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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
Introdução
A evolução do pensamento econômico passou por diversas mudanças através dos tempos,
sendo modificada a cada nova teoria e contestação de alguns estudiosos, como os filósofos
gregos e romanos. Passou por idéias liberais e de individualismo e outras que queriam uma
economia ligada à constituição de um Estado forte.
Existe um consenso de que a Teoria Econômica, de forma sistematizada, iniciou-se quando foi
publicada a obra de Adam Smith "A riqueza das Nações", em 1776. Em períodos anteriores, a
atividade econômica do homem era tratada e estudada como parte integrante da Filosofia
Social, da Moral e da Ética. Nesse sentido, a atividade econômica deveria se orientar de
acordo com alguns princípios gerais de ética, justiça e igualdade. Os conceitos de troca, em
Aristóteles, e preço justo, em São Tomás de Aquino, a condenação dos juros ou da usura,
encontravam sua justificativa em termos morais, não existindo em estudo sistemático das
relações.
Os renascentistas diziam que entre a Antigüidade Clássica e sua época não houve evolução e
que foi um período sem idéias novas. Mesmo as atividades econômicas tiveram nessa época
pouca força, voltando a se fortalecer no século XI, quando houve um crescimento demográfico
que aumentou a oferta de mão de obra, trazendo um aumento de produção e o
desenvolvimento como conseqüência desses fatores. Surge o sistema bancário e fortalece-se
o pensamento econômico da igreja.
O pensamento econômico passou por diversas fases, que se diferenciam, com muitas
oposições. A evolução deste pensamento pode ser dividida em dois grandes períodos: Fase
pré-científica e Fase Científica Econômica
A fase pré-científica é subdividida em três períodos. A Antiguidade Grega, cuja característica
principal foi o desenvolvimento nos estudos políticos e filosóficos. A Idade Média ou
Pensamento Escolástico, com doutrinas teológicas e filosóficas. E, o Mercantilismo, quando
houve uma expansão dos mercados consumidores e, consequentemente do comércio.
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
A fase científica pode ser dividida em Fisiocracia, Escola Clássica e Pensamento Marxista. A
primeira pregava a existência de uma "ordem natural", onde o Estado não deveria intervir
(laissez-faire) nas relações econômicas. Os doutrinadores clássicos acreditavam que o Estado
deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda), através do ajuste de preços. Já o
marxismo criticava a "ordem natural" e a "harmonia de interesses", afirmando que tanto um
como outro resultava na concentração de renda e na exploração do trabalho.
 
Percursores da Teoria Econômica
Antigüidade
Com o aumento da complexidade social e da escassez, tornou-se necessária à existência de
um estudo com o objetivo de, com o desenvolvimento tecnológico, satisfazer um maior número
de pessoas e/ou necessidades, trabalhando sob o plano da otimização, racionalização e do
planejamento.
Esse período é caracterizado, principalmente, pelo desenvolvimento dos estudos políticos e
filosóficos. As idéias econômicas dessa época eram fragmentadas nestes estudos, ainda não
constituindo, portanto, um ramo científico independente.
Xenofontes, pensador grego autor de diversos escritos sobre a agricultura e o sistema
tributário, utilizou o termo "econômico", em uma obra do mesmo nome. Pode-se dizer que, de
um modo geral, o pensamento econômico voltava-se, principalmente, para a solução de
problemas particulares e das transações comerciais. Aristóteles também exerceu forte
influência na evolução desse pensamento, sendo autor de obras em que se discutia a função
do Estado, salários, o intercâmbio e a aquisição, o valor e a formação da riqueza; contribuindo
às teorias do valor que hão de vir: preços e moeda.
Os romanos se preocupavam mais com a política, restando à economia algumas observações
sobre as atividades agrícolas.
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
Então, apesar das importantes contribuições dos pensadores gregos e romanos ao
desenvolvimento do pensamento econômico, esses filósofos estiveram ligados diretamente à
filosofia e à política. Todas as obras nitidamente econômicas se baseavam em princípios
morais e políticos, necessitando de aspectos científicos.
Na Grécia Antiga, as primeiras referências conhecidas de Economia aparecem no trabalho de
Aristóteles (384-322 a.C.), que aparentemente foi quem cunhou o termo Economia
(oikosnomos) em seus estudos sobre aspectos da administração privada e sobre finanças
públicas. Encontramos algumas considerações de ordem econômica nos escritos de Platão
(427-347 a.C.) de Xenofonte (440-335 a.C.).
Roma não deixou nenhum escrito notável na área de economia. Nos séculos seguintes, até a
época dos descobrimentos, encontramos poucos trabalhos de destaque, mas que não
apresentam um padrão homogêneo e estão permeados de questões de justiça e moral. As já
citadas leis da usura, a moralidade de juros altos e o que deveria ser um lucro justo são os
exemplos mais conhecidos.
Manifestações Escolásticas (Idade Média)
Com a decadência de Grécia e Roma deu-se início à Idade Média, caracterizada por uma nova
fase da economia e da cultura, onde a igreja controlava o poder político e econômico. O
pensamento econômico ainda não tinha se tornado independente dos estudos políticos e
filosóficos.
Neste período houve grande desenvolvimento cultural, científico ou econômico. O comércio
desempenhou um papel secundário, mas nunca deixou de existir; o artesanato declinou, só era
produzido para consumo local.
Com o crescimento demográfico e um conseqüente excesso de oferta de mão-de-obra, houve
um aumento na produção que desenvolveu as cidades e o comércio internacional, mobilizando
grandes capitais. Por isso, surgiram vários elementos característicos da economia moderna por
exemplo a divisão do trabalho, o sistema bancário, diversas formas de associação, que se
desenvolveram no decorrer da evolução do pensamento econômico.
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
Procurando equilibrar as relações de mercado, protegendo os consumidores e os produtores
de menor escala, a Igreja regulou o mercado de forma que a ética estaria presente em todos os
momentos. A cobrança de juros era condenada, pois acreditava-se que o que gerava riqueza
era o trabalho árduo e a natureza e não a extorsão de bens do devedor por parte do credor. A
propriedade privada era considerada legítima desde que estivesse subordinada ao bem
comum.
Destacou-se neste período Tomás de Aquino. Em suas obras percebe-se sua preocupação
com a correta utilização da propriedade privada, com um sistema de preços justos, com o
comércio, e com os sistemas salariais.
A igreja procurou moralizar o comércio, valorizando a dignidade do trabalho, condenando os
juros, buscando o "justo preço", o equilíbrio dos atos econômicos, a moderação dos agentes
econômicos e protegendo os mais fracos dos mais poderosos.
Mercantilismo
Apesar de na Idade Média ter surgido inovações no comércio, como por exemplo, os salários
justos, o "justo preço", será no Mercantilismo que brotarão os primeiros princípios econômicos.
A era mercantilista foi marcada por diversas transformações intelectuais, religiosas,
comportamentais, políticas, geográficas e econômicas. Políticas pelo surgimento do Estado
Moderno.
Houve a mudança do eixo econômico mundial e a criação da moeda baseada no ouro e na
prata.
Considera-se que o mercantilismo foi um período que possibilitou a transição de uma economia
regional para uma economia nacional. O comércio não mais se limitava às feiras e às
transações internas, mas voltava-se para o exterior, buscando o acúmulo dos capitais em
função da prosperidade do Estado, mesmo que para isso fosse necessária a exploração de
outras terras.4 / 21
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Escrito por Mariana Lambert 
No mercantilismo, a visão do comércio e do lucro foi exaltada, e os mercadores obtiveram
crescimento. O artesanato, as organizações feudais deram lugar à supremacia do Estado.
Desenvolveram-se sentimentos nacionalistas, registrando-se grandes transformações políticas
e sociais. O estado procurava aumentar a riqueza nacional e conseguir potência. Alguns
estados conseguiram aumentar seus domínios para nas novas terras conquistadas buscar
metais preciosos indispensáveis à sobrevivência e ao fortalecimento da soberania. O comércio
internacional cresceu e transformou-se nesse período em um dos mais poderosos instrumentos
da política econômicas. Espanha e Portugal foram os países precursores das práticas
mercantilistas.
A partir do século XVI observamos o nascimento da primeira escola econômica: o
mercantilismo. Apesar de não representar um conjunto técnico homogêneo, o mercantilismo
tinha algumas preocupações explícitas sobre a acumulação de riquezas de uma nação.
Continha alguns princípios de como fomentar o comércio exterior e entesourar riquezas. O
acúmulo de metais adquire uma grande importância, e aparecem relatos mais elaborados
sobre a moeda. Considerava que o governo de um país seria mais forte e poderoso quanto
maior fosse seu estoque de metais preciosos. Com isso, o mercantilismo acabou estimulando
guerras, acerbou o nacionalismo e manteve a poderosa e constante presença do Estado em
assuntos econômicos.
Fisiocracia
A França, que foi comunidade berço do liberalismo, passou por momento delicados nas últimas
décadas do período mercantilista, porque lavradores e burgueses levantaram-se contra a
política absolutista da sua monarquia decadente. O rei que tinha o poder de vários monopólios
eram alvos de críticas. Os artesãos urbanos não tinham à mentalidade do capitalismo
industrial, impedindo que se expandissem a uma densidade empresarial. Com a perda das
colônias da Índia e Canadá, aumentava-se a crise política, pois eram dois importantes
elementos do império colonial francês. O sistema tributário francês era basicamente de
pesados encargos sobre os artífices, mercadores e lavradores, para permitir isenção aos
nobres e ao clero. Os impostos eram chamados taille (imposto lançado sobre a fortuna), o sal
(gabelle), o aides (nas manufaturas) e os traites (direitos alfandegários). Todos esses erros
foram apontados pelos precursores da escola Fisiocrata. A qual defendia maior liberdade para
o exercício de atividades econômicas.
Idéias da Escola Fisiocrata
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Escrito por Mariana Lambert 
1 - Existência de uma ordem natural das atividades econômicas. Acreditava-se que a economia
poderia caminhar sozinha sem determinar leis especiais. A palavra fisiocrata é composta de
dois vocábulos gregos que significam exatamente governo da natureza.
2 - A superioridade da agricultura sobre o comércio e a indústria era eminente. Só a terra era
fonte das riquezas. Sobreviveram apenas as classes que tinham ligação com o trabalho
agrícola.
No século XVIII, uma escola de pensamento francesa, a fisiocracia, elaborou alguns trabalhos
importantes. Os fisiocratas sustentavam que a terra era a única fonte de riqueza e que havia
uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas,
imutáveis e naturais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens. O
trabalho de maior destaque foi o do Dr. François Quesnay, autor da obra Tableau Économique,
o primeiro a dividir a economia em setores, mostrando a inter-relação dos mesmos. Apesar de
os fisiocratas estarem permeados de considerações éticas, foi grande sua contribuição à
análise econômica. O Tableau Économique do Dr. Quesnay foi aperfeiçoado e transformou-se
no sistema de circulação monetária imput-output criado no século XX (anos 40) pelo
economista russo, naturalizado norte-americano, Wassily Leontief, da Universidade de
Harvard.
Na verdade, a fisiocracia surgiu com a reação ao mercantilismo. A fisiocracia sugeria que era
desnecessária a regulamentação governamental, pois a lei da natureza era suprema, e tudo o
que fosse contra ela seria derrotado. A função do soberano era servir de intermediário para que
as leis da natureza fossem cumpridas.
Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natureza
(fisiocracia significa "regras da natureza") em atividades econômicas coma a lavoura, a pesca e
a mineração. Portanto encorajava-se a agricultura e exigia-se que as pessoas empenhadas no
comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menor número possível. Em um mundo
constantemente ameaçado pela falta de alimentos, com excesso de regulamentação e
intervenção governamental, a situação não se ajustava às necessidades da expansão
econômica. Só a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza.
Os organicistas (fisiocratas) associaram conceitos da Medicina à economia (aliás, Quesnay era
médico): circulação, fluxos, órgão, funções.
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Escrito por Mariana Lambert 
Os Clássicos
Adam Smith (1723-1790)
Nasceu na Escócia. Além de línguas, estudou ciências Morais e Políticas em Oxford. É
considerado o fundador da escola clássica. Em 1759, elaborou a Teoria dos Sentimentos
Morais, dedicando-se, a partir desse momento, mais à jurisprudência e à economia do que a
doutrinas morais.
Em 1776, publicou A NATUREZA DAS CAUSAS DA RIQUEZA DAS NAÇÕES. Sua fama foi
imediata e a reputação de Smith se estabeleceu para sempre. Pouco antes de sua morte,
determinou que a maioria de seus manuscritos fosse destruída.
Para Adam Smith, a solução para o funcionamento da economia na sociedade deve ser
encontrada nas leis de mercado, na interação do interesse individual e na concorrência a
vender suas mercadorias a um preço próximo do custo de produção: é preciso ser o mais
eficiente possível para manter seus custos baixos e permanecer em condições competitivas.
Foi o grande professor da laissez faire, isto é, da não-intervenção do governo nos assuntos
econômicos. Na sua opinião, os governos são ineficazes e inclinados a outorgar privilégios
especiais em detrimento da sociedade. Para promover o bem-estar, os melhores meios são o
estímulo do próprio interesse e o desenvolvimento da concorrência.
Destacou os efeitos da acumulação dos lucros dos empresários, pois se convertem em
monarquias, o que permitirá maiores possibilidades de divisão de trabalho e de aumento de
produção, portanto produzirá uma riqueza maior. Por isso ele via na acumulação dos lucros o
motor que impulsiona a melhoria da sociedade.
David Ricardo (1772-1823)
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Escrito por Mariana Lambert 
Nasceu em Londres. Foi a figura mais destacada da escola clássica em relação ao
desenvolvimento posterior das idéias desses economistas. Estudou na Holanda, preparando-se
para negócios da corretora de valores de seu pai, na qual começou a intervir aos 14 anos. Aos
19 entra, por sua conta, nos negócios da Bolsa e, em poucos anos, alcança grande fortuna.
Homem de fortes princípios. Dedicou-se ao estudo sistemático de economia política. A
RIQUEZA DAS NAÇÕES, de Adam Smith, foi à obra que decididamente o atraiu ao mundo da
economia. Foi um destacado exemplo de pensador dedutivo. Ricardo deslocou o centro de
gravidade da análise econômica da produção para a distribuição, sendo uma de suas grandes
contribuições a teoria do valor-preço.
Ele se interessou pelos preços relativos mais que pelos absolutos; queria descobrir a base da
relação de troca entre as mercadorias. As mercadorias obtêm seu valor de duas fontes: de sua
escassez e da quantidade de trabalho necessário para obtê-las.
Sua análise da renda de terra e o desenvolvimento da teoria dos custos comparativos, como
justificativa do comércio internacional, foram suas contribuiçõesmais significativas para o
mundo da economia.
As diferenças da qualidade da terra determinariam que, enquanto os proprietários das terras
férteis obteriam rendas cada vez mais altas, a produção nas terras de qualidade pior geraria só
o suficiente para cobrir os custos e não produziria renda. Desse modo, pode-se argumentar
que a renda e os lucros poderiam ser isolados, considerando o caso da terra sem renda, na
qual o rendimento consistiria inteiramente nas entradas derivadas de capital.
Ricardo foi também o primeiro que desenvolveu a teoria dos custos comparativos, defendendo
que cada país deveria especializar-se naqueles produtos que têm um custo comparativo mais
baixo, e importar aqueles cujo custo comparativo fosse mais alto. Essa é à base da política de
livre comércio de Ricardo para os bens manufaturados.
Segundo essa política, cada país deve dedicar seu capital e trabalho àquelas produções que
se mostram mais lucrativas. Dessa forma o trabalho distribui-se com maior eficiência e, ao
mesmo tempo, aumenta a quantidade total dos bens, o que contribui para o bem-estar geral. A
teoria dos custos comparativos harmoniza os interesses dos diferentes países nos assuntos
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
internacionais.
John Stuart Mill (1806-1873)
Foi o último grande economista da escola clássica. Realizou algumas contribuições
importantes, sistematizou e divulgou o corpo completo do pensamento econômico de seus
predecessores.
Desde a infância, Mill recebeu uma educação rigorosa de seu pai. Seu casamento com Harriet
Taylor trouxe-lhe um sentido humanitário da vida. Teve grande fé no progresso humano e amor
pela liberdade; exerceu uma apaixonada defesa pelos direitos da mulher.
Foi o sintetizador do pensamento clássico. Seu trabalho foi o principal texto utilizado para o
ensino de Economia no fim do período clássico e no início do período neoclássico. Sua obra
consolida o exposto por seus antecessores, e avança ao incorporar elementos institucionais e
ao definir melhor as restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de mercado.
Segundo 
Mill, dos dois tipos de leis econômicas, umas eram inutáveis, por serem fixadas pela natureza e
tecnologia; as conseqüências dessas leis estavam socialmente determinadas e caíram sujeitas
ao controle humano, de forma que a distribuição existente da renda podia ser alterada.
Por outro lado, sentia-se preocupado pela tendência à instabilidade que, provavelmente,
coincidiria com a aproximação do estado estacionário, e com as taxas de lucros decrescentes.
Acreditava que com a chegada ao estado estacionário, alguns empresários sentiram-se
inclinados a rechaçar a taxa de lucro corrente e buscar negócios altamente arriscados, na
esperança de colher lucros superiores à média.
Mesmo sendo incluído no grupo dos economistas clássicos, dada a sua preocupação com a
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
instabilidade da atividade econômica, pode ser considerado como um dos precursores das
políticas de estabilização de cunho keynesiano.
Jean Baptiste Say (1768-1832)
O economista francês Jean Baptiste Say retomou a obra de Smith, ampliando-a. Subordinou o
problema das trocas de mercadorias a sua produção e popularizou a chamada Lei de Say: "A
oferta cria sua própria procura", ou seja, o aumento da produção transformar-se-ia em renda
dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços.
Thomas Malthus (1766-1834)
Malthus foi pastor protestante, escritor e professor de História e Economia Política. Em 1820,
publicou os Princípios da Economia Política. Foi o adversário de David Ricardo, apesar de
existir uma grande amizade entre eles.
Foi o primeiro economista a sintetizar uma teoria geral sobre a população. Ao assinalar que o
crescimento da população dependia rigidamente da oferta de alimentos, deu apoio à teoria dos
salários de subsistência.
Para Malthus, a causa de todos os males da sociedade residia no excesso populacional:
enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos seguia em
progressão aritmética. Assim, o potencial da população excederia em muito o potencial da terra
na produção de alimentos.
Para defender seus argumentos, dizia que existiam duas categorias de produtos, essenciais e
não-essenciais, sendo que os essenciais eram os alimentos, nunca haveria problemas de
saturação e os não-essenciais, o problema era diferente, pois o equilíbrio dos mercados desse
tipo de bens dependeria dos gostos de quem goza de renda suficientemente alta para
adquiri-los.
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
Para remediar tais problemas, sustentou que o mais prudente era estimular os gastos por parte
dos ricos e do Estado. Por isso argumentou que, para remediar a possibilidade de uma super
produção, uma solução seria manter as receitas dos proprietários de terras, pois estes
desempenhavam a função socialmente destacável de gastar suas rendas em consumo
supérfluo, e ao faze-lo contribuíram para manter o nível de demanda agregada.
Malthus não previu o ritmo e o impacto do progresso tecnológico, nem as técnicas de limitação
de fertilidade humana que se seguiram.
A Teoria Neoclássica
O pensamento neoclássico teve início da década de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras
décadas do século XX. Nesse período, privilegiam-se aspectos micro-econômicos da teoria,
pois a crença na economia de mercado e em sua capacidade auto-reguladora fez com que não
se preocupassem tanto com a política e o planejamento macroeconômico.
Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio matemático explícito inaugurado por Ricardo,
procurando isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social.
Alfred Marshall (1842-1924)
Alfred Marshall nasceu na Inglaterra. Estudou matemática e economia em Cambridge.
Marshall foi bastante crítico com seus próprios escritos. De fato, muitas de suas idéias foram
elaboradas bem antes de aparecer a primeira edição de seu Princípios de Economia, em 1890.
Foi o fundador da moderna economia, exposta mediante representações gráficas. Apesar de
ter bons conhecimentos de matemática, mostrou-se céptico quanto à utilização da matemática
para a análise econômica.
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
Marshall acreditava que a venda de cada empresa, processo lento e custosamente adquirido,
estavam limitadas ao mercado particular. Achava ainda, que a produção pudesse aumentar
muito rapidamente, não ocorrendo o mesmo com as vendas. Além disso, a expansão da
empresa além dos limites naturais deixaria exposta a concorrência com seus rivais. Por isso,
argumentava que era improvável que as economias de escala representassem um sério
desafio para a manutenção da ordem competitiva.
A Escola Clássica
Era conhecida também como, Escola Liberal. Os lideres desta escola foram Adam Smith e
David Ricardo. Smith foi o responsável pelos fundamentos analíticos e doutrinários da primeira
obra econômica de âmbito geral: A riqueza das nações podia-se afirmar que existia
concordância entre o interesse geral e os interesses individuais. Com a liberdade dos
comportamentos econômicos assegurava-se maior e a melhor produção a um custo menor,
fazendo do trabalho uma fonte de riqueza. O governo devia fortalecer a defesa nacional,
garantir a livre concorrência e a proteção à propriedade privada. A iniciativa individual deve ser
incentivada. Assim todos ganhariam, beneficiando-se do aumento da produtividade. Smith
chegou à conclusão de que deveria acabar todas os obstáculos ao comércio interno e externo.
Foi posta em pratica a política livre-cambista, para que ela pudesse conduzir as áreas
produtivas. O mercantilismo juntamente com a regulamentação do estado começa a ser
contestado. A política econômicaseria analisada com suas referências sobre o processo de
riqueza e por suas conseqüências no acumulo de capital e do trabalho. A verdadeira fonte de
riqueza de um país é seu trabalho, que só pode ser aumentado pelo aumento do produto sob a
forma de capital.
O valor de determinada mercadoria seria dado pela quantidade de trabalho empregada para
produzi-la. O trabalho era a grande riqueza da nação e poderia ser elevado com o aumento de
produto como capital. Ricardo localizou uma contradição entre o valor da troca e os preços
relativos das mercadorias, a qual Marx conseguiu resolver, verificando a transformação dos
valores de troca e de produção. O capitalismo industrial começava a se difundir. A escola se
opunha às idéias mercantilistas, afirmando que a riqueza e o poder nacionais não deveriam
limitar-se aos metais preciosos. O pensamento de Smith aponta alguns tópicos ligados à teoria
dos fisiocratas devido ao fato de defender o individualismo e propondo o liberalismo. No
período que esteve em Paris, Smith manteve diversos contatos com Quesnay (precursor
fisiocrata), mas conseguiu erguer à sua maneira, uma forma de análise da economia. Podemos
dizer assim que a escola clássica surgiu da necessidade de análises das possibilidades de
manutenção da ordem econômica, das mudanças tecnológicas produzidas pela Revolução
Industrial. Smith era um homem de uma obra sintética e de uma exposição equilibrada, mas
não tinha idéias novas de grande valor e sim de grandes informações podendo assim
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
questioná-las de forma racional. A teoria clássica destaca o fato de que os preços dos bens
produtivos eram proporcionais aos respectivos custos de produção, quando existia lei de livre
concorrência. A escola clássica era contra determinações do estado, apoiando-se assim no
liberalismo e individualismo.
A base do pensamento da Escola Clássica é o liberalismo econômico, ora defendido pelos
fisiocratas. Seu principal expoente é Adam Smith (1723-1790) que, ao contestar a
regulamentação comercial do sistema mercantilista, acreditava que a concorrência produz
como resultado o desenvolvimento econômico, que por sua vez é utilizado por toda a
sociedade.Todo o contexto da Escola Clássica foi influenciado pela Revolução Industrial.
De acordo com o pensamento de Adam Smith, a economia não deveria se limitar ao estoque
de metais preciosos e ao enriquecimento da nação, pois, segundo o mercantilismo, desta
nação fazia parte apenas a nobreza, e o restante da população estaria excluída dos benefícios
provenientes das atividades econômicas. Sua preocupação fundamental era a de elevar o nível
de vida de todo o povo.
A Escola Socialista
Os socialistas viviam do sonho de uma sociedade igualitária, de melhor distribuição de
recursos e riquezas mesmo no século XVIII, numa sociedade que nasceu da revolução
industrial, e da igualdade e fraternidade expressos pela revolução francesa. Socialismo é a
denominação genérica de um conjunto de teorias sócio-econômicas, ideologias e práticas
políticas que postulam a abolição das desigualdades políticas entre as classes sociais. Fazem
parte desta denominação o socialismo utópico e a social-democracia até o comunismo e o
anarquismo. As múltiplas variantes de socialismo partilham uma base comum que é a
transformação do ordenamento jurídico e econômico, baseado na propriedade privada dos
meios de produção, numa nova e diferente ordem social. Para caracterizar uma sociedade
socialista, é necessário que estejam presentes os seguintes elementos fundamentais: limitação
do direito à propriedade privada, controle dos principais recursos econômicos pelas classes
trabalhadoras e a intervenção dos poderes públicos na gestão desses recursos econômicos,
com a finalidade de promover a igualdade social, política e jurídica. Para muitos teóricos
socialistas contemporâneos, é fundamental também que o socialismo se implante pela vontade
livremente expressa de todos os cidadãos, mediante práticas democráticas.
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
A revolução industrial iniciada na Grã-Bretanha na segunda metade do século XVII estabeleceu
um novo tipo de sociedade dividida em duas classes fundamentais sobre as quais se
sustentava o sistema econômico capitalista: a burguesia e o proletariado A burguesia, formada
pelos proprietários dos meios de produção, conquistou o poder político primeiro na França,
com a revolução de 1789, e depois em vários países. O poder econômico da burguesia se
afirmou com base nos princípios do liberalismo: liberdade econômica, propriedade privada e
igualdade perante a lei. A grande massa da população proletária, no entanto, permaneceu
inicialmente excluído do cenário político. Ficou claro então que a igualdade jurídica não era
suficiente para equilibrar uma situação de profunda desigualdade econômica e social, na qual
uma classe reduzida, a burguesia, possuía os meios de produção enquanto a maioria da
população era impedida de conquistar a propriedade. As diferentes teorias socialistas surgiram
como reação contra esse quadro, com a proposta de buscar uma nova harmonia social por
meio de drásticas mudanças, como a transferência dos meios de produção de uma única
classe para toda a coletividade. Uma conseqüência dessa transformação seria o fim do
trabalho assalariado e a substituição da liberdade de ação econômica dos proprietários por
uma gestão socializada ou planejada, com o objetivo de adequar a produção econômica às
necessidades da população, ao invés de se reger por critérios de lucro. Tais mudanças
exigiriam necessariamente uma transformação radical do sistema político. Alguns teóricos
postularam a revolução violenta como único meio de alcançar a nova sociedade. Outros, como
os social-democratas, consideraram que as transformações políticas deveriam se realizar de
forma progressiva, sem ruptura do regime democrático, e dentro do sistema da economia
capitalista ou de mercado.
A Era Keynesiana
A era Keynesiana iniciou-se com a publicação da Teoria geral do emprego, dos juros e da
moeda, de John Maynard Keynes (1883-1946), em 1936. Muitos autores descrevem o início da
era Keynesiana como a Revolução Keynesiana, tamanho o impacto de sua obra.
Keynes ocupou a cátedra que havia sido de Alfred Marshall na Universidade de Cambridge.
Acadêmico respeitado, Keynes tinha também preocupações com as implicações práticas da
Teoria Econômica.
Para entender o impacto da obra de Keynes é necessário considerar a época. A economia
mundial atravessava, na década de 30, uma crise, que ficou conhecida como a Grande
Depressão. A realidade dos fatos relacionados à situação conjuntural da economia dos
principais países capitalistas, naquele momento, era crítica. O desemprego na Inglaterra e em
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Evolução do pensamento econômico
Escrito por Mariana Lambert 
outros países da Europa era muito grande. Nos Estados Unidos, após a quebra da Bolsa de
valores de Nova York, o número de desempregados assumia proporções elevadíssimas.
A teoria Econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar de a
crise estar durando algum ano. A Teoria Geral consegue mostrar que a combinação das
políticas econômicas adotadas até então não funcionava adequadamente, e aponta para
soluções que poderiam tirar o mundo da recessão.
Segundo o pensamento keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de
emprego é explicado pelo nível de produção nacional de uma economia, que por sua vez é
determinado pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, inverte o sentido da lei de Say (a
oferta cria a sua própria procura) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e
serviços.
Para Keynes, como não existem forças de auto-ajustamento na economia, torna-se necessária
à intervenção do Estado através de uma política de gastos públicos, o que significao fim do
laissez-faire da época clássica. É o chamado Princípio da Demanda Efetiva.
Os argumento de Keynes influenciaram muito a política econômica dos países capitalistas. De
modo geral, essas políticas revelaram-se eficientes e apresentaram resultados positivos no
período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.
Nos anos seguintes houve um desenvolvimento expressivo da Teoria Econômica. Por um lado,
incorporaram-se os modelos por meio do instrumental estatístico e matemático, que ajudou a
formalizar ainda mais a ciência econômica. Por outro, alguns economistas trabalharam na
agenda de pesquisa aberta pela obra de Keynes. O debate sobre aspectos do trabalho de
Keynes dura até hoje, destacando-se três grupos: os monetaristas, os fiscais e os
pós-Keynesianos. Apesar de nenhum dos grupos Ter pensamento homogêneo e todos terem
pequenas divergências, é possível fazer algumas generalizações.
Os monetaristas estão associados à Universidade de Chicago e têm como economista de
maior destaque Milton Friedamn. De maneira geral, privilegiam o controle da moeda e um baixo
grau de intervenção do Estado.
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Os fiscalistas têm seus maiores expoentes em James Tobin, da Universidade de Yale, e Paul
Anthony Samuelson, de Harvad e MIT. De maneira geral, recomendam o uso de políticas
fiscais ativas e um acentuado grau de intervenção do Estado.
Os pós-Keneysianos têm explorado outras implicações da obra de Keynes, e pode-se associar
a esse grupo a economista Joan Robison, cujas idéias eram afinadas com as de Keynes. Os
pós-Keynesianos realizaram uma releitura da obra de Keynes, procurando mostrar que ele não
negligenciou o papel da moeda e da política monetária. Enfatizam o papel da especulação
financeira e, como Keynes, defendem um papel ativo do Estado na condução da atividade
econômica. Além de Joan Robison, outros economistas dessa corrente são Hymam Minsky,
Paul Davison e Alessandro Vercelli.
Cabe destacar que, apesar das diferenças entre as várias correntes, há consenso quanto aos
pontos fundamentais da teoria, já que são baseadas no trabalho de Keynes.
A Revolução Keynesiana deu nova vida às Ciências Econômicas. Após o surgimento do
General Theory, as velhas peças da economia clássica foram substituídas por uma nova
dinâmica de raciocínio, e a análise econômica restabeleceu o necessário contato com a
realidade. A teoria desenvolvida por Keynes constituiu uma efetiva ruptura com a tradição
clássica e o próprio Keynes alertou os economistas de sua época, firmemente apegados à
teoria econômica herdada dos séculos anteriores. É natural, pois que sua obra revolucionária
produzisse os mais fervorosos debates. Há também os que recebem as idéias revolucionárias
com o desespero dos que se agarram a uma tábua de salvação.
Quando a doutrina clássica não se mostrava suficiente diante de novos fatos econômicos,
surgiu o economista inglês John Maynard Keynes que, com suas obras, promoveu uma
revolução na doutrina econômica, opondo-se, principalmente, ao marxismo e ao classicismo.
Substituindo os estudos clássicos por uma nova maneira de a raciocinar na economia, além de
fazer uma análise econômica reestabelecedora do contato com a realidade. Suas obras
estimularam o desenvolvimento de estudos não só no campo econômico, mas também nas
áreas da contabilidade e da estatística. Na evolução do pensamento econômico, até agora, não
houve nenhuma obra que provocasse tanto impacto quanto a Teoria Geral do Emprego, do juro
e da moeda de Keynes.
O Período Recente
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A teoria Econômica vem apresentando algumas transformações, principalmente a partir dos
anos 70, após as duas crises do petróleo. Três características marcaram esse período.
Primeiro existe uma consciência maior das limitações e possibilidades de aplicações da teoria.
O segundo ponto diz respeito ao avanço no conteúdo empírico da economia. Finalmente,
observamos uma consolidação das contribuições dos períodos anteriores.
O desenvolvimento da informática permitiu um processamento de informações em volume e
precisão sem precedentes. A teoria Econômica passou a Ter um conteúdo empírico que lhe
conferiu uma aplicação prática maior. Por outro lado, isso permite um aprimoramento constante
da teoria existente; por outro, abre novas frentes importantes.
Todo o corpo teórico da economia avançou consideravelmente. Hoje a análise econômica
engloba quase todos os aspectos da vida humana, e o impacto desses estudos na melhoria do
padrão de vida e do bem-estar de nossa sociedade é considerável. O controle e o
planejamento macroeconômico nos permite antecipar muitos problemas, e evitar algumas
frustrações desnecessárias.
A Teoria Econômica caminha em muitas direções. Um exemplo é a área de finanças
empresariais. Até alguns anos atrás, a teoria de finanças era basicamente descritiva, com um
baixo conteúdo empírico. A incorporação de algumas técnicas econométricas, conceitos de
equilíbrio de mercados e hipóteses sobre o comportamento dos agentes econômicos
revolucionou a Teoria de finanças. Essa revolução se fez sentir também nos mercados
financeiros, com a explosão dos chamados mercados futuros e de derivativos.
Os Críticos
A teoria Econômica tem recebido muitas críticas e abordagens alternativas. Muitas das críticas
foram e são absorvidas, e algumas abordagens alternativas foram e são incorporadas. O
aspecto de críticos é muito amplo e disperso e, evidentemente, heterogêneo. Destacamos os
marxistas e os institucionalistas. Em ambas a escola critica a abordagem pragmática da
Ciência Econômica e propõe-se um enfoque analítico, onde a Economia interage com os fatos
históricos e sociais. A análise das questões econômicas sem a observação dos fatores
históricos e sociais leva, segundo essas escolas, a uma visão distorcida da realidade.
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Os 
marxistas têm como pilar de seu trabalho a obra de KARL MAX (1818-1883) economista que
desenvolveu quase todo seu trabalho com Frederic Engels na Inglaterra, na Segunda metade
do século passado. O marxismo desenvolve uma teoria do valor-trabalho, e consegue analisar
muitos aspectos da economia com seu referencial teórico. A apropriação do excedente
produtivo (a mais-valia) pode explicar o processo de acumulação e a evolução entre as classes
sociais.
Para Marx, o capital aparece com a burguesia, considerada uma classe social que se
desenvolve após o desaparecimento do sistema feudal e que se apropria dos meios de
produção. A outra classe social, o proletariado, é obrigado a vender sua força de trabalho, dada
a impossibilidade de produzir o necessário para sobreviver.
O conceito da mais-valia utilizado por Marx refere-se à diferença entre o valor das mercadorias
que os trabalhadores produzem em um dado período de tempo e o valor da força de trabalho
vendida aos empregados capitalistas que a encontraram. Os lucros, juros e aluguéis
(rendimentos de propriedades) representam a expressão da mais-valia. Assim sendo, o valor
que exerce o valor da força de trabalho e que vai para a mão do capitalista é definido por Marx
como mais-valia. Ela pode ser considerada aquele valor extra que o trabalhador cria, além do
valor pago por sua força de trabalho.
Marx foi influenciado pelo movimento socialista utópico, por Hegel e pela Teoria do
Valor-Trabalho de Ricardo. Acreditava no trabalho como determinante do valor, tal como Smith
e Ricardo, mas era hostil ao capitalismo e competitivo e a livre concorrência, pois afirmava que
a classe trabalhadora era explorada pelos capitalistas.
Marx enfatizou muito o aspecto político de seu trabalho, que teve um impacto ímpar não só na
ciência econômica como em outras áreas do conhecimento.
As contribuições dos economistas na linha marxista para a Teoria Econômicaforam muitas e
variadas. Entretanto, a maioria acorreu à margem dos grandes centros de estudo ocidentais,
por razões políticas. Consequentemente, a produção teórica foi pouco divulgada. Um exemplo
é o trabalho de Mikail Kalecki, um economista polonês que antecipou uma análise parecida a
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da Teoria Geral de Keynes. Contudo, o reconhecimento de seu trabalho inovador só ocorreu
muito tempo depois.
Os institucionalistas, que têm como grande expoente os americanos Thornstein Veblen e John
Kenneth Galbraith, dirigem suas críticas ao alto grau de abstração da Teoria Econômica, e ao
fato de ela não incorporar em sua análise as instituições sociais-daí o nome de
institucionalistas.
Rejeitam o pressuposto neoclássico de que o comportamento humano, na esfera econômica,
seja racionalmente dirigido, e resulte do cálculo de ganhos e perdas marginais. Consideram
que as decisões econômicas das pessoas refletem muito mais as influências das instituições
dominantes e do desenvolvimento tecnológico.
A partir de 1969 foi instituído o Prêmio Nobel de Economia e consolidou-se a importância da
Teoria Econômica como corpo científico próprio.
A principal reação política e ideológica ao classicismo foram feitas pelos socialistas, mais
precisamente por Karl Marx e Frederic Engels. Criticavam a "ordem natural" e a "harmonia de
interesses", pois há concentração de renda e exploração do trabalho.
Em contraposição aos clássicos, Marx afirmava que erraram ao afirmar que a estabilidade e o
crescimento econômico seria efeito da atuação da ordem natural.
Ao afirmar que "o valor da força de trabalho é determinado, como no caso de qualquer outra
mercadoria, pelo tempo de trabalho à produção, e consequentemente à reprodução. Marx
modificou a análise do valor-trabalho (teoria objetiva do valor). Analisou as crises econômicas,
a distribuição de renda e a acumulação de capital".
A economia Marxista
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A base da teoria de Marx constituía-se na analise da história, fundamentada no materialismo
dialético. A concepção materialista da história baseia-se no princípio de que a produção e o
intercâmbio de produtos constituem a base de toda ordem social. Essa afirmação é válida ema
vez que, em sua toda sociedade citada pela história, a divisão em classes está determinada
por aquilo que se produz, como produz e pela forma que se troca a produção. Segundo essa
concepção, as causas de todas as mudanças sociais e de todas a revoluções políticas são
buscadas não nas mentes dos homens e sim nas mudanças experimentadas pelo método de
produção e de troca. A força básica na história é, para Marx, a estrutura econômica da
sociedade. Isso não exclui o impacto das idéias, pois estas são um reflexo das sociedades, que
as alimentam.
O objetivo da obra de Marx era descobrir as "leis do movimento" da sociedade capitalista. Marx
construiu seu modelo econômico para demonstrar que o capitalismo explora necessariamente
a classe trabalhadora e como essa exploração conduzia, inevitavelmente, à sua destruição.
Nesse sentido, a teoria do valor-trabalho tem um papel importante.
Segundo Marx, o benefício é obtido pelo capitalista ao adquirir uma mercadoria, que pode criar
um valor maior que a sua própria força de trabalho e tempo de trabalho. A força de trabalho
refere-se à capacidade do homem para o trabalho; o tempo de trabalho é o processo real e a
dedução do trabalho.
A chave da exploração, nesse sistema, reside na diferença entre o salário que recebe um
trabalhador e o valor do bem que produz. Essa diferença é o que Marx chamava mais valia.
Conclusão
Deste sua criação científica, como os clássicos e os fisiocratas, até a época atual, a Economia
passou gradativamente da consideração da natureza ao homem, depois às coisas (autores
clássicos ) e, em seguida aos mecanismos econômicos (keynesianismo, diversos movimentos
pós-keynesianos, síntese neoclássica, nova macroeconomia clássica etc...), e às portas do
século XXI e do terceiro milênio, e oportuno enfatizar que a Economia é a ciência social e que
o objeto principal de seus estudos deve ser a atividade econômica voltada para homens e
mulheres e não simplesmente para o mercado.
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Bibliografia
1º) Noções de Microeconomia, A. Kraemer, Ed. Sulina.
2º) História do pensamento econômico: uma abordagem introdutória, C.R.V de Araújo, Ed.
Atlas.
3º) História do pensamento econômico, EK Hunt, Ed. Vozes.
4º) Fundamentos da economia, M.A.S. Vasconcelos e M.E. Garcia, Ed. Saraiva.
5º) Introdução à Economia, N. de Souza, Ed. Atlas.
6º) Introdução à Economia, R.L. Troster e F. Mochón, Ed. Makron Books
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