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Direito Penal 1Bim.

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Direito Penal
Conceito: É um ramo do Direito público, constituído por normas jurídicas, no qual o Estado ao selecionar os bens mais relevantes para a sociedade proíbe determinadas condutas definindo crimes e cominando as respectivas sanções.
O direito penal como ciência jurídica, tem natureza dogmática, uma vez que suas manifestações tem por base o direito positivo, expõe o seu sistema através de normas jurídicas, exigindo o seu cumprimento sem reservas, a adesão aos mandamentos que o compõe se estende para todos os lados obrigatoriamente. Pode ser dito que o Direito regula (ou procura regular) o convívio social e funciona como elemento de harmonização das relações sociais, oferecendo mecanismos de resolução de conflitos, por meio de sua dúplice natureza de poder que protege e, simultaneamente obriga, através de um conjunto de normas que integram o ordenamento jurídico. 
* Ciência Dever ser Conduta Humana
 Defendida pela Norma
A norma é cultural, sendo criada pelo consenso de valores importantes da sociedade, sendo tipificada pelo legislador uma norma cultural na lei. O homem não é absolutamente livre para fazer o que bem quiser, pois vive sob a égide de normas de conduta, que foram criadas por ele mesmo, por meio do Estado, que ele também instituiu. O conjunto das normas estabelecidas em uma sociedade é o direito positivo. As normas jurídicas são comandos a serem obedecidos por todos os homens, pois demarcam o que é, e o que não é, lícito fazer, o permitido e o proibido, o certo e o errado. O Estado por sua vez utiliza a lei para proteger e controlar os consensos sociais.
Controle Social Institucionalizado: Feito por institutos, órgãos formais de controle social, sendo sua linha Vertical. O Estado tem a função de punir, porém, nos limites da lei, a qual é uma garantia para o próprio cidadão. Ex: Juiz, Ministério Público, defensoria, penitenciárias, policia e etc. 
Controle Social não institucionalizado: Não parte do estado o controle social por ele exercido, sendo sua linha horizontal. É defendido o que é crime de acordo com os valores da sociedade, portanto, os costumes levam uma mudança da lei. Exemplo: Igreja, escola, empresa, família. 
Cada país decide entre consensos o que quer preservar juridicamente em questão de valores, portanto, o direito penal varia em torno dos valores das sociedades e os bens em que elas queiram proteger.
Primeiramente nasce a norma e os consensos em sociedade, para então o legislador aplicar a lei em base nesses valores estabelecidos pelo individuo. A lei Penal nasce da norma e consequentemente a norma nasce pela conduta humana e o consenso entre a sociedade. 
O direito penal estuda o dever ser da conduta humana. O dever ser é defendido pela norma, que é construída através da cultura e consensos sobre valores. O direito penal regulamenta o que é proibido, como no crime e em alguns casos regulamenta o que é permitido.
Consenso de valores: Norma + Leis Penais
Lei penal: Crime X Criminologia: (Sociologia) É a ciência que estuda o crime com o 
 Fato social 
Política Criminal: Administração do crime - Legislativo define o que é crime, judiciário condena o crime e o executivo executa a pena. 
>> Característica do Direito Penal
Fragmentariedade: O direito penal só deve se ocupar com ofensas realmente graves aos bens jurídicos protegidos. Tem-se, aqui, como variante, a intervenção mínima, que nasce o princípio da insignificância desenvolvido por Claus Roxin. Entende-se que devem ser tidas como atípicas as ofensas mínimas ao bem jurídico. Não há tipicidade material. Há, apenas, tipicidade formal. Se o Direito Penal deve proteger os bens jurídicos mais relevantes em todas as áreas de conhecimento, em todas as relações jurídicas, podemos perceber que ele possui um caráter fragmentário. O Direito Penal está todo fragmentado, tendo em vista que não tem um objeto único de proteção, tutelando diversos bens jurídicos espalhados pelos ramos do direito.
Sancionador: Protege a ordem jurídica cominando sanções, penas. Sancionador no sentido que não cria bens jurídicos, mas acrescenta a tutela aos já existentes, ou seja, algumas áreas do direito são regulamentadoras e excepcionalmente há sanções. O direito penal não regulamenta, apenas possui sanções.
Coercibilidade: O direito penal se impõe a todas as pessoas e as obriga em seu cumprimento.
Público: Regula as relações entre indivíduo e a sociedade, mantendo uma harmonia entre eles. Os bens protegidos pelo Direito Penal não interessam ao indivíduo, EXCLUSIVAMENTE, mas à coletividade como um todo. Há uma relação vertical entre cidadão e Estado.
Constitutivo: O direito penal não constituiu ilicitude, ou seja, ele trás para si o que já é proibido nas outras áreas do direito, sancionando penalmente. Identifica uma proibição já existente em outras áreas e trás para o direito penal em forma de pena. Excepcionalmente o direito penal cria ilicitude que não existe em outras áreas (ex: maltratar animais domésticos).
Preventivo: Antes de punir o infrator da ordem jurídico-penal, estabelece normas proibitivas e comina penas, visando evitar a prática do crime, ou seja, previne comportamentos ilícitos. É discutido pois alguns doutrinadores defendem que as sanções não levam as pessoas a não praticarem um crime, porém, outros defendem que previne crimes e comportamentos criminosos. Pois não há como estipular\calcular a prevenção de pessoas que deixaram de praticar um certo crime.
>> Espécie do Direito Penal:
Direito Fundamental e do Direito Penal Complementar
Constituição da República Código Penal
- limites no poder de punir - Parte Geral
- Determina criminalização - Parte Especial
Direito Penal Comum Direito Penal Especial
- É aquele que é aplicado em todo - É aquele que se aplica a uma classe
cidadão - Categoria especial de pessoas
- Generalidade de pessoas 
Direito Penal Objetivo Direito Penal Subjetivo
- Aquele representado pelas Leis - É o direito de punir do Estado 
- Ordenamento Jurídico - E o dever de cumprir
>> Missão do Direito Penal
É selecionar os comportamentos humanos mais graves e nocivos a sociedade, punindo-os quando atinjam direitos fundamentais para a subsistência social. Existe três tipos de correntes para a missão do direito penal:
Clauss Baxim: O direito penal tem a missão exclusiva de proteção a bens jurídicos, a fim de estabelecer segurança jurídica e participação social. 
*Direito Subjetivo: É o poder da vontade reconhecido pela ordem jurídica. Caracteriza-se por ser um atributo da pessoa. Este faz dos seus sujeitos titulares de poderes, obrigações e faculdades estabelecidos por lei, ou seja, é um poder ou domínio da vontade do homem, juridicamente protegida.
*Bem Jurídico: É o objeto de proteção ao direito penal. Exemplo: Vida, proteção, moradia, alimentação.
 Limitações: Somente o que é essencial
No direito penal, refere-se a bens jurídicos a valores específicos os quais a sociedade elegeu como de fundamental importância. Devido a essa importânciaos bens jurídicos servem de base material para tipificações de tipos penais. Quando reconheço a limitação penal se estabelece a segurança jurídica que garante a liberdade de escolha para o indivíduo. 
O direito penal que pune tudo não é democrático e sim despótico, consequentemente punindo generalizadamente o direito perde sua força. O direito penal desvaloriza resultados das ações humanas.
Gunther Jakobs: A missão do direito penal é garantir a estabilidade da norma estatal. A pena tem assim uma função de prevenção geral positiva, porque demonstra o poder da norma e resgata a confiança da sociedade nela, sempre que for. A pena previne ações penais na sociedade, ela tem a função de provar que a norma é válida, tendo um caráter preventivo. 
Hanz Welzel: A missão do direito penal é de proteger os valores éticos sociais, os elementos de consciência ética, moral das pessoas em sociedade. Subsidiariamente acaba protegendo os bens jurídicos. Desvalora ações independentemente da produção de qualquer resultado. Não há limites essa vertente, pune qualquer ação que considera imoral.
>> Princípios limitados pelo poder punitivo do Estado:
- Origem: Se encontra na Revolução Francesa
- Interpretação: Se encontra no período de tempo
Revolução Francesa : Filosófico Pensamento cartesiano
 Estrutura de Poder Sistema Binário 
* Toda vez que o Estado crescia, diminuía o direito do Indivíduo.
Pós modernidade: Filosófico Alteridade\Linguagem
 Estrutura de Poder 
* Nos impõe um dever de solidariedade e do reconhecimento ao outro.
>> Princípios do Direito Penal:
Legalidade: Ou principio da anterioridade da lei penal, é um principio jurídico fundamental que estabelece não existir delito fora da definição da norma escrita na lei, e nem se pode impor uma pena que nessa mesma lei não esteja definida. “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.” (Art 5º, XXXXIX, CF e código Penal). 
- Dimensões do principio da Legalidade:
Plano político\formal\técnico: “Nullum cumem nulla poena sine lege” – Art 22º, caput, CF – União (lei ordinária federal). Não há crimes definidos em lei Estadual, Municipal e atos normativos.
Que tipo de lei autoriza e realiza crimes definitivos¿
- Lei Ordinária Federal decide punir os crimes
Plano material: “Nullum cumem nulla poena sine lege praecia, scrita, sticta e certa.”
- Praécia = Anterioridade da lei penal: A lei penal já deve estar vigente anteriormente da conduta humana. A lei penal é mais benéfica ao réu (ex: diminuição de pena).
- Scrita = Escrita: A lei penal deve ser escrita\positivada, a lei não pode punir pelos costumes. Os costumes são admitidos como método de interpretação da lei penal, desde que em favor do acusado. Para uma aplicação de lei penal, ela deve ser escrita, já positivada. 
- Sticta = Estrita: Impede a punição penal em base a analogia (exercício de comparação entre semelhantes). A analogia pode ser usada como instrumento de interpretação da lei em favor do acusado. Faz-se necessário deixar de punir com base na analogia, porém, não se pode punir baseado na analogia. 
- Certa = Correta: Esse principio é dirigido ao legislador, proibindo a ligação de direitos penais com conteúdo incerto em razão do uso de expressões vagas, ambíguas ou sem indicação do verbo (Núcleo tipo). Isso é uma expressão do principio da taxatividade, porque a lei incerta viola a segurança jurídica, eis que impede o cidadão de saber qual é o conteúdo proibitivo da lei. Também viola a separação dos poderes porque quando a lei é ambígua cumpre ao judiciário dizer o que será efetivamente proibido.
Principio da intervenção mínima do Estado: É aquele que enxerga o direito Penal como a ultima ratio (ultima opção), o que significa que o direito Penal só deve ser utilizado pelo Estado quando os outros ramos do direito se mostrarem insuficientes e não servirem para tutelar aquela situação e para proteger um bem jurídico. 
-Dimensões do principio da intervenção mínima do Estado:
Fragmentariedade: O direito penal possui um caráter fragmentário, pois ele deve proteger os bens jurídicos mais relevantes em todas as áreas do direito, em todas relações jurídicas. Portanto, o direito penal está todo fragmentado, tendo em vista que não tem um objeto único de proteção, tutelando diversos bens jurídicos espalhados pelos ramos do direito. O direito penal somente será usado estritamente. 
Subsidiariedade: O direito penal é subsidiário, sendo assim, se os outros ramos do direito forem suficientes para tutelar aquele bem, não será preciso do direito penal, consoante a isso, o direito penal somente deve ser usado quando os outros ramos do direito forem insuficientes. Para tanto, o direito penal é secundário, pois é a ultima razão para solucionar os conflitos da sociedade. 
Principio da Lesividade: O principio da lesividade decorre do principio da intervenção mínima do Estado, para dizer que o direito penal só deve intervir quando há lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico for intolerável. O direito penal só se justifica para proteger os bens jurídicos tutelados somente de condutas que ingressar na esfera de interesses de outra pessoa, devendo ser criminalizada. Não haverá punições enquanto os efeitos permanecerem na esfera de interesses da própria pessoa. 
- O principio da lesividade se desdobra em 4 reflexos:
1ºReflexo do Principio da Lesividade: Não se pune atitudes internas (pensamento, cogitação do crime), salvo o crime de organização criminosa (Preparação de um crime, associação de um crime).
2ºReflexo do Principio da Lesividade: Proibi a incriminação de condutas que não ultrapassem a esfera do próprio agente. Portanto, cometer um crime contra você mesmo, que não ultrapasse o próprio agente, não é caracterizado como crime, sendo assim, não há punição. Exemplo: Se bater, se xingar, se torturar. No direito penal a conduta ilícita cometida contra você mesmo não inflige o polo do direito, não é caracterizado como uma conduta criminal.
3ºReflexo do Principio da Lesividade: Proibi a criminalização de meros estados existenciais. A pessoa não pode ser punida penalmente pelo o que ela é, mas só pelo o que ela comete. O direito penal não se preocupa com o que o individuo É e sim com o que o individuo PRATICA, pois tem a possibilidade de infligir um bem jurídico dependendo da conduta praticada. Portanto, o direito penal não é um direito de autor.
4ºReflexo do Principio da Lesividade: Proibi a criminalização de condutas desviadas (mentir) que não afetam bem jurídico. O direito penal não se ocupa de imoralidades, é preciso ter um grau de lesividade a um bem jurídico para ser considerado crime. Exemplo: Crime de falso testemunho é um crime, pois você induz a uma autoridade a erro, e isso inflige um bem jurídico, por este fato que é considerado um crime. Portanto, não é a imoralidade que é requisito para o direito penal ser caracterizado como crime, e sim a lesividade a um bem jurídico. 
- Decorrência da Lesevidade e da intervenção mínima do Estado:
Principio da Insignificância ou bagatelas: O princípio da insignificância ou da bagatela encontra-se relação com o princípio da intervenção mínima do Direito Penal. Este, por sua vez, parte do pressuposto que a intervenção do Estado na esfera de direitos do cidadão deve ser sempre a mínima possível, para que a atuação estatal não se torne demasiadamente desproporcional e desnecessária, diante de uma conduta incapaz de gerar lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado. O direito penal só se ocupa de lesão ou perigo de lesão quando somente haver significância. Segundo tal preceito, não cabe ao Direito Penal preocupar-se com bagatelas, do mesmo modo que não podem ser admitidos tipos incriminadores que descrevam condutas totalmente inofensivas ou incapazes de lesar o bem jurídico. Nesse contexto, se a finalidade do tipo penal é assegurar a proteção de um bem jurídico, sempre que a lesãofor insignificante, a ponto de se tornar incapaz de ofender o interesse tutelado, não haverá adequação típica.
 - O Estado só vai intervir quando houver uma lesão ou perigo de lesão intolerável. O direito penal não se preocupada com condutas toleráveis. 
Conceito de crime:
Conduta
Tipica
Antijurídica
Culpável
O princípio da significância tem sede na tipicidade, se não houver tipicidade não há crime.
Uma conduta é típica quando ela a conduta cometida é encontrada descrita em uma lei penal. 
Tipo penal (modelo de conduta) é a descrição de comportamento penalmente proibido. 
Não se pode criar um tipo penal. Deve-se criar primeiro o bem jurídico que se quer proteger, o qual se dirige ao legislador.
- Exemplo:
Bem jurídico = integridade física
Cria-se uma norma de proteção ao bem jurídico. A inversão do comando da norma é a criação do tipo penal (exemplo: ofender a integridade física...). 
Se não há lesão intolerável ao bem jurídico tutelado, não há o tipo penal. 
A tipicidade é dividida em:
Material é a decorrência da ideia de lesividade. A conduta produz lesão intolerável do bem jurídico tutelado.
Formal: a conduta se amolda a descrição do tipo penal. É igual. A conduta é igual a forma da lei (manicure tirar um bife na unha tem tipicidade formal e não material).
Quando se tira a tipicidade material se tira a própria tipicidade. 
O princípio da insignificância se concentra no bem jurídico e na significância dele.
Materialidade do crime, reconhecimento= o fato é percebido pelas pessoas, pelos sentidos. 
Inexpressividade da lesão: a jurisprudência não considera apenas o patrimônio da vítima para analisar a ofensividade da lesão, considera também a mínima periculosidade social da conduta.
Mínima periculosidade social da ação
Mínima ofensividade 
Qualificadora circunstância do crime que o torna mais grave, aumentando assim a pena.
Princípio da insignificância= grau de lesão ao bem jurídico.
Princípio da culpabilidade = relação com o principio da legalidade e da lesividade. Só pode se dizer que é culpado quando se violou uma lei e causou um dano a um bem jurídico.
Culpabilidade como princípio limitador: origem nos ideais iluministas, ou seja, toda sanção deve ser proporcional ao delito. O direito penal não pode punir mediante responsabilidade objetiva (aquela determinada pela lei em que a pessoa é responsabilizada pelo resultado que não foi obra sua, por exemplo, dono de um hotel não pode ser responsabilizado penalmente por um estupro cometido por um funcionário seu dentro de seu estabelecimento, pode responder apenas no direito civil), ou seja, a responsabilidade penal é sempre subjetiva, de modo que o agente só pode ser punido pelo resultado que produz como obra sua. Deve haver, portanto um vínculo entre o resultado lesivo e o sujeito. 
Culpabilidade como pressuposto de pena (elemento do conceito de crime): Sem crime não há pena e sem culpabilidade não há crime. Conceito de crime é analítico e exige a análise (estratificado ou escalonado) de 4 elementos, portanto deve ser uma conduta, típica, antijurídica e culpável. Quando não há princípio da insignificância não há conduta típica e, portanto não há crime.
A culpabilidade deve ser um instrumento de justiça, portanto a pena deve ser aplicada quando o autor do crime estiver em uma condição na qual mereça aquela sanção penal. Os critérios analisados para aplicar a culpabilidade do autor do crime são 
Imputabilidade (maior de 18 anos, sanidade mental).
Potencial consciência da ilicitude (a pessoa no momento da conduta tem capacidade de desenvolver de acordo com a sua cultura e compreender que aquilo é ilícito). Olha-se o que é o sujeito, o meu em que ele vive se na realidade em que ele vive aquela conduta se enquadra como ilicitude (dado o meio cultural).
Exigibilidade de conduta diversa. Quando a pessoa não havia alternativa, a não ser agir ilicitamente. 
Culpabilidade como grau de reprovação para aplicar a pena: circunstância judicial do “Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”.  
A sanção penal esta justificada, pois se insere nos quatro elementos, mas agora considera o grau da gravidade da conduta, que já é crime. Analisa-se o mesmo artigo para o mesmo crime, porém analisando particularidades de cada crime. Culpabilidade é a exigência entre o agente da conduta e o caso que ele produz, que deve ser um resultado de obra dele.
Principio da Humanidade da pena: Art. 5, XLVII - não haverá penas:
De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
“XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;”
Além das penas serem proporcionais aos danos cometidos, elas não devem ser cruéis. A pena não deve ser equivalente ao crime. Os seres humanos possuem dignidade (reconhecer em si determinados valores), portanto deve ser respeitado, e dever o fim da atividade estatal, e nunca meio; O Estado deve respeitar a dignidade do ser humano mesmo quando impõem uma pena. Quando uma pena é muito cruel, o Juiz pode deixar de impor ela, pelo desconforto. (Beccaria).
- Explicação. Trabalho forçado, não se pode obrigar uma pessoa a trabalhar, mas a pessoa pode ser recompensada através da diminuição de sua pena quando isso fizer.
Não se admite o banimento, ou seja, expulsar brasileiros do brasil.
Não se pode criar penas. O Brasil admite penas além da privação de liberdade previstas no Art. 5:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
 a) privação ou restrição da liberdade;
 b) perda de bens;
 c) multa;
 d) prestação social alternativa;
 e) suspensão ou interdição de direitos;
Individualização da pena: Para o Juiz e para o legislador. Art. 5, XLVI. Como comando dirigido ao legislador, não pode criar uma sanção num patamar único, definindo o regime, de modo a não permitir que o Juiz, julgando o caso concreto defina a quantidade de pena considerada suficiente para a reprovação daquele crime, sem poder ainda definir qual o melhor regime para o cumprimento. O legislador deve dar alternativa ao juiz, não pode dar um regime concreto sem nenhuma possibilidade de alterar a pena para mais ou para mais.
Principio do in dúbio pro reo: Há autores que não o reconhecem como principio de direito penal, e sim como principio de processo penal. Se no final das provas houver duvida da autoria ou da existência do crime, o juiz é obrigado a absolver, ou seja, na duvida, o juiz é obrigado a absolver. A interpretação devera ser favorável ao sujeito. A lei quando não é clara, é o juiz tem que interpreta, a interpretação do juiz nunca pode ser desfavorável ao réu.
>> Teoria da Norma Penal: 
Definição: tanto aquela que define um fato punível impondo uma sanção, como também aquela que amplia o sistema penal para permitir ao julgador que aplique as normas incriminadoras.
Classificação:
Norma incriminadora: esta contida no tipo penal (é descrição de comportamento proibido)
Norma não incriminadora: Define do direito penal.
Técnica legislativa do tipo penal: análise do bem jurídico, criação da norma para comando de proteção do bem jurídico, portanto a criação do tipo penal, quando se faz a conduta descrita no tipo se viola a norma. Se não realizar o crime, pode ter culpa do crime (como por exemplo, omissão de socorro).
Comando de abstenção da ação: Crime de ação\Crime comissivo: Praticados mediante ação que se manifesta por intermédio de um movimento corpóreo tendente a uma finalidade. Quando o crime é praticado por uma forma positiva de agir, diz que foi praticado mediante comissão. 
Comando ordinário: Crime de omissão:exige uma atividade concreta do agente, uma ação, isto é, o agente faz o que a norma proíbe (ex: matar alguém mediante disparos). O crime omissivo distingue-se em próprio e impróprio (ou impuro).
Crime de omissão imprópria: O dever de agir é para evitar um resultado concreto. Trata-se de uma analise que envolve um crime de resultado material, exigindo, consequentemente, a presença do nexo causal entre conduta omitida (esperada) e o resultado. Exemplo: guia de cego que no exercício de sua profissão se descuida e não evita a morte da vítima que está diante de uma situação de perigo. O agente responde pelo crime omissivo impróprio porque não evitou o resultado que devia e podia ter evitado.
Crime de omissão própria: Há somente a omissão de um dever de agir, imposto normalmente, dispensado, via de regra, a investigação sobre a relação causalidade naturalística (são delitos de mera conduta).
É o que descreve a simples omissão de quem tinha o dever de agir (o agente não faz o que a norma manda. Exemplo: omissão de socorro – CP, art. 135). 
Norma Incriminadora: Tem por escopo definir as infrações penais, proibindo ou impondo condutas, desse modo, o seu não cumprimento se sujeita a penalidade. Podem ser classificadas em primárias e secundárias.
Primárias: São aquelas que descrevem perfeita e detalhadamente a conduta proibindo ou impondo. Exemplo: Matar alguém (norma primária).
Secundárias: Tem por objetivo a individualização da pena em abstrato. Exemplo: Reclusão de 6 (seis) meses a 20 (vinte) anos de prisão (norma secundária).
Norma penal não Incriminadora: As normas penais não incriminadoras estabelecem regras gerais de interpretação e de aplicação das normas penais em sentido estrito, incidindo tanto na delimitação da infração penal como na determinação da sanção penal correspondente. São normas que delimitam o exercício do ius puniendi estatal. A função da norma penal não incriminadora é interpretar e delimitar o alcance da norma penal incriminadora. Possui tais finalidades como: 
Tornar licitas determinadas condutas.
Afastar a culpabilidade do agente, como no caso isenção das penas.
Esclarecer determinados conceitos.
Fornecer princípios penais para a aplicação da lei penal. 
Há outro critério classificativo das normas penais não incriminadoras como:
Permissivas: Podendo ser justificantes, onde afasta a ilicitude da conduta do agente, e podendo ser exculpantes, onde elimina a culpabilidade, isentando o agente da pena. Portanto, opõem-se ao preceito primário da norma penal incriminadora autorizando a realização de uma conduta proibida (excludentes da antijuridicidade).
Explicativas: Visam esclarecer ou explicar conceitos.
Complementares: Fornecem princípios gerais para a aplicação da lei penal. 
Diferenciando norma penal não incriminadora com a norma penal em branco: 
Tipos abertos: Se diferencia da norma penal em branco, pois não depende de outra norma para se tornar exequível. O tipo penal aberto será fechado pelo juiz no julgamento do caso concreto, e não pelo legislador. São os casos nos quais é impossível o legislador identificar todas as maneiras de violação do bem jurídico. São tipos penais abertos os crimes culposos e os de omissão imprópria. O juiz usará as regras da experiência para fechar o tipo.
Normas penais em branco: São aquelas nas quais, embora haja uma descrição da conduta proibida, se faz necessário um complemento por outro dispositivo vigente, como as leis, os decretos, portarias, regulamentos, entretanto, desde que sejam proibitórios ou impostos pela norma penal. Quem cria estas leis penais em branco é o congresso Nacional e a lei ordinária Federal. As normas penais em branco podem ser classificadas como:
Homologa: em que seu complemento provém da mesma fonte legislativa. P. ex. o artigo 237, do CP, conjuntamente com o art. 1.521, do Código Civil. Ambas as normas foram produzidas pelo mesmo veiculo normativo e pela mesma origem, ainda que dispositivos distintos. Lei complementando outra lei. Segundo a professora Márcia, adotou a doutrina que fala que a norma homologa é inconstitucional. 
Heteróloga: seu complemento é proveniente de norma diversa daquela que a editou. As normas complementadoras provem de instancia legislativa diversa da norma em branco, ou seja, não e trata de lei complementando lei, mas de ato normativo complementando lei. Segundo a professora Márcia, a norma heterologa é constitucional, pois seu processo é célere e expertise. 
Normas penais incompletas ou imperfeitas: São aquelas que necessitam de outro texto normativo para saber qual a sanção a ser imposta. Por exemplo: A Lei n. 2.889/56, que define e pune o crime de genocídio, mas remete ao art. 121, § 2º, do CP, tratando do quanto a pena a ser cominada.
Interpretação Análoga X Analogia: A diferença está na vontade do legislador. Na analogia se ETA diante de uma situação na qual o legislador cria uma norma para reger unicamente determinada situação, e o juiz, estando diante de uma situação apenas semelhante a aquela regida pela lei aplica essa falta de outra. Na interpretação analógica, o legislador cria a norma para situações especificas e também para as situações assemelhadas a essas. Para isso, ele usa formas casuística junto com uma forma genérica, devendo o julgador aplicar a formula genérica apenas nas situações semelhantes a da formula casuística.

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