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Definição de TDAH

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Pâmela Braga Henriques
201301268143
Tópico Especial de Psicopatologia em Crianças
Professora Ana Carolina
 13 de Outubro de 2016.
Dentre os temas propostos em sala de aula, o escolhido por mim foi o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Esse transtorno que tanto é discutido, e que se destaca entre o mais diagnosticado em crianças em sua fase de desenvolvimento, sempre chamou a minha atenção, e despertou em mim a curiosidade de pesquisar e saber mais sobre sua Etiologia.
Se define por TDAH um distúrbio que se caracteriza por desatenção, desassossego e impulsividade. Esses sinais manifestam-se muito cedo, na infância, mas podem perdurar por toda a vida, se não forem devidamente reconhecidos e tratados. Tal transtorno afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua ocorrência é maior em meninos. Suas características giram em torno da dificuldade para manter o foco nas atividades propostas e na agitação motora, prejudicando o aproveitamento escolar, entre outros exercícios não necessariamente complexos, podendo ser os mais simples, que exigem concentração e atenção dessas crianças.
Procurando sobre o tema constatei que apesar de ser tão diagnosticado nos consultórios atualmente, e do grande número de estudos já realizados sobre, as causas do TDAH ainda não são precisas e exatas, o que nos acomete a falar aqui sobre esses estudos, e o que eles podem nos ajudar a entendem um pouco mais sobre o surgimento dessa doença.
O que se sabe é que uma dessas pesquisas retrata que no cérebro de pessoas com TDAH há um funcionamento diferenciado do que em pessoas que não apresentam o transtorno. Sobre este funcionamento, podemos dizer que há alterações na região frontal e suas conexões com o restante do cérebro, que seriam responsáveis pela inibição e controle do comportamento, capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento. O que é notório nesta área cerebral é a atividade modificada do sistema de substâncias químicas, os neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas. Por isso, a medicação se mostra eficiente, quando começam a fazer efeito e colocar tudo isso em equilíbrio como deveria ser.
Outros estudos apontam a Hereditariedade podendo ser também uma causa da doença. Os genes parecem ser responsáveis não só pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH, observando-se que o transtorno entre as crianças afetadas foram encontrados muitas vezes também em seu histórico familiar. Porém, para verificar se o TDAH surgiu devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo "desatento" ou "hiperativo" por ver e conviver com seus pais/parentes se comportando desta maneira (o que excluiria o papel de genes) foi necessário comprovar que a recorrência familiar ocorria devido a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Fez-se então um estudo com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados compararam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se havia diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos. E na pesquisa com gêmeos, foram comparados gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos, cientes que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos que possuem 50%, e foi concluído que a ocorrência era maior nos univitelinos. A única explicação é a participação de componentes genéticos, provando que quanto mais parecidos, maior é a influência genética para a doença, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TDAH.
Algumas teorias propuseram que problemas ambientais, também poderiam estar ligados à etiologia do TDAH. Baseando-se na teoria que os genes seriam um fator ligado à causa do transtorno, seriam eles os responsáveis por uma vulnerabilidade ou disposição genética ao transtorno, no qual se somaram diferentes agentes ambientais. À vista disso, sugerem que o surgimento e evolução do TDAH em um indivíduo dependem de quais genes de suscetibilidade estão agindo, de quanto cada um deles contribui para a doença (ou seja, qual o tamanho do efeito de cada um) e da interação desses genes entre si e com o ambiente. Os agentes psicossociais que atuam no funcionamento adaptativo e na saúde emocional geral da criança, como os familiares: alto grau de discórdia entre os pais, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo, parecem ter participação importante no surgimento e manutenção da doença, à medida que foram encontrados nestas pesquisas uma associação positiva entre algumas adversidades psicossociais e a doença. Em controvérsia, há estudos recentes contestando essa ideia, relatando que as dificuldades familiares das quais uma criança experiência, podem ser mais a consequência, do que a causa do TDAH. Frisando que esse convívio é muito importante para o desenvolvimento de uma infância sadia, e que não é descartado que esses problemas familiares podem inclusive agravar um quadro de TDAH, mas não podem causá-lo, como dito anteriormente. 
E ainda existem hipóteses de outros fatores que alguns pesquisadores acreditam que poderiam atuar no aparecimento do transtorno, porém sem muita base teórica e comprovatória cientificamente, mas que achei que seria importante mencionar, tais como: ingestão de corante amarelo e aspartame (açúcar artificial), exposição à luz artificial, deficiência hormonal (principalmente da tireoide), deficiências vitamínicas na dieta, problemas durante a gestação (eclampsia, toxemia,hemorragia) e no parto, exposição à chumbo, e ingestão de álcool e nicotina na gravidez. Todas essas possíveis causas não são acreditadas atualmente, mas serviram de embasamento para um estudo mais minucioso do TDAH.
Concluindo: É importante ressaltar que neste relatório a maioria dos estudos apresentados sobre possíveis agentes no Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, apenas evidenciam uma associação desses fatores com o TDAH, não sendo possível estabelecer uma relação clara de causa e efeito entre eles, pois a doença ainda não se tem uma causa exata e comprovada. Os estudos e pesquisas que temos atualmente já muito prosperaram, e ajudou a cada um dos profissionais da área a entender e diagnosticar melhor esta doença. Não deixando de lembrar que, infelizmente ainda existem muitos diagnósticos do TDAH feitos equivocadamente, trazendo serias consequências às crianças e seus responsáveis, a saber que, o TDAH hoje, infelizmente, é o transtorno infantil mais detectado. Mas temos que manter um olhar esperançoso, esperando e acreditando que um futuro científico muito melhor está para vir e avançar, a fim de auxiliar cada vez mais as profissões que necessitam do mesmo.
Bibliografia
https://sites.google.com/site/psicanalisesjcampos/tdah/tdah-etiologia-prevalencia-e-tratamento
http://www.profala.com/arteducesp34.htm
http://www.jped.com.br/conteudo/04-80-S61/port.pdf
http://www.tdah.org.br/br/dicas-sobre-tdah/dicas-para-educadores/item/1022-18-quais-s%C3%A3o-as-causas-do-tdah?.html
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/tdah-transtorno-do-deficit-de-atencaohiperatividade/
http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html

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