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Reestruturação Produtiva

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4. A pouca ou nenhuma aceitação do saber dos trabalhadores em contribuir com melhorias no processo produtivo, com consequentes resultados na melhoria do produto;
5. A produção em massa de bens a preços cada vez menores, para um mercado também de massa.
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CRISE DA DEMANDA E DO CONSUMO
“A produção em massa de produtos rígidos e estandardizados, teria se esboroado contra mercados cada vez mais saturados.” 
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Fenômeno ligado à globalização, onde as empresas para obterem maior competiti-vidade a nível global se reestruturam.
Significa, basicamente, mudar a estrutura de produção e organização da sociedade caracterizada pela expansão do Taylorismo/Fordismo.
É também conhecida como NEOTAYLO-RISMO, PÓS-TAYLORISMO, REENGE-NHARIA e ESPECIALIZAÇÃO FLEXÍVEL.
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A reestruturação produtiva veio com a chamada "Terceira Revolução Industrial" que tem como paradigma o modelo Toyotista, desenvolvido no Japão na empresa Toyota de 1950 a 1970.
Afirma-se como oposição ao modelo de produção Fordista-Taylorista = crise na demanda e no consumo.
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“Sem seus amplos espaços de mercado, tendo que se adaptar à busca de nichos com grau de concorrência extrema, as empresas teriam de buscar produtos que primassem não só pela versatilidade inerente, como também pela qualidade (X obsolescência programada). Com isso, tendo que produzir produtos não rígidos, pouco ou nada estandardizados, as empresas teriam que buscar uma tecnologia, um complexo homem/máquina, flexível.” (SOUZA, SANTANA e DELUIZ, 1999, p. 41)
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Após a 2ª G.M., o Japão encontrava-se destruído pelas duas bombas atômicas. Os EUA, através do Plano Marshall, financia a sua reconstrução, o que gera uma grande dívida para o Japão.
O Toyotismo faz o percurso oposto ao Taylorismo/Fordismo: do Oriente para o Ocidente. Começa a se desenvolver no Ocidente a partir da década de 70 e chega ao Brasil na década de 90.
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O contexto econômico pós-guerra levou a isso, já que havia mais oferta que demanda (contrário da época do Ford).
Engenheiro chefe da Toyota: TAIICHI OHNO.
Como eu consigo aumentar a produtividade num momento que a demanda é decrescente?
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INOVAÇÕES ORGANIZACIONAIS
INOVAÇÕES ARTICULADAS
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
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Ruptura com o Tay/For: unificação da concepção com a execução. Valorização do saber fazer e não só do pensar.
Multifuncionalidade: o mesmo trabalhador executa várias funções, pensando sobre o que vai fazer. Linhas de produção (Tempos Modernos) são substituídas por células de produção. 
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MULTIFUNCIONALIDADE GEROU DOIS PROBLEMAS:
a) Desemprego estrutural causado pela inovação organizacional.
b) Intensificação da carga de trabalho do profissional, que ficou com mais responsabilidades.
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RESULTADO: Greve de 55 dias. Para superar essa greve, Ohno cria mais duas inovações organizacionais:
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3. Salário por antiguidade: saber fazer tácito, que se aprende no exercício da profissão. Quanto mais antigo, maior o salário.
4. Emprego vitalício
5. Terceirização: Rede de subcontratadas (KEIRETZU). Gera um compromisso do trabalhador com a fábrica, o que muda o conceito de qualidade, o que muda a questão da concorrência (que não existia na época de Ford).
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Sistema Just in Time: sem estoques, ter o produto no momento exato. Dimensão interna: eliminar estoques intermediários dentro da fábrica.
Sistema Kan Ban: sistema de informação que garante o just in time.
Fábrica enxuta: adaptada ao gosto do consumidor. Para isso inverte o processo de produção: primeiro preocupa-se em vender, depois em produzir. Produção de trás pra frente.
Gera ganho de produtividade ao acompanhar as flutuações do mercado
Gera mais flexibilidade para atender ao consumidor.
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Várias pequenas inovações que podem ser resumidas na seguinte expressão: INTRODUÇÃO DA MICROELETRÔNICA APLICADA À PRODUÇÃO.
Ohno cria a expressão AUTONOMAÇÃO: autonomia dos trabalhadores + automatização das máquinas (isso em 1950)
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Viabilizar o just in time: aproveitar os projetos de inovação das empresas subcontratadas (terceirizadas).
Introduzir a microeletrônica na célula de produção. Cria o sistema M – F – C – N
Máquinas
Ferramentas
Controle
Numérico computadorizado
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Muito articulado com o princípio da multifuncionalidade
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Todas essas inovações ficaram conhecidas como Toyotismo, Ohnismo, Reengenharia ou Reestruturação Produtiva.
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Inovações no mundo do trabalho estão articuladas ao modelo de sociedade e, portanto, interferem no modelo educacional...\.
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QUAIS TRANSFORMAÇÕES NA ESFERA PRODUTIVA QUE CARACTERIZAM A REESTRUTURAÇÃO?
1. Em um cenário crescentemente globalizado, as grandes empresas vão sendo substituídas por outras de porte menor e com produtividade maior ou equivalente (a chamada lean production = produção enxuta).
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2. A parcela do trabalho fora do foco principal da empresa passa a ser subcontratada a outras empresas (ou terceirizada).
3. O setor industrial perde sua centralidade para o setor de serviços e a flexibilização produtiva é seguida, de perto, pelo aumento do espaço de informalidade nos contratos de trabalho.
4. A produção se daria baseada em trabalha-dores polivalentes/flexíveis que, de posse de ferramentas flexíveis, teriam como resultado de seu trabalho um produto flexível.
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“A máquinas e ferramentas flexíveis se agregariam trabalhadores flexíveis. A flexibilização o processo de trabalho imporia o deslocamento da relação um homem/um posto/uma tarefa e a aproximação das etapas de concepção, de execução e de controle, baseando-se na incorporação progressiva da competência dos trabalhadores no processo produtivo. Ao trabalhador parcializado e semidesqualificado ou desqualifiado do fordismo, se contraporia o trabalhador “coletivo”, organizado em grupos ou “ilhas” que, com redução da hierarquia gerencial no interior do processo e, muitas vezes, subsidiado pelo suporte microeletrônico, tem sobre si a responsabilidade de agir qualificadamente sobre pontos diversos do processo.”
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Na esfera sóciopolítica, os impactos são sentidos pelos sindicatos ao longo do processo. Como estão atrelados a um modelo anterior, não têm conseguido se desvencilhar de uma realidade marcada pelo grande porte, pela exterioridade às empresas, pela rigidez e pelo enfrenta-mento direto. 
O desemprego e a informalidade também têm corroído o poder de agenciamento das máquinas sindicais = desemprego estrutural.
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A ideia de Estado e suas tarefas também foi afetada. A ideia de que o Estado deveria cumprir não só tarefas referentes ao controle e regulação da economia, mas também assegurar aos cidadãos bem-estar social (daí o nome welfare state, de bem-estar), cede lugar à ideia de menos intervenção do Estado na economia e nos setores sociais, o chamado Estado Mínimo. 
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“As grandes empresas e as organizações mundiais observam com reprovação essas orgias de outra época, responsável por todos os males: salário mínimo, descanso remunerado, alocações familiares, previdência social, renda mínima, loucuras culturais, para criar apenas alguns exemplos desse desperdício. Tantos fundos desviados das finalidades da economia de mercado para sustentar quem nem pede tanto […]. É totalmente deplorável não poder erradicar mais rapidamente costumes tão vetustos.” (FORRESTER, 1997)
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Polarização das qualificações: de um lado, um pequeno setor de trabalhadores altamente qualificados; de outro, toda uma massa de trabalhadores desqualificados.
“Desse modo, é dada uma estrutura a todo o processo de trabalho que em seus extremos polariza aqueles cujo tempo é infinitamente valioso e aqueles cujo tempo quase nada vale.” (BRAVERMAN)..\
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Empregabilidade:
“[…] a capacidade da mão-de-obra de se manter empregada ou encontrar novo emprego quando demitida. O princípio
que está por trás do conceito é de que o desemprego tem como causa a baixa empregabilidade da mão-de-obra, ou seja, sua inadequação em face das exigências do mercado”. (LEITE)
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Fragilidades do argumento: 
- Apesar de todos os investimentos feitos na qualificação profissional, não se tem conseguido minimizar as tendências ao desemprego.
- Acento na responsabilidade individual do trabalhador sobre o desemprego, como se o mercado tivesse condição real de “convocar” todo o exército de reserva.
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Qualificação e divisão sexual do trabalho: 
“O novo modelo de flexibilização para as mulheres passa pela utilização intensiva de formas de emprego atípicas, como contratos de curta duração ou empregos em tempo parcial. Além disso, na maior parte das vezes existe de fato uma justaposição do taylorismo com as novas tecnologias flexíveis.” (ABREU)
“Os efeitos da modernização para as mulheres operárias segue o caminho inverso do dos operários homens. Enquanto as classificações superiores se masculinizam, as categorias de operários não qualificados se feminizam cada vez mais.”(KERGOAT)
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Os impactos das inovações não têm as mesmas consequências para os trabalhadores, entendidos aqui em suas diferenças de sexo, dos países desenvolvidos e os daqueles países ditos em via de desenvolvimento.
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O modelo japonês “se aplica menos às trabalhadoras do sexo feminino e aos operários de empreiteiras subcontratadas pela empresa, trata-se em todo caso de uma caracterização válida em geral para o conjunto dos trabalhadores do sexo masculino das grandes empresas com emprego regular.” (HIRATA)
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“[…] a polivalência nada mais é do que a combinação de várias tarefas simples. Não devemos nos enganar: é no centro técnico da empresa que estão os profissionais altamente capacitados, responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico e não no chão da fábrica […]. Neste último, o trabalho continua altamente repetitivo.” (WATANABE)
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QUALIFICAÇÃO = conjunto de competências e habilidades adquiridas adquiridas pelo trabalhador, principalmente em relação às atitudes que possui diante do trabalho, como a responsabilidade, a cooperação, o engajamento nos objetivos da empresa, a disposicão para continuar aprendendo e se adaptar às mudanças, a iniciativa e a capacidade de resolver problemas. (HOTZ e ZANARDINI)
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“O deslocamento do controle sobre a produção e o seu ritmo, dos gerentes para os grupos/equipes ou ainda para seus líderes, não parece ter diminuído o stress e o desgaste físico e mental no trabalho, muito pelo contrário, até os aumentaram, tendo elevado também a frequência da morte instantânea por trabalho estafante (karoshi).” (SOUZA, SANTANA e DELUIZ)
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“Essa readequação da produção dos países de capitalismo periférico como o Brasil às formas de produção dos países de capitalismo central nos leva a observar que está em curso uma nova divisão internacional do trabalho (LEITE), na qual as fases mais sofisticadas do processo de produção se restringem a alguns países e as fases mais simples são destinadas às regiões possuidoras de trabalho excedente e barato.” (HOTZ e ZANARDINI)
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A escola exerceria, a partir de uma reforma orientada para a flexibilidade, “sua função ideológica cujo intento é responsabilizar a população pela situação do país na economia globalizada lastreada na voluntarista ideia de que o país superará sua posição periférica na divisão internacional do trabalho se cada cidadão investir adequadamente em sua própria escolarização e requalificação.” (SHIROMA; MORAES e EVANGELISTA)
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“(…) a exigência de escolarização e qualificação funciona muito mais ideologicamente no sentido da contenção de pressões sociais para a manutenção e a ampliação das condições de acumulação capitalista do que como uma necessidade do sistema produtivo”. (HOTZ e ZANARDINI)
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“O Brasil se readequou produtivamente aos países de capitalismo central e estes últimos é que realizaram a reestruturação produtiva propriamente dita”. ( HOTZ e ZANARDINI)
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QUE TIPO DE QUESTÕES ESSAS MUDANÇAS, AINDA EM CURSO, TRARIAM PARA AS FUNÇÕES OPERÁRIAS NA PRODUÇÃO?
E QUAL O PAPEL DA EDUCAÇÃO NESSE PROCESSO?
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Assistir ao documentário: “O mundo global visto do lado de cá – Milton Santos” (PVANet)
Elaborar um texto (dupla), de 25 a 30 linhas, dissertando sobre o tem: 
IMPLICAÇÕES DO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO E DE REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA PARA O CAMPO EDUCACIONAL
Utilizar o vídeo e o texto para argumentar. 
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