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Direito Penal
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Direito Penal - 3ª edição / Obra organizada pelo Insti-
tuto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2013.
ISBN 978-85-8079-002-3
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Princípios Penais Fundamentais e Garantias Penais, 13
1. Introdução – Princípios Relacionados ao Direito Penal, 13
2. Princípios Relacionados ao Direito Penal: Princípio da 
Insignificância, 15
3. Teoria do Garantismo Penal, 17
4. Princípios Relacionados ao Fato – Materialização e Ofensividade 
– I, 19
5. Princípio da Ofensividade – II, 21
6. Princípio da Legalidade: Lex Praevia; Lex Scripta, 22
7. Princípio da Legalidade – Inadmissibilidade da Analogia, 23
8. Princípio da Legalidade (Analogia, Interpretação Analógica e 
Interpretação Extensiva), 25
9. Princípio da Legalidade (Reserva Legal), 26
10. Princípios Relacionados ao Agente, 28
11. Princípios Relacionados à Pena, 29
Capítulo 2 – Teoria da Norma Penal, 31
1. Introdução, Fontes do Direito Penal e Fonte Material, 31
2. Fonte Formal Mediata e Fonte Formal Imediata, 32
3. Teoria da Norma Penal – Leis Penais, 35
4. Teoria Geral da Pena – Leis Penais em Branco, 36
5. Lei Penal em Branco e a Relação com a Lei de Drogas, 37
6. Teoria da Norma Penal – Interpretação da Lei Penal, 39
7. Interpretação da Lei Penal, 40
8. Eficácia da Lei Penal (Âmbito da Eficácia e o Nascimento da Lei 
Penal), 42
9. Teoria da Norma Penal – I, 44
10. Conflito de Leis Penais no Tempo, 45
11. Eficácia da Lei Penal no Tempo, 47
12. Lei Penal no Tempo, 48
13. Teoria da Norma Penal – II, 49
14. Teoria da Norma: Conflito de Leis Penais no Tempo, 50
15. Leis Penais no Tempo – Combinação de Leis, 51
16. Conflito de Leis Penais no Tempo: Retroatividade da 
Jurisprudência e Lei Intermediária, 54
17. Conflito de Leis Penais no Tempo: Introdução, Lei Processual 
Penal, Normas Híbridas ou Mistas, Art. 366 do Código de 
Processo Penal, Regime de Cumprimento de Pena, 55
18. Conflito de Leis Penais no Tempo: Lei Penais Temporárias e Leis 
Penais Excepcionais, 56
19. Conflito de Leis Penais no Tempo: Lei Penal em Branco 
Heterogênea, 57
20. Conflito de Leis Penais no Tempo: Teorias, Imputabilidade, 
Crimes Permanentes, Crimes Continuados, Crimes Habituais, 
Crimes de Estado e Prescrição, 59
21. Teoria da Norma: Lei Penal no Espaço, 60
22. Lei Penal no Espaço: Eficácia da Lei Penal Brasileira – Princípio 
da Territorialidade, Princípio da Nacionalidade, Princípio 
da Defesa, Princípio da Justiça Penal Universal, Princípio da 
Representação, 62
23. Lei Penal no Espaço: Territorialidade, Território Nacional, 63
24. Lei Penal no Espaço: Aplicação da Lei Penal Brasileira – Navios, 
Mar Territorial, Aeronaves, 64
25. Lei Penal no Espaço: Lugar do Crime – Teorias, 65
26. Crimes a Distância, Detração, Hipóteses Excepcionais das 
Teorias, 66
27. Lei Penal no Espaço: Hipóteses Excepcionais das Teorias 
(Continuação), Regras Especiais no Código de Processo Penal e 
no Tribunal do Júri, 67
28. Lei Penal no Espaço: Regras Especiais Contidas em Súmulas, 69
29. Lei Penal no Espaço: Extraterritorialidade Incondicionada, 70
30. Lei Penal no Espaço: Extraterritorialidade Condicionada, 71
31. Lei Penal no Espaço: Extraterritorialidade Condicionada – 
Condições para Aplicação da Lei Brasileira, Extraterritorialidade 
e Contravenções Penais, 73
32. Lei Penal no Espaço: Non Bis in Idem, Eficácia da Sentença 
Penal Estrangeira, Intraterritorialidade, 74
33. Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que Exercem 
Determinadas Funções Públicas: Imunidades Diplomáticas, 76
34. Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que Exercem 
Determinadas Funções Públicas: Imunidades Consulares e 
Parlamentares, 78
35. A Eficácia da Lei Penal em Relação às Pessoas que Exercem 
Determinadas Funções Públicas (Imunidade Absoluta), 79
36. A Eficácia da Lei Penal em Relação às Pessoas que Exercem 
Determinadas Funções Públicas (Imunidade Relativa), 80
37. Eficácia da Lei Penal em Relação às Pessoas que Exercem 
Determinadas Funções Públicas: Imunidade para Servir como 
Testemunha, Imunidade Parlamentar Durante o Estado de 
Sítio, 81
38. Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que Exercem 
Determinadas Funções Públicas: Imunidade dos Deputados 
Estaduais e Imunidade dos Vereadores, 83
39. Contagem do Prazo, 84
40. Frações Não Computáveis da Pena – Regras Gerais Aplicadas à 
Legislação Especial, 85
41. Conflito Aparente de Normas – I: Introdução e Requisitos, 86
42. Conflito Aparente de Normas – II: Princípio da Especialidade, 89
43. Conflito Aparente de Normas – III: Art. 12, Código Penal, 
Conflito entre Normas Especiais, 91
44. Conflito Aparente de Normas – IV: Princípio da Subsidiariedade, 93
45. Conflito Aparente de Normas – V: Diferenças entre 
Especialidade e Subsidiariedade, Princípio da Consunção 
(Introdução e Classificação), 95
46. Conflito Aparente de Normas – VI: Princípio da Consunção e o 
Crime Complexo, Crime Progressivo, 97
47. Conflito Aparente de Normas – VII: Princípio da Consunção: 
Progressão Criminosa, Fato Anterior Impunível, 99
48. Fato Anterior Impunível x Crime Progressivo, 101
49. Tribunal Penal Internacional – Princípios, 102
50. Tribunal Penal Internacional – Composição, 105
51. Tribunal Penal Internacional, 108
Capítulo 3 – Teoria do Crime, 111
1. Teoria Geral do Crime, 111
2. Crime, Delito e Contravenção Penal – Teoria Dicotômica, 112
3. Diferença entre Crime e Contravenção Penal – Pena 
(Qualidade, Quantidade e Sursis), 113
4. Diferença entre Crime e Contravenção Penal – Tentativa e Ação 
Penal, 114
5. Diferença entre Crime e Contravenção Penal – Extraterritorialidade 
e Erro de Proibição, 116
6. Polêmica do Art. 28 da Lei de Drogas, 117
7. Objeto do Crime, 118
8. Sujeito Ativo, 119
9. Teoria da Dupla Imputação, 120
10. Sujeito Passivo, 121
11. Crime Vago e Autolesão, 122
12. Classificação dos Crimes: Materiais, Formais e de Mera 
Conduta, 123
13. Classificação dos Crimes: Crimes Comissivos, Omissivos e de 
Conduta Mista, 124
14. Classificação dos Crimes: de Dano e de Perigo, 125
15. Classificação dos Crimes: Unissubsistentes e Plurissubsistentes, 
Monossubjetivos e Plurissubjetivos, Transeuntes e Não 
Transeuntes, 126
16. Classificação dos Crimes: Comuns, Próprios e de Mão Própria, 
Instantâneos e Permanentes, 127
17. Outras Classificações, 128
18. Conceito de Crime, 129
19. Fato Típico, 130
20. Fato Materialmente Típico, 131
21. Conduta: Teorias Clássicas, 132
22. Teoria Adotada no Brasil, Teoria da Conduta, 133
23. Teorias Pós-finalistas: Teoria Constitucionalista do Delito, 134
24. As Teorias Funcionalistas: o Funcionalismo Moderado de 
Roxin, 135
25. O Funcionalismo Radical de Jakobs, 137
26. Direito Penal do Inimigo, 138
27. O Direito do Inimigo no Brasil, 139
28. Velocidades do Direito Penal, 140
29. Quarta Velocidade do Direito Penal, 140
30. Funcionalismo, 141
31. Teoria da Tipicidade Conglobante de Zaffaroni, 142
32. Fato Típico – Do Resultado, 143
33. Fato Típico – Da Relação de Causalidade, 144
34. Problema do Regresso ao Infinito,145
35. Concausas, 146
36. Concausas Relativamente Independentes, 147
37. Imputação Objetiva, 148
38. Imputação Objetiva – Requisitos e Jurisprudência, 149
39. Teoria da Tipicidade – Evolução do Tipo, 150
40. Teoria da Tipicidade – Adequação Típica, 151
41. Teoria da Tipicidade: Funções do Tipo e Elementos do Tipo, 152
42. Teoria da Tipicidade: Espécies de Tipos, 153
43. Dolo Natural e Dolo Normativo, 154
44. Teorias do Dolo, 156
45. Dolo Direto e Dolo Indireto, 157
46. Compatibilidade dos Tipos com o Dolo Eventual, 158
47. Espécies de Dolo, 158
48. Culpa: Técnica no Brasil e Princípio da Excepcionalidade do 
Crime Culposo, 159
49. Elementos do Crime Culposo (Conduta Inicial Voluntária e 
Violação do Dever de Cuidado Objetivo), 160
50. Resultado Involuntário e Nexo Causal, 161
51. Previsibilidade Objetiva e Previsibilidade Subjetiva, 163
52. Ausência de Previsão e Tipicidade: Últimos Elementos do Fato 
Típico Culposo, 163
53. Espécies de Culpa, 165
54. Culpa Imprópria, 166
55. Exclusão da Culpa, 167
56. Dolo Eventual e Culpa Consciente, 168
57. Compensação e Concorrência de Culpas, 169
58. Crimes Qualificados pelo Resultado, 170
59. Crime Preterdoloso, 171
60. Erro de Tipo Essencial: Conceito e Exemplos, 172
61. Erro de Tipo Essencial: Espécies e Consequências, 173
62. Erro de Tipo Essencial: Erro Determinado por Terceiro, 173
63. Descriminantes Putativas – Espécies, 174
64. Descriminantes Putativas – Discussão Acerca do Art. 20, § 1º, do 
Código Penal, 176
65. Erro de Tipo Acidental – Erro sobre o Objeto e Erro sobre o 
Nexo Causal, 177
66. Erro sobre a Pessoa, 178
67. Aberratio Ictus, 179
68. Aberratio Criminis ou Aberratio Delicti, 181
69. Consumação, 182
70. Iter Criminis: Fases, 183
71. Passagem dos Atos Preparatórios para os Atos Executórios, 184
72. Tentativa: Conceito, Natureza Jurídica e Adequação Típica, 185
73. Tentativa: a Técnica Legislativa no Brasil, 187
74. Teorias sobre a Punibilidade da Tentativa, 188
75. Elementos da Tentativa, 189
76. Infrações Penais que Não Admitem Tentativa, 190
77. Espécies de Tentativa, 191
78. Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz, 192
79. Tentativa Qualificada, 194
80. Arrependimento Posterior, 195
81. A Súmula nº 554 do Supremo Tribunal Federal, 196
82. Crime Impossível – Conceito e Natureza Jurídica, 197
83. Espécies de Crime Impossível, 198
84. Teorias sobre o Crime Impossível, 199
85. Crime Impossível e a Súmula nº 145 do Supremo Tribunal 
Federal, 200
86. Crime Putativo, 201
87. Ilicitude: Conceito e Nomenclatura, 202
88. Ilicitude Formal x Ilicitude Material, 203
89. Ilícito e Injusto, 204
90. Causas Supralegais de Exclusão de Ilicitude, 205
91. Consentimento do Ofendido: Requisitos, 205
92. Consentimento do Ofendido: Exclusão, 206
93. Requisito Subjetivo, 207
94. Causas Legais de Exclusão da Ilicitude, 208
95. Estado de Necessidade: Conceito e Pressuposto, 209
96. Requisitos do Estado de Necessidade, 210
97. A Discussão Acerca da Abrangência do Art. 24, § 1º, do Código 
Penal, 211
98. Inevitabilidade e Proporcionalidade, 212
99. Proporcionalidade e a Situação Correta, 213
100. Teorias do Estado de Necessidade, 214
101. Teoria Adotada no Brasil, 215
102. Espécies de Estado de Necessidade, 215
103. Casos Especiais do Estado de Necessidade, 216
104. Legítima Defesa – Conceito, Natureza Jurídica e Alteração no 
Rito do Júri, 218
105. Requisitos da Legítima Defesa (Agressão Injusta), 219
106. Requisitos da Legítima Defesa (Agressão Atual ou Iminente), 220
107. Requisitos da Legítima Defesa (Direito Próprio ou Alheio 
Atacado), 221
108. Requisitos da Legítima Defesa (Reação com os Meios 
Necessários), 222
109. Requisitos da Legítima Defesa (Uso Moderado dos Meios), 222
110. Espécies de Legítima Defesa, 223
111. Casos Especiais de Legítima Defesa, 225
112. Legítima Defesa e Aberratio Ictus, 225
113. Exercício Regular de Direito: Conceito e Visão a Partir da Teoria 
da Tipicidade Conglobante, 226
114. Exercício Regular de Direito: Lesões Graves nos Esportes e 
Ofendículos, 227
115. Exercício Regular de Direito: Ofendículos, 228
116. Prática de Medicina e Outras Hipóteses de Exercício Regular de 
Direito, 229
117. Requisitos do Estrito Cumprimento do Dever Legal, 230
118. Excesso Punível, 231
119. Excesso Impunível, 232
120. Excesso Intensivo e Extensivo; a Quesitação do Novo Rito do 
Júri, 233
121. Culpabilidade: Conceito, 234
122. Coculpabilidade, 235
123. Teoria Psicológica e Psicológico-Normativa, 237
124. Teoria Normativa Pura e Complexa, 237
125. Diferença entre Teoria Extremada e Limitada, 238
126. Imputabilidade – Aspectos Introdutórios, 239
127 Imputabilidade – Conceito e Consequência Jurídica, 239
128. Causas que Excluem a Imputabilidade – Doença Mental, 240
129. Causas que Excluem a Imputabilidade – Desenvolvimento 
Mental Incompleto e Desenvolvimento Mental Retardado, 241
130. Critérios de Aferição da Inimputabilidade, 242
131. Requisitos do Critério Biopsicológico, 243
132. Imputabilidade – Questões Processuais, 243
133. Embriaguez – Classificação das Substâncias Psicotrópicas, Fases 
e Conceito, 244
134. Espécies de Embriaguez – Embriaguez Voluntária ou Culposa, 245
135. Teoria da Actio Libera in Causa, 245
136. Embriaguez Acidental, 246
137. Embriaguez Patológica e Embriaguez Preordenada, 247
138. Emoção e Paixão, 247
139. Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica, 248
140. Semi-imputabilidade, 249
141. Potencial Consciência da Ilicitude, 250
142. Potencial Consciência da Ilicitude: Efeito nos Crimes e nas 
Contravenções, 251
143. Causa de Exclusão da Potencial Consciência da Ilicitude, 252
144. Erro de Proibição: Noções Gerais e Diferenças com o Erro de 
Tipo, 253
145. Erro de Proibição Direto, 254
146. Erro de Proibição Indireto, 255
147. Descriminantes Putativas, 255
148. Erro Mandamental, 256
149. Exigibilidade de Conduta Diversa: Noções Gerais e Art. 128, II, 
do Código Penal, 257
150. Vis Absoluta x Vis Relativa, 258
151. Coação Moral Irresistível, 259
152. Coação Moral Irresistível Putativa, 260
153. Coação Moral Resistível, 261
154. Obediência Hierárquica: Requisitos, 262
155. Ordem Legal e Ordem Ilegal, 262
156. Estado de Necessidade Exculpante, 263
157. Excesso Causal (ou Acidental), 264
158. Inexigibilidade de Conduta Diversa em Sentido Estrito, 265
Capítulo 4 – Concurso de Pessoas, 267
1. Conceito e Requisitos, 267
2. Das Teorias sobre Concurso de Pessoas, 269
3. Exceções à Teoria Monista, 271
4. Autoria, 272
5. Participação, 274
6. Concurso de Pessoas e Crime Culposo, 275
7. Concurso de Pessoas: Outros Conceitos, 277
8. Concurso de Pessoas: Questões Polêmicas, 279
Capítulo 5 – Teoria Geral da Pena, 281
1. Teoria Geral da Pena – Aspectos Introdutórios, 281
2. Limites Constitucionais das Penas, 282
3. Das Penas no Âmbito Constitucional, 283
4. Finalidades da Pena, 284
5. Função Social da Pena, 284
6. Das Penas no Âmbito do Código Penal, 285
7. Regime de Cumprimento de Pena, 286
8. Regime Inicial de Cumprimento de Pena, 287
9. Regras dos Regimes de Cumprimento de Pena, 288
10. Regime Especial, 289
11. Direitos do Preso, Trabalho do Preso e Superveniência de 
Doença Mental, 290
12. Detração Penal, 291
13. Penas Restritivas de Direitos, 291
14. Continuação dos Requisitos Objetivos das Penas Restritivas de 
Direitos, Requisitos Subjetivos das Penas Restritivas de Direitos e 
Conversão, 293
15. Penas Restritivas de Direitos em Espécie – Parte I, 294
16. Penas Restritivas de Direitos em Espécie – Art. 43, II – Parte II, 296
17. Penas Restritivas de Direitos em Espécie – Art. 43, IV – Parte III, 298
18. Quarta Pena Restritiva de Direitos em Espécie – Art. 47 do 
Código Penal, 300
19. Penas Restritivas de Direitos – Interdição Temporária de Direitos 
e Limitação de Fim de Semana e Pena de Multa, 303
20. Estudo da Multa, 305
21. Concurso de Crimes, 308
22. Concurso Materiale Concurso Formal, 309
23. Concurso Formal, 310
24. Crime Continuado, 311
25. Continuação de Crime Continuado, 312
26. Concurso de Crimes (continuação), 313
27. Sursis: Sistemas, Conceito e Natureza Jurídica, 314
28. Sursis: Requisitos Objetivos I, Requisitos Subjetivos, Momento 
Adequado para Concessão do Sursis, 316
29. Sursis: Requisitos Objetivos II, Requisitos Subjetivos, Momento 
Adequado para Concessão do Sursis, 318
30. Sursis: Revogação, 321
31. Cassação, Sursis Sucessivo, Sursis Simultâneo e Prorrogação do 
Período de Prova, 322
32. Sursis: Sursis e Crimes Hediondos ou Equiparados; Extinção da 
Pena, 324
33. Livramento Condicional, 327
34. Livramento Condicional: Requisitos Objetivos (Espécie de 
Pena), Quantidade de Pena, Parcela de Pena, 328
35. Livramento Condicional: Requisitos Objetivos (Reparação do 
Dano), Requisitos Subjetivos, 330
36. Livramento Condicional: Condições para o Cumprimento do 
Livramento Condicional e o seu Procedimento, 332
37. Livramento Condicional: Revogação Obrigatória, 334
38. Livramento Condicional: Revogação Facultativa, Suspensão do 
Livramento, 336
39. Livramento Condicional: Prorrogação do Período de Prova, 
Extinção da Pena, 338
40. Efeitos da Condenação – Efeitos Principais e Secundários, 341
41. Efeitos da Condenação – Efeitos Secundários, 342
42. Confisco, 343
43. Equivalência de Bens, 343
44 Efeitos Específicos da Condenação – Perda do Cargo, Função 
Pública ou Mandato Eletivo, 344
45 Efeitos Específicos da Condenação – Incapacidade para o 
Exercício do Pátrio Poder, da Tutela ou da Curatela, 345
46. Efeitos Específicos da Condenação – Inabilitação para Dirigir 
Veículo Automotor, 346
47. Reabilitação – Parte I, 347
48. Reabilitação – Parte II, 349
49. Reabilitação: Requisitos Objetivos e Subjetivos, 350
50. Medida de Segurança: Diferença entre Pena e Medida de 
Segurança, Sistemas – I, 352
51. Medida de Segurança: Diferença entre Pena e Medida de 
Segurança, Sistemas – II, 354
52. Medida de Segurança: Diferença entre Pena e Medida de 
Segurança, Sistemas – III, 356
53. Medida de Segurança: Diferença entre Pena e Medida de 
Segurança, Sistemas – IV, 358
54. Medida de Segurança: Diferença entre Pena e Medida de 
Segurança, Sistemas – V, 360
Capítulo 6 – Extinção da Punibilidade, 362
1. Extinção da Punibilidade – Introdução, 362
2. Graça, Indulto, Abolitio Criminis e Decadência, 365
3. Perempção, Renúncia, Perdão Aceito ou Perdão do Ofendido, 
Retratação e Perdão Judicial, 367
4. Prescrição: Introdução, 368
5. Prescrição da Pretensão Punitiva Propriamente Dita, 370
6. Prescrição da Pretensão Punitiva: Termo Inicial e Interrupção, 371
7. Prescrição da Pretensão Punitiva: Demais Causas de Interrupção 
I, 374
8. Prescrição da Pretensão Punitiva: Demais Causas de Interrupção 
II, 376
9. Prescrição do Crime Pressuposto, Prescrição Superveniente e 
Prescrição Retroativa, 378
10. Prescrição da Pretensão Executória: Introdução, 379
11. Prescrição da Pretensão Executória: Causas de Interrupção, 380
12. Prescrição da Pretensão Executória: Causas Suspensivas, 
Redução dos Prazos Prescricionais, 382
13. Prescrição da Medida de Segurança: Prescrição da Medida 
Socioeducativa, Prescrição Antecipada, Prescrição das PRD e 
Prescrição da Pena de Multa, 383
Gabarito, 385
Capítulo 1
Princípios Penais 
Fundamentais e Garantias 
Penais
1. Introdução – Princípios Relacionados ao 
Direito Penal
1.1 Apresentação
Nesta unidade, analisaremos os princípios penais fundamentais que são 
de extrema importância para os concursos públicos.
1.2 Síntese
O garantismo penal é analisado em conjunto com os princípios fundamen-
tais do direito penal, estando ligado diretamente ao princípio da intervenção 
mínima de Luigi Ferrajoli.
Princípios são mandamentos nucleares de um sistema que orientam o le-
gislador ordinário com o objetivo de limitar o poder punitivo estatal, mediante 
a imposição de garantias aos cidadãos.
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Os princípios penais fundamentais podem ser divididos em princípios rela-
cionados ao direito penal, ao fato praticado pelo agente, ao agente que pratica 
o fato e à pena.
 • Relacionados ao direito penal: exclusiva proteção de bens jurídicos; da 
intervenção mínima (fragmentariedade e subsidiariedade); adequação 
social e insignificância.
 • Relacionados ao fato praticado pelo agente: materialização do fato, 
ofensividade do fato e legalidade do fato.
 • Relacionados ao agente: responsabilidade pessoal, subjetiva, culpabili-
dade e princípio da isonomia ou igualdade.
 • Relacionados à pena: legalidade, proibição da pena indigna, humanida-
de e proporcionalidade.
Quanto aos princípios relacionados ao direito penal, tem-se, primeiramen-
te, o Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos. O direito penal existe 
para tutelar bem jurídico e não simplesmente moral ou religião.
Bem jurídico é diferente de objeto material do crime. O objeto do crime 
pode ser jurídico ou material. O objeto jurídico é aquele bem tutelado pelo 
direito penal. O material é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta cri-
minosa.
Exemplo: Crime de furto de veículo. O objeto jurídico seria o patrimônio 
ou a posse e o objeto material seria o automóvel. 
Há crime sem objeto? Depende do objeto, pois há crime sem objeto mate-
rial, mas não há crime sem objeto jurídico. Pode ser dado como exemplo o art. 
233 do Código Penal, que trata da prática do ato obsceno. Neste crime, não há 
objeto material, mas há objeto jurídico.
Assim, todos os crimes possuem objeto jurídico, mas nem todos possuem 
objeto material.
O segundo princípio é o da intervenção mínima. Por representar o direito 
penal a forma mais drástica de reação do Estado diante do crime, deve ser 
fragmentária e subsidiária. 
O princípio da fragmentariedade informa que apenas os bens jurídicos mais 
relevantes merecem a tutela penal, e apenas as ofensas mais intoleráveis serão 
punidas. Pela subsidiariedade, o direito é entendido como a última ratio, so-
mente tem aplicação quando outros ramos do direito não decidirem o conflito.
O terceiro princípio é o da adequação social. Não pode ser considerado cri-
minoso o comportamento humano que, embora tipificado na lei, não afrontar 
o sentimento social de justiça. A ação será considerada socialmente adequada 
quando praticada dentro do âmbito da normalidade admitida pelas regras da 
cultura de um povo.
Exemplo: Pequenas lesões desportivas que ocorrem em um jogo de futebol.
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É preciso ressaltar que a autorização legal para exercício de determinada 
profissão não implica, automaticamente, em adequação social de crimes even-
tualmente praticados.
Exercício
1. (TJMS/2010 – Questão 41) O princípio de intervenção mínima do 
direito penal encontra expressão:
a) No princípio da fragmentariedade e na proposta funcionalista.
b) Na teoria da imputação objetiva e no princípio da subsidiariedade.
c) No princípio da subsidiariedade e na proposta funcionalista.
d) No princípio da fragmentariedade e no princípio da subsidiariedade.
e) Teoria da imputação objetiva e no princípio da fragmentariedade.
2. Princípios Relacionados ao Direito Penal: 
Princípio da Insignificância
2.1 Apresentação
Nesta unidade, continuaremos a análise dos princípios penais funda-
mentais tratando do princípio da insignificância, relacionado aos prin-
cípios do direito penal. Este é um princípio objeto de sucessivas questões 
de concursos.
2.2 Síntese
O princípio da insignificância é um dos mais cobrados em concursos 
públicos.
Há algumas condições objetivas do reconhecimento do Princípio da Insig-
nificância, uma vez que não há hoje decisão, seja no Supremo Tribunal Federal 
ou Superior Tribunal de Justiça, que não enfrente as quatro condições objetivas.
A primeira condição para oreconhecimento é mínima ofensividade da con-
duta do agente.
A segunda condição é nenhuma periculosidade social da ação.
A terceira condição é de reduzido (ou reduzidíssimo) grau de reprovabili-
dade do comportamento.
Por fim, a quarta condição é a inexpressividade da lesão jurídica provocada.
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É preciso observar que quando querem negar o reconhecimento do Princí-
pio da Insignificância, geralmente, utilizam o item terceiro. Ainda, o fato de ser 
reincidente, por si só, não afasta o Princípio da Insignificância.
Tal princípio se deve ao jurista alemão Claus Roxin, que acabava utilizan-
do-o para reduzir o teor literal do tipo formal.
O conceito legal de crime é trazido pelo art. 1º da Lei de Introdução ao 
Código Penal: “Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de 
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativa-
mente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, 
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou 
cumulativamente.”
Do ponto de vista formal, crime é a mera violação da norma penal. Já do 
ponto de vista material, crime é comportamento humano que ofende ou expõe 
a perigo concreto bem jurídico tutelado.
Hoje, existe diferenciação entre tipicidade formal e material. A tipicidade 
formal é aquilo que evidentemente está previsto no tipo penal como crime e a 
tipicidade material é a ofensa a um bem tutelado.
A conduta do agente não ofendeu o bem jurídico tutelado de tal maneira 
que se faz necessária a intervenção penal por parte do Estado. Seria possível 
a discussão na esfera administrativa ou na esfera cível, sem a necessidade de 
instauração de processo penal.
Nota-se que o Princípio da Insignificância age sobre a tipicidade material 
apenas.
Ressalta-se que o Princípio da Insignificância, em regra, é uma causa su-
pralegal, ou seja, não está previsto em lei. Contudo, excepcionalmente vem 
previsto no Código Penal Militar (arts. 209, § 6º e 240, § 1º).
É essencial diferenciar, ainda, a bagatela própria (Princípio da Insignificân-
cia) da bagatela imprópria (Princípio da Irrelevância Penal do Fato).
É preciso lembrar que em algumas situações não incidem o princípio aqui 
tratado, como nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça; no crime 
de moeda falsa (pois não se tutela patrimônio, mas sim fé pública); tráfico de 
drogas e afins (na questão da posse, há duas posições); e em crime cometido 
por funcionário público contra a Administração Pública.
Em relação à sonegação, cabia o Princípio da Insignificância em valor até 
R$ 10.000,00 (dez mil reais) e após a Portaria nº 75/2012, o valor foi majorado 
para R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Exercício
2. (Ministério Público de Goiás de 2012 – Questão 25) – Em relação 
às causas de exclusão da tipicidade penal, em especial o princípio da 
insignificância, assinale a alternativa correta:
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a) O princípio da insignificância não conta com reconhecimento 
normativo explícito da nossa legislação penal, seja comum ou 
especial;
b) Mesmo sem lei expressa o princípio da insignificância tem sido 
reconhecido pelos nossos Tribunais Superiores, em especial, o Su-
premo Tribunal Federal, posto que deriva dos valores, regras e prin-
cípios constitucionais, que são normas cogentes do ordenamento 
jurídico;
c) Infração bagatelar imprópria é a que já nasce sem nenhuma rele-
vância penal, ou porque não há desvalor da ação (não há periculo-
sidade na conduta, isto é, idoneidade ofensiva relevante); ou por-
que não há desvalor do resultado (não se trata de ataque intolerável 
ao bem jurídico);
d) O princípio da insignificância confunde-se com o princípio da irre-
levância penal do fato. O primeiro não afasta a tipicidade material, 
uma vez que o fato será típico (formal e materialmente), ilícito e 
culpável. O segundo possibilita o arquivamento ou o não recebi-
mento da ação ou a absolvição penal nas imputações de fatos baga-
telares próprios, ou seja, os que não possuem tipicidade material.
3. Teoria do Garantismo Penal
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a Teoria do Garantismo Penal de Luigi Fer-
rajoli.
3.2 Síntese
Teoria do Garantismo Penal de Luigi Ferrajoli traz que garantias são direi-
tos, privilégios e isenções que a Constituição de um país confere aos seus cida-
dãos. O professor trabalha com antítese: liberdade do homem X pode punitivo 
do Estado. A liberdade do homem deve ser aumentada ao máximo e reduzido 
ao máximo o poder punitivo do Estado.
Ferrajoli rechaça os dois extremos: nem um Estado antiliberal com o mo-
vimento Law and Order, com suas políticas radicais de “Tolerância Zero”, 
Broken Windows Three straiks and you are out, direito penal do inimigo; nem 
uma liberdade selvagem com os movimentos abolicionistas e sua completa 
ausência de regras.
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Movimento antiliberal que se inicia na década de 80 em Nova Iorque, com 
o Prefeito Rudolph Juliani e suas políticas de “Tolerância Zero”, “Broken Win-
dows” “Three straiks and you are out”. 
Nestas políticas, o mesmo tratamento é dado às infrações graves e às de pe-
quena relevância. Dá ensejo ao Direito Penal do Inimigo, de Günther Jackobs, 
em que se trabalha com o direito penal do autor e não do fato.
Ferrajoli não é abolicionista, mas sim um minimalista. Também é mini-
malista Zaffaroni, com sua teoria da tipicidade conglobante e Roxin com o seu 
funcionalismo moderado ou teleológico. Ferrajoli cria o garantismo; para ele 
o direito penal é um mal necessário. Entende Ferrajoli que o jus puniendi tem 
que ser público.
Para aumentar a liberdade do homem e reduzir o poder punitivo do Esta-
do, Ferrajoli sugere técnicas de minimização do poder institucionalizado, são 
os seus 10 axiomas, o Sistema Garantista (SG) de Ferrajoli.
As garantias de Ferrajoli relativas à pena são as seguintes. Primeiramente, 
a nulla poena sine crimine: princípio da retributividade. Em segundo, nullum 
crimen sine lege: princípio da legalidade e em terceiro a nulla lex poenalis sine 
necessitate (princípio da necessidade).
Quanto às garantias relativas ao delito tem-se o nulla necessitas sine iniuria 
(princípio da ofensividade); o nulla iniuria sine actione (princípio da exteriori-
zação da ação) e o nulla actio sine culpa (princípio da culpabilidade).
Já quanto às garantias relativas ao processo, tem-se o nulla culpa sine iudicio 
(princípio da jurisdicionariedade); o nullum iudicium sine accusatione (princí-
pio acusatório); o nulla acusatio sine probatione (princípio do ônus da prova); 
e nulla probatio sine defensione (princípio do contraditório).
É necessário o contraditório na fase do inquérito policial? Há magistrados 
que dizem que sim, com base na teoria de Ferrajoli, que trazem teses como 
provas repetíveis e não repetíveis. 
Entendem que as provas que não serão repetidas na fase judicial, teriam 
que estar subordinadas ao princípio do contraditório. São provas não repetíveis 
a perícia, laudo de necropsia, exame de corpo de delito, etc. Em regra, será 
indispensável na fase processual e não na fase inquisitorial.
É necessário ressaltar que tais teses são interessantes para trabalhos acadê-
micos, mas não devem ser sustentadas em concursos públicos, pois o contradi-
tório é importante para a fase judicial, mas não para a fase inquisitorial.
Exercício
3. Considere as proposições abaixo e, em seguida, indique a alternativa 
que contenha o julgamento devido sobre elas:
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I – No caso de ação penal privada, por medida de política criminal, 
há uma transferência do ius puniendi do Estado ao querelante, permi-
tindo-se-lhe o direito de pleitear em Juízo a acusação de seu suposto 
agressor.
II – Na concepção garantista defendida por Luigi Ferrajoli, os direi-tos fundamentais adquirem status de intangibilidade, estabelecendo 
um núcleo inegociável, denominado esfera do não decidível, cujo 
sacrifício só é legitimado sob a justificativa da manutenção do bem 
comum.
III – O jus puniendi do Estado pode ser exercido tanto pelo Poder Judi-
ciário quanto pelo Poder Legislativo.
IV – A teoria da coculpabilidade ingressa no mundo do Direito Penal 
para apontar e evidenciar a parcela de responsabilidade que deve ser 
atribuída à sociedade quando da prática de determinadas infrações pe-
nais pelos seus supostos cidadãos.
a) Apenas I e II estão erradas.
b) Apenas I e IV estão corretas
c) Apenas II e III estão corretas.
d) Apenas a III está errada.
e) Todas as proposições estão corretas.
4. Princípios Relacionados ao Fato – 
Materialização e Ofensividade – I
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os princípios de direito penal relacionados 
ao fato, quais sejam: princípio da materialização do fato e princípio da 
ofensividade do fato.
4.2 Síntese
O segundo grande grupo traz os princípios relacionados ao fato, grupo que 
será estudado neste momento.
O primeiro é o Princípio da materialização do fato, que traz que o Estado 
só pode incriminar penalmente condutas humanas voluntárias que se exterio-
rizem através de concretas ações ou omissões. Ninguém pode ser punido por 
seus pensamentos, sua ideologia, sua personalidade, seu modo de ser. 
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Hoje não se pode mais admitir uma punição baseada no agente, direito 
penal do autor e não no crime, direito penal do fato. O que se deve buscar é a 
punição do fato e não da pessoa, pelo que ela fez e não pelo que ela é.
O art. 59, da Lei de Contravenções Penais traz a contravenção penal de 
vadiagem, punição pelo sujeito ser vadio. Devemos entender que não houve a 
recepção desta norma pela Constituição Federal, não cabe admitir que se puna 
o sujeito pelo que ele é. 
O Princípio da ofensividade do fato (Crimes de perigo abstrato) traz que 
não há crime sem ofensa a bem jurídico (nullum crimen sine iniuria). 
Devemos lembrar a expressão em latim, neminem laedere, que significa a 
ninguém lesionar, a ninguém ofender, prejudicar. 
Alguns autores usam como sinônimos as expressões lesividade e a ofensivi-
dade, mas a doutrina predominante trata o princípio lato sensu como ofensivi-
dade e stricto sensu como lesividade. 
Crime de dano é diferente de crime de perigo. Crime de dano ou lesão é 
aquele cuja consumação apenas se produz com a efetiva lesão ao bem jurídico. 
Já os crimes de perigo se consumam com a mera exposição do bem jurídico a 
uma situação de perigo, basta mera probabilidade do dano. 
Os crimes de perigo se dividem em: crimes de perigo concreto e crimes de 
perigo abstrato ou presumido. 
Os crimes de perigo abstrato ou presumido se consumam com a prática da 
conduta automaticamente, é presunção absoluta (iuris et de iure), não se exige 
a comprovação da produção da situação de perigo. Determinadas condutas 
são caracterizadas como sendo a sua simples prática uma situação de perigo. 
Exemplo que pode ser citado é o tráfico de drogas. 
Nos crimes de perigo concreto, há consumação com a comprovação de efe-
tiva exposição, no caso concreto, da ocorrência da situação de perigo. Exemplo 
é o crime de incêndio (art. 250 do Código Penal).
Os crimes de perigo concreto são considerados constitucionais, enquanto 
os de perigo abstrato, apesar de considerados constitucionais para a maioria dos 
autores, trazem uma discussão na doutrina. Uma pequena parcela da doutrina 
entende que estes são inconstitucionais. 
Uma das razões é a ofensa ao princípio da ampla defesa, que fica prejudi-
cado pela impossibilidade de defesa do réu comprovar que não atuou daquela 
maneira descrita na conduta, há uma presunção absoluta (Exemplo: art. 288 
do Código Penal). 
Outra razão é que, em se tratando de presunção absoluta, como poderemos 
verificar a ocorrência da ofensividade, a lesividade daquela conduta? Com isso, 
haveria lesão ao princípio da ofensividade.
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5. Princípio da Ofensividade – II
5.1 Apresentação
Nesta unidade, continuaremos a estudar os princípios de direito penal 
relacionados ao fato, quais sejam: princípio da materialização do fato e 
princípio da ofensividade do fato.
5.2 Síntese
A aplicação do princípio da ofensividade nos crimes de perigo concreto é 
analisada nos casos concretos pela jurisprudência.
Arma de fogo desmuniciada: Existem dois entendimentos. Há entendimen-
to pela atipicidade – Supremo Tribunal Federal – Habeas Corpus nº 99.449, e 
entendimento pela tipicidade – Supremo Tribunal Federal – Habeas Corpus 
nº 104.206. 
A Lei nº 10.826/2003 ampliou o objeto material sobre o qual recai a condu-
ta criminosa, ou seja, hoje se trata de portar arma de fogo, munição e acessório. 
Assim, apesar de haver duas posições acerca do assunto, a posição majoritária é 
a de que há crime de perigo abstrato, é fato típico.
Arma de brinquedo: o porte de arma de brinquedo era tipificado como cri-
me pela Lei nº 9.437/1997, art. 10, § 1º, II. Este crime não foi mantido na Lei 
nº 10.826/2003 e, assim, o porte de arma de brinquedo não é mais fato típico, 
mas, se a arma for utilizada para fim de praticar crime de roubo, será elementar 
típica do roubo (grave ameaça).
A Súmula nº 174 do Supremo Tribunal Federal está cancelada. Tal Súmula 
trazia uma decisão absurda, pois estabelecia que a arma de brinquedo serviria 
para aumentar a pena do roubo, serviria como majorante. 
Art. 32 da Lei de Contravenções Penais – conduzir veículo automotor em 
via pública sem habilitação ou embarcação. Não menciona a necessidade de 
produzir risco. 
Com a Lei nº 9.503/1997, o art. 309 dá nova redação ao fato, mencionando 
que se trata a conduta em: conduzir veículo automotor em via pública sem 
habilitação, gerando perigo de dano. Nota-se que se passa a exigir o perigo de 
dano concreto para tipificar a conduta. 
Súmula nº 720, do Supremo Tribunal Federal: o art. 32 da Lei de Con-
travenções Penais foi derrogado na sua primeira parte; apenas vale hoje 
este artigo para a condução de embarcação a motor em águas públicas sem 
habilitação.
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Lei nº 9.099/1995 – infração penal de menor potencial ofensivo: contraven-
ções penais e crimes cuja pena máxima não ultrapasse dois anos. Respeito ao 
princípio da ofensividade.
O princípio da alteridade traz que a prática criminosa deve transcender a 
esfera individual do agente que a produziu, sendo capaz de atingir interesse 
alheio, de outrem. 
Exercício
4. (Defensoria Pública do Estado do Acre – 2009) Afirma-se que o direito 
penal moderno é concebido como uma instância de controle social 
formalizado cuja intervenção deve ser a última alternativa utilizada 
quando das lesões graves a bens jurídicos penalmente protegidos. Em 
face desta afirmativa, marque nas proposições abaixo aquela que con-
tém os princípios relacionados ao texto:
a) princípio da lesividade e princípio da adequação social.
b) princípio da intervenção mínima e princípio da lesividade.
c) princípio da legalidade e princípio da fragmentariedade.
d) princípio da insignificância e princípio da lesividade.
6. Princípio da Legalidade: Lex Praevia; Lex 
Scripta
6.1 Apresentação
Nesta unidade, analisaremos os princípios de direito penal relacionados 
ao fato, passando ao princípio da legalidade.
6.2 Síntese
O princípio da legalidade é conhecido pelo brocardo nullum crimen nulla 
poena sine lege. Embora o termo seja conhecido em latim, não provém do 
Direito Romano, já que inspirado por Feuerbach (alemão).
O fundamento deste princípio se encontra na legislação infraconstitucional 
(art. 1º do Código Penal) e na norma constitucional (art. 5º, XXXIX, da Cons-
tituição Federal).
São desdobramentos/corolários do princípioda legalidade: lex praevia, lex 
scripta, lex stricta e lex certa.
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Lex Praevia (princípio da anterioridade penal): não há crime sem lei ante-
rior que o defina e nem pena sem prévia cominação legal. A lei que institui o 
crime, bem como a pena, deve ser anterior ao fato que se quer punir. 
Temos na história alguns casos em que foram criados tribunais para julga-
mento de crimes praticados anteriormente à sua instauração, como no caso do 
Tribunal de Nuremberg e de Tóquio estabelecidos para julgamento dos crimes 
praticados na Segunda Guerra Mundial.
Lex Scripta (inadmissibilidade dos costumes): somente a lei pode criar cri-
mes e definir sanções penais, é inadmissível o uso do direito consuetudinário 
para a criação ou agravamento de penas. 
Ressalte-se que o costume não está totalmente abolido do direito penal, 
possui importância para elucidação do conteúdo de vários dos tipos. Pode ser 
usado para interpretação e integração do direito penal, jamais para criar penas.
Exercício
5. (TJSP/2006 – Juiz de Direito) Assinale alternativa correta:
a) o princípio da reserva legal pressupõe a existência de lei anterior 
emanada do poder legislativo definindo o crime e a pena sendo 
lícito afirmar então que as medidas provisórias não podem definir 
crimes e impor penas.
b) a analogia como forma de autointegração da lei ela pode ser ampla-
mente aplicada no âmbito do direito penal.
c) o princípio da legalidade admite por exceção a revogação da lei 
pelo direito consuetudinário.
d) o postulado da taxatividade consequência do princípio da legali-
dade que expressa a exigência que a lei penal incriminadora seja 
clara, certa e precisa torna ilegítimas as normas penais em branco.
7. Princípio da Legalidade – 
Inadmissibilidade da Analogia
7.1 Apresentação
Nesta unidade, analisaremos os princípios de direito penal relacionados 
ao fato, passando ao princípio da legalidade e a inadmissibilidade da 
analogia para fundamentar ou agravar a pena.
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7.2 Síntese
O terceiro desdobramento traz a lex stricta, ou seja, a analogia não pode 
fundamentar ou agravar a pena. 
Analogia é aplicação a uma hipótese não prevista em lei de lei reguladora 
de caso semelhante. É preciso lembrar que no direito penal não se admite 
analogia in malam partem.
Neste sentido, vale lembrar-se da Súmula nº 174 do Superior Tribunal de 
Justiça, que majorava a pena de roubo quando praticado com arma de brinque-
do. Trata-se de uma analogia in malam partem, o que não pode ocorrer.
Assim, a Súmula foi cancelada pelo próprio Superior Tribunal de Justiça e 
o entendimento atual é de que haverá o crime de roubo quando houver empre-
go de arma de brinquedo, mas em sua modalidade simples.
Um caso muito comum de aplicação de analogia in bonam partem é o per-
dão judicial em relação aos crimes de trânsito. A Lei nº 9.503/1997 teve o art. 
300 vetado, o qual estabelecia o seguinte texto: “Nas hipóteses de homicídio 
culposo e lesão corporal culposa, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as 
conseqüências da infração atingirem, exclusivamente, o cônjuge ou compa-
nheiro, ascendente, descendente, irmão ou afim em linha reta, do condutor 
do veiculo.”
Com o veto, indagou-se se não caberia mais perdão judicial quando se tra-
tasse de crime de trânsito. Ocorre que a maior incidência de perdão judicial se 
dá justamente nos crimes de trânsito.
O veto ocorreu, pois o dispositivo restringia, ou seja, era para melhorar a 
vida do réu e na verdade acabou restringindo. Exemplo: Sujeito sai de uma 
festa com a noiva. A noiva não é cônjuge ou companheira, ascendente, descen-
dente, irmã ou afim em linha reta. Desta forma, não poderia aqui ser invocado 
o perdão judicial.
Assim, deve ser invocada analogia in bonam partem (art. 121, § 5º, no caso 
de homicídio ou art. 129, § 8º se for lesão corporal).
É necessário ressaltar que o perdão judicial cabe tanto em crimes culposos 
quanto em crimes dolosos.
O art. 140, § 1º, II traz: “O juiz pode deixar de aplicar a pena: no caso de 
retorsão imediata, que consista em outra injúria.” É preciso lembrar que se 
trata de crime doloso, uma vez que não existe crime contra a honra na moda-
lidade culposa.
É preciso ressaltar que em se tratando de homicídio ou lesão corporal, só 
caberá perdão judicial se o crime for culposo.
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8. Princípio da Legalidade (Analogia, 
Interpretação Analógica e Interpretação 
Extensiva)
8.1 Apresentação
Nesta unidade, analisaremos os desdobramentos ao princípio da lega-
lidade. Estudaremos sobre a questão da inadmissibilidade da analogia 
para fundamentar ou agravar a pena.
8.2 Síntese
Princípio da legalidade do fato que decorre do brocardo em latim nullum 
crimen, nula pena sine lex, que pressupõe quatro desdobramentos: Lex Praevia 
(princípio da anterioridade); Lex Scripta (inadmissibilidade dos costumes); Lex 
Stricta (inadmissibilidade da analogia para piorar a vida do Réu); Lex Certa 
(princípio da taxatividade).
Lex Stricta: Lei Estrita. – Não podemos fazer o uso da analogia no direito 
penal. Trata-se de inadmissibilidade da analogia para piorar a vida do Réu, 
havendo exceção para analogia bonam partem. 
Analogia pressupõe ausência de lei, sendo diferente de interpretação 
analógica.
Diferença entre analogia e interpretação analógica: analogia é o modo de 
integração do sistema, quando há lacuna, quando não há lei. 
Interpretação analógica está no art. 4º da Lei de Introdução ao Direito Bra-
sileiro, não pressupõe ausência de Lei, existe a lei que traz fórmula exemplifi-
cativa na primeira parte e genérica na segunda parte.
Exemplo: Súmula nº 174 do Superior Tribunal de Justiça: “Roubo – Arma 
de Brinquedo – No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinque-
do autoriza o aumento de pena.”
Esta súmula foi cancelada pois permitia ao aumento de pena do crime de 
roubo quando praticado com arma de brinquedo. Não pode aumentar a pena 
se é arma de brinquedo, seria analogia in malam partem.
Art. 121, § 2º, IV, do Código Penal. O homicídio é qualificado se come-
tido à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Traição, emboscada e dis-
simulação fazem parte da fórmula exemplificativa, mas a lei abre o leque, tra-
zendo outros recursos que torne impossível a defesa da vítima. Neste caso, há 
interpretação analógica.
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É importante observar que a analogia somente será utilizada se for para 
beneficiar o réu, enquanto a interpretação analógica pode ser usada tanto a 
favor como contra.
Interpretação extensiva: o fato esta previsto implicitamente no texto da lei, 
não havendo lacuna, cabendo ao intérprete estender o conteúdo aplicando 
a pena. Não há ausência de lei e nota-se que o caso que se quer resolver está 
implícito, cabendo ao intérprete estender o alcance.
Atenção: Traz o art. 3º do Código de Processo Penal: “A lei processual penal 
admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemen-
to dos princípios gerais de direito.”
Exercício
6. (MPE-GO – 2012 – Promotor de Justiça) Os princípios constitucionais 
servem de orientação para a produção legislativa ordinária, atuando 
como garantias diretas e imediatas aos cidadãos, funcionando como 
critério de interpretação e integração do texto constitucional. Nesse 
sentido podemos destacar como princípios constitucionais explícitos 
os seguintes:
a) legalidade, anterioridade, taxatividade e humanidade;
b) anterioridade, proporcionalidade, individualização da pena e hu-
manidade;
c) retroatividade da lei penal benéfica, individualização da pena, hu-
manidade e proporcionalidade;
d) responsabilidade pessoal, legalidade, anterioridade e individualiza-
ção da pena.9. Princípio da Legalidade (Reserva Legal)
9.1 Apresentação
Nesta unidade, concluiremos o estudo sobre os desdobramentos do prin-
cípio da legalidade.
9.2 Síntese
Lex Certa. Nulum crimen, nula pena Lex certa. Princípio da taxatividade 
da lei penal. 
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A reserva legal exige clareza do tipo, não pode deixar margens a dúvidas. 
De nada adiantaria a prévia definição de conduta na lei se fossem utilizados 
conceitos demasiadamente amplos.
A lei penal possui um preceito primário, em que está descrita a conduta e 
abaixo vem o preceito secundário, em que está cominada a pena.
O destinatário do conceito primário são todas as pessoas e quanto ao con-
ceito secundário temos a figura do juiz, pois é ele quem vai aplicar a pena 
dentro de cada caso concreto.
A lei deve ser certa, compreensível a todas as pessoas. A lei penal somente 
poderá servir de função pedagógica e motivar o comportamento humano se for 
facilmente entendida por qualquer pessoa e não só aos julgadores.
Reserva Legal e Contravenções Penais – A Constituição Federal de 1988 
prevê somente crime e não contravenção penal, porém, a Lei de Contraven-
ções Penais determina que sejam aplicadas as regras gerais do Código Penal, 
portanto, entende-se que as contravenções entram aqui.
Reserva Legal e medidas de segurança – Sanção penal é termo genérico, 
sendo as penas e as medidas de segurança específicas. Indaga-se se a medida de 
segurança se submete ao princípio da reserva legal. A doutrina diverge acerca 
do assunto, uma vez que o dispositivo constitucional e infraconstitucional não 
fala a respeito das medidas de segurança.
Alguns entendem pela interpretação literal dos dispositivos e outros, como 
Zaffaroni, por exemplo, entendem por pena em sentido amplo.
Reserva Legal e legalidade – A maior parte dos doutrinadores entende que 
são expressões sinônimas, porém, alguns entendem haver algumas diferenças. 
A expressão princípio da reserva legal abrange somente lei complementar e lei 
ordinária.
As duas principais diferenças entre lei ordinária e lei complementar são: 
Previsão expressa na Constituição Federal e quorum qualificado para aprovação 
de lei complementar.
A Lei Complementar nº 105, de 2001 criou um tipo penal, uma vez que 
seu art. 10 trazia: “A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta Lei 
Complementar, constitui crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de 
um a quatro anos, e multa, aplicando-se, no que couber, o Código Penal, sem 
prejuízo de outras sanções cabíveis.”
Quando se fala em legalidade, toma-se a lei em sentido amplo, ou seja, o 
fundamento passa a ser o art. 5º, II, da Constituição Federal: “ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”
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10. Princípios Relacionados ao Agente
10.1 Apresentação
Nesta unidade, daremos início ao estudo dos princípios relacionados ao 
agente, quais são e o que significa cada um deles.
10.2 Síntese
O terceiro grupo de princípios penais fundamentais é relacionado ao agen-
te que pratica o fato.
O primeiro é o Princípio da Responsabilidade Pessoal, também chamado 
de pessoalidade ou intranscendência. Proíbe o castigo penal por conduta de 
outrem, vez que o ser humano só pode responder penalmente pelos próprios 
fatos.
O pai pode ser responsabilizado por fato praticado por seu filho adolescen-
te, porém, no âmbito do direito privado.
Teoria da dupla imputação: Pessoa Jurídica pode cometer crimes? Sim. Ex.: 
crimes ambientais. Pode punir a pessoa jurídica por crime ambiental, desde 
que se puna o responsável da jurídica pelo mesmo crime.
Princípio da Responsabilidade Subjetiva não basta que o fato seja material-
mente causado, é necessária também a comprovação do dolo ou da culpa, de 
acordo com o art. 19 do Código Penal.
A primeira exceção está no parágrafo único do art. 137 do Código Penal, 
que trata de rixa qualificada. A segunda vem com a teoria da actio libera in 
causa, que diz que se deve considerar o momento da ingestão da substância e 
não o momento da prática do crime.
O art. 19 do Código Penal diz que: “Pelo resultado que agrava especialmen-
te a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.”
Princípio da culpabilidade traz que a pena não pode ultrapassar a medida 
da culpabilidade do agente.
Tese da cocupabilidade trata de uma tese pensada por Zaffarone, como se a 
“sociedade marginalizadora” estivesse concorrendo para a prática do crime. A 
responsabilidade pela prática penal deve ser compartilhada entre o infrator e a 
sociedade, quando esta não lhe tiver proporcionado oportunidades. 
Esta pode configurar uma atenuante genérica ou inanimada no julgamen-
to, o que pode diminuir a pena do réu. Hoje, a tese é substituída pelo princípio 
da vulnerabilidade.
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Princípio da Igualdade ou isonomia traz que as pessoas em igual situação 
devem receber idêntico tratamento jurídico. Aquelas que se encontram em 
posições diferentes merecem tratamento diverso, tanto do legislador, quanto 
do juiz.
11. Princípios Relacionados à Pena
11.1 Apresentação
Nesta unidade, encerraremos o estudo sobre os princípios penais funda-
mentais. Para concluir, estudaremos os princípios relacionados à pena.
11.2 Síntese
Princípio da legalidade – Art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal e art. 1º 
do Código Penal.
Princípio da proibição da pena indigna – Art. 5º, XLVII, da Constituição 
Federal. Pena de morte não cabe no nosso país, salvo no caso de guerra decla-
rada por presidente da República. Código Penal Militar: Os crimes de traição 
à pátria (inimigo) são punidos pela morte. Pena de morte é cumprida por bata-
lhão de fuzilamento (Parte Geral do Código Penal Militar). 
Princípio da humanidade das penas. Serão inconstitucionais as penas que 
violarem a incolumidade física ou moral de alguém. O fundamento está no 
princípio da dignidade da pessoa humana.
Princípio da proporcionalidade – A criação de tipos incriminadores deve 
ser atividade compensadora para os membros da sociedade. 
Observações: 
1) Necessidade da pena – Art. 59 do Código Penal – De acordo com o cri-
tério trifásico, o Juiz da primeira fase da fixação da pena, deve observar 
as oito circunstâncias do art. 59.
2) Individualização da pena, art. 5º, LXVI, da Constituição Federal, requi-
sito objetivo para progressão de pena.
3) Personalidade/pessoalidade da pena, arts. 5º, LXV e 45, que traz que 
nenhuma pena passará da pena do condenado. OBS.: A pena de multa 
pode ser passada para os herdeiros? Não, esse princípio diz que os her-
deiros respondem apenas por perdimento dos bens e reparação do dano 
até o limite do quinhão. 
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4) Suficiência da pena alternativa, art. 59, IV, do Código Penal, o Juiz vai 
ver sempre se o Réu faz ou não jus à pena alternativa. 
5) Proporcionalidade em sentido estrito – o crime patrimonial praticado 
em concurso de pessoas, furto e roubo, furto se praticado em concurso 
de pessoas tem a pena dobrada. O roubo cometido em concurso de pes-
soas tem a pena majorada em desde 1/3 até a metade. É razoável num 
crime menos grave ter o dobro de pena e o mais grave apenas 1/3 até a 
metade? Isso ofende a proporcionalidade.
Exercício
7. (Polícia Civil do Estado do Piauí – 2009 – Questão 21) Com relação 
aos princípios penais, assinale a questão correta:
a) o princípio da humanidade das penas proíbe em qualquer hipótese 
a pena de morte no ordenamento jurídico brasileiro; 
b) o princípio da especialidade consagra que a lei penal geral deve 
afastar a lei penal especial naquilo que em que forem conflitantes;
c) o princípio da legalidade permite criação de tipos penais incrimi-
nadores através de medidas provisórias;
d) segundo o princípio da intervenção mínima,o direito penal deve 
atuar como regra e não como exceção;
e) segundo o princípio da instranscedência, a pena não pode passar 
da pessoa do condenado.
Capítulo 2 
Teoria da Norma Penal
1. Introdução, Fontes do Direito Penal e 
Fonte Material
1.1 Apresentação
Nesta unidade, trataremos das fontes do direito penal verificando em de-
talhe cada uma delas.
1.2 Síntese
Teoria da norma penal pressupõe o enfrentamento dos arts. 1º ao 12 do 
Código Penal. O art. 1º trata do princípio da reserva legal; o art. 2º começa com 
aplicação da lei penal no tempo, caput do art. 2º abolitio criminis, parágrafo 
único novatio legis in mellius. Art. 3º leis penais temporárias e excepcionais e 
princípio da ultratividade da lei penal. Art. 4º tempo do crime e a teoria da 
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atividade. Art. 5º aplicação da lei penal no espaço. Art. 6º Trata do lugar do 
crime. Art. 7º, extraterritorialidade penal, fatos ocorridos fora do Brasil. Art. 8º 
Não ao bis in idem. Penas já cumpridas no exterior. Art. 9º aplicação da pena 
no estrangeiro. Art. 10 prazo material de direito penal. Art. 11 não tem mais 
aplicação, frações computadas na pena. Art. 12 consagra o princípio da espe-
cialidade, teoria da norma penal.
Teoria da Norma Penal – Fontes de Direito Penal – Por fonte de direito, 
deve ser identificada a origem primária do direito identificando-a com a gênese 
das normas jurídicas. 
Nesse sentido, seria todo o fator real ou fático que condiciona o apareci-
mento da norma jurídica. Distinguem-se as fontes do direito penal em material 
ou de produção e formal, sendo estas últimas mediatas ou imediatas. 
Fonte Material ou de Produção se relaciona à gênese da norma penal, rela-
cionada ao órgão encarregado por sua elaboração. Compete privativamente à 
União legislar, entre outros, sobre o direito penal. 
Exceção: O parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal, que traz 
que lei complementar poderá autorizar os estados a legislar sobre questões es-
pecíficas das matérias relacionadas neste artigo. Determinado Estado poderia 
ser autorizado pela União? A Lei penal deve ser de abrangência nacional a fim 
de manter a integridade do sistema, assim, não poderia haver a possibilidade de 
legislação em matéria penal por parte dos estados membros.
Fontes Formais ou de conhecimento ou de cognição dizem respeito ao 
modo de exteriorização de direito penal. Podem ser mediatas ou imediatas. 
2. Fonte Formal Mediata e Fonte Formal 
Imediata
2.1 Apresentação
Nesta unidade, continuaremos tratando fontes do direito penal verifican-
do em detalhe as fontes formais.
2.2 Síntese
Por “fonte do Direito” deve ser entendida a origem primária do Direito, 
identificando-a com a gênese das normas jurídicas. Nesse sentido, seria todo 
fato que condiciona o aparecimento da norma jurídica. Distinguem-se as fontes 
do Direito Penal em materiais (ou de produção) e formais (ou de cognição ou 
conhecimento). As últimas podem, ainda, ser mediatas ou imediatas.
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Fonte material ou de produção: a fonte material relaciona-se à gênese da 
norma penal, com respeito ao órgão encarregado de sua elaboração. Fonte de 
produção é o Estado (não os Estados que compõem a Federação brasileira, 
mas sim esta última). Conforme preceitua o art. 22, I, da Constituição Federal, 
compete privativamente à União legislar sobre direito penal.
Assim, cabe tão somente à União, como única fonte de produção, ditar 
normas gerais de Direito Penal, bem como proibir ou impor determinadas con-
dutas (comissivas ou omissivas), sob a ameaça de sanção. Excepcionalmente, 
porém, prevê o parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal que “lei 
complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas 
das matérias relacionadas neste artigo”. Objetivando a regionalização de deter-
minadas questões penais, mostra-se, em tese, admissível que a União autorize 
os Estados-membros a criminalizar determinada conduta, prevendo delito pe-
culiar à determinada parte do País. Não obstante não se tenha notícia de tal 
prática, o certo é que a norma penal deve possuir alcance nacional, a fim de 
manter a integridade do sistema, sendo impensável a possibilidade de legisla-
ção, em matéria penal, por parte dos Estados-membros.
Fontes formais ou de cognição ou de conhecimento: as fontes formais di-
zem respeito ao modo de exteriorização do Direito Penal e podem ser mediatas 
(ou indiretas ou secundárias) e imediatas (ou diretas).
Fontes formais mediatas: são fontes formais indiretas o costume, os princí-
pios gerais de direito e o ato administrativo, embora já tenham sido também 
elencados os tratados e as convenções, a equidade, a doutrina, a jurisprudência 
e até mesmo a analogia.
Costume: é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em 
razão da convicção da sua obrigatoriedade jurídica. Em virtude do Princípio da 
Reserva Legal, o costume não pode criar crimes e nem cominar penas, embora 
continue eficaz em outros ramos do Direito, principalmente naqueles pauta-
dos pela common law.
Espécies de costume: a) secundum legem: é o chamado costume interpre-
tativo, auxiliando a esclarecer o conteúdo de certos elementos do tipo penal; 
b) praeter legem: é o chamado costume integrativo, que preenche ausência ou 
lacuna da lei; c) contra legem: é o chamado costume negativo, que contraria a 
lei. Das três espécies, os costumes secundum legem e praeter legem poderão ter 
validade para o Direito Penal, porque não atuam além dos limites do tipo ou 
em sua oposição, mas agem na intimidade da norma para que o seu sentido se 
ajuste às concepções sociais dominantes.
Princípios gerais de direito: tratando das lacunas na lei e demonstrando a 
completude do direito (sua não lacunosidade), dispõe o art. 4º da Lei de Intro-
dução ao Direito Brasileiro: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.”
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Os princípios gerais de direito apresentam-se como premissas éticas que são 
extraídas, mediante indução, do material legislativo. As lacunas da lei, ao se-
rem preenchidas pelos princípios gerais de direito, obrigam a criação de regras 
formuladas pelos princípios morais que informam a legislação em que ocorre 
o caso omisso.
Ato administrativo: em algumas normas penais em branco, o complemento 
da definição da conduta criminosa dependerá de um ato da Administração 
Pública. No delito de omissão de notificação de doença, previsto no art. 269 
do Código Penal, é um ato administrativo que irá elencar o rol de doenças cuja 
notificação é compulsória, servindo, dessa forma, como fonte formal mediata 
do Direito Penal.
Fonte formal imediata: a única fonte formal direta é a lei, à qual se recorre 
para saber se determinada conduta praticada por alguém é proibida pelo Direi-
to Penal. Observe-se que somente a lei, em sentido estrito, pode criar crimes e 
cominar penas.
Outras espécies legislativas: lei complementar – pode legislar sobre maté-
ria penal, uma vez que possui processo legislativo mais complexo do que a lei 
ordinária (ex.: art. 10 da Lei Complementar nº 105/2001, que instituiu o cri-
me de quebra de sigilo fora das hipóteses autorizadas na mesma Lei); lei dele-
gada: é aquela elaborada pelo Presidente da República, não podendo criar lei 
penal, pois o art. 68, § 1º, inciso II, da Constituição Federal veda a delegação 
em matéria de direitos individuais, entre os quais está o Princípio da Reserva 
Legal (art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal). Além disso, o procedimento 
legislativo, que exige intenso debate dos congressistas sobre as propostas de 
alteração da legislação penal, restaria enfraquecido, sem trâmite pelas duas 
Casas Legislativas e sem apresentação de emendas; medida provisória: não 
pode legislar sobrematéria penal em face de expressa previsão constitucional 
(art. 62, § 1º, inciso I, “b”, da Constituição Federal), conforme alteração ad-
vinda pela Emenda Constitucional nº 32/2001. Antes de tal EC, no entanto, 
a matéria gerava certa controvérsia, tendo ocorrido casos de leis penais criadas 
por Medidas Provisórias, como a Lei nº 7.960/1989 (Lei da prisão temporária, 
a qual acresceu tipo penal à Lei nº 4.898/1965, que trata do abuso de autorida-
de) e a Lei nº 7.679/1988 (proibição da pesca por explosivo); emenda à Cons-
tituição: por ser fruto do Poder Constituinte Derivado ou Reformador, pode, 
em tese, criar lei penal, já que não há vedação expressa a respeito. No entanto, 
a teor do art. 60, § 4º, da Constituição Federal, a EC não poderá restringir os 
direitos e garantias individuais, de modo que não poderá de qualquer forma 
ofender o Princípio da Reserva Legal.
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Exercício
8. (PC-SP – 2011 – Delegado de Polícia) Com relação às fontes do Direi-
to Penal, é correto dizer que as fontes formais são classificadas em:
a) materiais e de cognição.
b) imediata e substancial
c) mediata e de produção.
d) mediata e imediata
e) exclusivamente de cognição.
3. Teoria da Norma Penal – Leis Penais
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a norma penal e a lei penal. Serão aborda-
dos os aspectos introdutórios sobre este tema e as classificações das leis 
penais.
3.2 Síntese
A vida do homem é regulada por um ordenamento jurídico normativo, 
ordenando ou proibindo determinadas condutas. 
A lei é a única fonte imediata de conhecimento. O termo norma é usado 
para exprimir toda categoria de princípios legais, não obstante a norma penal 
esteja contida na lei penal. 
Norma é o mandamento de uma conduta normal advindo do sentimento 
de justiça que possui determinado seguimento social. Lei, por sua vez, é a regra 
escrita e elaborada pelo legislador, é o veículo pela qual a norma se manifesta 
tornando obrigatória sua observância. 
Partes distintas da lei penal incriminadora: preceito primário, preceptum 
iuris, e o preceito secundário, sanção, sanctio iuris. Primário contém a defi-
nição da conduta criminosa, o secundário contém a respectiva sanção penal. 
Destinatários dos preceitos primários são todas as pessoas e destinatários dos 
preceitos secundários é o Estado Juiz, o Magistrado.
Lei é a fonte da norma penal, enquanto norma é o conteúdo da Lei.
Lei Penal – Classificação: Leis Penais Incriminadoras criam crimes e im-
põem as sanções penais. 
Leis Penais não incriminadoras possuem várias subespécies: 1) permissiva 
– autoriza a prática de determinadas condutas típicas (ex.: legítima defesa); 2) 
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exculpante – estabelece a inculpabilidade do agente ou impunidade de deter-
minadas condutas típicas e ilícitas (Ex.: inimputabilidade por doença mental, 
menoridade); 3) explicativas/interpretativas/complementares – esclarecem 
conteúdos de outras normas (Ex.: contagem do prazo penal) 
Prazo Penal: inclui o dia do início e exclui o dia do fim. Art. 10 do Código 
Penal/Prazo Direito Processual Penal: começa no primeiro dia útil seguinte, 
computando-se o dia do vencimento. 
Art. 798, § 1º do Código de Processo Penal e Súmula nº 310 do Supremo 
Tribunal Federal. 
4) diretivas que são as que estabelecem os princípios de determinada mate-
rial (Ex.: princípio da reserva legal). 5) Finais complementares ou de aplicação 
que são as que fixam limites de validade das normas incriminadoras.
Leis Penais de Ampliação, de extensão ou integrativas – complementam 
a tipicidade do fato, como as atinentes à tentativa, participação e à omissão 
imprópria.
Leis Penais Completas – São as que definem todos os elementos da figura 
típica. Ex.: Homicídio – Art. 121 do Código Penal.
Leis Penais Incompletas: são as que reservam complemento da figura típica 
a outra norma, ato administrativo ou ao juiz (Ex.: leis penais em banco).
4. Teoria Geral da Pena – Leis Penais em 
Branco
4.1 Apresentação
Nesta unidade, continuaremos estudando a norma penal e a lei penal, as 
leis penais em branco e suas classificações.
4.2 Síntese
Normas penais em branco – A expressão foi utilizada pela primeira vez 
por Karl Binding para chamar aquelas normas que, embora contenham sanção 
penal determinada, o seu respectivo preceito primário não é formulado senão 
como uma proibição genérica, devendo ser complementado por outra Lei. 
Leis penais em Branco, normas cegas, normas abertas, normas primaria-
mente remetidas, são aquelas em que há necessidade de complementação para 
que se possa compreender o âmbito de aplicação do seu preceito primário, ou 
seja, embora haja uma descrição da conduta proibitiva, tal descrição precisa 
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obrigatoriamente de um complemento extraído de outro diploma, leis, decre-
tos, portarias, etc., para que possam ser entendidos os limites da proibição.
ATENÇÃO: Classificação: 1 – leis penais em branco homogêneas ou ho-
mólogas ou em sentido amplo ou impróprias; 2 – leis penais em branco hete-
rogêneas ou heterólogas ou em sentido estrito ou próprias; 3 – leis penais em 
branco ao avesso, ou invertidas ou inversas ou ao revés, estas podem ser puras 
ou impuras. Puras, a complementação da pena emanada do legislativo. Impu-
ras se dão pelo judiciário sua complementação.
5. Lei Penal em Branco e a Relação com a Lei 
de Drogas
5.1 Apresentação
Nesta unidade, continuaremos a tratar sobre a lei penal em branco.
5.2 Síntese
Leis Penais em Branco Homogêneas, em sentido amplo ou impróprias: 
Estas são aquelas em que o complemento provém da mesma fonte formal da 
norma incriminadora. 
O órgão encarregado de formular o complemento é o mesmo órgão ela-
borador da lei penal em branco. Art. 22, I, da Constituição Federal. Estas se 
classificam em: homovitelíneas e heterovitelíneas de outro: nas homovitelíne-
as, o seu complemento normativo além de advir da mesma instância legislativa 
também se encontra na mesma estrutura normativa da descrição típica, art. 22, 
I da Constituição Federal. “É a lei penal complementando a lei penal.”
Nas Heterovitelíneas, o seu complemento normativo advém da mesma 
instância legislativa, mas não se encontra na mesma estrutura normativa da 
descrição típica, art. 22, I, da Constituição Federal, “é a lei extrapenal comple-
mentando a lei penal”.
Leis Penais em Branco Heterogêneas, ou heterólogas ou em sentido estrito 
ou próprias: estas são aquelas cujo complemento surge de outras instâncias 
legislativas. A lei penal aqui é complementada por ato normativo infralegal, 
como por exemplo, uma portaria, decreto, Lei estadual, Lei municipal. 
Lei Penal em Branco na nova Lei de Drogas (11.343/2006) passou a adotar 
terminologia diversa pelas usadas nas leis de drogas anteriores, porque no lugar 
do termo substância entorpecente usa a expressão Droga ou Drogas, que de 
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acordo com o conceito legal são substâncias entorpecentes ou produtos capazes 
de causar dependência e que estejam especificados em lei ou relacionados em 
listas atualizadas de forma periódica pelo poder executivo da União. 
Trata-se de lei penal em branco complementada por preceito administrati-
vo, que no caso é a portaria da vigilância sanitária, um órgão ligado ao Minis-
tério da Saúde, Portaria nº 344/1998 que vem atualizada por várias resoluções 
da Anvisa. 
ATENÇÃO: O art. 66 da atual lei de drogas que diz que continuam valen-
do as listas e termos empregados pela Anvisa para a nova lei de drogas, até que 
sejam adaptados a esta atual terminologia.
A lei não diz o que é droga, assim, é preciso de uma portaria expedida pelo 
poder executivo, “é o executivo complementado o que o legislativo fez”.
OBS.: As leis penais incompletas são as normas penais em branco (homo-
gêneas ou heterogêneas)e os tipos penais abertos. No tipo penal aberto, a de-
finição da conduta criminosa é complementada pelo juiz através de um juízo 
valorativo. Ex.: crimes culposos, crimes de rixa.
Mapa mental do conteúdo:
Classificação:
1. Das leis penais incompletas: leis ou normas penais em branco e tipos 
penais abertos.
2. Das leis ou normas penais em branco: a) leis penais em branco impró-
prias, homogêneas, em sentido amplo ou homologas que podem ser 
homovitelíneas (penal para penal) e heterovitelíneas (extrapenal para 
penal); b) leis penais em branco próprias, heterogêneas, heterólogas ou 
em sentido estrito; c) leis penais em branco ao avesso, ao revés, inversas 
ou invertidas. Aqui podem ser própria ou pura, ou imprópria ou impura.
Exercício
9. (Concurso para Polícia Civil – GO – 2008) Sobre a teoria, interpreta-
ção e aplicação da norma penal é correto afirmar:
a) a interpretação analógica é aquela que abarca os casos análogos 
conforme uma fórmula casuística gravada no dispositivo legal, não 
sendo admitido em direito penal; 
b) as normas penais que definem o injusto culpável estabelecem suas 
consequências jurídicas são passíveis de aplicação analógica;
c) as normas penais em branco impróprias são aquelas em que o com-
plemento se encontra contido em outra lei emanada em outra ins-
tância legislativa;
d) o criminoso, na verdade, não viola lei penal e sim a proposição 
que lhe prescreve o modelo de sua conduta que é um preceito não 
escrito.
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6. Teoria da Norma Penal – Interpretação da 
Lei Penal
6.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos a teoria da norma e depois iremos passar ao 
tema da interpretação da lei penal. Aspectos introdutórios e interpretação 
quanto ao sujeito.
6.2 Síntese
A norma aplicada na realidade, isto é, aquela que recebe atualização, é a 
norma interpretada. 
O jurista nada mais faz do que interpretar. Antes da entrada em vigor, a lei 
é interpretada.
São vários os tipos de interpretação da Lei Penal: Quanto ao Sujeito; Quan-
to aos meios; Quanto ao Resultado; Progressiva; Conforme a Constituição; 
Analógica.
Interpretação quanto ao Sujeito: São divididas em Autêntica, Doutrinária 
e Jurisprudencial.
Autêntica ou Legislativa é aquela fornecida pelo próprio legislador quando 
edita uma norma para esclarecer o conteúdo de outra norma. Exemplo: Con-
ceito de funcionário público.
Pode ser contextual (aquela que se realiza no próprio texto da lei) ou poste-
rior (passa a existir quando a lei interpretativa surge depois da lei interpretada, 
tendo eficácia retroativa, ainda que limite contra o Réu em casos sem julga-
mento definitivo). 
Doutrinária ou Científica nada mais é do que a explicação do conteúdo da 
norma fornecida pela doutrina, não tendo força obrigatória. Exemplo: Exposi-
ção de motivos do Código Penal.
Jurisprudencial ou Judiciária ou Judicial que é aquela exercida pelos órgãos 
jurisdicionais nas decisões dos casos concretos, não tendo força obrigatória, 
salvo no caso em concreto. 
Observação: É igualmente obrigatória, vinculada a todos os Juízes, a decisão 
do Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou inconstitu-
cionalidade da lei no controle por via de ação direta. Já, no controle por via de 
exceção, uma vez declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo 
Tribunal Federal, a lei só perde a eficácia quando o Senado, por Resolução, 
suspende sua aplicação, de acordo com o art. 52, X, da Constituição Federal. 
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Desde a EC nº 45, de 2004, as Súmulas podem ser classificadas em vin-
culantes ou não vinculantes. A regra é que não seja vinculante e para que seja 
vinculante é preciso que siga o procedimento descrito no art. 103-A da Cons-
tituição Federal.
Exercício
10. (Ministério Público – Paraíba – 2010 – Questão 14) Analise as asserti-
vas abaixo assinalando sucessivamente a alternativa que contém o devi-
do julgamento sobre elas:
I) No dolo direto de primeiro grau ou imediato, o resultado típico é 
uma consequência necessária dos meios eleitos que devem ser abrangi-
dos pela vontade, tanto quanto o fim colimado, razão pela qual é dou-
trinariamente reconhecido pelo dolo de consequências necessárias.
II) As normas penais em branco são aquelas em que há necessidade 
de uma complementação para que se possa compreender o âmbito de 
aplicação do seu preceito secundário.
III) A exposição de motivos do Código Penal é considerada pela dou-
trina como uma das formas de interpretação autêntica e contextual da 
Lei Penal.
IV) A doutrina denomina de Norma Penal em Branco heterogênia pró-
pria ou em sentido estrito sendo aquelas cujos complementos provêm 
de fonte legislativa diversa da que editou a norma que necessita ser 
complementada, ilustrando como exemplo o crime de conhecimento 
prévio de impedimento.
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) Apenas a assertiva II está errada.
c) Apenas as assertivas I e III estão erradas.
d) Apenas a assertiva IV está errada.
e) Todas as assertivas estão erradas.
7. Interpretação da Lei Penal
7.1 Apresentação
Nesta unidade, continuaremos o estudo da interpretação da lei penal, 
sendo explicadas outras formas de interpretação.
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7.2 Síntese
São vários os tipos de interpretação da Lei Penal: Quanto ao Sujeito; Quan-
to aos meios; Quanto ao Resultado; Progressiva; Conforme a Constituição; 
Analógica.
Interpretação quanto ao sujeito: Abordada na unidade anterior.
Interpretação quanto aos meios: Esta é dividida em Gramatical e Lógica. 
Gramatical também conhecida como literal ou sintática, que nada mais é que 
a extração do conteúdo e do sentido da Lei das próprias palavras que empre-
ga, prendendo-se na análise sintática das palavras. Lógica também conhecida 
como teleológica, objetiva desvendar a finalidade da Lei, a sua ratio legis; além 
disso, investiga o fim visado pela Lei vis legis, e as circunstâncias que se ocasio-
nou, ocasio legis.
Interpretação quanto ao resultado: Esta é dividida em Declarativa, Extensi-
va, Restritiva e Ab-rogante. 
Declarativa ou Declaratória é aquela que eventual dúvida se resolve pela 
correspondência entre a letra e a vontade da Lei. 
Extensiva é aquela que amplia o texto da lei, adaptando a sua real vontade 
(“incide quando a lei disser menos do que queria”). 
Restritiva é aquela que diminui a amplitude do texto da lei, adaptando-a a 
sua real vontade (“incide quando a lei disser mais do que queria”). 
Ab-rogante ocorre diante da incompatibilidade entre dois preceitos legais 
ou entre um dispositivo de lei e um princípio geral do ordenamento jurídico, 
concluindo-se pela inaplicabilidade da Lei interpretada.
Interpretação Progressiva: Esta interpretação amolda a lei à realidade atual, 
adaptando-a às necessidades e concepções do presente. Interpretação evolutiva 
não significa direito livre, mas o magistrado não pode ficar alheio às mudanças 
que ocorrem a todo tempo.
Interpretação conforme a Constituição: É um método de interpretação 
mediante o qual o intérprete, a partir de uma concepção constitucional garan-
tista, procura validade nas normas mediante seu confronto com a Constituição 
Federal.
Interpretação Analógica ou intra legem: É admitida sempre que uma cláu-
sula genérica segue uma fórmula casuística ou exemplificativa, devendo en-
tender-se que aquela somente compreende os casos análogos aos mencionados 
por esta.
Analogia x Interpretação Analógica x Interpretação Extensiva: Analogia: 
os fatos não estão previsto em lei, aplicando-se, assim, lei que cuida do caso 
semelhante. 
Interpretação Analógica: os fatos estão previstos na fórmula genérica da Lei, 
não havendo lacunas, portanto, existe Lei. 
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Interpretação Extensiva: nesta os fatos estão previstos implicitamente no 
texto da lei,

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