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* TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL Prof. Msc. Alexsandro Ferreira * HISTÓRICO 1650: infusão de soluções de nutrientes em cães – sem sucesso Dudrick et al em 1960 demonstraram pela primeira vez um sistema de alimentação intravenosa, podendo assegurar crescimento e desenvolvimento em crianças e não somente a manutenção em adultos. No Brasil (1º caso) em 1973 no Hospital das Clínicas (São Paulo). Em 8 de Abril de 1998 – NP é definida pela Portaria de nº 272 * NUTRIÇÃO PARENTERAL “Solução ou Emulsão composta de basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou de plástico destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não,em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou à manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.” Portaria nº 272 (8 de abril de 1998) * CONCEITOS Estéril : Apirogênica * NUTRIÇÃO PARENTERAL “A nutrição parenteral total consiste na administração de todos os nutrientes necessários para sobrevida por outras vias que não o trato gastrintestinal” * Quem prescreve a NPT? EMTN médico nutricionista farmacêutico enfermeiro Indicação da NP Prescrição da NP Avaliar qualitativa e quantitativamente as necessidades de nutrientes baseadas na avaliação do estado nutricional do paciente Estabelecer o acesso intravenoso central para a administração da NP Proceder ou assegurar a punção venosa periférica, incluindo a inserção periférica central (PICC) Selecionar, adquirir, armazenar e prepara, criteriosamente, os produtos necessários ao preparo da NP Receber a Nutrição Parenteral da Farmácia e assegurar a sua conservação até a sua completa administração Portaria nº 272 (8 de abril de 1998) * INDICAÇÃO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL Trato digestivo não funcionante, obstruído ou inacessível com previsão que esta condição continuará por pelo menos sete dias; Absorção de nutrientes é incompleta; Incapacidade para tolerar ingestão enteral; Quando as condições acima estão associadas ao estado de desnutrição não corrigíveis por NE * (7 a 10 dias) antes da cirurgia em pacientes com desnutrição grave; Depleção grave na insuficiência renal com diálise; Disfunção hepática; Desordens Gastrintestinais Mucosite severa por quimioterapia (ASPEN, 1998) Vômitos crônicos Doença intestinal infecciosa Pancreatite aguda grave e/ou necrotizante SIC (fase inicial) Hiperemesis gravidarum INDICAÇÃO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL Michel Kfouri apud Sandra Chemin, 2007 * Estado de Desnutrição Grave Na qual a TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL NÃO ATENDE A DEMANDA por incapacidade de DIGESTÃO E ABSORÇÃO * Obstrução Intestinal Neoplasias intestinais Aderências Mal formação do TGI Fecaloma inoperável Moléstia inflamatória intestinal Colite ulcerativa Doença de Crohn - remissão (ASPEN, 1998) INDICAÇÃO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL Michel Kfouri apud Sandra Chemin, 2007 * Obstrução Intestinal Desnutrição Grave * Complicações cirúrgicas pós-operatórias Fístulas intestinais Íleo prolongado ou paralítico Infecção peritoneal Grandes cirurgias abdominais “Pós operatório Imediato de transplante de Intestino Delgado” Pós-traumática Lesões múltiplas Trauma abdominal grave (que não se pode fazer jejunostomia) Infecção (controvérsias na sepse) Isquemia mesentérica Pacientes catabólicos desnutridos (sem alimentação por 5 a 7 dias) INDICAÇÃO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL Michel Kfouri apud Sandra Chemin, 2007 * Condições pediátricas Prematuridade Má formação congênita do TGI atresia intestinal Diarréia crônica intensa Gastrosquise * * Defeito no fechamento da parede abdominal anterior fetal, com evisceração de órgãos INDICAÇÃO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL Michel Kfouri apud Sandra Chemin, 2007 * Pacientes graves em instabilidade hemodinâmica (hipovolemia, choque cardiogênico ou choque séptico) Anúria sem diálise Pacientes terminais (end of life) Pacientes em sepse (?) CONTRA-INDICAÇÕES NUTRIÇÃO PARENTERAL * ALGORÍTMO DE DECISÃO CLÍNICA * ASPECTOS DA NUTRIÇÃO PARENTERAL Quanto a coloração: Incolor: sem vitaminas Amarela: com vitaminas Quanto a aparência: Leitosa: lipídios Translúcida: sem lipídios Tipos de Composição Dois em um: sistema glicídico Três em um: sistema lipídico Michel Kfouri apud Sandra Chemin * Incolor Quanto a coloração: ASPECTOS DA NUTRIÇÃO PARENTERAL Amarela * Translúcida Quanto a aparência: ASPECTOS DA NUTRIÇÃO PARENTERAL Leitosa * Tipos de Composição ASPECTOS DA NUTRIÇÃO PARENTERAL Sistema Glicídico x Sistema Lipídico * * * VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ACESSO PERIFÉRICO ACESSO CENTRAL * VIAS DE ACESSO Acesso periférico: Solução de glicose (5-10%) associada a aminoácidos e eventualmente lipídios administrada diretamente a uma veia periférica de baixo calibre (geralmente nos braços); Tolera pouco volume e osmolaridade (<900mOsm/L) devido o calibre dos vasos utilizados; Utilizada por períodos entre 7 a 10 dias, porque em geral não atinge as necessidades nutricionais do paciente. Média calórica em torno de 1000-1500Kcal/dia * ACESSO PERIFÉRICO * NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA-INDICAÇÕES Pacientes em jejum de 3 a 5 dias, com disfunção do trato gastrointestinal não complicada: PO apendicectomia; Pequena ressecção intestinal com SNG aberta em alto débito, em boas condições nutricionais e que possam retornar à ingesta oral rapidamente. * Acesso Central: Também conhecida como Nutrição Parenteral Total (NPT); Administrada por meio de uma veia de grande diâmetro (geralmente subclávia ou jugular interna) diretamente ao coração; Indicada por períodos mais longos (superior a 7-10 dias) porque oferece melhor aporte energético e protéico; Osmolaridade superior a 1000mOsm/L; VIAS DE ACESSO * VIA DE ACESSO CENTRAL * * VIA DE ACESSO CENTRAL * Pacientes que não possam tolerar ingestão oral ou enteral: SIC, Íleo paralítico, Trombose intestinal NUTRIÇÃO PARENTERAL CENTRAL-INDICAÇÕES * Fistula Entero-cutânea (digestiva) * NUTRIÇÃO PARENTERAL CÍCLICA Infusão a cada 12 a 16h - Em geral à noite Sistema mais usado em nutrição domiciliar * Preparo NP * Problemas mecânicos – no local de inserção do cateter Podem ocorrer durante a inserção, uso prolongado ou manuseio inadequado do catéter, são eles: Pneumotórax; Hemopneumotorax; Trombose de veia cava superior e Embolia gasosa que PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL * Complicações infecciosas Podem advir de bactérias da pele ou de fungemia por manipulação das soluções ou do catéter; translocação bacteriana, dentre elas: A sepse é a complicação mais grave PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL * Distúrbios metabólicos - Síndrome de realimentação: Hiperglicemia; Hipoglicemia de rebote; Desequilíbrio ácido-básico e hidroeletrolítico; Hipertrigliceridemia; Alterações hepato-biliares; Doença metabólica óssea (relacionada à uso prolongado da terapia) Deficiência de Tiamina (B1); Hipofosfatemia; Hipomagnesemia; Hipocalemia. PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL * SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO Pacientes de risco Desnutrição Energético Protéica Anorexia Nervosa Alcoolismo Crônico Jejum Prolongado Pacientes oncológicos * Para um melhor controle glicêmico é recomendado o uso de bomba infusora para administração da NP. * PRESCRIÇÃO DA NP * Harris Benedict, 1919 GEB Feminino: 655 + (9,5 x Peso)+ (1,85x Alt) – (4,6 x Idade) Masculino: 66 + (13,75 x Peso)+(5 x Alt ) – (6,75 x Idade) VET = GEB X FI CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS * Prescrição Método de Bolso (Kcal/Kg/dia) Pacientes estáveis: 25 – 30 Kcal/Kg/dia CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS * PRESCRIÇÃO DA NP É necessário conhecer: Recomendações de nutrientes para o caso Concentração das Formulações * NUTRIENTE PACIENTES CRÍTICOS PACIENTES ESTÁVEIS Proteína 1,2 a 1,5g/kg/dia 0,8 a 1,0g/kg/dia CHO 4 - 5g/kg/dia* 4 - 5g/kg/dia* Lípides 1 - 2g/kg/dia 1 a 2g/kg/dia Calorias Totais 25 a 30kcal/kg/dia 30 a 35kcal/kg/dia ** Líquidos 30 a 40ml/kg/dia *** 30 a 40ml/kg/dia *** * Pode chegar no máximo a 7g/kg/dia. ** Varia de acordo com o nível de atividade *** Pode variar se o paciente estiver perdendo líquido RECOMENDAÇÕES DE NUTRIENTES * Aminoácidos: solução em concentrações entre 8,5% a 15% (mais comum de 10%); Glicose: concentrações de 5%, 10%, 25%, 50% ou 70% (mais comum de 50%); A concentração máxima de glicose administrada na (NPp) * é de 10%; Lipídeos: emulsões de 10 ou 20% Vitaminas e Minerais: RDA CONCENTRAÇÃO DAS FORMULAÇÕES * Nutrição Parenteral Periférica * VALOR CALÓRICO DOS NUTRIENTES Glicose: Cada grama equivale a 3,4 kcal; Aminoácidos: Cada grama fornece 4 kcal; Lipídeos: Emulsão a 10% = 1,1kcal/mL Emulsão a 20% = 2kcal/mL * PRESCRIÇÃO DA NP ESTUDO DE CASO Paciente masculino, 21 anos, com quadro de ressecção intestinal devido a Doença de Crohn apresentando íleo paralítico. Quadro clínico estável, peso estimado de 62kg. Diagnóstico nutricional: eutrófico Prescrição: nutrição parenteral total (NPT), acesso central. * PRIMEIRO PASSO: CÁLCULO DAS CALORIAS TOTAIS (Prescrição Método de Bolso ) Pacientes estáveis: 25 - 30 Kcal/Kg/dia Peso atual: 62kg NET = 30 kcal x peso / dia NET = 25 cal x 62kg / dia GET = 1550 kcal / dia O ideal é que o valor calórico total forneça de 1550 a 1860Kcal. NET = 25 kcal x peso / dia NET = 30 kcal x 62kg / dia GET = 1860 kcal / dia * SEGUNDO PASSO: CÁLCULO DOS MACRONUTRIENTES Começar o cálculo sempre pelo aa. Verificar a recomendação de acordo com o caso clínico; Verificar qual solução é disponibilizada no nosso Hospital; No nosso caso a recomendação de proteína é de 0,8-1,2 g/Kg/dia No nosso hospital temos solução a 10% Aa = g de aa x Kg / dia Aa = 1,2g x 62kg / dia Aa = 74,4g aa / dia * CÁLCULO DAS CALORIAS DOS aa 1g de aa = 4 kcal 1 g de aa --- 4 kcal 74,4 g de aa --- x X = 297,6kcal 1698,8 kcal totais --- 100% 297,6 kcal aa --- x X = 17,5% das NET * DETERMINAR O QUANTO VAI DE SOLUÇÃO DE AMINOÁCIDOS NA PARENTERAL Solução de aa à 10% 100ml de solução --- 10g de aa x --- 74,4 g de aa X= 744 mL de solução de aa à 10% * CÁLCULO DE LIPÍDIOS 1 a 2g/kg/dia por paciente ou 20 a 30% do VCT. Em geral, utiliza-se para o adulto 1 g/Kg/dia; Verificar qual emulsão é disponibilizada no nosso Hospital; No nosso caso a recomendação é de 1g/kg/dia; No nosso hospital temos a emulsão lipídica à 20% LIP = 1g/Kg/dia LIP = 1g x 62kg / dia LIP = 62g de LIP * DETERMINAR O VOLUME DA EMULSÃO LIPÍDICA Emulsão lipídica à 20% 1mL de solução --- 2cal x ------------------- 558cal (62g de lipx9cal/g) x = 279 mL de emulsão lipídica à 20% * CÁLCULO DA CALORIAS PROVENIENTES DOS LIPÍDIOS Valor calórico das emulsões lipídicas: Emulsões a 10% - Fornecem 1,1 Kcal/ml Emulsões a 20% - Fornecem 2 Kcal/ml 2 Kcal/mL 1698,8 kcal totais --- 100% 558 kcal lip --- x X = 32,8% das NET * CÁLCULO DA GLICOSE Verificar a recomendação de acordo com o caso clínico; Verificar qual solução é disponibilizada no nosso Hospital; No nosso caso a recomendação de glicose é até 7g/kg/dia (média = 4 a 5g) No nosso hospital temos solução à 50% Glicose = g x kg / dia Glicose = 4 g x 62 kg / dia Glicose = 248 g /dia * CÁLCULO DA SOLUÇÃO DE GLICOSE Solução de glicose à 50% 100ml de solução --- 50g x --- 248g x = 496 mL de solução de glicose à 50% * VALOR CALÓRICO OFERTADO PELA GLICOSE Valor calórico: 1g de glicose = 3,4 Kcal 1 g de glicose --- 3,4 kcal 248 g --- X X = 843,2 kcal de glicose 1698,8 kcal totais --- 100% 843,2 kcal glicose --- X X = 49,6 % das NET * VALOR CALÓRICO TOTAL E PERCENTUAL FORNECIDO PELOS MACRONUTRIENTES: Aminoácidos = 297,6Kcal 17,4% Lipídios = 558 Kcal 33% (20-35%) Glicose = 843,2 Kcal 49,6% (45-60%) TOTAL = 1698,8 Kcal NET calculada: 1550 a 1860 kcal/ dia * PRESCRIÇÃO DA NP Infusão de 63,2 mL / hora em bomba infusora * Paciente 21 anos, masculino. - Diagnóstico clínico: Doença de Crohn - Data internamento: 12 de julho de 2007 - História Clínica: Cirurgia de ressecção intestinal (enterectomia 110 cm de duodeno e jejuno) resultando em Síndrome do Intestino Curto + colocação de colostomia. História alimentar: Paciente em uso de NPT em bomba de infusão, com acesso central até alta hospitalar em 23 de agosto de 2007. Em 15 de agosto, paciente iniciou dieta líquida sem resíduos via oral e evolui para dieta líquida até dia da alta hospitalar. * EVOLUÇÃO DA NP * fs_alexsandro@yahoo.com.br Alexsandro Ferreira Nutricionista - doença de Gierke * *
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