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• *- Aplicável em produtos conservados no frigorífico • # - Equacionado caso a caso • NA – Não aplicável Grupo 1 Refeições/Sandes/Bolos/ Sobremesas doces com ingredientes totalmente cozinhados, ou adicionados de especiarias, ervas aromáticas secas, desidratadas ou tratadas por radiação ionizante, de produtos UHT e de maionese industrializada. 2 Refeições/Sandes/Bolos/ Sobremesas doces cozinhadas adicionadas de ingredientes crus e/ou com flora específica própria 3 Saladas/ Vegetais/Frutos crus Os termos usados para expressar a qualidade microbiológica nos alimentos cozinhados prontos a comer são: Satisfatório – os resultados analíticos indicam uma boa qualidade microbiológica. Aceitável – os resultados analíticos indicam que o produto se encontra dentro dos limites estabelecidos. Não satisfatório – os resultados analíticos indicam que o produto não satisfaz um ou mais dos valores estabelecidos. Inaceitável/potencialmente perigoso – Os resultados analíticos indicam a presença de microrganismos patogénicos ou toxinas que poderão constituir um risco para a saúde. Este resultado deve ser comunicado imediatamente à unidade onde foi detetado, para que sejam tomadas as medidas que permitam corrigir a situação. 15 D Microbiologia 2 3 4 Microbiologia Aa corresponde ao índice de disponibilidade da água para utilização em reações químicas e crescimento microbiano. Sendo 1 o valor de Aa obtido na água pura, os valores de Aa oscilarão entre 0 e 1. Valores mínimos de Aa que permite a multiplicação de microrganismos que alteram os alimentos Aa ≥0.98 e superiores carne e pescado frescos; frutas e hortaliças frescas; leite e a maioria das bebidas; hortaliças; frutas enlatadas em pouca concentração de açúcar Aa = 0.93 - 0.98 pasta de tomate; queijo submetido a tratamento industrial; carnes curadas enlatadas; embutidos; fermentados (não dessecados); frutas enlatadas em alta concentração de açúcar Aa = Inferiores a 0.60 chocolate; pastelaria; mel; biscoito; bolachascreamcracker; batata inglesa; ovos e hortaliças; desidratados e leite em pó bolores 5 5 Microbiologia pH = - Log {H+} ; Quanto > H+ <pH, e consequentemente mais ácido o alimento . Alguns alimentos são mais resistentes à mudança de pH que outros, são os chamados alimentos tamponados. As carnes apresentam maior capacidade tamponamento que as verduras e hortaliças. Hortaliças pH Tomate 4,2-4,3 Batata 5,3-5,,6 Frutas pH Figo 4,6 laranja 3,6 Maçã 2,9-3,3 Carnes Frango 6,3 Carne bovina 5,1 Peixes Atum 5,2 6 Microbiologia Composição do alimento - os microrganismos variam quanto às suas exigências de nutrientes. Para que a multiplicação microbiana seja possível, os seguintes nutrientes devem estar disponíveis: água, fonte de azoto, fonte de carbono, vitaminas e sais minerais. Assim, de acordo com o tipo de nutrientes que compõe o alimento, podemos determinar qual o microrganismo que terá maiores possibilidades de se desenvolver. • Os bolores são de particular interesse na deterioração de matérias primas ricas em hidratos de carbono complexos (polissacarídeos), como amido e celulose. • Os óleos e gorduras sofrem a ação de muitos bolores, leveduras e algumas bactérias. 7 Microbiologia Substâncias naturalmente presentes nos alimentos que retardam ou impedem a multiplicação dos microrganismos. São exemplos: Cravo-da-índia (eugenol) Canela (aldeído cinâmico) Alho (alicina) Interação entre Microrganismos : Um determinado microrganismo ao se multiplicar em um alimento, produz metabolitos que podem afetar a capacidade de sobrevivência e de multiplicação de outros microrganismos presentes nesse alimento. Ex: bactérias produtoras de ácido lático podem alterar o pH do alimento de tal forma que o torna ácido demais para o crescimento de outros microrganismos. Ex. Bactérias láticas inibem o desenvolvimento de agentes patogénicos por produzirem ácido lático. 8 Microbiologia O crescimento microbiano apresenta uma faixa muito ampla de temperaturas (- 8o a - 90o C). A temperatura exerce uma influência marcante nas características : (1) duração da fase lag (2) velocidade de crescimento (3) o número final de células de uma população (4) na composição química e enzimática da célula os psicrotrófilos são de extrema importância como agentes deterioradores de alimento (Pseudomonas, Actinobacter, Vibrio, Lactobacillus, Bacillus, etc) a maior parte das bactérias termófilas de importância alimentícia estão incluídas no género Bacillus e Clostridium. entre os mesófilos destacam-se as bactérias patogênicas e deterioradoras, alguns bolores e leveduras • os psicrófilos estritos ocorrem mais em ambientes marinhos e em locais que a temperatura permanece constantemente reduzida 9 Microbiologia A Humidade relativa (H.R.) está envolvida na maior ou menor perecibilidade de um alimento. Há uma estreita relação entre a H. R. e a Aa . A humidade relativa influencia diretamente a atividade de água do alimento. Se guardamos um alimento de baixa atividade de água num ambiente com alta humidade relativa, a Aa do alimento aumentará, podendo ocorrer deterioração. 10 Microbiologia Determina a composição gasosa do ambiente: Determina os tipos de microrganismos que irão predominar. A atmosfera controlada pode retardar o processo de deterioração. O CO2 pode retardar a deterioração de frutas e produtos cárneos. A maioria das bactérias, bolores e leveduras são inibidas, mas não destruídos em atmosfera contendo 5 e 50 % de CO2 . O O2 pode inibir o desenvolvimento de seres anaeróbios. Aeróbios - presença de oxigénio na faixa de +350 a +550 mV Anaeróbios - ausência de oxigénio ou na faixa de + 30 a -550 mV Facultativos + 100 a – 350 mV . Algumas frutas, são conservadas em atmosfera contendo ozono (O3). Não é recomendado o uso desse gás em alimentos com alto teor de lipídos, pois acelera a rancificação. 11 Microbiologia Microrganismos indicadores (Como reconhecer os microrganismos indicadores?) Meios de cultura(trabalho prático) Permitem avaliar a qualidade microbiológica da água e alimentos Estudo das interações entre os vários fatores que afetam a sobrevivência dos microrganismos nos alimentos - Conceito dos obstáculos de Leistner. 12 Microbiologia Trabalho prático: 1.Identifique fontes de contaminação visíveis no tabuleiro de amostras. 2. Prove a existência de fontes de contaminação biológica: 2.1.Macroscopicamente 2.2.Microscopicamente Conclusão: Registo de resultados 14 A Microbiologia O tipo de perigo que cada microrganismo representa, varia de zero a muito grande. Ao avaliar o perigo avalia-se o potencial para causar doenças. 18 Microbiologia DOENÇAS Infeções Intoxicações 19 12B Microbiologia Categorias de doenças: * infecções - microrganismo ativo presente nos tecidos - ingestão do agente patogénico através do alimento contaminado (muitos desses agentes também são transmitidos pela água) Ex: Gastroenterites, Salmoneloses, Escherichia coli , Campilobacteriose, Listeriose, Hepatite A * intoxicações - microrganismo ativo ausente nos tecidos - ingestão da toxina bioativa pré-formada Ex:Intoxicação por estafilococos, Intoxicação por clostrídios Doenças de origem microbiana veiculadas por alimentos TOXI-INFEÇÕES a. Gastroenterites Bacillus cereus: toxina libertada no trato intestinal Infeção que atinge o sistema gastrointestinal ocasionando diarreias, cólicas intestinais e vómitos. - decréscimo na absorção de fluidos - aumento da secreção de fluidos do sangue para o intestino Origem: Vegetais crus, carnes, leite e derivados, farinhas contendo esporos TOXI-INFEÇÕES BACTÉRIAS b. Escherichia coli Escherichia coli enterotóxica (linhagens ETEC), produtora de enterotoxinas potentes - verotoxina: diarreia hemorrágica e insuficiência renal. Linhagem E. coli O157:H7 produz grande quantidade da toxina Origem: Alimentos crus ou mal cozidos, particularmente carnes moídas processadas em grande escala, água. c. Campilobacteriose Campylobacter jejuni e C. fetus Bastonetes Gram negativos, microaerófilos, principais responsáveis por diarreias bacterianas em crianças - C. fetus: abortos em bovinos e ovinos Aves, porco, mariscos crus - todas as carcaças de frango e peru contêm C. jejuni d. Listeriose Listeria monocytogenes – presente em todos os ambientes - Bastonetes ácido tolerantes, psicrotolerantes e halotolerantes - Pessoas imonocomprometidas: septicemia, meningite, encefalite, infeção intra-uterina Origem: Carne, laticínios, produtos frescos Contaminação: solo, água e f. Clostridium perfringens: bactéria anaeróbia, produtora de endósporos Carnes, aves e peixes, crus ou cozidos Toxinas: enterotoxina produzida quando a bactéria esporula no intestino, após ser ingerida com o alimento. Sintomas: alteração da permeabilidade das células epiteliais do intestino, produzindo sintomas de gastroenterites. g. clostrídios BOLUTISMO Sintomas: a toxina liga-se às membranas pré-sinápticas nos neurónios motores na junção neuro-muscular, bloqueando a libertação de acetilcolina, impedindo a contração do músculo Botulismo A toxina botulínicas bloqueia a libertação de acetilcolina, inibindo a contração Vibrio cholerae Bacilos curvos Gram negativos, aeróbios, necessitam de NaCl para crescer Cólera – por consumo de água ou alimentos contaminados (frequente em países em vias de desenvolvimento com más condições de higiene e saúde pública) Sintomas: diarreia, náuseas, vómitos, cãibras abdominais, dores de cabeça, febre e arrepios Yersinia enterocolitica Incubação: 4 a 7 dias após consumo de carne de porco e derivados (salsichas e enchidos) ou leite mal pasteurizado Sintomas: febre, diarreia com sangue, náuseas, vómitos, mal-estar, dores nas articulações (nos idosos pode provocar problemas renais) ROTAVIRUS TOXI-INFEÇÕES ALIMENTARES - Vírus Responsável por 50-80% de todos os casos de gastroenterites virais, especialmente em jovens. Usualmente endémica, mas pode ser responsável por surtos ocasionais. Causa doenças em todas as idades ++ severa em neonatos e crianças jovens. Até 30% mortalidade em crianças subnutridas. 80% da população apresenta anticorpos contra rotavírus aos 3 anos de idade. Mais frequente durante o inverno. Transmissão fecal-oral. Período de incubação de 24-48hr, seguido por aparecimento súbito de vómitos e diarreia, podendo ou não haver febre. Os rotavírus aderem ao epitélio do trato GI (mucosa jejunal) Aumento da Motilidade e Diminuição da Absorção NOROVÍRUS Infeção por ingestão. - Norovírus => excretados (> 106/g) em fezes e vómito. Disseminação rápida em ambientes fechados: (hospitais, instituições de atenção à saúde, escolas e navios de cruzeiros). Surtos em hospitais são comuns e importantes. Frutas, vegetais e frutos do mar contaminados por esgotos são uma fonte comum de surtos; Depois, pode disseminar-se diretamente quando pessoas tocam objetos ou superfície contaminadas e colocam os dedos na boca. Sintomas: desidratação, diarreia, cólicas, febre. Período de incubação: 24 - 48 horas Sinais podem durar 12 a 60 horas. Norovírus – possíveis cadeias de transmissão Hepatite A Picornavírus (RNA vírus) - Inflamação e necrose do fígado Origem: Frutos do mar pescados em águas poluídas, leite Contaminação: contaminação fecal da água ou alimento Náuseas, febre, falta de apetite, fadiga, diarreia e icterícia são os sintomas mais comuns que, consoante a reacção do organismo, podem manifestar-se durante um mês. Os sintomas também variam consoante a idade em que há contacto com o VHA: apenas cinco a dez por cento das crianças infectadas apresentam sintomas, nas pessoas idosas a doença pode tomar formas mais graves. Mas 90 por cento dos casos de hepatite A aguda são assintomáticos. Encefalopatia espongiforme - Doença de Creutzefeldt-Jacob Agente: prião PrP O QUE SÃO PRIÕES ? • São proteínas normalmente encontradas nas células. • Não tem genoma. • Os priões que causam doenças são alterados em sua conformação Sintomas: demência, alterações de comportamento Incubação: 2 a 8 anos ou mais Vias de transmissão: DCJ-V (nova variante) – ingestão geralmente excessiva de produtos de bovino – miolos, vísceras, tutano, glândulas, timo, baço (gado bovino contaminado por rações enriquecidas com carne) A hipótese mais provável para a origem dos priões e sua replicação é a que aponta para o facto da cadeia polipeptídica que os constitui ser codificada por um gene incluído no material genético do próprio organismo hospedeiro, o qual se encontra habitualmente inativo, só é ativado, iniciando a produção de moléculas priónicas, quando ocorre a infeção por priões. Os priões seriam assim, à luz desta hipótese, não um organismo vivo, mas sim uma molécula produzida pelos organismos vivos que apresenta propriedades infeciosas e patológicas, para o próprio e outros organismos. TOXI-INFEÇÕES ALIMENTARES – Parasitas Anisakis simplex Parasita do Reino Protista Incubação: de algumas horas a semanas após consumo de peixe cru, marinado ou mal cozido Sintomas: dor abdominal, vómitos, úlceras; pode causar reações alérgicas, em casos extremos pode causar perfurações do estômago Ascaris lumbricoides Nemátode – verme de corpo cilíndrico, que pode chegar aos 45 cm Sintomas: má absorção dos nutrientes com consequente emagrecimento, obstrução intestinal Transmissão direta a partir de carne mal cozinhada portadora de ovos com larvas maduras - os ovos podem migrar até aos pulmões por via sanguínea O diagnóstico é feito por pesquisa de ovos nas fezes Giardia lamblia Protozoário flagelado Giardíase: infeta o trato intestinal – diarreia, vómitos, náuseas, febre, atraso no crescimento (perda de peso) Incubação: 1-4 semanas, por água contaminada por esgotos, frutas ou legumes lavados em água contaminada, fraldas ou toalhitas contaminadas Diagnóstico: pesquisa de quistos nas fezes TOXI-INFEÇÕES ALIMENTARES – Fungos Micotoxinas – substâncias químicas tóxicas produzidas pelos fungos (resultado da decomposição da matéria orgânica) Ex.: ocratoxina A, fumosinas, aflatoxinas Tóxicas para os animais (zootóxicas), plantas (fitotóxicas) e bactérias (antibióticos) Ação mutagénica, teratogénica, carcinogénica e imunosupressora Fungos produtores de micotoxinas: Fungos de campo, atacam os vegetais antes da colheita (Fusarium, Aspergillus, Penicillium) Fungos de armazenamento - Condições de humidade e temperatura no armazenamento (aw superior a 0.7, secagem lenta e/ou desadequada) Micotoxinas úteis ao Homem: Penicilina; Cefalosporinas (antibióticos para bactérias resistentes à penicilina); Ergotamina (para tratamento de cefaleias) Como evitar a contaminação dos alimentos Cozinhar sempre muito bem os alimentos Aquecer devidamente as sobras (A maior parte das bactérias e das toxinas por elas produzidas são normalmente destruídas se o alimento for cozinhado a temperatura superior a 60ºC por mais de15 minutos). Respeitar sempre a temperatura e outras condições de conservação e armazenamento dos alimentos. Separar alimentos crus de alimentos cozinhados. Separar alimentos de origem animal dos vegetais. Descongelar alimentos no frigorífico ou no micro-ondas Lavar sempre as mãos antes de manusear alimentos e quando se troca de alimento. Usar pinças ou luvas quando necessário. Lavar muito bem os utensílios de confeção de alimentos Separar utensílios para carne, peixe e legumes (evita contaminações cruzadas) Utilizar colheres sintéticas e tábuas de cozinha de vidro CONCLUSÕES
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