0,56 litros e a capacidade vital ficou reduzida em torno de 9% do valor 
encontrado em terra, reduzindo sua cirtometria torácica (ou toracometria) em 
aproximadamente 10%. A média de pressão atuando sobre a parede torácica, em 
diferentes volumes pulmonares durante a imersão até o pescoço, no final de uma 
expiração espontânea é de 31 cmH²O 
a pressão na parede abdominal, imediatamente abaixo do diafragma é de 12 cmH²O 
(AGOSTINI et al., 1966). 
 O sistema cardiovascular e respiratório do idoso respondem de forma menos 
eficientemente ao estresse fisico. Assim, a freqüência cardíaca máxima, que é 
aproximadamente 220 bpm menos a idade, é reduzida em um bpm por ano, 
diminuindo a freqüência de treinamento. O cuidado maior se dá em função de que 
alterações na freqüência cardíaca durante o exercício podem ficar mascaradas pela 
redução de 10 bpm decorrente da imersão (BAUM, 2000). Em função das perdas no 
sistema respiratório, a pressão hidrostática exercida pela água sobre o tórax pode 
significar uma sobrecarga exagerada, e portanto deverá ser avaliada no solo e em 
imersão (WILLIAMS, 1995). 
 
5.3 Efeitos da imersão na excreção de sódio 
 
 A resposta renal à imersão inclui o débito urinário aumentado (diurese) com 
perda de volume plasmático, sódio (natriurese), perda de potássio (potassiurese) e 
supressão de vasopressina, renina e aldosterona plasmática. A imersão em água 
fria potencializa a resposta. O papel da diurese de imersão é usualmente explicado 
como um forte mecanismo compensador homeostático para contrabalançar a 
distensão sofrida pelos receptores pressóricos cardíacos. 
 A atividade simpática renal diminui devido a uma resposta vagal causada pela 
distensão atrial que por sua vez aumenta o transporte tubular de sódio, com 
diminuição de aproximadamente de um terço da resistência vascular renal. A 
excreção de sódio aumenta, acompanhada pelos hormônios renina, aldosterona e 
 21 
hormônio antidiurético. A aldosteron controla a reabsorção de sódio nos túbulos 
distais, atingindo um máximo após três horas de imersão. Outro fator importante é a 
regulação de sódio nos túbulos distais, atingindo um máximo após três horas de 
imersão. Outro fator importante é a regulação do peptídeo atrial natiurético (ANP) 
que é suprimida em 50% de sua função no solo, após a imersão. Acompanhando as 
alterações em alguns neurotransmissores do sistema nervoso autônomo-
catecolaminas (sendo as mais importantes nesse caso a epinefrina, a norepinefrina 
e a dopamina)- que agem regulando a resistência vascular, a freqüência cardíaca e 
a força de contração cardíaca e são ativadas logo após a imersão. Esses 
mecanismos são amenizados com o tempo de imersão, mas em situação 
terapêutica, de aproximadamente ema hora de imersão, os efeitos persistem após 
várias horas após a imersão (BOOKSPAN, 2000). 
 
5.4 Modificações fisiológicas e terapêuticas durante o exercício em água aquecida 
 
 Durante os exercícios em água aquecida ocorre algumas modificações 
fisiológicas no corpo, como aumento da freqüência respiratória e cardíaca, aumento 
da circulação periférica o que leva a um maior suprimento de sangue para o 
músculo, conseqüentemente aumenta o metabolismo muscular e a taxa metabólica, 
aumenta a quantidade de sangue retorno ao coração o que diminui a pressão 
arterial, diminuição de edema pela pressão hidrostática e redução da sensibilidade 
dos terminais nervosos que somadas com todas as outras causam um relaxamento 
muscular geral. 
 
Unidade 6 - Indicações e Contra Indicações da Hidroterapia 
 
 A hidroterapia é indicada para todas as áreas da fisioterapia que envolvam 
problemas de ordem traumato-ortopedicos, esportivos, neurológicos, reumáticos, 
cardiopatas, pneumopatas, estéticos, etc. 
 As indicações mais comuns para um tratamento hidroterápico são para os 
pacientes que apresentam os seguintes sinais e sintomas: 
- Elevado nível de dor 
- Edemas de extremidades 
- Desvios da marcha 
- Diminuição da mobilidade 
- Fraqueza muscular generalizada 
 22 
- Baixa resistência muscular 
- Impossibilidade de sobrecarga nos membros inferiores 
- Resistência cardiovascular diminuída 
- Contraturas articulares 
- Disfunções posturais 
- Habilidades diminuídas 
- Interação social do paciente 
Outros.... 
 
6.1 Condições que requerem cuidados 
 
 Como em qualquer modalidade de tratamento, existem também as contra-
indicações à terapia em piscina e em alguns casos são necessárias precauções a 
fim de prevenir a proliferação de doenças e constrangimentos ao paciente. 
 As contra-indicações são consideradas absolutas ou relativas de acordo com a 
gravidade da patologia. As que devem ser mais observadas são: 
- Doenças transmitidas pela água (infecções de pele - tinea pedis e tinea capitis) - A 
- Febre acima de 38°C - A 
- Insuficiência cardíaca - A 
- Pressão arterial descontrolada- A 
- Incontinência urinária e fecal - R 
- Epilepsias - R 
- Baixa capacidade pulmonar vital - R 
- Doenças sistêmicas - R 
- Sintomas de trombose venosa profunda - A 
 
6.2 Elaboração de uma sessão de hidroterapia e uso de equipamentos 
 
Fase I – Adaptação ao meio aquático 
Exercício 1: controle respiratório 
• Posicionamento: posição semi-sentada sem apoio posterior, com imersão no nível 
dos ombros. Ombros em flexão de 90º e cotovelos em extensão. 
• Atividade: expirar lenta e prolongadamente pela boca sobre a água, com boca 
imersa e posteriormente com boca e nariz imersos. 
 
Fase II – Alongamento. Os alongamentos são mantidos por 30 segundos 
 23 
Exercício 2: alongamento dos músculos isquiotibiais 
• Posicionamento: posição ortostática com as costas apoiadas na parede. 
• Atividade: elevar um dos membros inferiores, manter extensão do joelho e flexão 
dorsal do tornozelo. 
Exercício 3: alongamento dos músculos tríceps sural e íliopsoas 
• Posicionamento: posição ortostática com as mãos apoiadas na borda da piscina. 
• Atividade: realizar um passo largo à frente, manter o joelho anterior em flexão, o 
joelho posterior em extensão e os pés em contato com o fundo da piscina. 
 
Fase III – Exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos 
As velocidades e freqüências indicadas são médias aproximadas. 
Exercício 4: marcha em círculo com as mãos dadas e mudanças de sentido 
esporádicas. 
• Atividade: marchar lateralmente, de frente e de costas, alternando nos sentidos 
horário e anti-horário, três vezes em cada tipo de marcha (1’ para cada tipo de 
marcha, velocidade: 0,40m/s). 
Exercício 5: marcha em fila 
• Posicionamento: apoiar as mãos na cintura do indivíduo da frente. 
• Atividade: deslocar-se na piscina realizando curvas e mudanças de direção. 
Atividade conduzida pelo fisioterapeuta (3’, velocidade: 0,40m/s). 
Exercício 6: Marcha para frente impulsionando os membros inferiores com vigor. 
• Atividade: marchar com maior velocidade e impulsão (45m, velocidade: 0,50m/s). 
Exercício 7: Marcha para trás. (45m, velocidade: 0,50m/s) 
Exercício 8: Marcha lateral com passos largos. (45m, velocidade: 0,55m/s) 
Exercício 9: Marcha com um pé à frente do outro 
• Atividade: marchar apoiando um pé imediatamente à frente do outro, e assim 
sucessivamente (45m, velocidade: 0,20m/s). 
Exercício 10: Marcha com rotação de tronco 
• Atividade: caminhar para frente levando a mão ao joelho oposto em flexão, de 
forma alternada (45m, velocidade: 0,30m/s). 
 
Unidade 7 - Método dos Anéis de Bad Ragaz 
 
 O método dos anéis de Bad Ragaz é uma coleção de técnicas terapêuticas 
efetuadas na água que foram desenvolvidas através dos anos nas águas termais de 
 24 
Bad Ragaz, na Suíça. Desde a década de 1930, os pacientes têm usado as águas 
do spa de Bad Ragaz para terapia ativa. Em 1957, avanços técnicos desenvolvidos 
pelo Dr. Knupfer, de Wilbad, na Alemanha, foram introduzidos em Bad Ragaz por 
Nele Ipsen. O Dr. Zinn, diretor médico em Bad Ragaz, e sua equipe refinaram e 
modificaram os exercícios de Knufer, movimentos diagonais tridimensionais foram 
desenvolvidos e acrescentados aos padrões de exercícios originais de knupfer. Em 
1967, os fisioterapeutas Bridget Davis e Verena Laggatt incorporaram os padrões de 
FNP (facilitação neuromuscular proprioceptiva) de Margaret Knott, resultando na 
técnica hoje conhecida como método dos anéis de Bad Ragaz. 
 
7.1 Objetivos 
 
 Em virtude da sua versatilidade, o MABR oferece infinitas possibilidades de 
variação de exercício para o paciente neurológico, ortopédico e reumatológico. Os 
objetivos de tratamento incluem redução do tônus, relaxamento, aumento da 
amplitude de movimento, reeducação muscular, fortalecimento, tração/alongamento 
espinhal, melhoria do alinhamento e estabilidade do tronco, preparação das 
extremidades inferiores para sustentação de peso, restaurações de padrões normais 
de movimento das extremidades superiores e inferiores, melhoria da resistência 
geral, treinamento da capacidade funcional do corpo como um todo. 
 
7.2 Técnica 
 
 Os exercícios do método dos anéis de Bad Ragaz podem ser divididos em 
padrões para o tronco, braços e pernas. Eles também podem ser classificados como 
unilaterais ou bilaterais. Os padrões bilaterais são adicionalmente definidos com 
simétricos ou assimétricos. A maioria dos padrões enfatiza padrões recíprocos de 
movimento. Movimentos recíprocos nem sempre são enfatizados com certas 
condições e circunstancias dos pacientes. Por exemplo, alguns pacientes com 
comprometimento neurológicos são incapazes de realizar movimentos recíprocos 
sem facilitar hipertonia. Em geral os padrões são efetuados em flutuação supino, 
todavia alguns padrões de braços são realizados em prono e outros padrões de 
tronco em decúbito lateral. Em virtude da flexibilidade dos padrões e da 
adaptabilidade da técnica, uma variedade quase infinita de exercícios pode ser 
desenvolvida pelo terapeuta para maximizar os resultados dos pacientes. 
 
 25 
7.3 Indicações e Contra Indicações 
 
Indicações: 
 O MABR é um método versátil de tratamento que se presta a uma larga 
variedade de problemas e diagnóstico dos pacientes. Ele é particularmente indicado 
para: 
- Condições ortopédicas e reumatológicas, incluindo condicionamento pré-cirúrgico e 
pós-cirúrgico do tronco e extremidades, fraturas e lesões de tecidos moles. O MABR 
é valioso para todas as condições artríticas, tais como artrite reumatóide, 
osteoartrite, fribromialgia e miosite. 
-Transtornos neurológicos, incluindo acidente vascular cerebral, traumatismo 
craniano, doença de Parkinson, paraplegia e tetraplegia. Deve-se tomar cuidado 
com pacientes que exibem hipertonia. Atividades rápidas e fatigantes devem ser 
evitadas porque aumentam a espasticidade. 
- Síndromes dolorosas das extremidades superiores e inferiores e das costas. 
- Distrofia simpática reflexa e problemas semelhantes nos quais dessensibilização 
sensitiva está indicada. 
- Pacientes de mastectomia e cirurgia cardíaca que se beneficiam com alongamento 
e fortalecimento dos quadrantes superiores do tronco bilateralmente. 
- Sintomas e atraso do desenvolvimento tais como defensividade táctil, uma vez que 
esses pacientes se beneficiam com o bombardeio sensitivo e compressão pela 
água. 
Contra-Indicações 
 Os pacientes devem ser submetidos a uma triagem quanto a todas as contra-
indicações médicas a atividades de reabilitação aquática. 
- Deve-se tomar precaução para evitar fadiga excessiva. Os pacientes recebem uma 
grande carga de estimulação vestibular quando são puxados, empurrados ou 
virados na água. 
- Se houver suspeita de problemas vestibulares em um paciente, o terapeuta deve 
movê-lo lentamente e vigiar continuamente o aparecimento de nistagmo. Alguns 
pacientes com má tolerância a estimulação vestibular aumentada podem ser contra-
indicados por completo para o tratamento. 
- Cuidado especial deve ser tomado com pacientes com condições agudas das 
costas, pescoço e extremidades. Em muitos dos movimentos do MABR, os 
pacientes afastam-se do terapeuta em um movimento livre que pára somente 
 26 
quando o limite de movimento articular é alcançado. Na articulação normal isso não 
é um problema, mas no paciente com comprometimento articular agudo poderia 
causar hiperalongamento e subseqüente lesão articular. 
 
Unidade 8 - Método Halliwick 
 
 O método Halliwick é familiar para maioria dos profissionais de reabilitação 
aquática que durante algum tempo estiveram envolvidos em aquática. Os que 
tentaram pesquisar o assunto notaram que muito pouco foi publicado a respeito 
dessatécnica, e as descrições documentadas disponíveis normalmente eram 
confusas. O falecido James McMillan, o homem que desenvolveu e continuou a 
refinar essa técnica, oferecia regulamente cursos em toda a Europa, mais na 
realidade desenvolveu apenas dois trabalhos descrevendo os seus conceitos. No 
esforço de reunir informação relativa ao método Halliwick e compreender melhor as 
técnicas envolvidas, esta autora viajou a Bad Ragaz, na Suíça, para freqüentar o 
Curso Halliwick Básico em 1992 e o curso de Método Halliwick Avançado em 1993, 
ministrado pelo próprio McMillan. Cada curso durou 5 dias, com 8 horas de sessões 
diárias, divididas em palestras e aulas de laboratório. O curso básico explicou por 
completo o esquema esboçado com o qual a maioria dos profissionais americanos 
de reabilitação aquática está familiarizada. O curso ensinou habilidades de pré-
natação por meio de jogos em um contexto de grupo para pediatria. O Curso 
Avançado acrescentou informações comumente não disponíveis nos Estados 
Unidos. Ele focalizou mais as técnicas com um terapeuta para um paciente a ser 
usadas com populações adultas e para tratar condições ortopédicas e neurológicas. 
 
8.1 Objetivos 
 
 Os objetivos em uso atual incluem: (1) fortalecer e/ou melhorar grupos 
musculares fracos, (2) aumentar amplitude de movimento, (3) facilitar reações 
posturais e de equilíbrio, (4) melhorar a condição física geral, (5) melhorar a 
adaptabilidade mental, (6) reduzir a dor, (7) reduzir a espasticidade. 
 Técnicas de tratamento especificas para água são usadas para satisfazer 
esses objetivos. As seguintes técnicas podem ser usadas individualmente ou em 
conjunção com outras técnicas: 
 27 
Empuxo/ Gravidade - Variar a profundidade da água sobre o paciente para aumentar 
ou diminuir o suporte pela flutuação. A profundidade critica parece ser ao nível de 
T11 no paciente. 
Turbulência - Pode ser usada para auxiliar ou perturbar o controle de equilíbrio de 
uma maneira muito sutil. Também pode ser usada para mover o paciente através da 
água e pode ser útil no treinamento de natação. 
Metacentro - Refere-se a teoria do equilíbrio de qualquer objeto flutuando na água. É 
uma técnica de exercício muito poderosa porém delicada. 
Ondas - Podem ser controladas para ser de grande ou pequeno tamanho e ou 
comprimento de onda e podem criar uma força de trabalho suave e forte. 
 Além dos princípios da mecânica dos líquidos, outros fatores influentes incluem 
reações neurológicas, algumas das quais são impossíveis de aplicar ao tratamento 
terrestre: 
Estimulação da Pele - Muitas vezes usada para obter um grau muito delicado de 
controle de postura e/ou movimento. 
Desvio Ocular - Importante o controle da cabeça (p.ex., no paciente com atetose). 
Transferência - Uma técnica desenvolvida unicamente na água, que consiste na 
capacidade de criar movimento em uma área do corpo e transferi-lo para outra área. 
 Um plano de tratamento deve ser desenvolvido, incluindo objetivos específicos 
e atividades para alcançar um resultado final. Uma técnica algorítmica simples pode 
ser usada para avaliar os resultados. 
 
8.2 Técnica 
 
 O método Hilliwick usa a “teoria geral dos sistemas” de ensino. Essa teoria, 
que sugere que nenhuma informação pertence exclusivamente a uma profissão 
qualquer, é um modelo multidisciplinar que reúne informações a partir de muitos 
campos de estudo. O programa de McMillan para ensinar os incapacitados a nadar 
combina informação de muitos campos, incluindo mecânica dos líquidos 
(engenharia), neurofisiologia (medicina), psicologia, pedagogia (educação) e 
dinâmica de grupo (sociologia). 
 O método Halliwick tem duas finalidades principais: (1) ensinar aos nadadores 
a respeito deles mesmos seu controle de equilíbrio na água; (2) ensiná-los a nadar. 
O emprego de aparelhos de flutuação tais como bóias nos braços anularia esses 
objetivos. Em alguns casos, o seu uso poderia ser mesmo perigoso. 
 28 
Quatro princípios de instrução foram estabelecidos: 
 Adaptação Mental - Envolve o reconhecimento de duas forças atuando sobre o 
corpo na água: gravidade e empuxo. Os efeitos combinados dessas forças levam 
a movimento rotacional. 
 Restauração do Equilíbrio - Enfatiza o uso de grandes padrões de movimento, 
particularmente com os braços, para restauras e/ou manter o equilíbrio. Esse uso 
dos momentos de inércia coincide com os ‘’reflexos primitivos’’. A instrução 
envolve o uso desses movimentos de larga amplitude para mover o corpo para 
diferentes posturas enquanto ‘e mantido o controle de equilíbrio. A mais 
importante dessas posturas ‘e a resposta imediata ao movimento em torno do 
eixo mediano. 
 Inibição - A capacidade de criar e manter uma posição ou postura desejada. 
Quando a inibição ‘e desenvolvida, o nadador ‘e capaz de conter todo movimento 
indesejado. 
 Facilitação - A capacidade de criar um movimento mentalmente desejado e 
fisicamente controlado (p. es., nadar) por quaisquer meios sem recursos de 
flutuação. 
 Essas fases de aprendizado estão em uma ordem pela qual o córtex cerebral 
aprende todo movimento físico e são dispostas em uma estrutura conhecida como o 
Programa de Dez Pontos. Infelizmente, os professores muitas vezes lembram-se da 
estrutura, mas não da importância da sua seqüência. 
 
8.3 Indicações e Contra Indicações 
 
 As mesmas para hidroterapia. 
 
Unidade 9 - Método Watsu 
 
 O Watsu, ou water shiatsu (aquashiatsu, hidroshiatsu), foi criado em 1980 
quando o autor começou a fazer com que as pessoas flutuassem em uma piscina 
morna, aplicando os alongamentos e movimentos do shiatsu zen que ele havia 
estudado na terra, no Japão, e viera ensinar em Harbin Hot Springs. 
 
9.1 Objetivos 
 
 O Watsu foi criado como uma técnica de massagem ou bem estar que não era 
necessariamente destinada a pacientes tal como são classicamente definidos. 
 29 
Entretanto terapeutas de reabilitação aquática aplicaram a abordagem a pacientes 
com uma variedade de distúrbios neuromusculares e musculoesqueléticos e 
relataram sucesso empírico. 
 Um dos resultados mais benéficos do Watsu é o alongamento eficaz. Através 
do alongamento, admite-se que os meridianos fiquem mais perto da superfície do 
corpo, onde a energia que eles carregam pode ser liberada. Esses efeitos são 
embelezados por movimentos rotacionais que liberam energia bloqueada. O 
paciente permanece completamente passivo e muitas vezes experimenta um 
relaxamento profundo a partir a sustentação pela água e o continuo movimento 
rítmico dos vários fluxos. 
 
9.2 Técnica 
 
 Usualmente, o terapeuta estabiliza ou move um segmento do corpo através da 
água, resultando no alongamento de outro segmento em razão do efeito de arrasto. 
Um Watsu compreende uma transição e seqüência de movimentos especificamente 
prescritas. Uma vez que as transições sejam aprendidas, o terapeuta pode adaptar-
se criativamente à maioria das restrições ou limitações especificas encontradas. De 
acordo com Morris, “o Watsu pode ser melhor descrito como uma abordagem de 
reeducação muscular porque os prejuízos específicos (usualmente músculos e 
articulações retesados ou encurtados) são visados para tratamento, com pouca 
atenção aos modelos de controle motor”. 
 Além dos efeitos imediatamente aparentes dos alongamentos e mobilizaçòes 
na água morna, muitos dos princípios do zenshiatsu encontraram também um lugar 
no Watsu. Em particular, conectar com a respiração assume novas dimensões na 
água, em terra, a respiração é coordenada com o terapeuta reclinando-se sobre 
pontos no corpo do paciente, na águao movimento mais básico é a Dança da 
Respiração na Água, na qual o paciente flutua nos braços do terapeuta e, à medida 
que ambos expiram, eles afundam um pouco e a seguir deixam a água devolvê-los 
para cima à medida que ambos expiram, eles afundam um pouco e a seguir deixam 
a água devolvê-los para cima à medida que inspiram simultaneamente. Repetido 
várias vezes ao começo de um Watsu, esse exercício cria uma conexão que pode 
ser levada para todos os alongamentos e movimentos que se seguem. A essa 
Dança da Respiração na Água e à sua imobilidade retornam ambos, ou “voltam para 
casa”, através de toda a sessão. 
 30 
9.3 Indicações e Contra Indicações 
 
 As mesmas para hidroterapia. 
 
Unidade 10 - Patologias Ortopédicas 
 
10.1 Objetivos e Aplicações da Hidroterapia nas seguintes patologias: 
 
10.2 Osteoporose 
 
 Osteoporose é uma condição que leva a perda de massa óssea, estreitamento 
do corpo ósseo e alargamento do canal medular. É resultado de uma imobilização 
prolongada, repouso no leito, doenças musculoesqueléticas ou neuromusculares 
associadas e disfunção hormonal. Essas mudanças são susceptível à fraturas. 
Depois da artose e principal causa de morte em idosos é a osteoporose. A atividade 
aquática possibilita a realização de exercícios sem o risco de quedas e fraturas, 
devido os benefícios da água discutidos adiante. 
 
10.3 Artrose 
 
 A artrose é um dos problemas mais comuns que afetam muitas pessoas na 
terceira idade. É uma doença degenerativa, inflamatória, progressiva e irreversível, que 
acomete as articulações de forma primária ou de forma secundária (traumas, lesões 
ligamentares, e meniscais, fraturas, infecções, etc). 
 A hidroterapia, como uma modalidade de reabilitação, possui uma longa historia e 
vem ampliando os métodos de tratamento, evoluindo com a fisioterapia. 
 A água, além de ser um meio prazeroso, constitui um fator importante para a 
reabilitação em virtude das suas propriedades físicas. 
 Através do tratamento hidroterápico o paciente sente-se mais a vontade em 
realizar os exercícios em virtude do alívio do peso corporal, redução do impacto 
articular, redução de edema e diminuição da dor. 
 
10.4 Lesões Traumáticas 
 
 A Hidroterapia é benéfica quando se deseja pouca ou nenhuma sustentação 
de peso ou quando há inflamação, dor, retração e/ou espasmo muscular e limitação 
da amplitude de movimento, que podem de maneira isolada ou conjunta diminuir a 
função normal. A Hidroterapia também é uma opção para pacientes que estejam 
incapacitados d realizar exercícios no solo em razão de cirurgia recente, lesão 
 31 
muscular, tendínea ou ligamentar, lesão neuromuscular ou Ortopédica aguda ou 
crônica, doença Reumatológica ou deficiência neurológica. Os pacientes relatam 
que na água os movimentos não só se tornam mais fáceis, mas também menos 
dolorosos, tornando a reabilitação mais rápida. Muitos experimentam aumento do 
relaxamento, diminuição do espasmo e dores musculares, além de um aumento da 
amplitude de movimento e força durante as sessões de Hidroterapia. A flutuação do 
corpo humano na água permite que os pacientes se exercitem mais 
independentemente durante as sessões, o que o incentiva a assumir maior 
responsabilidade por sua reabilitação e torna as sessões em grupo uma opção para 
alguns deles (a terapia em grupo ajuda a estabelecer novas relações sociais além 
de um compromisso, o que pode dispersar sentimentos de raiva, isolamento, 
depressão ou ansiedade, que comumente acompanham o processo de doença e 
recuperação). Benefícios Fisiológicos Após uma lesão, cirurgia ou imobilização, a 
Hidroterapia facilita o movimento por meio da redução das forças gravitacionais 
combinadas com os efeitos da flutuação, pressão hidrostática e temperatura mais 
elevada da água. Flutuação: propicia a redução da ação da gravidade sobre o corpo 
humano, permitindo a realização de exercícios após uma intervenção cirúrgica ou 
lesão, quando esta seria dolorosa ou até impossível se realizada fora da água. 
Também atua provendo estabilização para a coluna ou extremidades que podem 
estar enfraquecidas em virtude de doenças, cirurgia ou imobilização. A flutuação 
permite uma posição de conforto, em diversas posições, além de permitir o controle 
precoce do movimento. A marcha pode ser auxiliada na água, permitindo mais 
prontamente correções. Correções posturais podem ser feitas com menor esforço e 
desconforto para o paciente. Viscosidade: a viscosidade da água pode ser utilizada 
nos exercícios como forma de resistência, quando se visa a melhora do tônus 
muscular, o aumento de força ou resistência. Pode-se ajustar a resistência através 
da velocidade do movimento, comprimento e forma da alavanca, a amplitude de 
movimento e o grau de impulso devido à flutuação. Empuxo: quando o corpo está 
imerso em líquido, há uma força vertical que o empurra para cima diretamente 
proporcional ao peso do volume de líquido deslocado, é o chamado Princípio de 
Arquimedes, ou Empuxo. Ë este fenómeno que permite a diminuição da descarga de 
peso sobre as articulações. Pressão Hidrostática: o corpo imerso na água sofre 
pressão desta, esta pressão aumenta de maneira diretamente proporcional à 
profundidade, ou seja, quanto mais fundo maior a pressão sobre o corpo ou seu 
 32 
segmento. Há então um aumento do retorno venoso das pernas pois estas estão 
sofrendo maior pressão da água pela profundidade quando o indivíduo está em pé. 
Temperatura da água: a água aquecida diminui a tensão e dores musculares, 
proporcionando um ambiente confortável e relaxante para o exercício terapêutico. 
Psicológicos A reabilitação pode ser bastante frustrante para o paciente, tanto 
mental quanto emocionalmente. A Hidroterapia pode ser útil como tratamento de 
lesões onde se estão associadas deficiências psicológicas, aumentando a adesão 
ao programa de reabilitação pois as pessoas se sentem mais bem-sucedidas na 
água, pois esta lhes permitiu a execução de movimentos antes não imaginados, ou 
de movimentos sem dor. A Hidroterapia pode proporcionar variedade e até algum 
divertimento ao programa de reabilitação, assim o paciente se sente mais confiante 
na sua recuperação além de tornar algo que poderia ser chato, entediante e dolorido 
em algo que lhe proporciona muito prazer. Desta maneira sua frequência às sessões 
é melhor, seu empenho nos exercícios é maior e a sua satisfação é completa. Além 
destes benefícios, a Hidroterapia oferece ainda diversas vantagens sobre outras 
técnicas de reabilitação. A flutuação garante suporte e estabilidade às articulações 
acometidas, além de proporcionar assistência e, progressivamente, resistência ao 
movimento. A pressão hidrostática também ajuda na estabilização das articulações 
além de ajudar à diminuir edemas e melhorar a circulação. O aumento da circulação 
melhora a condição da pele afetada pela cirurgia ou imobilização e acelera a cura ao 
implementar a nutrição na área lesada. A circulação também é melhorada em 
decorrência do aumento da temperatura mais elevada da água. Esta temperatura 
também ajuda à diminuir a espasticidade ou espasmo muscular, estimulando o 
relaxamento muscular, diminuindo então a dor e facilitando a realização de 
exercícios de alongamento e fortalecimento, visando a restauração das amplitudes 
normais de movimento precocemente. Ao permitir o movimento precoce, têm-se uma 
melhora da circulação, portanto das estruturas lesadas e das amplitudes de 
movimento. Se reestabelece precocemente a biomecânica articular, permitindo um 
funcionamento normal da articulação, evitando-se novas lesões, atrofias musculares 
e formação de fibroses cicatriciais,que limitariam os movimentos normais. Tem-se 
ainda que levar em consideração os efeitos sobre os diversos sistemas do corpo 
humano. Dentro da água há um aumento do retorno venoso, o que aumenta a 
função cardíaca, ou seja, o coração recebe mais sangue proveniente dos membros 
inferiores(e até superiores) e precisa trabalhar mais para conseguir levá-lo para os 
 33 
pulmões, existe então um aumento do trabalho cardíaco. Quando tal fenômeno não 
é desejado há ainda a possibilidade de se realizar um trabalho na posição horizontal, 
onde se conta com todos os efeitos da água senão o aumento da frequência 
cardíaca, mas sim uma diminuição desta. Existem ainda os benefícios do 
condicionamento muscular, onde é postulado que enquanto a gravidade é 
minimizada na água, a viscosidade desta talvez atue oferecendo uma significativa 
resistência mediada pela velocidade aos movimentos que o indivíduo precise 
vencer. De uma maneira sucinta, a Hidroterapia na Ortopedia, Traumatologia e 
Medicina Desportiva atua: Diminuindo a dor; Mantendo ou aumentando a força 
muscular; Mantendo ou aumentando a resistência muscular à fadiga; Mantendo ou 
aumentando as amplitudes de movimento; Melhorando a postura; Mantendo ou 
melhorando o condicionamento cardiovascular; Melhorando o equilíbrio, 
coordenação e propriocepção; Diminuindo edemas; Promovendo o relaxamento; 
Promovendo a reabilitação precoce; Facilitando a execução de movimentos que são 
difíceis ou impossíveis de serem realizados fora da água; Diminuindo as forças 
compressivas nas articulações; Diminuindo inflamações crônicas; Mantendo a 
capacidade funcional do sistema locomotor; Melhorando a execução de atividades 
de vida diária; Melhorando a capacidade respiratória; Melhorando a circulação 
sanguínea; Prevenindo contraturas e deformidades; Melhorando a sociabilidade. 
 
10.5 Problemas Posturas 
 
 A hidroginástica, além dos benefícios proporcionados enquanto atividades 
físicas tornam-se um dos meios mais eficazes para prevenção e correção de 
problemas posturais, principalmente os desvios da coluna vertebral. O trabalho 
simétrico proporcionado pela movimentação alternada de membros e sua tração 
sobre a musculatura paravertebral têm extraordinária eficácia na redução desses 
desvios, especialmente no que tange à estrutura dos pés, região lombo-pélvica e 
região dorsal superior e cervical. 
 
Unidade 11 - Patologias Reumáticas 
 
11.1 Espondilite Ancilosante 
 
 A espondilite ancilosante é uma patologia inflamatória sistêmica que afeta, 
predominantemente, a coluna vertebral, quadris, ombros e articulações sacro-ilíacas, 
 34 
acompanhada por inflamação dos tecidos conjuntivos. A doença evolui com erosão 
óssea, formação de tecido de granulação que é substituído por tecido fibroso, e 
conseqüente anquilose das articulações acometidas. O protocolo hidroterapeutico 
tem como objetivo promover alivio da dor e do espasmo muscular, manutenção da 
mobilidade da coluna, ombros e quadris, minimizar a rigidez e o encurtamento dos 
tecidos moles, promover fortalecimento muscular, trabalhar consciência corporal e 
postural. 
 
11.2 Fibromialgia 
 
 Um dos recursos da fisioterapia que vem sendo utilizado no combate à 
Fibromialgia é a Hidroterapia, ou seja, “ uma abordagem terapêutica abrangente que 
utiliza os exercícios aquáticos para ajudar na reabilitação de várias patologias”. As 
propriedades da água são ideais para alcança objetivos terapêuticos em um 
ambiente seguro e efetivo. Notou-se, através de estudos realizados, que a 
Hidroterapia em piscina é vantajosa para pacientes fibromiálgicos, pois os 
movimentos na água são mais lentos, devido a algumas propriedades físicas da 
mesma. Estas dão suporte às estruturas corporais e permitem maior mobilidade das 
mesmas, levando desta forma, a alongamentos eficientes, além dos benefícios da 
imersão do paciente em água aquecida, que deve estar em torno de 33-36º, 
favorecendo, assim, o relaxamento muscular global. Estes efeitos proporcionam 
grande alívio dos sintomas da SFM. A piscina fornece um meio sadio e menos 
arriscado para a reabilitação pois reduz o desgaste e o impacto visto nos exercícios 
em solo. 
 
11.3 Artrites Reumatóides 
 
 Segundo Hanson e Norm, (1998), a artrite reumatóide é uma doença 
progressiva que começa com um espaçamento da membrana sinovial e 
amolecimento da cartilagem articular. A cartilagem se desgasta gradualmente até 
que fique "osso com osso". A bainha dos tendões pode inflamar-se e tornar-se 
espessa e mole, o que pode causar ruptura dos tendões. 
 Com a supervisão de profissionais treinados, as pessoas em reabilitação 
aquática podem ser tratadas com resultados positivos e aproveitar com segurança o 
exercício aquático. Além disso, como o paciente é capaz de efetuar exercícios em 
 35 
pé na água, segurando na lateral da piscina, ou usando um aparelho de flutuação, 
habilidades de natação não constituem um pré-requisito (RUOTI ETAL, 2000). 
 
Unidade 12 - Patologia Neurológica 
 
12.1 AVE 
 
 A Hidroterapia nos casos de AVE é indicada onde há alterações do tônus 
muscular, perda ou dificuldade de movimentos, contraturas, perda de equilíbrio ou 
das reações de proteção e déficit na coordenação e associação de movimentos. 
 O tratamento na piscina aquecida, para estes casos, exige especial atenção 
devido aos princípios físicos de hidrostática e hidrodinâmica e aos efeitos fisiológicos 
provocados pela imersão (temperatura da água, ritmo da atividade, tempo de 
permanência). 
 
Unidade 13 - Patologias Pediátricas 
 
13.1 Artrite Juvenil 
 
 O uso da hidroterapia como terapêutica nas doenças reumatológicas iniciou-se 
com Hipócrates (460-375). O entendimento dos princípios físicos e da 
termodinâmica da água proporciona o seu uso racional. A flutuação permite ao 
paciente caminhar com pouca sobrecarga articular devido à redução dos efeitos da 
gravidade e ao conseqüente aumento da amplitude de movimento articular. A 
pressão hidrostática exerce um efeito positivo, durante a imersão (a mesma pressão 
é exercida em todas as direções do corpo e aumenta com a profundidade), de 
diminuição de edemas, pois o sistema venoso redistribui o sangue das extremidades 
para o tórax. A resistência da água pode ser utilizada passiva e ativamente; 
movimentos passivos através da água facilitam o relaxamento e alongamento de 
tecidos moles; ativamente, a resistência da água aumenta o gasto energético 
necessário para movimentar as extremidades, promovendo fortalecimento muscular. 
A termodinâmica também deve ser levada em consideração e está relatada com a 
capacidade de o corpo submerso trocar energia (calor) com a água por meio da 
condução e convecção, tendo efeito positivo sobre tecidos moles que podem 
facilmente ser mobilizados, aumentando o grau de movimento e diminuindo a dor 
 36 
articular. Os benefícios proporcionados pela água são: relaxamento muscular, 
aumento do fluxo sanguíneo e da flexibilidade, fortalecimento muscular, reeducação 
da marcha, melhora do equilíbrio e da coordenação e, finalmente, é uma atividade 
lúdica e de recreação. 
 Templeton et al.(28), estudando os efeitos da terapia aquática na flexibilidade 
articular e capacidade funcional em pacientes com doenças reumáticas, observaram 
um decréscimo na percepção de dor e diminuição da dificuldade apresentada na 
realização das AVDs. 
 Stenstrom et al.(29) seguiram por quatro anos dois grupos de 30 pacientes 
com diagnóstico de AR. Trinta pacientes realizaram treinamento dinâmico intensivo 
na água, com freqüência de uma vez por semana durante 40 minutos; o outro grupo 
não recebeu nenhum treinamento.Ao final do estudo, os pacientes tratados 
apresentavam aumento na força muscular e nos níveis de atividade física. 
 Bacon et al.(30) estudaram os efeitos da hidroterapia em pacientes com AIJ e 
comprometimento de membros inferiores com idade entre 4 e 13 anos. O protocolo 
de treinamento foi de seis semanas e observou-se aumento significativo na ADM de 
rotações interna e externa de quadril bilateralmente, assim como aumento da força 
muscular. Takken et al.(3) realizaram um estudo-piloto em dez meninas com AIJ na 
tentativa de observar se o programa de treinamento aquático aeróbico (15 sessões 
de 60 minutos cada uma, uma vez por semana, durante 15 semanas) poderia 
aumentar não somente a resistência, mas também a capacidade funcional. Ao final 
do tratamento, foi observado aumento nas medidas de avaliação, entretanto sem 
diferença estatística. Nesse estudo, a aderência foi de 85%. Os mesmos autores 
avaliaram os efeitos de 200 Rev Bras Reumatol, v. 47, n.3, p. 197-203, mai/jun, 2007 
Bueno e cols. um programa de treinamento aquático em 54 crianças com AIJ, 
randomizadas em dois grupos: controle e tratamento com um programa de 
treinamento supervisionado de 20 sessões uma vez por semana, com duração de 
uma hora. Ao final do treinamento, não foram encontradas diferenças 
estatisticamente significantes entre os dois grupos. Takken et al.(31) sugerem que 
os exercícios sejam realizados com uma freqüência maior do que três vezes por 
semana. Epps et al (32) estudaram pacientes com AIJ e compararam os efeitos da 
combinação da hidroterapia com a fisioterapia convencional em solo e somente 
fisioterapia em solo com o intuito de avaliar o custo–benefício da hidroterapia. O 
custo foi calculado de acordo com o número de faltas ao trabalho dos pais. Cem 
 37 
pacientes faziam parte do grupo combinado e cem, do grupo solo. Os pacientes de 
ambos os grupos receberam tratamento durante dois meses, duas vezes por 
semana com duração de uma hora cada sessão. 
 
13.2 Distrofia Muscular de Duchene 
 
 Com a evolução da doença, uma das opções de tratamento pode ser a 
realização da atividade física para o meio aquático, isto é, hidroterapia. A 
hidroterapia é uma forma clássica de tratamento fisioterápico, utilizada em grandes 
variedades de disfunções. Neste tipo de atividade, as propriedades físicas da água 
aquecida promovem facilitação dos movimentos e alivio das dores, além de permitir 
o trabalho em grupo e tornar a terapia agradável, principalmente para crianças, as 
quais muitas vezes são impossibilitadas de realizar determinadas atividades em 
outro meio, senão o aquático. 
 A hidroterapia realizada em piscina terapêutica é utilizada para manter a força 
muscular, a capacidade respiratória, as amplitudes articulares e evitar os 
encurtamentos musculares. Devido as propriedades físicas da água, a 
movimentação voluntária e adoção de diversas posturas podem ser facilitadas e os 
exercícios de alongamento muscular podem ser realizados com o alívio da dor. 
 
13.3 Seqüelas de Encefalopatias e TCE 
 
 A Hidroterapia contribui de maneira significativa para a integração dos 
pacientes no processo de reabilitação. Proporciona sociabilização, independência e 
prazer pela terapia em meio líquido. 
 O setor atua nas áreas de reabilitação infantil e adulto, portadores das 
patologias: Encefalopatia Crônica não Progressiva (PC); Doenças Neuromusculares; 
Lesões Encefálicas Infantil Adquirida (LEIA); Acidente Vascular Cerebral (AVC); 
Traumatismo Crânio Encefálico (TCE); Lesão Medular; Mal Formação Congênita; 
Amputados; Doenças Reumatológicas. 
 O atendimento é feito de forma individual ou em grupo, em piscina aquecida 
com temperatura variando entre 31 e 32 graus. A Hidroterapia desenvolve dois tipos 
de atendimento: a Natação Terapêutica e a Terapia Esportiva. 
 
13.4 Autismo e Síndrome Hipercinética 
 
 38 
 Estudos demonstram que a hidroterapia é um intrumento relevante na 
intervenção com crianças que tenham necessidades especiais para melhorar o seu 
potencial em várias áreas. Tais como: 
· Estimulação motora e sensorial; 
· Tónus muscular; 
· Flexibilidade; 
· Desenvolvimento de comportamentos sociais. 
 A água é um meio óptimo para exercícios e oferece oportunidades 
estimulantes para alguns movimentos que não estão dentro dos programas 
tradicionais de exercícios no solo. Para além disso, o meio aquático fornece uma 
sensação de bem-estar. 
 James McMillan em 1949 na escola Halliwick em Londres, desenvolveu o 
Método de Halliwick com o pressuposto inicial de auxiliar pessoas com problemas 
físicos a se tornarem mais independentes para nadar. Recentemente esta técnica é 
usada por muitos terapeutas para tratar crianças e adultos com problemas 
neurológicos, na Europa e nos Estados Unidos da América. O Método Halliwick 
enfatiza as habilidades dos pacientes na água e não as suas limitações. 
 O Método Halliwick é baseado em princípios de hidrostática, hidrodinâmica e 
cinésiologia. É uma abordagem holística, que reúne conhecimentos sobre a água e 
o corpo; ensino e aprendizagem; motivação; desafio; atividades, jogos e música; 
dinâmica de grupo; questões de igualdade; e natação. 
 A atividade física no solo pode ser difícil para crianças com necessidades 
especiais, mas na água tudo se torna mais simples. A maioria das pessoas aprecia a 
água e querem aprender a nadar; e o sentimento de realização quando dominam a 
arte é enorme. Elas ganham confiança, auto-estima e interação social, porque na 
água são capazes de competir com os seus companheiros que não possuem 
necessidades especiais. 
 A água pode ser vista como meio terapêutico e ou meio de lazer. Quando se 
trata de uma criança, a conjugação destes dois meios é uma abordagem valiosa. 
 Esta terapia fornece muita estimulação visual, auditiva e através dos 
receptores da pele, devido aos efeitos da turbulência, calor e pressão hidrostática. 
Fornece também uma melhoria ao nível da respiração, um maior controlo do 
equilíbrio e controlo rotacional e vários efeitos psicológicos, tais como o aumento da 
auto-estima e a sensação de bem-estar. 
 39 
Unidade 14 - Patologias Obstétricas e Ginecológicas 
 
14.1 No pré e pós-parto 
 
 Tem como objetivo estudar os efeitos maternos (composição corporal e 
capacidade cardiovascular) e perinatais (peso e prematuridade) da prática da 
hidroterapia na gestação. Os métodos de estudo prospectivo, coorte, aleatorizado, 
com 41 gestantes de baixo risco e gestação única, praticantes (grupo estudo, n=22) 
e não-praticantes (grupo controle, n=19) de hidroterapia. Avaliações antropométricas 
definiram-se os índices de peso corporal, massa magra e gordura absoluta e 
relativa. Por teste ergométrico, definiu-se os índices de consumo máximo de 
oxigênio (VO2máx), volume sistólico (VS) e débito cardíaco (DC). Como resultado 
perinatal observaram-se ocorrência de prematuridade e recém-nascidos pequenos 
para a idade gestacional. Compararam-se os índices iniciais e finais entre e dentro 
de cada grupo. As variáveis maternas foram avaliadas pelo teste t para amostras 
dependentes e independentes e empregou-se o 2 para estudo das proporções. 
Como resultados a comparação entre os grupos não evidenciou diferença 
significativa nas variáveis maternas no início e no final da hidroterapia. A 
comparação dentro de cada grupo confirmou efeito benéfico da hidroterapia: no 
grupo estudo os índices de gordura relativa foram mantidos (29,0%) e no grupo 
controle aumentaram de 28,8 para 30,7%; o grupo estudo manteve os índices de 
VO2máx (35,0%) e aumentou VS (106,6 para 121,5) e DC de (13,5

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