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IV. Extinção do contrato

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EXTINÇÃO DO CONTRATO 
Autor: Roberto Senise Lisboa 
 
CAUSAS EXTINTIVAS 
A terminação natural do contrato ocorre com a quitação de todas as obrigações pactuadas. 
 
Todavia, há casos em que subsistem os efeitos da relação, ante a ausência do cumprimento 
integral dos dispositivos negociais: 
 
a) As causas anteriores ou concomitantes acarretam a anulação do contrato. 
b) As causas supervenientes geram a dissolução do negócio jurídico. 
 
Sob o aspecto de imputabilidade da responsabilidade contratual, o contrato pode ser 
extinto: 
 
a) Por fatores não imputáveis às partes, descabendo a indenização por perdas e 
danos. 
Ex: morte, caso fortuito, força maior 
 
b) Por fatores imputáveis às partes, onde o responsável será obrigado à indenização 
por perdas e danos. 
Ex: resolução voluntária 
 
 
FATORES NÃO IMPUTÁVEIS ÀS PARTES 
São: a morte, a força maior e o caso fortuito. 
 
a) A morte: ordinariamente proporciona a extinção do contrato, mas algumas 
obrigações pactuadas que não chegaram a ser cumpridas pelo de cujus poderão ser 
exigidas dos seus herdeiros, até os limites das forças da herança, ou seja, até o valor 
que integra o patrimônio deixado aos sucessores. 
Ex: contrato de empreitada 
 
b) A força maior: o evento inevitável que pode ou não ser imprevisível, conhecido 
como fenômeno divino (act of God), cuja impossibilidade de prosseguimento com o 
contrato acarreta a sua extinção 
 
c) O caso fortuito: evento imprevisível devido à atuação humana alheia à vontade das 
partes que poderia até ter sido evitado, ordinariamente, cuja impossibilidade de 
prosseguimento com o contrato acarreta a sua extinção. 
 
Nos dois últimos casos, o CC diz que o devedor não responde por caso fortuito ou força 
maior, salvo se expressa a sua responsabilidade. 
 
 
FATORES IMPUTÁVEIS ÀS PARTES 
A extinção do contrato também pode ter como causa algum fator imputável a uma das 
partes. É o caso do vício de consentimento ou vício social, pela vontade de um ou de ambos 
os contratantes e pela mora. 
 
a) Vícios de consentimento (erro, o dolo, a coação, a lesão e o estado de perigo): 
geram a extinção do contrato por defeito da manifestação da vontade de uma das 
partes, que se sujeita à ineficácia (efeito ex nunc). 
 
b) Vícios sociais: proporcionam a extinção do negócio jurídico por defeito grave da 
manifestação da vontade e os prejuízos que disso podem resultar sobre terceiros. 
I. A simulação absoluta, a simulação relativa e a fraude à lei ensejam a 
invalidade absoluta do negócio jurídico (efeito ex tunc). 
II. A fraude contra credores sujeita-se à ineficácia (efeito ex nunc). 
 
c) Pela vontade válida e eficaz de uma ou de ambas as partes. 
 
I. Pela vontade de uma das partes: esta ofereceu denúncia (declarou que não 
pretende prosseguir com o negócio, sujeitando-se aos efeitos da sua 
desistência). 
II. Pela vontade recíproca das partes: fala-se em distrato (um novo acordo de 
vontades que põe termo àquilo que havia sido tratado pelas partes). 
 
d) Incorrer em mora: quando há retardamento culposo no cumprimento da obrigação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESCISÃO CONTRATUAL 
Rescisão é o rompimento do vínculo negocial decorrente da ineficácia do negócio jurídico, 
que só pode ser obtida por meio de ação judicial, não podendo ser reconhecido de ofício. 
 
Diferença entre rescisão por anulação e nulidade absoluta: 
 
A nulidade absoluta pode ser reconhecida pelo juiz ex officio e a qualquer tempo e gera 
efeitos ex tunc, referindo-se às hipóteses de invalidade por: 
a) Incapacidade absoluta de uma das partes, 
b) Ilicitude do objeto, 
c) Não observância da forma prescrita ou a adoção de forma vedada em lei 
 
Já o contrato se sujeitará à rescisão por anulação quando: 
a. O agente for relativamente incapaz; 
b. For celebrado com algum vício de consentimento (erro, dolo, coação); 
c. For celebrado com algum vício social caracterizador da fraude contra credores; 
ou 
d. Causar lesão a uma das partes, havendo o aproveitamento da situação de 
inexperiência, 
e. Leviandade ou premência da vítima, para a obtenção de vantagem indevida; e 
f. A conclusão do contrato se verificar em estado de perigo para um dos 
contraentes. 
 
A rescisão por invalidade relativa gera efeitos ex nunc, equiparando-se à ineficácia. Por 
isso, toda rescisão cessa a eficácia do negócio jurídico tão somente a partir do momento 
em que é declarada judicialmente (efeito ex nunc). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESILIÇÃO CONTRATUAL 
Resilição é o rompimento do vínculo negocial decorrente da declaração de vontade, que 
pode ser feita mediante denúncia ou distrato. A resilição pode ser: unilateral ou bilateral. 
 
ESPÉCIES 
 
1. Resilição Unilateral 
Dá-se mediante a denúncia notificada à outra parte. Se, contudo, uma das partes houver 
efetuado investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia somente terá 
efeitos após o transcurso do prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento. 
 
A resilição unilateral pode ocorrer nos contratos: 
a) Por prazo indeterminado; 
b) De execução continuada; 
c) Cuja execução não tenha se iniciado; 
d) Benéficos; 
e) De atividade humana. 
 
1.1. Denúncia 
É a extinção do contrato por força da manifestação da vontade de uma das partes, 
com eficácia ex nunc, gerando efeitos a partir do momento da cientificação da outra 
parte. Ela pode ser motivada ou imotivada: 
a) Denúncia motivada ou denúncia cheia: com fundamento em lei, em regra libera 
o denunciante do pagamento de indenização por perdas e danos. 
Exemplo: no contrato de locação, cabe o despejo por falta de pagamento, que se dá 
por ato de resilição unilateral. 
b) Denúncia imotivada ou vazia: sem fundamento legal, em regra possibilita àquele 
que vier a sofrer prejuízos dela decorrentes a indenização por perdas e danos. 
 
1.2. Algumas distinções 
a) Despedida: ato jurídico unilateral de desfazimento do vínculo contratual, cujo 
objeto é a atividade humana remunerada, que importa ou não na entrega de uma 
obra. 
b) Revogação: ato jurídico unilateral que importa em retratação da declaração da 
vontade anteriormente expedida pela parte. 
c) Renúncia: ato jurídico unilateral e irrevogável que importa na extinção do direito 
do renunciante, decorrente de sua abdicação. 
d) Resgate é ato unilateral de pagamento ou de liberação de pagamento, existente 
nos contratos de enfiteuse e de constituição de renda, respectivamente. 
 
2. Resilição bilateral 
Forma de extinção do negócio jurídico por acordo de ambas as partes, tendo por forma 
mais comum o distrato. 
 
2.1. Distrato 
É a extinção do contrato por força da manifestação da vontade de ambas as partes; 
é um negócio jurídico que põe termo a negócio jurídico anteriormente celebrado, 
que deve adotar a mesma forma do contrato que se pretende extinguir. Gera 
eficácia ex tunc, ressalvada a vontade das partes em sentido contrário, para tão 
somente configurar contrato modificativo do anterior. 
 
 
 
2.2. Característica principal 
O distrato não possibilita, em regra, a percepção de indenização por perdas e 
danos, porque por meio dele se opera a compensação (forma indireta de extinção 
das obrigações, mediante a realização de concessões mútuas que têm por objetivo 
dar fim a essas obrigações, liberando-se as partes). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO CONTRATUAL 
Resoluçãoé o rompimento do vínculo negocial decorrente da inexecução das obrigações 
pactuadas, que pode decorrer de fatores imputáveis ou não imputáveis às partes. 
 
São fatores não imputáveis às partes e não acarretam, em regra, perdas e danos: 
a) A impossibilidade física ou jurídica do cumprimento da prestação; 
b) A força maior, já estudada; 
c) O caso fortuito, já apreciado; 
d) A morte; 
e) A prescrição e a decadência, que extinguem o direito de ação judicial ou o próprio 
direito material, respectivamente, pelo decurso do tempo. 
 
Obs.1: se o cumprimento da obrigação não for impossível, mas se revestir de extrema 
dificuldade, nos contratos comutativos de execução continuada, há a onerosidade 
excessiva. 
 
Obs.2: A impossibilidade temporária da execução do contrato pode ensejar a sua 
suspensão, e não propriamente a sua extinção. 
 
EFEITOS 
a) A eficácia da resolução por descumprimento involuntário da avença é ex tunc. 
b) A resolução contratual possui eficácia ex tunc, se o contrato for de execução única. 
c) Caso o contrato seja de execução continuada, a eficácia será ex nunc. 
 
MORA 
A inexecução voluntária da obrigação decorre do retardamento, geralmente, culposo, de 
seu cumprimento por uma das partes, o que é conhecido por mora. 
 
RISCO 
Nos contratos unilaterais, o risco da resolução é, em regra, do credor (res perit creditori). 
Nos contratos bilaterais, a parte liberada do cumprimento de suas obrigações deve restituir 
o que recebeu, sob pena de enriquecimento ilícito (res perit creditori) e o inadimplente 
responde por perdas e danos.

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