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DIREITO ADMINISTRATIVO II EXERCÍCIOS


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DIREITO ADMINISTRATIVO II - CCJ0011 
Semana Aula: 1 
GABARITO 
O examinando deve identificar o enquadramento da empresa de distribuição de energia 
elétrica como uma empresa privada prestadora de serviço público, sujeita, portanto, a 
responsabilização objetiva (independente de dolo ou culpa) pelos danos advindos de suas 
atividades, conforme artigo 37, §6º, da Constituição da República. Em razão de tal fato, deve a 
empresa responder pelos danos causados pelo choque oriundo de sua rede de distribuição, 
uma vez que restou constatado o nexo causal. 
Em relação ao possível direito de regresso, deve o examinando negar essa possibilidade, já que 
tal recurso somente se torna viável em casos de dolo ou culpa do agente causador do dano. 
GABARITO: “C” 
De acordo com o art. 37, § 6°, da CF, as pessoas jurídicas de direito público só respondem por 
atos de seus agentes públicos quando estes causam dano a alguém enquanto atuam na 
qualidade de agente público. Um exemplo é o caso de um policial em serviço, que, ao 
perseguir um suspeito, mesmo sem necessidade, resolver atirar para matá-lo Nossos tribunais, 
em alguns casos, também entendem que poderá haver responsabilidade estatal quando um 
policial, mesmo em horário de folga, usa arma da corporação para cometer urn ato ilícito. No 
entanto, caso um policial, em horário de folga, tratando de questão não afeia ao seu serviço e 
utilizando arma que não é da corporação, acaba vindo a matar alguém, não se vem 
reconhecendo a responsabilidade do Estado, sob o argumento de que o agente público não 
estava aluando na qualidade de agente público quando empreendeu o ato lesivo Dessa forma, 
somente a alternativa. 
Semana Aula: 2 
GABARITO 
O examinando deve indicar que se trata do instituto da ocupação temporária de bens privados 
ou da requisição, tal como prevê o artigo 5º, XXV, da CRFB. A ocupação temporária de bens 
privados consiste no apossamento, mediante ato administrativo unilateral, de bem privado 
para uso temporário, em caso de iminente perigo público, com o dever de restituição no mais 
breve espaço de tempo e eventual pagamento de indenização pelos danos produzidos. 
Deve o examinando explicitar que se trata de instrumento de exceção e que exige a 
configuração de uma situação emergencial. E, mais, que a ocupação independe da 
concordância do particular e que se configura instituto temporário, a ser exercido por meio de 
ato administrativo. 
Questão objetiva 
GABARITO: “B” 
A requisição administrativa consiste na compulsória e auto-executória utilização, pela 
Administração, de bens ou serviços particulares, em caso de iminente perigo público, com 
indenização superveniente ao prejudicado, se houver dano. 
Exemplo de requisição é o uso compulsório de um clube particular para abrigar pessoas que 
ficaram sem casa por conta de um grande temporal numa dada localidade. Assim, a afirmativa 
l está incorreta, pois a requisição tem caráter transitório, e não definitivo, como ocorre com a 
desapropriação. A afirmativa II está incorreta, pois a requisição incide também em outros 
casos de iminente perigo público, como o exemplo do tem-poral, dado acima. A afirmativa III 
está correta, pois a indenização se dá posteriormente, como se viu, e não como na 
desapropriação, em que a indenização é prévia. A afirmativa IV está incorreta, pois, como se 
viu, a requisição se dá sobre bens (móveis ou imóveis) ou serviços. 
Semana Aula: 3 
GABARITO 
O tema da competência municipal na matéria está explicitado no 24, VII da CF, que consagra 
uma competência concorrente em favor dos diversos entes federados – inclusive os 
municípios. A solução constitucional, aliás, se coaduna com os termos do art. 216, § 1º CF, que 
ao aludir aos deveres de preservação do patrimônio, alude genericamente ao Estado. 
Já a aplicação analógica preconizada – do chamado princípio da hierarquia, aplicado em 
relação à desapropriação – não se põe na espécie, vez que se cuida de tombamento, 
modalidade de intervenção do Estado na propriedade privada que não determina a perda 
dessa última. 
Referência: 
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 18.952 - RJ (2004/0130728-5) RELATORA : 
MINISTRA ELIANA CALMON RECORRENTE : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROCURADOR : 
ANTONIO DE F. MURTA FILHO E OUTROS T. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO IMPETRADO : PREFEITO MUNICIPAL DE NITERÓI. EMENTA ADMINISTRATIVO – 
TOMBAMENTO – COMPETÊNCIA MUNICIPAL. 
1. A Constituição Federal de 88 outorga a todas as pessoas jurídicas de Direito Público a 
competência para o tombamento de bens de valor histórico e artístico nacional. 2. Tombar 
significa preservar, acautelar, preservar, sem que importe o ato em transferência da 
propriedade, como ocorre na desapropriação. 3. O Município, por competência constitucional 
comum – art. 23, III –, deve proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos. 4. 
Como o tombamento não implica em transferência da propriedade, inexiste a limitação 
constante no art. 1º, § 2º, do DL 3.365/1941, que proíbe o Município de desapropriar bem do 
Estado. 5. Recurso improvido. 
GABARITO: “B” 
A: a servidão é um ônus real que permite à Administração usar um bem para a prestação de 
um serviço público ou para uma obra pública: normalmente, a servidão atinge apenas parte de 
um imóvel (ex.: servidão para a instalação de uma antena de celular num pedaço de uma 
propriedade): dessa forma, a servidão não afeta o carater absoluto do direito de propriedade: 
B: de fato, a limitação administra-tiva vem prevista em lei, impondo obrigações negativas ou 
positivas às pessoas: por se tratar de uma imposição geral (atinge a todos que estão em dada 
situação), a limitação administrativa não gera o direito de indenizar; um exemplo de limitação 
administrativa é a lei de trânsito, que condiciona nossa liberdade e nossa propriedade para 
resguardar o bem estar social: C: a requisição de bens ou serviços atinge um bem determinado 
(por ex,: um ginásio esportivo de um clube privado), para apaziguar uma situação de iminente 
perigo público (por ex.: pessoas desabrigadas por conta de uma grande enchente); D: o 
tombamento não é instituído em benefício de um serviço público, mas com o objetivo de 
proteger um bem de valor histórico ou cultural. 
 
Semana Aula: 4 
GABARITO 
A desapropriação é forma de intervenção estatal na propriedade privada em que há a 
supressão da propriedade particular, ocasionando sua transferência para o Poder Público. 
Entretanto há a possibilidade da destinação a ser dada ao bem desapropriado não ser a 
inicialmente pre-vista, oportunidade em que se transfere o bem ou até mesmo se desvia a 
finalidade do instituto ao permitir que terceiro seja beneficiado com a utilização do bem 
desapropriado. Quando uma dessas duas oportunidades ocorre, tem-se a chamada 
tredestinação ilícita. Abre-se ainda a possibilidade de ocorrer a tredesti-nação lícita, onde o 
Poder Público que expropriou o bem dá a este outro destino, mas mantendo como pano de 
fundo o interesse público. 
Na situação hipotética ocorreu tredestinação lícita, porque a constru-ção de uma escola 
pública em vez de um hospital mantém o interesse público subjacente. O instituto que autoriza 
o retorno do imóvel ao antigo proprietário é chamado de retrocessão, definido como o direito 
de preferência que tem o primitivo proprietário para reaver o bem objeto de desapropriação, 
quando houver tredestinação ilícita ou desinteresse pela utilização do bem desapro-priado, 
conforme o art. 35 do Decreto-Lei n. 3.365/41 e art. 519 do CC. Assim sendo, não cabe a Paulo 
e Maria o direito de retrocessão. 
GABARITO:“B”. 
A - Incorreta, pois, como há previsão de depósito prévio para a imissão provisória, os 
tribunais entendem constitucional o instituto; 
B – Correta (art. 182, parágrafo 4°, III, CF); 
C - Incorreta(art. 2°,§1°, da Lei 8.629/93 e art. 184, caput. da CF); 
D - incorreta (art. 243 da CF); 
E – Incorreta (art. 26, parágrafo 1°, do Dec.-lei 3.365/41). 
 
Semana Aula: 5 
GABARITO 
Tratando-se de área de preservação ambiental tombada pelo Poder Público, o ponto nodal da 
questão é saber se, alegada a urgência e efetuado o depósito do preço estabelecido pelo Juízo, 
sem a oitiva da parte contrária, pode ser deferida a imissão de posse. 
A faculdade estabelecida no § 1o do art. 15, do Decreto-Lei 3.365/41 – “A imissão provisória 
poderá ser feita, independentemente da citação do réu, mediante o depósito” – deve ter 
interpretação restrita, se considerarmos que, na atual situação, os entes públicos procrastinam 
no tempo a satisfação de suas dívidas, sob a alegação de indisponibilidade de recursos. 
O preceito constitucional cogente determina que no caso de desapropriação a indenização seja 
prévia, integral e justa, motivo porque caberá ao Judiciário cercear aquelas pretensões de 
administrações que, sem o prévio plano de investimento, se ançam em obras ou 
empreendimentos que depois não poderão ser honrados por seus sucessores políticos. 
Sem querer entrar na discricionariedade do administrador, deve-se questionar quanto à 
planificação das despesas decorrentes da expropriação ou resguardar-se os direitos do 
expropriado, permitindo-lhe acompanhar a perícia oficial e mesmo dela discordar. 
No caso vertente, a expropriada não foi citada e o valor ofertado é muito aquém do valor 
venal do imóvel para efeitos tributários, tendo como motivo a depreciação sofrida pelo bem 
em razão de seu tombamento pelo Poder Público Federal, exatamente pelos mesmos motivos 
que determinaram a expropriação, ou seja, ser área de preservação permanente. 
Para se evitar constitua a expropriação um confisco e que, apesar da redação que se deu ao 
art. 15 do citado Decreto-Lei, através da Medida Provisória 1901 de 24/09/99, não venha de 
futuro o expropriado a receber as diferenças a que faz jus, já que terá que se submeter a um 
procedimento administrativo demorado e cuja solução estará diretamente vinculada ao poder 
expropriante, é que se deve dar provimento parcial ao embargo para que possa o agravante 
proceder a quesitação suplementar e apresentar laudo técnico por seu assistente, decidindo o 
Juiz o quantum que deverá ser depositado antes da efetivação da imissão. 
GABARITO: “A”. 
“A” – Competência exclusiva da União (art. 22, II, da Constituição Federal). 
“B” – Na desapropriação só se discute o valor a ser pago (art. 20, DL 3365/41). 
“C” e “D” – Consultar art. 2°, § 2°, do DL 3.365/41. 
Semana Aula: 6 
GABARITO 
a) Sim, cabem juros compensatórios em caso de ter havido imissão provisória na posse, 
computando-se a partir da imissão. 
Súmula 164 – STF No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a 
antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência. 
Súmula 69 – STJ Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a 
antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do 
imóvel. 
b) Cuida-se de matéria disposta na Lei Complementar nº 76/93, in verbis: 
Art. 3º. A ação de desapropriação deverá ser proposta dentro do prazo de dois anos, contado 
da publicação do decreto declaratório. 
c) Não ofende a garantia constitucional da justa e prévia indenização a regra que autoriza a 
imissão provisória do expropriante na posse do imóvel, mediante o depósito de seu valor 
cadastral (Lei 3365/41, art. 15, § 1º, c). Entendimento consolidado do STF, que prevalece em 
face da CF/88. Precedentes citados: RE 116409-RJ (RTJ 126/854); RE 191661-PE (RTJ 101/717); 
RE 89033 (RTJ 88/345). RE 195.586-DF, rel. Min. Octavio Gallotti, 12.03.96. 
d) A lei só permite, na fase judicial da expropriação, a impugnação do preço oferecido ou a 
denúncia de vício da expropriação, e ainda veda a reivindicação do bem incorporado à fazenda 
pública, mesmo em havendo nulidade processual (art. 20, Decreto-Lei nº 3.365/41). 
O registro é tratado no disposto na Lei Complementar nº 76/93, in verbis: 
Art. 6º O juiz, ao despachar a petição inicial, de plano ou no prazo máximo de quarenta e oito 
horas: (...) 
III - expedirá mandado ordenando a averbação do ajuizamento da ação no registro do imóvel 
expropriando, para conhecimento de terceiros.(...) 
§ 6° Integralizado o valor acordado, nos dez dias úteis subseqüentes ao pactuado, o Juiz 
expedirá mandado ao registro imobiliário, determinando a matrícula do bem expropriado em 
nome do expropriante. 
COMPETÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA DE INDENIZAÇÃO CONTRA A UNIÃO FEDERAL E A FUNAI. 
2. PARQUE NACIONAL DO XINGU. 3. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. 4. DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
AO ESTADO-MEMBRO QUE VENDEU O IMÓVEL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, ART. 70. 
HIPÓTESE EM QUE OS AUTORES ADQUIRIRAM O IMÓVEL DO ESTADO-MEMBRO. 5. A 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE NÃO SE FAZ PER SALTUM. (...) 6. Na desapropriação indireta, ocorre, 
tão só, súplica de indenização pela perda do imóvel, cuja reivindicação se faz inviável. (...). (STF 
– ACO-QO 305 / MT – Relator (a) Ministro (a) NÉRI DA SILVEIRA) 
GABARITO: “A” 
“A “ - de fato. os juros compensatórios têm por finalidade compensar o proprietário pela perda 
antecipada da posse da coisa sem o recebimento integral dos valores que lhe cabem; “B” - os 
juros compensatórios, de acordo com a Súmula 618 do STF. são sempre de 12% ao ano; “C” - 
os juros moratórios são contados a partir do momento em que o Poder Público está em mora 
no pagamento da indenização; como o paga-mento, de regra, é feito por precatório, esse 
atraso só passa a existir "a partir de r de janeiro do exercício seguinte àquele em que o 
pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição" (art. 15-B do Dec-lei 
3.365/41); o mesmo dispositivo estabelece que esses juros serão de 6% ao ano; esse 
dispositivo não foi alterado pelo STF; “D” - os juros compensatórios são de 12% ao ano. 
Semana Aula: 7 
GABARITO 
A desapropriação é uma forma de intervenção estatal na pro-priedade privada em que há a 
supressão da propriedade particular, oca-sionando sua transferência para o Poder Público. 
Entretanto há a possi-bilidade de a destinação a ser dada ao bem desapropriado não ser a ini-
cialmente prevista, como no caso em que o Poder Público transfere o bem a terceiro ou até 
mesmo desvia a finalidade do instituto ao permitir que terceiro seja beneficiado com a 
utilização do bem desapropriado. 
Quando uma dessas duas oportunidades ocorre, tem-se a chamada tredestinação ilícita. Abre-
se ainda a possibilidade de ocorrer a tredestinação lícita, onde o Poder Público que expropriou 
o bem dá ao mesmo outro destino, mas mantendo como pano de fundo o interesse público. 
A partir destas considerações iniciais, o instituto que autoriza o retor-no do imóvel â Maria é 
chamado de retrocessão, definido como o direito de preferência que tem o primitivo 
proprietário para reaver o bem objeto de desapropriação, quando o Poder Público 
desapropriante pretender alienar o mesmo a terceiro, por não ter dado a ele a devida 
destinação. Tem também o antigo proprietário este direito no caso de não ser dada nenhuma 
destinação pública ao bem ou no caso de tredestinação ilícita. 
Vale lembrar que a retrocessão é tratada no art. 35 do Decreto-Lei n. 3.365/41 e no art. 519 do 
CC. Quanto à natureza jurídica do instituto da retrocessão, há profunda divergência 
doutrinária e jurisprudencial. Alguns autores entendem tratar-se de direito real, ou seja,oponível erga omnes, ao argumento que a CF/88 autoriza a desapropriação se houver os 
pressupostos estabelecidos. Em não ocorrendo a finalidade da desapropriação 
(necessidade/utilidade públicas ou interesse social), teria o antigo proprietário o direito real de 
reivindicar o bem. A aquisição da propriedade por intermédio da desa-propriação teria caráter 
resolúvel: não sendo completada a aquisição por faltar-lhe a finalidade, resolve-se esta e o 
bem reingressa no património do particular. O STJ tem várias decisões adotando este 
posicionamento. 
Outra corrente entende ser a natureza jurídica da retrocessão um di-reito pessoal, pois 
havendo tredestinação ilícita, restaria ao primitivo proprietário do bem somente resolver a 
situação em ação de perdas e danos, não podendo reaver o bem. Outro forte argumento desta 
corrente é que, conforme redação do art. 35 do Decreto-Lei n. 365/41, o ex-pro-prietário 
perde o direito de reivindicar o bem. A depender da corrente adotada, a ação utilizada pelo 
proprietário será de natureza real ou pes-soal. Sendo de natureza real, o prazo prescricional é 
o prazo geral inscul-pido no art. 205 do CC (10 anos). Sendo de natureza pessoal o prazo é o 
mesmo que para demais pretensões indenizatórias contra o Poder Público (5 anos, conforme 
fixado no Decreto n. 20.910/32).Finalizando, o termo inicial do prazo prescricional nasce com a 
viola-ção do direito, ou seja, a partir do momento em que o imóvel foi cedido a um terceiro. 
 
GABARITO: “A” 
Esta hipótese é que se aplica aos casos em que seja previsível, pelo Poder Público, a 
valorização extraordinária das zonas próximas à obra ou serviço públicos, sendo-lhe permitido, 
por lei, declarar de utilidade pública as áreas abrangidas por esta zona, para fins de 
desapropriação. Esta desapropriação de áreas adjacentes que sofreram valorização em razão 
do investimento público aplicado em obras ou serviços, objeto de desapropriação originária, se 
justifica, primordialmente, para fins de revenda das áreas beneficiadas, de forma que a 
Administração Pública possa ressarcir-se das despesas dispensadas à execução da obra 
principal, a qual gerou a valorização das demais áreas. Não se pode esquecer, ainda, que este 
ato em si já será oneroso aos cofres públicos, já que à desapropriação equivalerá uma 
conseqüente indenização. 
O decreto-lei nº 3.365/41, em seu já citado art. 4º, dispõe expressamente sobre as “zonas que 
se valorizem extraordinariamente”. A interpretação desta expressão, contudo, deve ser mais 
genérica, abarcando não somente as áreas não edificadas, mas também os terrenos 
edificados. 
Semana Aula: 8 
GABARITO 
No vigente sistema de partilha constitucional de atribuições, a competência quase que 
absoluta para atuação do Estado-Regulador é da União Federal. 
No elenco da competência administrativa privativa (art. 21), encontram-se várias atribuições 
que indicam essa forma de atuar estatal. Entre eles estão a elaboração e execução de planos 
nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social (inc. 
IX); a fiscalização de operações financeiras, como a de crédito, câmbio, seguros e previdência 
privada (inc. VIII); a reserva da função relativa ao serviço postal (inc. X); a organização dos 
serviços de telecomunicações, radiodifusão, energia elétrica (incs. XI e XII); o aproveitamento 
energético dos cursos d’água e os serviços de transportes (inc. XII, b, c, d e e). O mesmo se 
passa com relação à competência legislativa privativa, prevista no art. 22 da CF, dentro da qual 
estão também previstas diversas atribuições específicas da União. Destacam-se as 
competências para legislar sobre comércio exterior e interestadual (inc. VII); sobre organização 
do sistema nacional de empregos (inc. XVI); sobre os sistemas de poupança, captação e 
garantia da poupança popular (inc. XIX); diretrizes da política nacional de transportes (inc. IX); 
sobre jazidas, minas e outros recursos minerais (inc. XII). Em cada uma das atribuições 
constitucionais privativas pouco, ou nada, resta para as demais pessoas federativas, o que 
denuncia claramente a supremacia da União como representante do Estado-Regulador da 
ordem econômica. 
Na relação de atribuições que formam a competência legislativa concorrente da União, dos 
estados e do Distrito Federal é que a Constituição contemplou algumas funções supletivas para 
estas últimas entidades federativas. Assim é que no art. 24 compete a essas pessoas, 
concorrentemente, a legislação sobre direito econômico e financeiro (inc. I); sobre produção e 
consumo (inc. V); proteção do meio ambiente (inc. VI). A competência da União, nesses casos, 
encerra a produção de normas gerais, cabendo às demais entidades políticas a edição de 
normas suplementares (art. 24, §§ 1º e 2º, CF). Frise-se que só a União, Estados e o Distrito 
Federal possuem competência para o disposto acima, ficando, o Município, excluído. 
A única hipótese pra que o Município possa legislar sobre atividades relacionadas à 
intervenção no domínio econômico esta prevista no art. 23 da CF, pois trata de competência 
administrativa comum. Por essa competência, cabe a todas as entidades federativas, 
concorrentemente, proteger o meio ambiente (inc. VI); fomentar a produção agropecuária e 
organizar o abastecimento alimentar (inc. VIII); combater as causas da pobreza e promover a 
integração social dos segmentos hipossuficientes (inc. X). 
Desta forma, qualquer projeto de lei que verse sobre as hipóteses do art. 23, CF, referente à 
intervenção no domínio econômico não terá sua constitucionalidade atacada. 
GABARITO: “D”