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Conteúdo - Curso de Nivelamento - Língua Portuguesa - Etapa 2 ORTOGRAFIA, TONICIDADE DA SÍLABA, ACENTUAÇÃO E USO DA CRASE Preparado para mais uma etapa? Você já ouviu a palavra TO-NI-CI-DA-DE? Se sim, ótimo. Vamos aprofundar algo que você já conhece. Se não, esta é uma ótima oportunidade para conhecê-la. Embarque nessa aventura rumo ao conhecimento. Seremos parceiros nessa jornada. Antes de iniciarmos o estudo da acentuação gráfica, devemos conhecer a sílaba tônica das palavras. Todas as palavras da Língua Portuguesa apresentam uma sílaba tônica. Sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade, mais força que as demais. As outras são chamadas átonas. Só existe uma sílaba tônica em cada palavra. Por exemplo: na palavra cadeira, a sílaba tônica é a penúltima (dei); as outras (ca) e (ra) são átonas. Na língua portuguesa, a sílaba tônica só pode ocorrer nas três últimas sílabas (sempre contadas de trás para frente): a última é chamada de oxítona; a penúltima, de paroxítona; e a antepenúltima, de proparoxítona. NOTA - ATENÇÃO: Nem todas as palavras da nossa língua são acentuadas. Apesar de existirem palavras que não levam acento, elas possuem sílaba tônica. Veremos adiante em que ocasiões devemos acentuar as palavras, conforme algumas regras, mas lembre-se de que, quando uma palavra recebe acento, este deve ser colocada necessariamente na sílaba tônica. Exemplos: Ja-ca-RÉ (última) - oxítona Ca-RÁ-ter (penúltima) - paroxítona MÁ-qui-na (antepenúltima) - proparoxítona Portanto, de acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras podem ser classificadas em: Oxítonas – café, Peru. Paroxítonas – cadeira, lápis. Proparoxítonas – médico, lâmpada. Em todos os exemplos mencionados tínhamos palavras com mais de uma sílaba. Existem, todavia, na nossa língua, as palavras com uma única sílaba, são os chamados monossílabos, que podem ser tônicos ou átonos. Tônicos: são independentes e possuem a mesma força das sílabas tônicas. Ex.: ré, tua, cá etc. Átonos: precisam de outras palavras que lhe deem suporte, pois não são independentes e se parecem com sílabas átonas. Não têm sentido quando usadas de forma isolada. Fazem parte desse grupo os artigos, pronomes oblíquos, preposições, junções de preposições e artigos, conjunções, pronome relativo que. Ex.: a, lhe, com etc. Agora que já sabemos o que é tonicidade e que, conforme a posição da sílaba tônica, as palavras podem ter classificações diferentes, veremos em que situações devemos acentuar ou não as palavras. Preparados? Então, vamos em frente! Regras Fundamentais: Oxítonas – acentuam-se todas as palavras oxítonas (sílaba tônica – última) terminadas em: a(s), e(s), o(s) ,em e ens. Ex.: Pará, café, jilós, também, parabéns. NOTA - ATENÇÃO: Atenção para as oxítonas sem acento: a maioria das pessoas costuma acentuar palavras oxítonas terminadas em “U”. Lembrem-se: oxítonas terminadas em “U” não são acentuadas. Portanto, as palavras: angu, anu, Aracaju, babaçu, belzebu, bambu, iglu, Iguaçu, inhambu, Itaipu, Itu, jaburu, jacu, peru, pirarucu, surucucu, tatu e tantas outras não recebem acento. A regra das oxítonas é usada também nos seguintes casos: Monossílabos tônicos terminados em a, e, o, seguidos ou não de “s”. Ex.: pá, pé, pó. Formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidas de lo, la, los, las. Ex.: amá-lo, vendê-lo, pô-lo. NOTA - ATENÇÃO - O acordo ortográfico permitiu o uso tanto do acento agudo quanto do circunflexo nos casos de vogais finais e e o de palavras oxítonas. No Brasil usa-se o circunflexo e em Portugal, agudo. Ex.: Bebê / bebé. Cocô / Cocó. Paroxítonas – acentuam-se todas as palavras paroxítonas terminadas em: -i – is: júri, tênis; -us – um – uns: bônus, álbum, álbuns; -l – n – r – x – ps: fácil, hífen, caráter, tórax, bíceps; -ã – ãs – ão – aos: órfã – órfãs – órgão – órgãos; Ditongo crescente: sério, ânsia, mágoa. NOTA - ATENÇÃO: De acordo com a nova regra, os ditongos abertos ei, oi, que eram acentuados nas palavras paroxítonas, perderam o acento. Ex.: Antes Agora Assembléia Assembleia Idéia Ideia Jibóia Jiboia Importante – O acento dos ditongos abertos éi, éu e ói de palavras oxítonas ainda permanece. Ex.: anéis, chapéu, herói. Proparoxítonas – todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. Ex.: médico, úmido, lâmpada. NOTA - ATENÇÃO: O acordo ortográfico permitiu o uso tanto do acento agudo ou circunflexo nas vogais e e o tônicas, em final de sílaba, seguidas de m ou n. Neste caso, acadêmicos, no Brasil usa-se o circunflexo e em Portugal, agudo. Ex.: Acadêmico / académico. Higiênico / higiénico. NOTA - ATENÇÃO: Os prefixos semi, super, inter, anti etc, apesar da terminação, não são acentuados. Acento nas vogais I e U. Acentuam-se as vogais i e u tônicas dos hiatos, acompanhadas ou não de s. Ex.: saúde, país, juíza, caíste. Relembrando: Hiato é o encontro de dois sons vocálicos pronunciados em sílabas separadas. Ex.: escoar (es-co-ar), traído (tra-í-do). NOTA- Atenção: Não haverá mais acento no i e u tônicos dos hiatos quando vierem depois de ditongo. Relembrando: Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba. Ex.: Antes Agora Bocaiúva Bocaiuva Feiúra Feiura E tem mais! O acento que se usava sobre a primeira vogal dos hiatos ee e oo não existe mais, portanto, agora o nosso VOO é sem acento, só com poltrona. E cadê aquele sombreiro gostoso na hora da leitura? O LEEM ficou sem sombreiro... Antes, escrevíamos assim: vôo, abençôo, lêem, crêem... Agora, escrevemos assim: voo, abençoo, leem, creem... Não se acentuam o i e u tônicos dos hiatos quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ex.: Ru-im, ju-iz, com-tri-bu-in-te. Não se acentuam as letras i e u dos hiatos quando seguidos de nh. Ex.: Ra-i-nha, ba-i-nha. Não se acentuam as letras i e u dos hiatos se vierem antepostas vogais idênticas. Ex.: Xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba. NOTA – No entanto, atenção! Em se tratando de palavras proparoxítonas, haverá acento, pois prevalece a regra das proparoxítonas sobre a dos hiatos. Ex.:Fri-ís-si-mo. As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com u tônico precedido de g ou q e seguido de e ou i não são mais acentuadas. Ex.: Antes apazigúe (apaziguar) averigúe (averiguar) argúi (arguir) Depois apazigue averigue argui Acentos Diferenciais Acentua-se a terceira pessoa do plural dos ter e vir, para diferenciar da terceira pessoa do singular. Ex.: Ele tem – eles têm Ele vem – eles vêm Atenção ! A mesma regra vale também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster. Ex.: Ele contém – eles contêm Ele obtém – eles obtêm Ele retém – eles retêm Ele convém – eles convêm As palavras homógrafas (palavras diferentes no significado e na pronúncia, mas que se escreve de modo idêntico), que antes eram acentuadas para diferenciar de outras semelhantes, não recebem mais acento. Muita atenção agora, nesta regra temos exceções: EXCEÇÕES: - A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para diferenciar- se de pode(terceira pessoa do singular do presente do indicativo). - O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por. Palavras homógrafas Pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivo Polo (s) (substantivo) - polo(s) (contração de por + o) Pera (substantivo) - pera (preposição antiga) Para (verbo) - para (preposição) Pelo(s) (substantivo) - pelo (contração) Pelo (do verbo pelar) - pelo (contração) Pela, pelas (substantivo e verbo) - pela (contração) NOTA - ATENÇÃO - Antes de encerrarmos nosso estudo sobre acentuação, ufaaaaaaaa...está quase no fim, vale uma observação importante sobre o que na Língua Portuguesa chamamos de Ortoepia e Prosódia. Para que nossa comunicação seja perfeita, é essencial que pronunciemos corretamente as palavras. As partes que estudam tais aspectos são a ortoepia e a prosódia. A ortoepia ou ortoépia (do gr. orthós, “reto”, “direito” + épos, “palavra”) trata da pronúncia e articulação correta das palavras. Os desvios de ortoepia são características da linguagem coloquial. Ex.: “róba” em vez de rouba, “alejar” em vez de aleijar. A prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras. Ex.: sabia (do verbo saber), sabiá (pássaro) e sábia (mulher que sabe muito). Transformar uma palavra paroxítona em proparoxítona é, por exemplo, um desvio de prosódia. Veja: Tonicidade correta Desvio de Prosódia ruBRIca rúbrica aVAro ávaro ruIM rúim filanTROpo filântropo Material Complementar Para um melhor aproveitamento deste conteúdo, é aconselhável a revisão de separação silábica e encontros vocálicos. Muitas vezes, o problema de acentuação não está no desconhecimento da regra, e sim na fala viciosa de algumas palavras. Ex.: ru-BRI-ca, ÍN-te-rim. Os tópicos que tratam deste assunto são intitulados ortoepia e prosódia. As formas verbais terminadas em -I, acrescidas da variante do pronome oblíquo (-LO, -LA, -LOS, -LAS), só serão acentuadas se este -I estiver em hiato e for tônico. Ex. atribuí-lo x parti-lo. As paroxítonas terminadas em -n, quando pluralizadas, não recebem mais acento. Pólen x polens, hífen x hifens. Tanto as palavras monossílabas quanto as oxítonas terminadas em -A(S), -E(S), -O(S) são acentuadas, entretanto, são princípios diferentes que justificam o acento. As paroxítonas terminadas em -R, -X, -N, -L são acentuadas. As paroxítonas terminadas em ditongo crescente (chamados falsos ditongos), atualmente também estão sendo consideradas como proparoxítonas. Para se optar por uma justificativa ou outra, dá-se prioridade à primeira. Ex.: his-tó-ria ou his-tó-ri-a. As palavras terminadas pelo sufixo -MENTE, -ZINHO(S) ou - ZINHA(S) não recebem acento grave. ADAPTADO DE: PORTUGUÊS ON LINE. Dicas - Acentuação gráfica. Disponível em: . Acesso em: 10 dez. 2010. Dicas – Tonicidade Prosódia São oxítonas: Cateter, Cister, condor, masseter, mister (= necessário), negus (soberano etíope), Nobel, obus (peça de artilharia), novel (novato), ruim (hiato), sutil, ureter, Xerox. São paroxítonas: Alanos (povo bárbaro), alcácer (fortaleza), ambrosia (manjar delicioso), avaro, avito, aziago, barbaria, batavo (holandês), caracteres, celtiberos, cartomancia, ciclope, decano, diatribe (crítica), edito (lei, decreto), efebo (rapaz que chegou à puberdade), estrupido (grande estrondo), êxul (exilado), filantropo, fortuito (ditongo), gratuito (ditongo), homizio (refúgio), hosana, ibero, imbele (não belicoso), inaudito, látex, libido, luzidio, Madagáscar, maquinaria, matula (súcia; farnel), mercancia (mercadoria), misantropo, necropsia, nenúfar (planta), Normandia, onagro (jumento), ônix, opimo (excelente, abundante), penedia (rochedo), policromo, poliglota, pudico, quiromancia, recorde, refrega (peleja), rócio (orgulho), rubrica, ubíquo. São proparoxítonas: Ádvena (forasteiro), aeródromo, aerólito, ágape (refeição dos antigos), álacre, álcali, alcíone, amálgama, anátema, andrógino, anêmona, antífona, antífrase, antístrofe, areópago, aríete, arquétipo, azáfama, bátega, bávaro, bímano, bólido (e), brâmane, cérbero, crisântemo, édito (ordem judicial), égide, elétrodo, etíope (hiato), fagócito, férula, gárrulo, hégira (j), idólatra, ímprobo, ínclito, ínterim, leucócito, lêvedo, ômega, périplo, plêiade, prófugo, protótipo, quadrúmano, revérbero, sátrapa, trânsfuga, vermífugo, zéfiro, zênite. Admitem dupla prosódia: Acróbata ou acrobata, anídrido ou anidrido, Bálcãs ou Balcãs, hieróglifo ou hieroglifo, homília ou homilia, Oceânia ou Oceania, ortoépia ou ortoepia, projétil ou projetil, réptil ou reptil, sáfari ou safari, sóror ou soror, zângão ou zangão. FONTE: Português on Line. Disponível em: . Acesso em: 7 jan. 2011. Seguem algumas sugestões de sites, com exercícios online para vocês mostrarem que estão feras em acentuação gráfica. Acessem! Português on Line. Disponível em: <http://www.graudez.com.br/portugues/acentuacao1.htm>. Acesso em: 7 jan. 2011. CPDEC. Disponível em: <http://www.escreverbem.com.br/index.php?lingua=1&pagina =reform_orto_tes>. Acesso em: 7 jan. 2011. Para descontrair: FONTE: Disponível em: . Acesso em: 19 jan. 2011. Quanto ao nome da Alfaiataria Aguia de Ouro, cresci ouvindo meu pai contar que alguém de passagem por uma cidade do interior (nada contra as cidades do interior) e precisando de um alfaiate pediu informações e lhe foi recomendado um logo ali, muito bom. Ao ver a placa da alfaiataria, disse ao proprietário lamentar muito que, embora lhe tivessem dito se tratar de um alfaiate de mão cheia, não confiava em alguém que escrevia errado o nome do próprio negócio. - O acento, o senhor não colocou o acento de águia, Alfaiataria Águia de Ouro. O alfaiate olha o visitante com estranheza e explica: - Não, senhor, Aguia [agúia] de Ouro. FONTE: Extraído de: . Acesso em: 7 jan. 2011. As palavras e suas grafias A palavra ortografia é formada por dois elementos de composição do grego: othós (reto, direito, correto) + gráphein (escrever, descrever, desenhar). Tais elementos aparecem em outras palavras, como: ortoépia (pronúncia correta), caligrafia (escrita bonita), cacografia (escrita feia, errada) etc. Vale lembrar que a grafia de uma palavra pode estar ligada à sua etimologia (não é nenhum palavrão, não). Etimologia é a parte da gramática que estuda a origem das palavras. Segundo Monteiro Lobato (1998), “Dona Etimologia é uma velha coroca, de nariz recurvo e uma papeira – a papeira da sabedoria. Essa velha senhora conhece a vida de todas as palavras, uma por uma, nos menores detalhes. Sabe onde nasceram, de quem são filhas, de que modo foram se transformando através dos séculos. Dona Etimologia é muito visitada por filólogos, gramáticos e fazedores de dicionários”. Além da etimologia, a grafia de uma palavra também pode estar ligada à sua tonicidade. A melhor forma de saber se uma palavra se escreve com x ou com ch, com s ou com z, é consultando um bom dicionário, memorizar e praticar muito. Contudo, podemos agrupar casos e criar regras práticas. Preparados? Vamos em frente. Primeiramente vamos relembrar palavras Homônimas e Parônimas. Calma, o monstro não é tão assustador assim. É feio, grande, mas não mete medo. Homo (do grego) significa “igual”. São palavras iguais. Até aí tudo bem, mas o problema são as palavras homônimas homófonas (som igual, escrita diferente e significadosdiferentes). É o caso de acento e assento. Quando falamos, não se percebe a diferença, pois a pronúncia é a mesma. A dúvida surge na hora de escrever: é com “ss” ou “c”? Aí depende do sentido. Assento (banco, cadeira...) se escreve com “ss”. E acento (sinal gráfico) é com “c”. É bom tomar cuidado. Atenção para a história que segue: FONTE: Disponível em:http://www.gartic.com.br/imgs/mural/en/enrico_francesco/1222969550.png . Acesso em: 19 jan. 2011. Certo comerciante (não importa a nacionalidade) escreveu um cartaz e afixou na porta do seu estabelecimento: “Aos meus empregados. A partir de hoje, quero as nossas portas serradas às 18h.” Foi atendido. Ao voltar à loja, no dia seguinte, encontrou todas as portas pela metade. Se a ficha não caiu, anote: CERRAR significa “fechar”; SERRAR significa “cortar”. FONTE: PORTAL AZ. Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2010. Atenção para os pares de palavras a seguir: E as palavras Parônimas? O que são? São aquelas de sentido diferente que apresentam semelhança na escrita e na pronúncia. Atente para a diferença: A tarefa foi cumprida com facilidade. Puxa! A fila está comprida! As palavras cumprida e comprida são parônimas. Dicas: 1. ACENDER ou ASCENDER Acender = pôr fogo, ligar: ele foi acender a vela. Ascender = subir, elevar-se: ele quer ascender de posto. 2. ACENTO ou ASSENTO Acento = intensidade, sinal gráfico: coloque o acento na sílaba tônica. Assento = lugar onde se senta: saiu, e eu ocupei seu assento. 3. ACIDENTE ou INCIDENTE Acidente = desastre, acontecimento com consequências mais graves: houve um acidente na Via Dutra. Incidente = desentendimento, ocorrência com consequências menores: perdoe-me pelo incidente de ontem. 4. ACONDICIONAR ou CONDICIONAR Acondicionar = preservar, guardar: é necessário acondicionar melhor estes aparelhos. Condicionar = regular, tornar dependente de condição: vai condicionar sua permanência ao seu esforço. 5. AFERIR ou AUFERIR Aferir = conferir pesos, medidas: é preciso aferir constantemente os taxímetros. Auferir = obter, colher: só vai auferir algum lucro no final do ano. FONTE: PORTAL AZ. Disponível em: http://www.portalaz.com.br/noticia/cidades/93959%3c. Acesso em: 12 dez. 2010. Alguns usos ortográficos especiais. Na nossa língua, algumas palavras apresentam usos especiais. Vamos estudá-las? - Onde/aonde: Aonde = ideia de movimento ou aproximação. Ex.:Não sei aonde parar. Aonde você vai? Onde = indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Ex.: Onde você está? Não sei onde vou achá-la. - Cessão / sessão / secção / seção: Cessão = ato de ceder. Ex.: Cedi todos os meus brinquedos aos pobres. Sessão = significa “intervalo de tempo”. Ex.: Assisti a uma sessão de cinema. Secção ou seção = significa parte de um todo, segmento. Ex.: Li a notícia na secção (ou seção) policial. - Mas / mais: Mas = conjunção adversativa que indica contrariedade. Pode ser substituída por: porém, contudo, todavia, entretanto etc. Ex.: Eles viajam muito, mas não têm carro. Mais = é o contrário de menos. Ex.: Eu trabalhei mais que você. - Mau / mal Mau = sempre adjetivo, antônimo de bom. Ex.: Era um mau filho. Mal = - Advérbio de modo: Ela se comportou muito mal. - Conjunção temporal (equivale a assim que): Mal entrou, caiu. - Substantivo (quando vier precedido de artigo ou outro determinante): O mal é inevitável. FONTE: Disponível em: http://www.alunosonline.com.br/portugues/porques/. Acesso em: 7 jan. 2011. - Por que / por quê / porque / porquê: Por que (separado e sem acento) = frases interrogativas – podem ser diretas ou indiretas. Ex.: Por que ela saiu? (direta) / Diga-me por que ela saiu. (indireta) Porque (junto e sem acento) = nas respostas e em frases afirmativas. Ex.: Não fui ao colégio hoje porque estava doente. Por quê (separado e com acento) = final de frases. Ex.: As meninas estão cansadas por quê? Porquê (junto e com acento) = tem valor de substantivo. Equivale à palavra motivo/razão. Ex.: Os meninos sabiam o porquê de tudo. (Os meninos sabiam o motivo/a razão de tudo.) Orientações Ortográficas - Usos de e : Nos sufixos que indicam nacionalidade, origem ou procedência, usa-se S (-ês, -esa) : francês – camponesa. No sufixo que indica gênero feminino, usa-se S (-isa): poetisa – sacerdotisa. Nos sufixos que se juntam a adjetivos para formar substantivos abstratos, usa-se Z (-ez, -eza): rapidez (rápido) – leveza (leve). Nos verbos derivados de palavras que têm S na última sílaba, usa-se S (-isar): aviso > avisar – análise > analisar. Nos verbos formados de palavras que não têm S na última sílaba, usa-se Z (-izar): canal > canalizar – padrão > padronizar. Após um ditongo, usa-se sempre S, nunca Z: faisão – ausência. Atenção!Parada para relembrar o que é ditongo: Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba. Por exemplo, na palavra FAISÃO temos o encontro do A + I, portanto, temos um ditongo. Usa-se sempre o S, nunca o Z, nas muitas formas dos verbos querer e pôr: quiseram – pusemos. Usos de J e G: Palavras em que a última sílaba é -já, originam palavras derivadas com J: canja > canjica – loja > lojista. São escritas com J e não com G, todas as formas verbais dos verbos terminados em –jar: viajar > viajei, viajem. Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio, usa- se G: vestígio – privilégio. Nas palavras terminadas em –agem, -igem e –ugem, usa-se G: coragem – fuligem. Exceções: pajem e lambujem. Usos do : Usa-se X e não CH, depois de ditongo: faixa – deixar. Usa-se X e não CH, após sílaba inicial en- :enxoval – enxuto. OBS.: Em palavras com sílaba inicial en-, essa regra não se aplica: encher, enchente, encharcar. Me inicial, usa-se X: mexerica – mexicano. EXCEÇÃO: mecha. Em palavras de origem indígena e africana usa-se X: xangó – xavante. Palavras aportuguesadas do inglês, geralmente trocam o sh por X: xampu (de shampoo) – xerife (de sheriff). OBS.: A forma aportuguesada de shoot é chute. Uso do dígrafo : Usa-se o dígrafo SS nas seguintes analogias: Ced > cess: ceder – cessão. Gred > gress: agredir – agressão. Prim > press: imprimir – impressão. Tir > ssão: demitir – demissão. Cê-cedilha: Cê-cedilha é a letra C em que se pôs cedilha. Indica que o C passa a ter som de /s/: exceção – justiça. São escritas com Ç as palavras de origem árabe, africana e indígena: açúcar (árabe) – paçoca (indígena) – caçula (africana). Emprega-se Ç na correlação ter > tenção: obter – obtenção. Os sufixos –ação e –ção, que formam substantivos a partir de verbos, são escritos com Ç: formar > formação – trair > traição. Os sufixos –aça(o), -iça(o), -uça(o), açal também são escritos com Ç: barcaça – carniça – lamaçal. Lembrando: quando seguidos de “e” e “i” não usamos cedilha. Uso do H: A letra H se mantém em algumas palavras devido à sua etimologia (Lembrem-se de que já vimos o que significa etimologia), ou pela tradição escrita do nosso idioma. Usa-se o H quando a etimologia ou a tradição assim determina: homem – higiene – honra . Usa-se o H no final de algumas interjeições: Oh! Ah!. Não se usa H no interior das palavras, exceto: - nas palavras compostas em que o segundo elemento iniciado com H se junta por hífen ao primeiro: super-homem – pré-história.- quando o H fizer parte dos dígrafos ch, lh, nh: passarinho – palha – chuva. Observação importante: Há ainda palavras que podem ser escritas de duas formas, ambas aceitas pela norma culta: Cota = quota Catorze = quatorze Cociente = quociente Óptica = ótica OBS.: A palavra cinquenta não possui forma variante. E então, preparados para estudar o uso da crase? Veremos, a partir de agora, a CRASE sem crise. A palavra CRASE tem origem no grego e significa fusão. Basicamente, a crase é a fusão do a preposição + a artigo = à. No caso de ir a algum lugar e voltar de algum lugar, atente para a seguinte dica: “Quando volto da, crase há; quando volto de, crase pra quê?” Portanto, devemos escrever assim: Vou à Bahia. (Volto da Bahia) / Vou a Paris. (Volto de Paris) Não se usa crase antes de palavras que não admitem o artigo feminino a (como os verbos, grande parte dos pronomes e palavras masculinas). Principais casos em que a crase deve (ou não) ser utilizada. Uso obrigatório: Antes de palavras masculinas quando estiver subentendido o termo à moda de: móveis à Luís XV. Quando estiver subentendido termo feminino: Vou à [praça] João Mendes. Antes de nomes de cidades, estados, países: Foi à Itália (voltou da Itália). / Chegou à Paris dos poetas (voltou da Paris dos poetas). Lembrem: quando volto “da”, crase há; quando volto “de”, crase pra quê? Locuções adverbiais, conjuntivas ou prepositivas de base feminina: Às vezes, às pressas, à primeira vista, à medida que, à noite, à custa de, à procura de, à beira de, à tarde etc. Aquele, aqueles, aquilo, aquela, aquelas: Foi àquele restaurante - Dedicou-se àquela tarefa. Uso proibido: Antes de palavras masculinas. Viajar a convite, traje a rigor, passeio a pé, sal a gosto etc. Antes de verbos. Disposto a colaborar. Antes da maior parte dos pronomes. Disse a ela que não virá. Quando o "a" vem antes de palavras no plural. A pesquisa não se refere a mulheres casadas. Em expressões formadas por palavras repetidas. Cara a cara, frente a frente etc. Depois das preposições "para", "até", "perante", "com", "contra" etc. O jogo está marcado para as 16h. Foi até a esquina. Antes de cidades, estados, países: Foi a Roma (voltou de Roma). Uso facultativo: Antes de pronomes possessivos: Enviou a carta a sua filha. Enviou a carta à sua filha. Locuções femininas de meio ou instrumento, prefira a crase quando for preciso evitar ambiguidade. Ex.: Receber à bala. Receber a bala. à vela/a vela; à mão/a mão; à vista/a vista etc. FONTE: Adaptado de: UOL EDUCAÇÃO. Crase: regras de uso e emprego. Disponível em: < http://educacao.uol.com.br/portugues/crase-regras-de-uso-e- emprego.jhtm>. Acesso em: 13 dez. 2010. AUTOATIVIDADE Vamos exercitar? 1. Acentue, se necessário, as palavras que seguem e justifique o acento: a) Igarape = ? b) Fluor = ? c) Facil = ? d) Sutil = ? e) Enjoo = ? f) Tipico = ? 2. Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas da oração a seguir: Comunique ___ diretora que a reunião terá início ___ nove horas. Peça-lhe que chegue ___ tempo. a) à – às – à. b) à – às – a. c) a – as – a. d) a – às – a. 3. Complete as palavras a seguir com S ou Z, G ou J, CH ou X. a) Qui_er b) Va_ar c) Ma_estade d) Via_em (substantivo) e) Fle_a f) Engra_ar REFERÊNCIAS AMARAL, E; FERREIRA, M; LEITE,R; ANTÔNIO, S. Português. São Pauo: FTD, 2000. BATTISTI. J. Gramática II. Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2010. BRASIL ESCOLA. Acentuação. Disponível em: . Acesso em: 1 dez. 2010. LEDUR, Paulo Flávio. Guia Prático da nova ortografia: as mudanças do Acordo Ortográfico. 4. Ed. Porto Alegre, RS: AGE, 2009. LOBATO, Monteiro. Emília no País da Gramática. 5ª ed. v. 15. São Paulo: Brasiliense, 1998. NICOLA, José de. Português: ensino médio. Volume 1. São Paulo: Scipione, 2005. GABARITO: 1) questão a) Igarape – igarapé (oxítona terminada em e). b) Fluor – flúor (paroxítona terminada em r). c) Facil – fácil (paroxítona terminada em l). d) Sutil – sutil (oxítona não acentuada. Oxítonas terminadas em “l” não são acentuadas). e) Enjoo – segundo o novo acordo ortográfico, não se acentuam mais os grupos OO. f) Tipico – típico (todas as proparoxítonas são acentuadas). 2) questão b) à – às – a. 3) questão a) Qui_er (s) b) Va_ar (z) c) Ma_estade (j) d) Via_em (substantivo) (g) e) Fle_a (ch) f) Engra_ar (x)
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