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ANEMIA NA GESTAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO- INFANTIL GRUPO: BIANCA DAMASCENO BARROSO JULIANA VERÍSSIMO DE MOURA MARCOS DOUGLAS DOS SANTOS PIMENTA JR. INTRODUÇÃO • Condição na qual o número de células vermelhas do sangue e a sua capacidade de transporte de oxigênio são insuficientes para atender às necessidades fisiológicas. (WHO, 2011) • Na gestação: é a condição na qual o conteúdo de hemoglobina (Hb) no sangue está abaixo de 11 g/Dl. (Ministério da Saúde) • Estima-se que a anemia não fisiológica acomete 20% a 80% das gestações. Destas, a anemia por deficiência de ferro é a mais comum. Estima-se, ainda, que aproximadamente 50% das grávidas em todo o mundo são anêmicas, sendo que 52% encontram-se em países não- industrializados e 23% em países industrializados. TIPOS DE ANEMIA ANEMIA FALCIFORME • Uma alteração genética hereditária causada por uma mutação do gene que produz a hemoglobina. (MS) • As hemácias não exercem a função de oxigenação do corpo de forma satisfatória e causam diversas complicações em órgãos e sistemas: além da anemia crônica, há episódios de dores osteoarticulares, dores abdominais, infecções, infartos, entre outros agravos. ANEMIA FALCIFORME • Mulheres com doença falciforme apresentam maior risco de abortamento e complicações durante o parto (bebê natimorto, prematuridade, placenta prévia e descolamento prematuro de placenta, entre outras). • A indicação para mulheres com doença falciforme é que o parto aconteça no oitavo mês, pois é alta a probabilidade de ocorrer calcificação da placenta no nono mês de gestação. ANEMIA POR PERDA SANGUÍNEA AGUDA • São hemorragias que acontecem no início da gravidez, causadas, geralmente, por abortos, gravidez ectópica e mola hidatiforme. • Já na fase puerperal, podem decorrer de sangramento no local de implantação da placenta, da episiotomia, de lacerações vaginais, de lóquios e incisão da cesariana. ANEMIA FERROPRIVA • A anemia por deficiência de ferro. • Essa elevação na demanda de ferro, devido à formação de glóbulos vermelhos da mãe, do feto e da placenta, faz com que a necessidade diária do ferro aumente um miligrama (mg), sendo que na segunda metade da gestação pode atingir uma média de 6 a 7 mg de ferro por dia. ANEMIA FERROPRIVA • Com o propósito de solucionar essa deficiência, o organismo materno absorve uma maior quantidade de ferro na dieta e mobiliza seus estoques. Para gestantes, a necessidade de ferro durante todo o período gestacional é de 1.000 mg. Deste total, 300 mg são transferidos ativamente para o feto e placenta, 200 mg são perdidos através de várias vias de excreção normal e 500 mg são consumidos na segunda metade da gestação. ANEMIA PERNICIOSA • Ocorre devido a um déficit na absorção de vitamina B12 (cobalamina ou cianocobalamina) pelo jejuno. Devido a baixa produção de enzimas digestivas, fator intrínseco e ácido estomacal, o transporte dessa vitamina fica prejudicado. • Os sintomas são alterações neurológicas, progressivas e mortais quando não é realizado um tratamento adequado; fraqueza; convulsões e dano irreversível na parede gástrica. • Possíveis consequências: aumento do risco de malformações congênitas, nomeadamente defeitos no tubo neural, ou ainda parto prematuro. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • Tem sua origem na carência de ácido fólico (vitamina B9). • Provoca alteração no tamanho e na maturidade das hemácias, além da diminuição de leucócitos e plaquetas. No hemograma as células apresentam-se normocrômicas e macrocíticas. • Pode resultar em malformações congênitas e parto prematuro. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • É muito comum se confundir anemia megaloblástica com anemia perniciosa. A anemia perniciosa é um tipo de anemia causada pela deficiência de vitamina B12 devido à inibição do fator intrínseco, sendo assim, uma das causas da anemia megaloblástica, e não a mesma patologia com denominação diferente. SINAIS E SINTOMAS • Palidez (pele, lábios e unhas); • Comprometimento do desempenho físico e mental; • Maior risco pré-eclâmpsia; • Alterações cardiovasculares; • Diminuição da função imunológica; • Menor tolerância às perdas sanguíneas do parto, resultando em maior risco de anemia pós-parto e hemotransfusão. FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ANEMIA NA GESTAÇÃO • Gravidez de gêmeos ou de múltiplos. • Intervalo reduzido entre duas gestações consecutivas. • Vômito devido aos enjoos. • Dieta pobre em vitaminas e minerais. • História de anemia prévia. • Gravidez na adolescência. CUIDADOS DE ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM: GERAIS • Monitorar os sinais e sintomas de anemia: letargia, fraqueza, fadiga, palidez aumentada, dispneia ao esforço (durante o exame físico). • Monitorar os valores laboratoriais, incluindo a contagem completa dos componentes sanguíneos. • Aplicar a escala de dor, monitorar os sintomas, e intervir de acordo com a intensidade relatada pelo paciente. CUIDADOS DE ENFERMAGEM: ANEMIA FERROPRIVA • Evitar chá, café, leite e seus derivados antes e após as refeições, pois prejudicam a absorção de ferro no organismo. • Orientar o consumo de alimentos ricos em vitamina C para ajudar na absorção de ferro. CONCLUSÃO • Com isso concluímos que o pré-natal é indispensável para a gestante, pois a acompanha durante toda a sua gravidez, seja instruindo essa mãe em algumas dúvidas comuns ou na coleta de dados através de exames rotineiros. • Quando aparecem algumas intercorrências, os dados do pré-natal ajudam a fechar um diagnóstico mais rápido e com isso resolver com mais eficácia a patologia dessa mãe de modo que não afete a gestante nem o bebê, assim evitando também o stress da mesma. REFERÊNCIAS • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Atenção ao Pré- natal de baixo risco. Cadernos de Atenção Básica. Brasília (DF); 2012. • CUNNINGHAM, F. G. et al. Williams Obstetrícia. 23ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora; 2012. • CONTRAN, R. S., KUMAR, V.; ROBBINS, S. Patologia estrutural e funcional. Guanabara: Rio de Janeiro, 1986. • LEHMAN, D. D., SACKEIM, G. I. Química e Bioquímica para Ciências Biomédicas. Manole: Barueri: 2001. REFERÊNCIAS • PESSOA, L. S.; SAUNDERS, C.; BELFORT, G. P.; SILVA, L. B. G.; VERAS, L. S.; ESTEVES, A. P. V. S. Evolução temporal da prevalência de anemia em adolescentes grávidas de uma maternidade pública no Rio de Janeiro. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. Vol.37. No. 5. Rio de Janeiro, 2015. • MODOTTI, M. T. C. F.; MODOTTI, C. C.; MARCELINO, M. Y.; OLIVA, T. B.; DIAS, D. S.; DIAS, F. N. B.; RODRIGUES, N. P.; MODOTTI, W. P. Anemia ferropriva na gestação: controvérsias na suplementação do ferro. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.br/2015/vol48n4/REV4-Anemia-ferropriva-na-gestacao.pdf>. • WORLD HEALTH ORGANIZATION. Iron deficiency anaemia: assessment, prevention and control: a guide for programme managers. Geneva: WHO; 2001. Disponível em: <http://www.who.int/nutrition/publications/micronutrients/anaemia_iron_deficiency/WHO_ NHD_01.3/en/>. REFERÊNCIAS • THAME, G.; SHINOHARA, E. M. G.; SANTOS, H. G.; MORON, A. F. Folato, Vitamina B12 e Ferritina Sérica e Defeitos do Tubo Neural. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v20n8/a04v20n8.pdf>. • LIMA. M. M. S.; DINIZ, C. P.; SOUZA, A. S. R.; MELO, A. S. O.; NETO, C. N. Ácido Fólico na prevenção de gravidez acometida por morbidade fetal: aspectos atuais. Rev. Femina, vol. 37. No. 10. 2009. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/0100- 7254/2009/v37n10/a010.pdf>. • BARROS, S. M. O.; COSTA, C. A. R. Consulta de enfermagem a gestantes com anemia ferropriva. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.7, nº.4 Ribeirão Preto Oct. 1999. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11691999000400014>.
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