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Psicologia e o Direito

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UNIPAR – UNIVERSIDADE PARANAENSE
PSICOLOGIA FORENSE – DIREITO
PRIMEIRA SÉRIE
PROFESSORA: LARISSA OGURA
A PSICOLOGIA E O DIREITO
A Psicologia como ciência
Ciência: conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade, expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa.
	Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade.
	A ciência é um processo, um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido. Aspira objetividade e suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção.
Ciência Psicológica: estudo científico do comportamento e dos processos mentais.
A psicologia teve início a pouco mais de cem anos. O centenário de nascimento da psicologia moderna foi comemorado em 1979. Somente quando os pesquisadores passaram a se apoiar na observação e na experimentação cuidadosamente controladas para estudar a mente humana é que a psicologia começou a alcançar uma identidade que a distinguia de suas raízes filosóficas.
Do grego: psykhé = alma, logos = palavra, razão ou estudo. Assim: psicologia inicialmente era conhecida como "estudo da alma".
	O objeto de estudo da Psicologia é o homem.
	Problema: A concepção de homem que o pesquisador traz consigo, "contamina" inevitavelmente a sua pesquisa em psicologia.
	A identidade da psicologia é o que diferencia dos demais ramos das ciências humanas, e pode ser obtida considerando-se que cada um desses ramos enfoca o homem de maneira particular.
	A psicologia colabora com o estudo da subjetividade: síntese singular e individual que cada um vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural.
	A subjetividade é o mundo das ideias, significados e emoções construído internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica. É também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. A maneira de pensar, sentir, fantasiar, sonhar, amar. É o que constitui o nosso modo de ser.
	Esta é construída aos poucos, apropriando-se do mundo material, social e cultural.
	Dessa forma, considera-se como matéria prima da Psicologia o homem em todas as suas expressões visíveis (comportamento), as invisíveis (sentimentos), homem corpo, homem pensamento, homem afeto e homem ação.
A Psicologia e a Relação com o Direito
	
	A Psicologia Jurídica é uma área emergente de especialidade da ciência psicológica, se comparada às áreas tradicionais de atuação da psicologia como a Escolar, a Clínica e a Organizacional.
Psicologia Forense: Relativo ao foro judicial, aos tribunais.
Psicologia jurídica: Concernente ao direito. Refere-se aos procedimentos ocorridos nos tribunais.
	Embora no Brasil se utilize a nomenclatura Psicologia jurídica, na literatura internacional encontramos o termo Forensic Psychology, ambos se reportam à utilização dos conhecimentos da Psicologia a serviço da Justiça.
História da Psicologia Jurídica
	As raízes da psicologia podem ser localizadas nos séculos IV e V a. C. quando os filósofos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles levantaram questionamentos e reflexões sobre o funcionamento da mente. Porém historicamente foi Hipócrates, considerado o pai da Medicina Moderna, quem separou a medicina do contexto religioso. Foi ele quem sugeriu que a compreensão dos fenômenos do adoecer deveria se desvincular de uma visão sobrenatural, associando, assim, o cérebro como o centro das funções mentais e de suas patologias.
	Outro contribuinte nos estudos da Psicologia foi Francis Galton. Destacava que o princípio da compreensão da capacidade humana, isto é, o caráter e as funções intelectuais estavam relacionados ao tamanho do crânio. Crânios grandes, pequenos ou danificados explicariam determinados comportamentos considerados socialmente inadequados.
	Já o médico italiano Cesare Lombroso argumentava que a criminalidade era um fenômeno hereditário. Cesare Lombroso foi um professor universitário e criminologista nascido em 1835. Tornou-se mundialmente famoso por seus estudos e teorias no campo da caracterologia, ou a relação entre características físicas e mentais. Lombroso enfatizava que era possível identificar um indivíduo criminoso pelas suas características físicas.
	O objetivo do resgate histórico da Psicologia jurídica se fundamenta pela evolutiva preocupação de filósofos, médicos, psicólogos e juristas em diferenciar as características funcionais e comportamentais do doente mental e sua possível expressão em comportamentos criminosos.
	Embora as primeiras notificações da prática da avaliação médico-legal sejam atribuídas aos hebreus, que já utilizavam os serviços médicos para os casos de anulação de casamento, casos de homicídio, Paul Zacchias, (1650) foi considerado o pai da Medicina Legal, o fundador da psicologia forense. Foi o primeiro médico que exerceu a função de perito, opinou sobre as condições mentais de indivíduos envolvidos com a justiça.
	A interface Psiquiatria e Direito surgiu da necessidade de compreender o indivíduo quanto a sua autonomia, sua capacidade de entendimento e de se autodeterminar, aptidões estas que implicam em considerações quanto à responsabilidade pelos seus atos.
No Brasil,
	a prática forense, não diferente da história mundial, foi iniciada pela Psiquiatria. Em 1814 é publicada a primeira matéria sobre Medicina Legal e em 1835, durante o império, foi promulgada a Lei de 04 de junho, que tornava inimputáveis os menores de 14 anos e os alienados. A partir do início do século XX são inaugurados os “manicômios judiciários” para tratamento dos doentes mentais criminosos. Neste período a ação de assistência era estritamente médica.
	Em 1918, Oscar Freire é convidado a criar a Cadeira de Medicina Legal na recém inaugurada Faculdade de Medicina em São Paulo.
	A prática do psicólogo na área jurídica se estendeu do final dos anos 1960 aos anos 1980 em atividades nos processos vinculados a Varas de Menores ou Juizados de Menores, que incluíam casos de adoção, abandono e ocorrências referentes a crianças e adolescentes.
	A partir de 1980, os psicólogos com práticas jurídicas ingressaram em unidades de perícias tais como Institutos de Medicina Legal, na maioria dos processos, a ação do psicólogo era pautada apenas em um exame subsidiário à ação médica.
	Atualmente o papel do psicólogo na realidade brasileira ganha, gradativamente, um escopo com maior definição quanto a sua importância, abrangência e reconhecimento, que engloba desde o processo da avaliação psicológica à implantação de recursos terapêuticos para as vítimas e agressores em diferentes contextos.
Objeto de estudo da psicologia jurídica: comportamentos complexos que ocorrem ou podem vir a ocorrer. A psicologia jurídica tem como tarefa estudar comportamentos, as conseqüências das ações jurídicas sobre o indivíduo.
	A atuação do psicólogo na Psicologia Jurídica foi considerada inicialmente um ramo da Psicologia dedicado ao estudo do comportamento criminal do ser humano, que se estendeu à observação do cumprimento da pena imposta ao infrator.
Tendo, num segundo estágio de seu desenvolvimento, deixado de permanecer restrita aos foros e tribunais para abarcar outras questões envolvidas, como o trabalho realizado pelos psicólogos peritos e assistentes técnicos para dirimir controvérsias no campo da psique, ampliando sua esfera de atuação e tomando o nome de Psicologia Jurídica.
	Objetivos da Psicologia Jurídica:
- Realizar atividades por psicólogos nos tribunais fora dele, as quais dariam aporte ao mundo do direito;
- Compreender como a Psicologia encara o psiquismo internalizado na conduta jurídica;
- Desenvolver o trabalho em parceria com o judiciário, buscando uma atuação psicojurídica a serviço da cidadania, respeitando o ser humano.
Formas de atuação: 
O Psicólogo Jurídico pode atuar fazendo orientações e acompanhamentos,contribuir para políticas preventivas, estudar os efeitos do jurídico sobre a subjetividade do indivíduo entre outros.
A atuação do psicólogo na instancia jurídica descortina questões sobre a subjetividade humana, as particularidades do indivíduo e das relações nos problemas psicossociais expressas nas Varas de Infância e Juventude com o contexto social e político que as definem.
A Psicologia atua com o Direito em:
Ψ Psicologia Jurídica e o menor;
Ψ Psicologia Jurídica e o direito da família: separação, guarda e destituição do pátrio poder;
Ψ Psicologia e o Direito Cível: casos de interdição, indenização;
Ψ Psicologia e o Direito Penal: exames de insanidade mental, de corpo de delito;
Ψ Psicologia Penitenciária: execução das penas de liberdade e de direito;
Ψ Vitimologia: busca-se atenção à vítima;
Ψ Atendimento aos juízes e promotores, entre outros.
O estudo da Psicologia aplicada ao Direito, possibilitará uma aproximação científica entre o psicológico e o jurídico da conduta humana. Toda conduta humana, voltada aos valores e aos interesses jurídicos, manifesta-se e é percepcionada, no plano da realidade empírica, como um fenômeno prioritariamente psíquico. Uma conduta jurídica será sempre um produto da mente humana.
Na Psicologia Jurídica, ciência da conduta humana, não há causas que sejam suficientes e necessárias para resolver os problemas da aplicação da conduta jurídica. Existem fatores explicativos que poderão produzir melhor desempenho jurídico desde que o controle psicológico se faça em conjunto com os conhecimentos do Direito.
Assim, a Psicologia investiga uma perspectiva de melhor conhecimento psíquico da conduta para se obter um resultado mais justo. O uso da metodologia psicológica nas investigações jurídicas ajudará a compreender melhor o psiquismo de quem, ao depor, depende dos dados de um conceito positivo da lei ou da existência de um sentimento jurídico para neles apoiar a validade de tudo o que deve constituir a verdade do testemunho.
Direito, dever, lei e justiça são valores pensados pelo ser humano e produtos da vida psíquica, postos a disposição da vida prática. São conceitos universais e imanentes à consciência e à vida humana.
Dessa forma, o estudo da Psicologia Jurídica possibilita ao jurista uma melhor interpretação das leis. O desempenho do profissional do direito atingirá resultados mais positivos se ele tiver uma compreensão psicológica das condutas éticas e jurídicas.
O Direito e a Ética estão ligados ao impacto sentimental intuitivo e racional, causados pelo conhecimento da personalidade, refletida nas condutas psíquicas vivenciadas pelo homem.
Quando o conhecimento do psiquismo é centrado nos postulados da Psicologia, o jurista sente-se mais seguro em suas conclusões sobre a conduta jurídica, sabendo se foi praticada por um agente de personalidade normal ou patológica.
Saber os motivos pelos quais ele agiu, por um sentimento maior ou menor de justiça, poderá ser mais fácil quando à prova se ligam conhecimentos psicológicos de maior segurança científica.
O conhecimento da experiência do Direito depende de uma construção complexa do psiquismo e da vivência do homem na realidade do mundo social.
Demonstrar com clareza e coerência científica e explicar os fenômenos da vida psíquica são elementos valiosos que levam o jurista a compreender, com conhecimento de causa, o que se passa no psiquismo da vida jurídica.
Referências Bibliográficas:
BOCK,A.M.B., et all. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2001.
CARVALHO, M.C.N; MIRANDA, V.M. Psicologia Jurídica: temas de aplicação. Curitiba: Juruá, 2008.
FRANÇA, F. Reflexões Sobre a Psicologia jurídica e seu Panorama no Brasil. www.scielo.bvs-psi.org.br
HESPONHA, B. Psicologia do Testemunho. Passo Fundo: Ed. Universitária, 1996.
SCHULTZ, D.P; SCHULTZ, S.E. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix.