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VIGÊNCIA(1)

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VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 
 
I- Vigência da Legislação Tributária 
 
Esse assunto é tratado nos artigos 101 a 104 do CTN. 
 
Vigência é o atributo da lei que lhe confere plena disponibilidade para sua 
aplicação. 
 
a) Vigência da legislação tributária no tempo 
 
 Em princípio, vale o disposto na Lei de Introdução ao Código Civil, 
“salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo país quarenta e 
cinco dias depois de oficialmente publicada” - artigo 1.º - 45 dias da 
publicação. 
Quando a vigência da lei não coincide com a da publicação, o período 
que se intercala entre a publicação e a vigência é chamado vacatio legis, isto 
é, vacância da lei. 
Sabe-se que a maior parte das leis tributárias tem sua data de 
publicação coincidindo com a data da vigência. Ex.: Lei X aumenta o ISS em 
15 de março de 2012. Publicação: 15/03/2012. Vigência: 15/03/2012 
 No direito tributário, contudo, há exceções às regras da LICC como, por 
exemplo, o Princípio da Anterioridade Geral e Anterioridade Nonagesimal - 
 artigo 150, III, “b” e “c” da CF.: 
 
 Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: (...) 
 III- cobrar tributos; (...) 
 b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou; 
 c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido 
publicado a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na 
alínea “b”; “ 
 
 
Todavia, existe ainda outra exceção que não se aplica a Lei de 
introdução ao Código Civil, mas sim o disposto no artigo 103 do Código 
Tributário Nacional. Os atos administrativos expedidos pelas autoridades 
administrativas entram em vigor na data da sua publicação, salvo disposição 
em contrário (art. 103, I CTN). As decisões dos órgãos singulares ou 
coletivos de jurisdição administrativas, a que a lei atribua eficácia 
normativa, entram em vigor 30 dias após a data da sua publicação, salvo 
disposição em contrário (art. 103, II CTN). E quanto aos convênios, entram em 
vigor na data que estabelecerem, salvo disposição em contrário (art. 103, III 
CTN). 
 
 
 
 
b) Vigência da lei tributária no espaço 
 
Toda regra jurídica é editada para imperar em determinado espaço 
territorial: as leis de uma país só valem dentro daquele país, as leis estaduais 
só têm aplicação no território daquele Estado, as leis distritais só alcançam o 
Distrito Federal, assim como as leis municipais só são aplicáveis dentro do 
território municipal. 
A legislação tributária, quanto ao espaço, submete-se ao princípio da 
territorialidade. Assim, ela vale, em tese, nos limites do território da pessoa 
jurídica que edita a norma. 
Nesse sentido, é o que determina o artigo 102 do CTN, a lei tributária 
federal vale em todo o território nacional. As leis tributárias estaduais, as do 
Distrito Federal e as municipais vigoram nos limites dos respectivos territórios, 
salvo convênio celebrado entre eles ou determinação de lei sobre normas 
gerais expedida pela União que lhes reconheça validade fora daqueles limites 
territoriais. 
 
 
II- Aplicação da Legislação Tributária 
 
 Aplicar o direito é ato mediante o qual alguém interpreta a norma geral, 
fazendo-a incidir no caso particular, criando a norma individual. 
 A regra de aplicação está contida no CTN, 105, segundo a qual a lei 
tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes. 
 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos gerados 
futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha 
tido início, mas não esteja completa nos termos do artigo 116. 
 
 Como regra, a legislação não retroage. Todavia, Há, porém, duas 
exceções previstas no artigo 106 CTN. A primeira exceção refere-se à lei 
interpretativa e, a outra quando for mais benéfica. 
 
 
III – Interpretação da legislação tributária 
 
 Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma. Diante do caso 
concreto (fato jurídico), o que se faz é procurar identificar a norma a ele 
aplicável. Duas dificuldades podem surgem neste momento: a) falta de 
informações sobre o caso concreto, que pode ser solucionada através das 
presunções legais e da prova; b) indeterminação dos conceitos contidos na 
norma. 
 Diante destas dificuldades, surge a necessidade da interpretação. 
 
Para orientar esta interpretação, o CTN estabeleceu as regras contidas 
nos artigos 107 a 112. 
 
 
 
1- Métodos de Interpretação 
 
a) Quanto ao sujeito que a realiza 
Autêntica: é feita pelo Poder Legislativo por meio de leis interpretativas 
(lei posterior interpretando lei anterior). O art. 106, I, do CTN dispõe que a lei 
tributária interpretativa retroage à data da entrada em vigor da lei tributária 
interpretada. 
Doutrinária: é feita pelos juristas. 
Judicial: é feita pelo Poder Judiciário por meio de suas sentenças e 
seus acórdãos. A cristalização das decisões judiciais forma a chamada 
jurisprudência. 
 
b) Quanto aos meios de que se vale o intérprete 
 Gramática ou literal: é a simples leitura da lei. É um trabalho preliminar. 
 Lógica: vale-se de elementos sistemáticos e teleológicos. 
 
c) Quanto aos resultados que produz 
Extensiva: vai além da lei. 
Restritiva: fica aquém da lei. 
Declaratória: fica nos estritos limites da lei. Utilizada nos dias de hoje; no 
caso de dúvida, devem prevalecer os estritos limites da lei (in dubio pro lege). 
 
 
IV- Integração da legislação tributária 
 
Quando, através da interpretação, não se encontra uma solução contida 
na norma para enquadramento de uma situação de fato, o que resta é socorrer-
se da integração, que é o preenchimento da lacuna existente no sistema 
jurídico. 
Neste caso, estará o aplicador empregando recursos de integração. No 
direito tributário, tais recursos ou métodos estão estabelecidos no artigo 108 do 
CTN: 
 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente 
para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem 
indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a eqüidade. 
§ 1º - O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo 
não previsto em lei. 
§ 2º - O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do 
pagamento de tributo devido. 
 
 
Usar analogia é aplicar a um fato a legislação que trata de hipótese 
similar. Evidentemente por força do Princípio da Estrita Legalidade e, por isso, 
nem precisaria estar registrado no CTN, do emprego da analogia não pode 
emergir a exigência de tributo. 
Depois da analogia, o Código prevê o uso dos “princípios gerais de 
direito tributário”, na seqüência, apresenta “os princípios gerais de direito 
público”, e por fim, a eqüidade. 
Cabe frisar, que não cabe o emprego da equidade para dispensar o 
pagamento do tributo devido. O tributo é criado por meio de lei, sua dispensa 
deve igualmente atrelar-se à lei (Princípio da estrita legalidade).

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