Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS Patologia 28 aorta artérias arteríolas capilares vênulas veia Nos capilares Saída do plasma nutre o tecido retorna aos capilares O que não retorna vasos linfáticos linfonodo veia 1. CONGESTÃO OU HIPEREMIA Aumento do volume de sangue no vaso Tipos: Ativa: Vasodilatação arteriolar acúmulo de sangue no leito capilar Pode ser: Fisiológica: aumento do metabolismo de um órgão Patológica: início da inflamação Passiva: Distúrbio na circulação de retorno (venosa) patológico Causas: Obstrução do vaso trombose, varizes Compressão do vaso Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) Conseqüências: Fibrose difusa Edema Acúmulo de hemossiderina 2. EDEMAS Aumento de líquido intersticial tecido ou cavidade Mecanismos e causas: Alteração da parede capilar inflamação, reação alérgica ... Diminuição da pressão oncótica do plasma hipoproteinemia Aumento da pressão osmótica do tecido retenção de sódio na ICC Aumento da pressão hidrostática do sangue estase venosa, retenção de sódio Diminuição da drenagem linfática (linfedema) retirada de linfonodo Tipos: Localizado: hidrotórax, hidropericárdio, ascite Generalizado: anasarca Exudato (inflamatório) e transudato (não inflamatório) DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS Patologia 29 3. HEMORRAGIAS É a saída do sangue do sistema circulatório (vasos e coração) hemácia fora do vaso não tem função Tipos: Externa: para o ambiente Interna: dentro do tecido ou cavidades Causas: Extrínseca: trauma Intrínseca: arteriosclerose, aneurisma, hipertensão arterial, defeitos na coagulação Características clínicas aspecto macroscópico: Petéquias puntiformes (1-2 mm de diâmetro) à nível dos capilares Geralmente por anormalidades plaquetárias ou na cascata de coagulação Púrpura maiores que 3 mm de diâmetro, formam placas Geralmente por vasculites Equimatoses maiores que 10 mm de diâmetro, irregulares (manchas) Geralmente por traumas Hematomas coleções sólidas de sangue coagulado tumor Traumas, cirurgia, quando sai do vaso sobre pressão Em cavidades: hematotórax, hemocardio, hemoperitônio Consequências: Compressão e/ou destruição de órgãos Anemia ferropriva Choque hipovolêmico 4. TROMBOSE Coagulação do sangue dentro do sistema cardiovascular Fatores determinantes (tríade de Virshow) Alteração da parede vascular agregação plaquetária Por exposição do colágeno endotelial Por fatores teciduais como os liberados na necrose Alteração do fluxo sangüíneo Aproxima os elementos figurados da parede vascular Aneurisma, varizes, aterosclerose... Alteração dos constituintes sangüíneos Trombocitose, policitemia, destruição de hemácias (liberação de fosfolipídios) DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS Patologia 30 Classificação: Oclusivo geralmente em veias Mural geralmente em artérias e coração Evolução: Fibrinólise destruição do trombo Organização neovascularização drenagem retração Recanalização comunicação entre as duas extremidades Coagulação intravascular disseminada (CID) Fatores que levam a lesão endotelial em diversos pontos viremias, toxemias (Gran-), queimaduras, rejeição hiperaguda de enxertos.... formam-se massas de fibrina Conseqüências: Consumo dos fatores de coagulação hemorragia em outros locais Trombos fibrinosos em pequenos vasos pele, glomérulo e pulmões 5. EMBOLIA Oclusão total ou parcial do vaso por um êmbolo Êmbolo: massa física estranha a composição sangüínea normal que é carreada pelo sangue. Tipos: Tromboembolismo deslocamento de trombos Embolia gordurosa geralmente em politraumatizados Embolia gasosa gases na circulação Solução de continuidade no vaso cirurgia, trauma Descompressão brusca aviador e mergulhador Embolia de placas ateromatosas Conseqüência: obstrução de vasos 6. INFARTO É uma área localizada de necrose isquêmica (falta de sangue nutrido) Causas: Trombo, embolias, placas ateromatosas, arterites, compressão vascular, torção vascular Tipos (aspecto macroscópico) Anêmico ou branco necrose sem sangue Oclusão de artéria Hemorrágico ou vermelho necrose com hemorragia Oclusão venosa DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS Patologia 31 7. CHOQUE OU COLAPSO CIRCULATÓRIO É uma perturbação circulatória com diminuição do fluxo sanguíneo falta de perfusão nos tecidos falência dos órgãos por hipóxia e nutrientes → deterioração dos tecidos (inclusive do cardiovascular) agravamento do quadro de choque morte Pressão arterial pode estar: Normal mecanismos reflexos de controle da pressão Anormal mas com perfusão tecidual não é quadro de choque Tipos de choque: Choque hipovolêmico: diminuição do volume sanguíneo Hemorragia interna ou externa Desidratação queimadura, diarréia, vômitos Choque neurogênico: perda do tônus vasomotor Aumento da capacidade vascular e diminuição volume sanguíneo efetivo quantidade de sangue é insuficiente para preencher o sistema circulatório diminuição da pressão sanguínea Anestesia geral profunda deprime muito o centro vasomotor Anestesia espinhal quando prolonga para o encéfalo Lesão cerebral compromete o centro nervoso vasomotor Choque anafilático: reação alérgica Desgranulação dos basófilos e mastócitos liberação de mediadores químicos, como a histamina vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar diminui o retorno venoso Choque séptico: causado por infecção bacteriana disseminada com consequente lesão extensa degeneração tecidual Vasodilatação e estagnação sanguínea por aglutinação de hemácias coagulação intravascular disseminada Peritonite, septicemia, gangrena gasosa Choque cardiogênico: diminuição da capacidade de bombeamento do sangue Infarto do miocárdio, miocardite aguda, disfunção valvular grave, arritmias, ruptura do coração Consequências / lesões Edema, congestão, necrose, hemorragias Choque hipovolêmico Caracterizado pela redução do volume sanguíneo Hemorragia (causa mais comum) diminuição do débito cardíaco choque Evolução quanto ao volume de sangue perdido: Até 10% não altera o débito nem a pressão sanguínea Mais de 10% diminui primeiro o débito e depois a pressão sangüínea De 35 a 45% débito e pressão sangüínea em valor zero. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS Patologia 32 Estágios do choque hipovolêmico Estágio não-progressivo ou compensado Os mecanismos compensadores fisiológicos são capazes de reverter o quadro ocorre feedback negativo ocorre recuperação completa, sem auxílio de terapia externa desde que o choque não seja muito grave e não inicie o estágio progressivo Reflexo simpático: 30 segundos do início da hemorragia Vasoconstrição e aumento da frequência cardíaca → ajuda a recuperar a pressão e impede que o débito e o retorno venoso caiam muito Pressãosanguínea: Até 70 mmHg mantém a fluxo de sangue no cérebro e coração Abaixo de 50 mmHg resposta isquêmica do SNC resposta máxima simpática Resposta angiotensina-vasopressina: 10 minutos até 1h Vasoconstrição periférica, diminui a eliminação renal de água e sal Mecanismos compensadores: 1h– 48 h Absorção de água pelo intestino e de líquido intersticial para a circulação Aumento da sede e apetite para o sal e retenção de água e sais pelos rins Estágio progressivo: Os mecanismos fisiológicos não conseguem amenizar o quadro progride até a morte, caso não haja intervenção terapêutica ocorre feedback positivo deprimem ainda mais o débito cardíaco agrava o choque Diminui o fluxo coronariano → depressão cardíaca Diminui o fluxo sanguíneo cerebral diminui a atividade até se tornar inativo cessa a descarga simpática Estase sanguínea coagulação em pequenos vasos dificulta a circulação Hipóxia capilar extravasamento de líquidos diminui o volume sanguíneo e o débito cardíaco Absorção de endotoxinas produzidas pelas bactérias G- do intestino Deterioração celular generalizada → por falta de nutrientes Principais órgãos afetados Fígado: depressão das funções metabólicas e desintoxicações Pulmões: edema pulmonar e falta de condições do oxigenar o sangue Coração: acentua mais a depressão da contração cardíaca Estágio irreversível: Não tem como reverter o quadro, nem fisiologicamente, nem por meio de intervenção terapêutica. A transfusão sanguínea pode reverter a pressão sangüínea e melhorar o débito cardíaco mas não impede a morte da pessoa ocorreram muitas lesões teciduais, liberação de enzimas de degradação nos líquidos corporais, e presença de vários fatores destrutivos irreversível o quadro de choque
Compartilhar