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Ética no Serviço Público: Teoria e Exercícios

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Aula 02
Ética no Serviço Público p/ TJDFT
Professor: Herbert Almeida
 
Ética no Serviço Público p/ TJDFT 
Analista e Técnico 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 
 
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AULA 2: Ética e moral; e 
Lei 8.112/1990 (Regime Disciplinar) 
Sumário 
ÉTICA ............................................................................................................................................................... 2 
ÉTICA E MORAL ....................................................................................................................................................... 2 
ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES ..................................................................................................................................... 6 
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA ............................................................................................................ 8 
ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA .......................................................................................................................................... 9 
LEI 8.112/1990 ................................................................................................................................................ 23 
REGIME DISCIPLINAR .............................................................................................................................................. 23 
QUESTÕES COMPLEMENTARES ................................................................................................................................. 39 
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................ 44 
GABARITO ....................................................................................................................................................... 52 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 52 
 
Olá pessoal, tudo bem? 
Nesta aula, vamos abordar os seguintes itens do edital ³1 Ética e 
moral. 2 Ética, princípios e valores. 3 Ética e democracia: exercício 
da cidadania. 4 Ética e função pública. 5.2 Regime Jurídico dos 
Servidores Públicos Civis da União (Lei nº 8.112/1990): regime 
disciplinar, deveres e proibições, acumulação, responsabilidade e 
penalidades´. 
Com isso, nós vamos concluir todo o conteúdo de nossa disciplina. 
Desde já, gostaria de agradecer a confiança em meu trabalho e desejar a 
todos muito sucesso nos estudos e no futuro concurso a ser lançado. 
Sucesso! 
Vamos à aula! 
 
 
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Analista e Técnico 
Teoria e exercícios comentados 
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ÉTICA 
Ética e moral 
3RU� YH]HV�� R� TXH� YHPRV� QD� DWXDOLGDGH� p� XPD� ³FRQIXVmR´� HQWUH� RV�
conceitos de moral de ética. O primeiro ponto que leva a essa confusão é 
a sua etimologia, as palavras são diferentes, de origem diferente, mas de 
significado muito semelhante. 
A palavra ética vem do grego ethos e significa caráter distintivo, 
disposição, modo de ser adquirido, qualidade do ser. Trata-se, 
ademais, de uma disciplina teórica ou um corpo de conhecimentos, assim 
FRPR� p� D� ELRORJLD�� D� PHGLFLQD�� D� HFRQRPLD�� HWF�� e�� SRUWDQWR�� ³R�
conhecimento dos fatos morais´1. 
Por outro lado, a palavra moral vem do latim mos (ou no plural: 
mores), que quer dizer costume, conduta, modo de agir, normas 
adquiridas por hábito. Por conseguinte, ambas as categorias referem-se 
ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade, a obrigações 
sociais, a fenômenos da natureza histórica. 
Além disso, e para embaralhar ainda mais, ambas estão estruturadas 
em torno de valores. Mas o que seriam valores? 
Começaremos entendendo que os valores se dividem, ou seja, 
devemos observá-los por dois ângulos: morais e não morais. 
Os valores não morais são aqueles que possuem uma base real, um 
substrato material (a água, uma roupa, uma sobremesa). Por outro lado, 
os valores morais, que são os que nos interessam neste momento, não 
possuem substrato material, mas refletem atos e produtos humanos. 
Esse é o ponto principal, esses valores são exclusivos do ser humano, pelo 
fato de que se parte do pressuposto que esse seja responsável pelo que faz 
e que seus atos sejam livres e conscientes. Tais valores podem ser 
representados pela justiça, honestidade ou integridade. 
Retornando à moral e à ética, embora elas possuam um estreito vínculo 
que as une, elas são diferentes. Elas correspondem a realidades afins, 
porém diversas. 
Nesse âmbito, a moral, enquanto norma de conduta, diz respeito a 
situações cotidianas e particulares. A ética, por sua vez, ao menos no 
 
1 Srour, 2012, p. 229. 
 
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que diz respeito aos atos isolados do ser humano, torna-se examinadora 
da moral. Assim, podemos dizer que a moral normatiza e direciona a 
prática das pessoas; enquanto a ética teoriza sobre as condutas humanas, 
estudando a concepção que dá suporte à moral. 
 
O objeto de estudo da ética é a moralidade. 
Em outras palavras, a ética constitui o conjunto de valores ou morais 
que definem o que é certo e errado. É uma obrigação de considerar não 
apenas o bem-estar pessoal, mas o das outras pessoas. A ética estuda 
fatos que afetam objetivamente os outros, para o bem ou para o mal. 
Desse modo, podemos dizer que a moral representa os costumes, 
princípios, convenções da sociedade; e a ética é o que orienta o 
comportamento humano perante os seus semelhantes. 
Nesse aspecto, mesmo que a ética represente algo maior, cabe analisar 
com mais afinco a moral, pois é somente a partir dela que teremos como 
definir a melhor alternativa perante a sociedade. 
Assim, a moral é o que possibilita um equilíbrio entre os desejos 
individuais e os interesses da sociedade, não sendo ela individual em 
nenhuma situação, pois envolve relações entre sujeitos. Ademais, os 
valores morais expressam uma cultura, variando conforme a sociedade em 
que se encontram e, por consequência, moldando-se a essa sociedade a 
partir das suas crenças e normas. 
Essas normas, verificadas no modo de agir das pessoas, inicialmente 
podem parecer individuais, afinal são utilizadas por um sujeito na sua 
liberdade de tomar decisões. Todavia, não é possível ignorar que, direta ou 
indiretamente, as ações de um sujeito interferem na condição de outros em 
sociedade. 
Portanto, o que temos é um sujeito capaz de fazer escolhas e se 
responsabilizar por elas, mas que processa seus atos (ou não) através de 
relações, de forma que cada experiência torna-se fundamental para uma 
outra pessoa, sendo o processo ininterrupto. 
Nesse momento, outro ponto passa a ser importante: o sujeito em si 
é livre para tomar suas escolhas ± e teoricamente é ±, mas perante a 
sociedade, o ato moral depende de condições e circunstâncias, forçando o 
sujeito a tomar decisões conscientes. É esse poder de escolha que o ser 
 
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humano possui para coordenar suas ações e decidir acerca de como deve 
agir que nos leva a considerá-lo como overdadeiro agente da moral. 
Dessa maneira, a prática moral é verificada em sociedade, 
independentemente de seu tamanho e desenvolvimento, sendo os valores 
morais emergentes da experiência do grupo humano, formado por todos os 
sujeitos singulares que tomaram decisões individuais. 
E o processo se inicia de modo que nem é percebido, visto que os 
valores que nos orientam são ensinados aos membros desde o início da 
vida, pelos demais participantes do grupo em que o sujeito se insere 
(escolas, família, igrejas, etc.). Isso significa que a sociedade desempenha 
papel fundamental como elemento regulador da própria sociedade e, por 
esse motivo, impossibilita que a moral seja vista como uma prática 
individual. 
Por fim, os valores morais não são criados por acaso, eles servem a 
determinado fim. Com isso, a sua manutenção ou modificação, são frutos 
de uma estrutura social, política e econômica da sociedade a que o sujeito 
se ache vinculado. 
Destarte, a construção de uma nova orientação moral exige alterações 
profundas na consciência coletiva e nas estruturas de poder. Isso, pois os 
valores não serão modificados por si só, eles exigirão uma nova ordem, 
uma nova necessidade que justifique o estabelecimento de um novo padrão 
a ser seguido, afinal toda uma sociedade se guiará pelas premissas 
lançadas. 
A ética é um campo do conhecimento, é uma concepção filosófica e, 
por isso, não dá uma resposta pronta e definitiva. Pelo contrário, a ética é 
especulativa, investigativa e doutrinária, pois busca aprofundar o 
GHEDWH�VREUH��³o que é moral?´��³qual(is) o(s) fundamento(s) da moral?´��
³por que ser moral?´��³quais princípios devem orientar a moral?´��HWF2. 
Ademais, enquanto a ética se expressa na reflexão, no pensamento, 
a moral apresenta-se na ação. Por isso, a moral é particular, enquanto a 
ética é universal. Isso porque a ética faz um estudo sobre valores e 
princípios aplicáveis de forma ampla, enquanto a moral se apresenta em 
um tempo e espaço determinado. 
 
2 Bortoleto e Müller, 2014, pp. 13-14. 
 
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A ética é uma ciência que teoriza as condutas 
humanas e o conjunto de valores que 
orientam o comportamento dos homens. 
Para Bortoleto e Müller3: 
A moral, portanto, é influenciada por fatores sociais e históricos (espaço-
temporais), havendo diferenças entre os conceitos morais de um grupo para 
outro (relativismo), diferentemente da ética que [...] pauta-se pela 
universalidade (absolutismo), valendo seus princípios e valores para todo e 
qualquer local, em todo e qualquer tempo. 
A moral constitui-se como conjunto de normas de conduta que se 
DSUHVHQWDP�FRPR�ERDV��FRUUHWDV��RX�VHMD��FRPR�H[SUHVVmR�GR�µEHP¶� 
Complementam os citados autores ensinando que a ética, enquanto 
disciplina filosófica, pode modificar, refinar ou aprimorar valores morais, 
isto é, a ética pode incidir ou para alterar as regras morais enraizadas na 
sociedade através da avaliação que faz de princípios e valores morais até 
HQWmR� HVWDEHOHFLGRV�� 7HUPLQDP� H[HPSOLILFDQGR� GD� VHJXLQWH� IRUPD�� ³se 
antes a escravidão era moralmente aceitável, hoje, com louvor, já não mais 
o é; se antes o homossexualismo era moralmente condenado, hoje, com 
acerto, não mais o é´��3RUWDQWR��D�Frítica e a reflexão da disciplina ética 
ajuda no desenvolvimento da moral na sociedade. 
Os dois quadros abaixo, adaptados da obra de Bortoleto e Müller, 
ajudam-nos a consolidar o que vimos acima. 
Resumo ʹ ética 
- ethos (grego): caráter, morada do ser, qualidade do ser; 
- disciplina filosófica (parte da filosofia), campo do conhecimento; 
- os fundamentos da moralidade e princípios ideais da ação humana; 
- ponderação da ação, intenção e circunstância sob manto da liberdade; 
- teórica, universal (geral), especulativa, investigativa; 
- fornece os critérios para eleição da melhor conduta. 
--- 
Resumo ʹ moral 
- mos (latim, plural mores): costume; 
- regulação (normatização) dos comportamentos considerados como adequados a 
determinado grupo social; 
- prática (pragmática), particular; 
- dependência espaço-temporal (relativa); caráter histórico e social. 
 
3 Bortoleto e Müller, 2014, p. 16. 
 
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Ética, princípios e valores 
Valores 
Em nossa vida, frequentemente atribuímos um valor aos nossos bens 
ou serviços. Por exemplo, sabemos que determinado carro vale R$ 40 mil 
(quarenta mil reais); que um apartamento vale R$ 400 mil (quatrocentos 
mil reais); que uma viagem ao exterior pode ser realizada por R$ 10 mil 
reais; etc. Assim, frequentemente damos valor aos objetos ou serviços que 
nos podem ser entregues no nosso dia a dia. 
Dessa forma, o valor é uma qualidade que utilizamos para escolher 
uma coisa em detrimento de outra. Acima, vimos um parâmetro objetivo 
para o valor (por exemplo, o seu o preço), porém, no dia a dia, escolhemos 
as coisas com base em parâmetros objetivos e subjetivos. 
Explicando melhor, em que pese os objetos já tenham o seu valor por 
si só, o sujeito também lhes atribui um valor pessoal. Isso explica porque, 
às vezes, duas pessoas podem escolher um presente diferente se lhes forem 
dadas as mesmas opções. 
Por exemplo, você pode dar dois presentes a uma pessoa: um celular 
de R$ 3 mil reais e uma roupa de R$ 200,00 (duzentos reais), mas a pessoa 
presenteada acabar gostando mais da roupa. Isso porque, além do 
parâmetro objetivo, inerente ao objeto, temos um parâmetro subjetivo, 
inerente ao sujeito. 
No campo da ética, os valores são atributos ou objetos de escolha 
moral, ou seja, são os atributos utilizados para escolher uma conduta de 
ação, o que é preferível na organização. 
Nessa linha, vejamos os ensinamentos de Elizete Passos4: 
Como as organizações em geral, e as empresas em específico, são 
microestruturas sociais, partícipes da sociedade, também criam valores, 
escolhem caminhos, optam por uma forma de ser e de agir consciente ou 
inconscientemente. Essas escolhas são de suma importância, pois os 
valores orientam a vida organizacional, não como normas e prescrições 
dogmáticas e a priori, mas, como dissemos, como princípios e crenças que 
dão uma orientação para a ação uma filosofia que dá o norte às ações 
empresariais e, portanto, também ao comportamento das pessoas 
que as constituem. (grifos nossos) 
Assim, os valores organizacionais são dogmas que orientam as 
condutas na administração, que fazem com que as pessoas escolham uma 
 
4 Passos, 2014, p. 52. 
 
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forma de agir em detrimento de outras e, não se limitam a isso, pois 
também servem de parâmetro para que os sujeitos julguem as condutas 
GRV� RXWURV�� ³A partir desses valores cria-se um clima, um ethos 
organizacional que faz a empresa ser ao mesmo tempo igual e diferente das 
demais. Igual no que compartilha do culturalmente defendido no espaço e 
no tempo e diversa naquilo que caracteriza seus sujeitos, em especial quem 
a pensa e conduz´5. 
'HVVD�IRUPD��R�³valor é o objeto de uma escolha moral, de uma escolha 
positivamente moral´6. Assim, quando o servidor escolha aboa conduta em 
detrimento da ruim, quando ele escolhe o caminho da eficiência e da 
excelência em detrimento da morosidade, diz-se que ele buscou uma 
escolha valorosa. 
Podemos concluir, assim, que os valores são a referência do que é bom 
ou mau. Nesse contexto, a axiologia, que é a ciência dos valores, que 
analisar a vida em sociedade, buscando definir o que é certo ou errado. 
 
A axiologia estuda os valores em uma dada 
sociedade ou ente. 
Princípios 
Vimos acima que os valores representam a referência para escolher 
uma conduta no lugar de outra. Eis que vem a pergunta: como os valores 
são escolhidos ou como se elege aqui que tem ou não valor? 
Os princípios formam a fonte de referência para escolher o que existe 
de bom. Nas palavras de Bortoleto e Müller7: 
O processo de escolha, como todo processo, se faz por princípios. Princípios, 
assim, são, de forma geral, pontos de partida ou fundamentos de um 
processo. Do ponto de vista filosófico, princípio é o fundamento do ser, do 
devir (do vir a ser), do conhecer. Sob a perspectiva especificamente ética, 
princípio é a fonte, o substrato em se se funda a ação. (grifos nossos) 
São exemplos de princípios éticos a probidade (conduta honesta e 
justa); a prudência (cautela e precaução no exercício das atribuições); o 
 
5 Passos, 2014, p. 52. 
6 Bortoleto e Müller, 2014, p. 21. 
7 Bortoleto e Müller, 2014, p. 21. 
 
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respeito (respeitar a todos, sem discriminações); responsabilidade 
(todas as pessoas devem responder pelos seus atos); entre outros. 
Virtude 
A palavra virtude deriva do latim virtus ou do grego areté e representa 
uma qualidade própria do ser humano. A virtude é a propensão do 
caráter humana, ou seja, a sua possibilidade de se inclinar para 
determinada conduta boa. 
No dia a dia, as pessoas são geralmente livres. Cabe a cada um 
escolher uma conduta ou outra. Assim, a pessoa virtuosa é aquela que, 
diante de sua liberdade, escolhe o bem, atuando sempre com 
responsabilidade. 
Por exemplo, imagine que você estava concorrendo a uma vaga de 
chefia no seu departamento. Porém, a direção de seu órgão preferiu 
escolher outro servidor no seu lugar. Diante dessa situação, você acabou 
ficando profundamente chateado. Ocorre que os resultados do 
departamento dependem profundamente de seu trabalho e, por isso, você 
poderá agir morosamente para prejudicar o departamento e, por 
conseguinte, prejudicar a atual chefia, ou poderá deixar de lado as 
diferenças de lado e atuar com excelência. 
As pessoas virtuosas, em tal situação, tendem a atuar sempre com 
excelência, independentemente de ter ficado chateado ou não com a 
escolha da nova chefia. Portanto, a virtude ocorre quando o servidor 
busca o bem, usando a sua liberdade com responsabilidade. 
Ética e democracia: exercício da cidadania 
O termo democracia possui origem grega, representando o governo do 
povo, ou seja, o governo em que o poder possui origem no povo (demos = 
povo / kratos = poder). 
Nesses termos, a Constituição Federal de 1988 dispõe que a República 
Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito (art. 
1º, caput), sendo que todo o poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos previstos na 
Constituição (art. 1º, parágrafo único). 
Portanto, a democracia é um regime político em que o povo escolhe 
os seus governantes por meio do sufrágio universal, isto é, o sistema de 
 
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eleição em que todas as pessoas consideradas intelectualmente aptas 
elegem os seus representantes, independentemente do sexo, etnia, religião 
ou classe social. 
Voltando ao texto constitucional, podemos verificar que o art. 1º, II, 
elege a cidadania como um dos fundamentos do Estado brasileiro. A 
cidadania reflete um duplo papel das pessoas em um Estado: os direitos e 
os deveres. 
Os direitos dos cidadãos variam significativamente de acordo com o 
ordenamento jurídico em análise. Contudo, basicamente, consistem no 
direito de votar e de eleger seus governantes, de receber do Estado as 
condições mínimas de sobrevivência, etc. 
Por outro lado, os deveres formam um conjunto de atribuições 
cívico-políticas do cidadão em um Estado. Assim, a cidadania expressa-
se pela fiscalização dos políticos; pelo exercício do voto livre, baseado em 
convicções e não em troca de benesses (o voto é tanto um direito quanto 
um dever do cidadão; pelo respeito aos outros; etc. Em síntese, o exercício 
da cidadania depende significativamente da educação da população, que 
deve tomar condutas que fortaleçam o convívio em sociedade, que tornem 
o Estado mais forte. 
São várias as expressões da cidadania, como por exemplo quando se 
exige a emissão de uma nota fiscal, permitindo que os tributos sejam 
devidamente recolhidos; quando não se sonega impostos; quando se 
mantém as ruas limpas; etc. Todas essas são formas de fortalecer a 
sociedade, dando condições para o Estado promover uma vida melhor para 
todos. 
Dessa forma, a cidadania e a ética VH�UHODFLRQDP�SURIXQGDPHQWH��³o 
exercício da cidadania, como gozo de direitos e desempenho de deveres, 
deve pautar-se por contornos éticos: o exercício da cidadania deve 
materializar-se na escolha da melhor conduta tendo em vista o bem 
comum, resultando em uma ação moral como expressão do bem´8. 
Ética e função pública 
Quando se fala em ética e função pública, normalmente as bancas 
cobram conteúdos relacionados aos diversos códigos de éticas aplicáveis ao 
setor público e seus servidores e dirigentes. Assim, podemos dizer que já 
 
8 Bortoleto e Müller, 2014, p. 21. 
 
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abordamos os conteúdos mais exigidos, mas vamos fazer as últimas 
considerações. 
As condutas dos indivíduos, sejam dentro ou fora do exercício das 
atribuições públicas, refletem em sua ética. Isso porque não há como se 
separar R�³HX�S~EOLFR´�GR�³HX�SULYDGR´��([DWDPHQWH�SRU�LVVR�TXH��QD�HVIHUD�
IHGHUDO��R�&yGLJR�GH�eWLFD�GRV�VHUYLGRUHV�GLVS}H�TXH�³A função pública deve 
ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida 
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados 
na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir 
o seu bom conceito na vida funcional´. 
Assim, a ética não tem como dissociar a vida pública e a vida privada 
dos agentes públicos, que devem pautar, diariamente, as suas ações por 
preceitos morais. 
Outro ponto relevante é que o os agentes públicos possuem um papel 
fundamental de promoção do bem comum e de acesso aos direitos 
fundamentais das pessoas. Por isso, os agentes devem não só entender 
esse papel, como também devem ter como foco a efetivação dos direitos 
fundamentais das pessoas. 
No mais, as questões de ética e função pública são bem lógicas e, por 
isso, é mais interessante partirmos para a resolução de questões ao invés 
de apresentarmos meras especulações teóricas. 
Dessa forma, vamos resolver questões sobre os assuntos abordados 
acima. 
 
1. (Cespe - SESA-ES/2013) A moralidade da administração pública se caracteriza 
por 
a) limitar-seà distinção entre o bem e mal. 
b) se encerrar sempre na legalidade da conduta humana. 
c) ter como alicerce a finalidade da ação pública. 
d) não se limitar à distinção entre o bem e o mal. 
e) buscar sempre o bem individual e coletivo. 
Comentário: apesar de ter sido elaborada com base no Decreto 1.171/1994, 
que aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder 
 
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Executivo Federal, essa questão serve como um parâmetro geral para o 
HVWXGR� GR� FRQFHLWR� GH� PRUDO�� 'H� DFRUGR� FRP� R� PHQFLRQDGR� &yGLJR�� R� ³A 
moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e 
o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O 
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é 
que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo´� 
Assim, a moralidade vai além da distinção entre o bem e o mal, acrescendo o 
sentido de bem comum. 
Gabarito: alternativa D. 
2. (Cespe ± INPI/2013) Ética é a parte da filosofia que estuda os fundamentos da 
moral e os princípios ideais da conduta humana. 
Comentário: isso mesmo. A ética é a ciência que estuda o comportamento 
moral dos homens na sociedade. 
Gabarito: correto. 
3. (Cespe ± Admin/SUFRAMA/2014) Entre outros aspectos, a moral pessoal é 
formada pela cultura e tradição do grupo ao qual o indivíduo está inserido. 
Comentário: os valores morais expressam uma cultura que é repassada pelos 
membros do grupo em que o sujeito está inserido. Dessa forma, eles emergem 
do grupo humano e vão se cristalizando nos indivíduos singulares. 
Gabarito: correto. 
4. (Cespe ± AnaTA/SUFRAMA/2014) O conceito de ética, que está vinculado aos 
valores sociais, sofre alterações com o passar do tempo, ao passo que a moral, por 
estar relacionada à tradição de um povo, é imutável. 
Comentário: tivemos uma troca aqui. A ética é responsável por definir um 
padrão, o que é certo e errado e, por esse motivo é imutável, permanente. Por 
outro lado, a moral advém da sociedade e sempre que está se altera, seus 
valores também são alterados. Assim, a ética não sofre alterações, ao passo 
que a moral sofre. 
Gabarito: errado. 
5. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) A moral, concebida como conjunto de 
regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas, 
não exclui a existência de um caráter pessoal relacionado a tais regras e 
evidenciado principalmente após o aprimoramento do pensamento abstrato e da 
reflexão crítica do indivíduo sobre os valores herdados. 
 
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Comentário: isso mesmo. O sujeito individual possui a livre escolha. Isso quer 
dizer que ele pode optar segundo os seus valores, história pessoal e sua 
herança familiar. Contudo, o conhecimento humano se processa através de 
UHODo}HV�H�HVWDV�R�³IRUoDP´�D�WRPDU�GHFLV}HV�FRQVFLHQWHV��3RUWDQWR��D�PRUDO�
será concebida em sociedade, repassada e julgada pessoalmente por cada 
indivíduo do grupo. 
Gabarito: correto. 
6. (Cespe ± TA/ICMBio/2014) Vive orientada pela ética a pessoa que pauta sua 
vida na busca de auxiliar as pessoas que a cercam de modo que tanto ela quanto 
essas pessoas vivam da melhor maneira possível. 
Comentário: perfeito! A ética preocupa-se com a vida em sociedade, uma vez 
que o homem é um ser social por natureza. Dessa forma, auxiliar as pessoas 
que nos cercam para, dessa forma, promover um modo de vida melhor, é uma 
forma de se orientar pela ética. 
Gabarito: correto. 
7. (Cespe ± TBN/CEF/2014) O alvo da reflexão ética é a conduta humana, 
avaliada a partir de valores construídos em sociedade. 
Comentário: aos poucos tudo fica mais claro, não é mesmo? A moral é 
representada pelos valores construídos em sociedade, e a ética estuda a 
moral. Logo, o alvo da reflexão ética é a conduta humana em sociedade. 
Gabarito: correto. 
8. (Cespe ± AnaTA/CADE/2014) A compaixão, a beneficência e a honestidade 
são características comportamentais eticamente aceitas, ressalvando-se os casos 
em que não se pode garantir que haja algum benefício para o agente da ação. 
Comentário: os três valores apresentados representam comportamentos 
éticos. Todavia, exige-se um comportamento ético independentemente de 
haver, ou não, benefício direto para o agente da ação. 
Gabarito: errado. 
9. (Cespe ± AnaTA/CADE/2014) A ética, campo de reflexão acerca das atividades 
dos seres humanos, é encarregada de levar os valores morais, como certo e errado, 
a serem fundamentados e exercitados no contexto das relações humanas. 
Comentário: a ética teoriza sobre as condutas, as atividades dos seres 
humanos, e estuda as concepções que dão suporte à moral. Em outras 
SDODYUDV��GHWHUPLQD�TXDO�R�SDGUmR�³PRUDO´�D�VHU�VHJXLGR�SHOD�VRFLHGDGH� 
 
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Gabarito: correto. 
10. (Cespe - Tec APU/TC-DF/2014) Os valores morais são historicamente 
construídos pelas sociedades, como forma de organizar a convivência e garantir, 
tanto quanto possível, o bem-estar do indivíduo consigo mesmo e em suas relações 
com as outras pessoas. 
Comentário: outra questão que trata da escolha individual como benefício 
próprio e coletivo. 
É isso mesmo, o agente da ação reflete sobre o seu agir e busca orientar a sua 
prática de forma consciente para que lhe seja significativo, útil e funcional, 
sem, no entanto, deixar de lado a premissa de que o interesse coletivo é 
importante. 
Gabarito: correto. 
11. (Cespe ± TBN/CEF/2014) Os valores morais refletem decisões tomadas no seio 
da sociedade acerca do conceito comum de vida boa. Esses valores acarretam um 
conjunto de proibições e permissões que determinam o que é moralmente 
importante não apenas para aqueles que partilham e reconhecem esses comandos 
éticos, mas, universalmente, para todos os seres humanos. 
Comentário: a moralidade não é universal. Isso porque o que pode ser 
reconhecido como moral para um grupo social pode não ser para outro. 
Podemos ver, como exemplo, os valores morais que determinados grupos 
religiosos compartilham, que nem sempre são aceitos por outros grupos. A 
ética, por outro lado, como ramo filosófico, é universal, pois reflete sobre as 
condutas de toda a sociedade. 
Gabarito: errado. 
12. (Cespe - Agente Administrativo/CADE/2014) A axiologia estuda o fenômeno 
da atribuição de valores, por parte do sujeito, a um ente qualquer. 
Comentário: a axiologia é a ciência que estuda os valores, buscando definir o 
que é certo ou errado. Logo, podemos dizer que ela verifica a atribuição de 
valores que os sujeitos fazem em determinada sociedade ou ente. Portanto, o 
item está correto. 
Gabarito: correto. 
13. (Cespe - Técnico APU/TC-DF/2014) Evitar a corrupção e denunciá-la sempre 
que dela tiver conhecimento é dever do cidadão, visto que cidadania implica não 
apenas o gozo de direitos, mas também o cumprimento de obrigações amparadas 
nas normativas legais e morais da sociedade. 
 
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Comentário: o exercício da cidadania relaciona-se diretamente com a vida em 
sociedade,com a busca por uma vida mais digna, honesta e justa. Assim, todo 
o cidadão deve contribuir para a melhoria do Estado, denunciando e evitando 
a corrupção, fiscalizando os atos públicos, exigindo o recolhimento de 
tributos, participando da elaboração das políticas públicas, etc. 
Assim, podemos verificar que a questão está correta, pois a cidadania reflete 
um conjunto de direitos e obrigações, dentre os quais encontra-se o dever de 
evitar e denunciar a corrupção sempre que dela tiver conhecimento. 
Como podemos verificar, quando se fala em ética e cidadania, devemos ter 
um enfoque mais amplo do que o campo legalidade. Isso porque, no meio 
legal, o cidadão não tem o dever (obrigação) de evitar a corrupção, pois para 
isso existem os órgãos e agentes públicos competentes. No entanto, no 
campo do exercício da cidadania, podemos dizer sim que isso é um dever do 
cidadão. 
Gabarito: correto. 
14. (Cespe ± Engenheiro/CEF/2014) Os valores de uma organização representam 
suas características intrínsecas e, por isso, são inalteráveis. 
Comentário: podemos dizer que os valores refletem as características 
intrínsecas (internas) da organização. No entanto, esses valores podem ser 
modificados, de acordo com as prioridades, ambiente, tempo e outros fatores 
organizacionais. 
Gabarito: correto. 
15. (Cespe ± APF/Polícia Federal/2014) Se uma autoridade administrativa proibir 
o uso de bermudas ou shorts nas dependências de determinada repartição pública 
e essa vedação causar indignação entre seus subordinados, constatar-se-ão, nessa 
hipótese, indícios de desvio ético na conduta do gestor. 
Comentário: essa veio de graça. Disciplinar o uso de vestimentas no serviço 
público é uma conduta desejável. Assim, além de ético, é devido ao gestor 
impor o uso de vestimentas adequadas. Assim, não há nada de errado em 
proibir o uso de bermudas, ou seja, não existe nenhum desvio ético. 
Ademais, podemos mencionar ainda, como exemplo, o Código de Ética dos 
Servidores Públicos Federais que dispõe que é dever fundamental do servidor 
público ³apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício 
da função´��&yGLJR�GH�eWLFD��XIV��³S´�� 
Gabarito: errado. 
16. (ESAF - ATA MF/2014) Assinale a opção correta. 
 
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a) A palavra Ética tem origem latina, e significa bom costume. 
b) A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o 
mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. 
c) Não corresponde a uma atitude cidadã a cobrança de nota fiscal, quando se 
adquire determinado bem. 
d) Os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia na vida privada do servidor 
público não poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 
e) Entre as principais características da moral, está a de que não é temporal, não 
se modificando ao longo do tempo. 
Comentário: 
a) a palavra ética vem do grego ethos e significa caráter distintivo, disposição, 
modo de ser adquirido ± ERRADA; 
b) perfeito! O modo de agir das pessoas, a princípio, pode parecer 
absolutamente individual, por representar a escolha de um indivíduo. Porém, 
a sociedade desempenha um papel fundamental, repassando seus valores e 
regulando o comportamento do sujeito. Em outras palavras, definindo qual o 
tipo de conduta necessária, e melhor aceita, à sociedade. Ademais, a 
alternativa corresponde ao item III do Decreto 1.171/94 (Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal) ± 
CORRETA; 
c) a cobrança de nota fiscal é sim uma atitude cidadã. Com isso, o sujeito exige 
o cumprimento da lei, evitando a sonegação de impostos e, com isso, 
permitindo o aprimoramento da ação estatal ± ERRADA; 
d) outro item que corresponde ao Código de Ética dos Servidores Federais ³9,�
- A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se 
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos 
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou 
diminuir o seu bom conceito na vida funcional´�± ERRADA; 
e) a imutabilidade é característica da ética. A moral, por outro lado, modifica-
se com o tempo ± ERRADA. 
Gabarito: alternativa B. 
17. (FCC ± Caixa/Contador/2011) A respeito dos conceitos de ética, moral e 
virtude, é correto afirmar: 
a) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos que não mantêm 
relações interpessoais. 
 
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b) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa 
comportamento, modo de ser, caráter. 
c) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade própria da natureza 
humana; significa, de modo geral, praticar o bem usando a liberdade com 
responsabilidade constantemente. 
d) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e históricos; todavia, não 
há diferença entre os conceitos morais de um grupo para outro. 
 e) Compete à moral chegar, por meio de investigações científicas, à explicação de 
determinadas realidades sociais, ou seja, ela investiga o sentido que o homem dá a 
suas ações para ser verdadeiramente feliz. 
Comentário: a virtude deriva do latim virtus, representando a qualidade 
própria da natureza humano. A virtude é, pois, a inclinação para praticar o 
bem, as qualidades próprias de cada um que fazem com que o bem seja a 
atitude preferível. Dessa forma, podemos perceber que a alternativa C está 
correta, uma vez que a virtude significa, de forma geral, praticar o bem usando 
a liberdade com responsabilidade constantemente. 
Vejamos as demais opções: 
a) a alternativa não faz o mínimo sentido. A ética é o modo de ser, o caráter ± 
ERRADA; 
b) o modo de ser e o caráter são termos relacionados com o conceito de ética 
± ERRADA; 
d) a moral se modifica em cada grupo social ± ERRADA; 
e) é a ética que deve explicar de determinadas realidades sociais, utilizando-
se de investigações científicas ± ERRADA. 
Gabarito: alternativa C. 
18. (FUNCAB - Analista Socioeducador/SEDS-TO/2014) A correlação entre ética 
e setor público se revela equivocadamente na seguinte proposição: 
a) O trabalho no setor público exige formação continuada e a melhor contribuição 
para a prestação do serviço público. 
b) A lealdade institucional caracteriza identificação e dedicação aos propósitos do 
ente público, mas também é dever. 
c) Os agentes devem ter consciência de sua função promocional dos direitos 
fundamentais e atuar de modo a efetivar tais direitos. 
d) A ética pública integra a formação do servidor público, embora por necessidades 
cotidianas nem sempre deva orientar-se por ela. 
 
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Comentário: essa é uma questão bem lógica, lembrando que devemos 
escolher a opção INCORRETA. Vejamos: 
a) o servidor público deve estar em constante formação. Ainda que ele possua 
a formação para o cargo, o conhecimento encontra-se em constante evolução, 
exigindo, portanto, um aperfeiçoamento contínuo. Assim, será possível, cada 
vez mais, melhorar a prestação do serviço público ± CORRETA; 
b) a lealdade institucional é um conceito relacionado com a organização do 
Estado, particularmente na relação entre os três Poderes (Legislativo, 
Executivo e Judiciário). Assim, ele seapresenta em duas obrigações 
principais: (i) um Poder não deve obstar, de forma arbitrária, o exercício das 
competências do outro ± obs.: os Poderes possuem meios legítimos de 
controlar um ao outro, mas o que se quer vedar aqui são as interferências 
arbitrárias ±; (ii) os Poderes devem contribuir para o funcionamento eficiente 
do sistema de governo. Logo, além de ser um dever, a lealdade institucional 
caracteriza identificação e dedicação aos propósitos do ente público ± 
CORRETA; 
c) os agentes públicos devem ter a consciência de que devem promover os 
direitos fundamentais, efetivando os direitos da população ± CORRETA; 
d) a ética pública realmente integra a formação do serviço público, mas ele 
deve orientar os agentes públicos em todos os momentos, nem uma exceção 
pode justificar a atuação fora dos ditames éticos ± ERRADA. 
Gabarito: alternativa D. 
19. (FUNCAB - Técnico em Defesa Social/SEDS-TO/2014) A ética se apresenta 
como uma reflexão crítica sobre: 
a) política. 
b) moralidade. 
c) ação. 
d) trabalho. 
Comentário: a ética é uma disciplina filosófica que tem como objeto de estudo 
a moralidade. Assim, a ética estuda o comportamento humano, tendo como 
foco a moralidade, especulando, investigando e doutrinando sobre aquilo que 
pode ser considerado como moral. Logo, a nossa resposta é a letra B. 
A política e o trabalho, sem dúvidas, também são analisadas pela ética, mas 
de modo acessório, pois não representam o seu objeto de estudo. Por outro 
lado, a ação é o objeto da moralidade, que possui um aspecto pragmático. 
Assim, as letras A, C e D estão erradas. 
 
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Gabarito: alternativa B. 
20. (FUNCAB - Assistente Socioeducativo/SEDS-TO/2014) Em busca do 
comprometimento com o cidadão usuário e com a eficiência, a Administração 
Pública vem realizando esforços para que seus agentes conheçam a ciência que 
teoriza sobre as condutas humanas e sobre o conjunto de valores que devem 
orientar o comportamento dos homens em relação aos seus semelhantes. Tal 
ciência denomina-se: 
a) moral 
b) ética 
c) reflexologia. 
d) principiologia. 
Comentário: a ética é uma ciência que tem como objeto a moralidade. Dessa 
forma, ela teoriza as condutas humanas e o também o conjunto de valores que 
orientam o comportamento dos homens. Por isso, o nosso gabarito é a opção 
B. 
A moral, conforme já discutimos, não se insere no campo teórico, mas sim na 
ação, no campo prático. 
A principiologia é o estudo dos princípios, enquanto a reflexologia é o estudo 
dos reflexos humanos. Logo, os dois conceitos também não se relacionam 
com o enunciado da questão. 
Gabarito: alternativa B. 
21. (CONSULPAM - Auxiliar Administrativo/SURG/2014) As questões éticas 
estão cada vez mais visíveis na cena pública brasileira dada a multiplicação de 
casos de corrupção e, sobretudo, a reação da sociedade frente a tal grau de 
desmoralização das relações sociais e políticas. Com os escândalos e as denúncias 
de corrupção expostas pela mídia, refletir sobre essas questões traz à tona os 
conceitos éticos que envolvem a busca por melhores ações tanto na vida pessoal 
como na vida pública. A partir da leitura do texto, pode-se inferir que: 
a) A ética é pautada na vida pessoal e pública do indivíduo. 
b) A conduta do ser humano é reflexo das relações de poder estabelecidas pela 
sociedade. 
c) A conduta ética é reflexo apenas da vida pessoal do indivíduo. 
d) A conduta ética é reflexo apenas da vida pública do indivíduo. 
Comentário: a ética na vida pessoal e no exercício da função pública são 
indissociáveis. Por isso, as ações pessoais do agente público refletem da sua 
 
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vida pública, motivo pelo qual ele deve, diuturnamente, zelar por um 
comportamento ético. Logo, está correta a letra A. 
A conduta do ser humano é reflexo dos preceitos éticos, dos valores ou 
daquilo que é entendido como moralmente correta na sociedade. Logo, a letra 
B está errada. 
As letras C e D limitaram a aplicação da ética, motivo pela qual estão erradas. 
Gabarito: alternativa A. 
22. (IDECAN - Agente Administrativo/AGU/2014) Sobre ética e moral, marque V 
para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 
( ) A ética, como parte da filosofia, é um tipo de saber que justifica conceitualmente 
as ações do homem, considerado ser livre e racional, capaz de dar para si mesmo 
um conjunto de normas e valores a serem respeitados. 
( ) A ética e a moral dizem respeito tanto ao âmbito subjetivo, das escolhas pessoais, 
quanto ao da vida coletiva, e se ocupam de temas como a responsabilidade 
individual, a justiça, o juízo sobre as leis e as instituições fundamentais de nossa 
sociedade, entre outros. 
( ) A moral é o campo dos comportamentos espontâneos e das reações 
involuntárias, determinados por fatores biológicos e psicológicos, que não são 
modificáveis, pois não são passíveis de argumentação e validação. 
A sequência está correta em 
a) V, V, F. 
b) V, F, F. 
c) F, V, V. 
d) F, V, F. 
e) F, F, V. 
Comentário: o primeiro item está correto, uma vez que a ético é um campo da 
filosofia, que estuda as ações humanas, buscando justificá-las de forma 
conceitual. 
O segundo item também está correto. A ética e a moral se inserem na vida 
individual (subjetiva) e também na vida coletiva. A responsabilidade 
individual, a justiça, o juízo sobre as leis e as instituições fundamentais de 
nossa sociedade são campos que se inserem na ética e na moral. Conforme 
podemos observar, o item é mais lógico do que teórico. 
Por fim, o último item está errado, tendo em vista que a moral se modifica 
conforme o tempo, espaço ou grupo social envolvido. 
 
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Assim, os dois primeiros itens estão corretos, enquanto o último está errado. 
Gabarito: alternativa A. 
23. (FUNCAB - Agente Administrativo/PRF/2014) Os conceitos de ética e moral, 
embora próximos, não são idênticos. Uma das distinções possíveis entre tais 
concepções está fundada na constatação de que: 
a) a ética é o estudo geral do que é bom ou mau, sendo seu objetivo maior o 
estabelecimento de regras. A moral, ao contrário, não se vincula a costumes e 
hábitos porque não guarda correlação com aspectos prescritivos ou impositivos. 
b) a moral incorpora as regras adquiridas para a vida em sociedade, enquanto a 
ética reflete sobre as regras morais vigentes sem, contudo, contestar a conveniência 
ou a exigibilidade de tais normas. 
c) a moral é um conjunto de normas apreendidas no processo de socialização e que 
regula a conduta dos indivíduos em sua convivência. A ética é uma ponderação 
teórica sobre a moral cujo objetivo é discutir e fundamentar reflexivamente as 
normas morais. 
d) quando um determinado sujeito reflete sobre uma norma moral e a considera 
equivocada ou ultrapassada, faz exercício de sua consciência moral, inexistindo na 
hipótese qualquer consideração que se possa vincular ao conceito de ética. 
e) a ética se caracteriza como conjunto de costumes e hábitos de um grupo social, 
atuando sobre o comportamento do indivíduo que interage socialmente. A moral é 
um conjunto de valores sociais universais que não se materializam em padrões de 
conduta. 
Comentário: vamos analisar cadaopção: 
a) a ética realmente é o estudo geral do que é bom ou mau. Porém, a moral se 
relaciona sim com costumes e hábitos e, além disso, a moral possui relação 
com aspectos prescritivos e impositivos, ou seja, de orientação e imposição 
de condutas aceitáveis ± ERRADA; 
b) e ética é uma ciência e um ramo da filosofia e, como tal, deve continuamente 
contestar as normas vigentes ± ERRADA; 
c) essa opção é muito interessante. A moral, conforme já discutimos, se insere 
na prática e, portanto, retrata um conjunto de normas que orientam a vida dos 
indivíduos e de sua convivência em sociedade. Por outro lado, a ética faz uma 
ponderação teórica da moral, discutindo e refletindo sobre as normas morais. 
Portanto, o item está perfeito e resumo muito bem as diferenças entre ética e 
moral ± CORRETA; 
d) a reflexão da norma moral se insere diretamente com o conceito da ética ± 
ERRADA; 
 
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e) a questão fez a inversão, uma vez que a moral é que se caracteriza como o 
³conjunto de costumes e hábitos de um grupo social, atuando sobre o 
comportamento do indivíduo que interage socialmente´��DR�SDVVR�TXH�D�pWLFD�
retrata um conjunto de ³valores sociais universais´��7RGDYLD��R� WUHFKR� ILQDO�
também é questionável, tendo em vista que a ética, por refletir na moral, 
poderá materializar os padrões de conduta indiretamente ± ERRADA. 
Gabarito: alternativa C. 
24. (IADES - Técnico Jurídico/PG-DF/2011) Assinale a alternativa que estabelece 
corretamente as características de moral. 
a) A moral resulta do conjunto de leis, costumes e tradições de uma sociedade e é 
subordinada a ética comportamental definida em regras constitucionais. 
b) Entende-se por moral, um conjunto de regras consideradas válidas para uma 
maioria absoluta, que valem-se dela para impor conduta ética aos demais cidadãos. 
c) A moral é mutável e varia de acordo com o desenvolvimento de cada sociedade. 
Ela norteia os valores éticos na Administração Pública. 
d) A moral é mais flexível do que a lei, por variar de indivíduo para indivíduo, e afeta 
diretamente a prestação dos serviços públicos por criar condições para uma ética 
flexível no atendimento às necessidades básicas da população. 
e) A ética confunde-se com a moral como um dos parâmetros para a avaliação do 
grau de desenvolvimento de determinada sociedade e, consequente, padronização 
da prestação dos serviços públicos comunitários. 
Comentário: 
a) a moral representa os costumes, princípios, convenções da sociedade, sem 
que isso se constitua em leis. São regras sócias, sem que tenham, no entanto, 
forma constitucional, sem que obriguem o indivíduo a seguir o que é 
estipulado ± ERRADA; 
b) de fato, os valores morais emergem da experiência do grupo humano, 
formado por todos os sujeitos singulares que tomaram decisões individuais. 
O erro da alternativa está no fato de que não é possível impor uma conduta ao 
indivíduo, ele sempre terá opção de escolha ± ERRADA; 
c) isso mesmo. A moral é relativD�H�JDQKD�D�IRUPD�GD�VRFLHGDGH�TXH�D�³FULRX´��
Ademais, é ela que norteia, que regula os comportamentos considerados 
como adequados ± CORRETA; 
d) a moral não varia de indivíduo para indivíduo, mas sim de acordo com o 
meio, sociedade, tempo em que se insere ± ERRADA; 
 
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e) a ética e a moral, embora semelhantes, são conceitos que não devem ser 
confundidos, tendo em vista que cada um possui significado próprio ± 
ERRADA. 
Gabarito: alternativa C. 
25. (FESMIP-BA - Analista de Sistemas/MPE-BA/2011) Examine as assertivas 
abaixo. 
,��$VVLP�FRPR�D�SDODYUD�³PRUDO´�YHP�GR�ODWLP��mos, moris���D�SDODYUD�³pWLFD´�YHP�GR�
grego (ethos) e ambas se referem a costumes, indicando as regras do 
comportamento, as diretrizes de conduta a serem seguidas. 
II. A moral social trata dos valores e das normas de conduta que são exigidas do 
indivíduo para realizar sua personalidade. 
III. As normas éticas são aquelas que prescrevem como o homem deve agir. 
IV. A norma ética possui, como uma de suas características, a impossibilidade de 
ser violada. 
Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) II e III. 
e) II e IV. 
Comentário: a palavra ética vem do grego ethos e significa caráter distintivo, 
disposição, modo de ser adquirido, qualidade do ser. Por outro lado, a palavra 
moral vem do latim mos (ou no plural: mores), que quer dizer costume, 
conduta, modo de agir, normas adquiridas por hábito. Por conseguinte, ambas 
as categorias referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma 
sociedade, a obrigações sociais, a fenômenos da natureza histórica (correta a 
afirmativa I). 
Da mesma forma, por se referir a condutas de uma sociedade, a moral social 
não é exigida na realização da personalidade do indivíduo (errada a afirmativa 
II), mas sim no conjunto em que ele está inserido (correta a afirmativa III). 
Por fim, como mencionamos na aula, o indivíduo possui liberdade em suas 
escolhas, assim sendo, é possível que a norma ética seja violada pelas 
atitudes escolhidas por quem executa. Isso quer dizer, que embora existam 
padrões a serem seguidos, nada obriga a pessoa a seguir esses padrões 
(errada a afirmativa IV). 
 
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Finalizando, temos: I ± correta; II ± errada; III ± correta; e IV ± errada (alternativa 
B). 
Gabarito: alternativa B. 
LEI 8.112/1990 
Regime disciplinar 
O regime disciplinar dos servidores públicos está disposto no Título IV 
da Lei 8.112/1990 (artigos 116 a 182). Nesse Título, encontramos os 
deveres e proibições dos servidores, as penalidades a que estão sujeitos e 
as regras sobre as responsabilidades. 
Deveres 
Os deveres são as obrigações ou condutas que os agentes devem 
adotar em conjunto com as suas atribuições funcionais. Na Lei 8.112/1990, 
eles estão dispostos no art. 116, nos seguintes termos: 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de 
situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento 
da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao 
conhecimento de outra autoridade competente para apuração; 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 
 
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Conforme podemos observar, o inciso XII determina que o servidor 
público deve representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de 
poder. Nessa linha, o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que essa 
representação será encaminhada pela via hierárquica, ou seja, o servidor 
público deve encaminhá-la para o seu superior imediato. Contudo, a 
apreciação será feita pela autoridade superior àquela contra a qual foi 
formulada a representação, assegurando-se ao representando ampla 
defesa. 
Com efeito, também é dever do servidor cumprir as ordens 
superiores, com exceção apenas daquelas ordens consideradas 
manifestamente ilegais (inc. IV). Além disso, deve o servidor público 
levar as irregularidades de que tiver ciência, em razão do seu cargo, ao 
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de 
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para 
apuração (inc. VI). 
Da análise conjunta desses dispositivos, podemos perceber que, 
sempre que receber uma ordem, o servidor público terá algum dever a 
cumprir. Em regra, ele deve cumprir a ordem emanada da autoridade 
superior. Porém, quando receber uma ordem manifestamente ilegal, ele 
deverá abster-se de cumpri-la; devendo, por outro lado, levar a 
conhecimento da autoridade superior ± ou, quando esta for suspeita de 
envolvimento, de outra autoridade competente para realizar a apuração. 
Portanto, ou o servidor cumpre a ordem, ou representa a outra autoridade 
quando for manifestamente ilegal. 
Proibições 
As proibições são condutas vedadas aos servidores públicos, estando 
enumeradas no art. 117 da Lei 8.112/1990. Interessante notar que o 
Estatuto prevê, para cada proibição, um tipo de penalidade. 
Assim, vamos descrever, abaixo, as proibições em 
conjunto com as respectivas penalidades aplicáveis9. 
 
9 O quadro destina-se apenas a demonstrar as penalidades previstas para o cometimento das proibições. 
Contudo, veremos ainda nesta aula que existem outras hipóteses de aplicação das penas previstas na Lei 
8.112/1990, além das decorrentes de cometimento das proibições. 
 
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¾ A pena de advertência será aplicada no caso de violação das seguintes proibições 
(no caso de reincidência, o servidor poderá sofrer a pena de suspensão): 
a) ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do 
chefe imediato; 
b) retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
c) recusar fé a documentos públicos; 
d) opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou 
execução de serviço; 
e) promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
f) cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o 
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
g) coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
h) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, 
companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
i) recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
¾ A pena de suspensão será aplicada no caso de reincidência do cometimento das 
vedações acima e também quando o servidor infringir as seguintes proibições: 
a) cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto 
em situações de emergência e transitórias; 
b) exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do 
cargo ou função e com o horário de trabalho. 
¾ A penalidade de demissão será aplicada no caso de infringência das seguintes 
proibições: 
a) receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em 
razão de suas atribuições; 
b) aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
c) praticar usura sob qualquer de suas formas (isto é, cobrar juros excessivos, 
superiores aos praticados no mercado); 
 
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d) proceder de forma desidiosa; 
e) utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades 
particulares; 
f) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada 
ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comanditário. 
Esta última penalidade não se aplica nos seguintes casos: (a) participação nos 
conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União 
detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade 
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e (b) gozo de licença 
para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de 
interesses. 
¾ Aplicar-se-á a pena de demissão e incompatibilidade do ex-servidor para nova 
investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos, no caso de 
cometimento das seguintes proibições: 
a) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento 
da dignidade da função pública; 
b) atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo 
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes 
até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro. 
Vejamos como isso aparece em provas. 
 
26. (Cespe ± AJ/CNJ/2013) O servidor que carregar consigo documentos 
institucionais sem prévia autorização não poderá sofrer penalidade se for 
constatado que não havia ninguém responsável por autorizar a retirada dos 
documentos. 
Comentário: o art. 117, II, estabelece que o servidor não pode retirar, sem 
prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da 
repartição. Portanto, ele não pode simplesmente alegar que não havia 
ninguém para autorizá-lo, uma vez que a retirada de documentos da repartição 
sempre depende da devida autorização. 
 
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Gabarito: errado. 
Responsabilidades 
Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá 
responder nas esferas civil, penal e administrativa (art. 121). 
Basicamente, a esfera civil decorre da ocorrência de dano e consiste no 
respectivo ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções 
penais (p. ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da 
prática dos ilícitos administrativos, previstos no Estatuto dos Servidores. 
Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que 
cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo 
servidor público poderá ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano 
(esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser 
condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um 
servidor seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no 
processo penal. Logo, existem várias combinações possíveis. Todavia, 
veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui 
algumas exceções. 
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, 
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. 
122). Nesse caso, exige-se a responsabilidade subjetivaou com culpa do 
servidor público. Portanto, para que o servidor público seja condenado 
civilmente a ressarcir o dano, deverá ser comprovado que ele agiu com dolo 
(intenção) ou com culpa em sentido estrito. 
Caso o dano seja causado contra a Administração, o servidor será 
diretamente contra ela responsabilizado. No entanto, se o dano ocorrer 
contra terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública por meio 
de ação regressiva (art. 122, §2º). 
Nesse contexto, o art. 37, §6º, da Constituição Federal, determina que 
DV�³pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso 
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa´��Assim, se um servidor 
público causar dano a terceiro, o Estado deverá primeiro ressarcir o 
prejudicado para, em seguida, mover a ação de regresso contra o servidor, 
para dele recuperar os valores gastos com a indenização. 
 
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De forma bem simples, se o servidoU�S~EOLFR�³$´�FDXVDU�GDQR��FRP�GROR�
RX� FXOSD�� DR� FLGDGmR� ³%´�� R� (VWDGR� VHUi� UHVSRQViYHO� SRU� UHVVDUFLU� ³%´��
SRGHQGR�HP�VHJXLGD�PRYHU�D�DomR�GH�UHJUHVVR�FRQWUD�³$´�SDUD�UHFXSHUDU�
esses valores. 
Destaca-se, ainda, que a obrigação de reparar o dano estende-se aos 
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança 
recebida (art. 122, §3). 
Por outro lado, a responsabilidade penal abrange os crimes e 
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 123). Na Lei 
Penal, os crimes praticados pelo funcionário público contra a Administração 
constam nos artigos 312 a 326. Além disso, podemos encontrar outras 
condutas típicas na legislação especial, a exemplo da Lei 8.666/1993 que 
apresenta alguns crimes que podem ser praticados por servidores públicos 
relacionados com licitações e contratos administrativos. 
Finalmente, a responsabilidade administrativa (ou civil-
administrativa) resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no 
desempenho do cargo ou função (art. 124). A responsabilidade 
administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos, como por 
exemplo a infringência em algumas das vedações que vimos acima ou a 
falta de observância dos deveres funcionais do servidor. 
Voltando ao assunto da independência das instâncias, dispõe o art. 125 
que as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, 
sendo independentes entre si. 
Ocorre, todavia, que a esfera penal poderá, em alguns casos, 
influenciar as demais órbitas de responsabilidade, a depender do conteúdo 
da sentença penal. 
Nesse contexto, dispõe expressamente o art. 126 da Lei 8.112/1990 
que a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso 
de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 
Isso porque a apuração penal é muito mais solene, exigindo um 
aprofundamento nas provas bem maior do que se exige nas demais esferas. 
Assim, se ao final do processo penal restar comprovado que o fato não 
existiu ou então que o servidor não é o autor da conduta investigada, não 
há porque condená-lo nas demais esferas. 
É importante ficar claro, porém, que tal relação ocorre apenas quando 
ficar comprovado no processo penal que o fato não existiu ou então que o 
servidor não é o seu autor. 
 
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Por outro lado, se o servidor for absolvido simplesmente pela falta de 
provas, ou por ausência de tipicidade ou de culpabilidade penal, ou por 
qualquer outro motivo que não sejam os dois mencionados acima, a 
esfera penal não influenciará nas demais. 
Assim, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de provas, 
mas ser condenado civil e administrativamente, pois essas últimas não 
exigem um rigor probatório tão grande. Da mesma forma, um servidor pode 
ser absolvido penalmente por falta de tipicidade de sua conduta, ou seja, 
aquilo que ele cometeu não se enquadra perfeitamente com a conduta 
prevista na Lei Penal (tipo penal), porém a mesma conduta poderá ser 
enquadrada em alguma falta funcional, acarretando a responsabilidade 
administrativa. 
Com efeito, a doutrina10 utiliza a expressão conduta residual para se 
referir àquelas condutas que não são puníveis na órbita penal, mas que 
geram responsabilização civil e administrativa. Nesse contexto, vale 
transcrevermos o enunciado da Súmula 18 do STF, vejamos: 
Súmula 18: 
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível 
a punição administrativa do servidor público. 
Dessa forma, com exceção da sentença penal que negar a existência 
do fato ou a sua autoria, as instâncias de responsabilização são 
independentes, podendo o servidor ser responsabilizado pela conduta 
residual. 
Para finalizar, o art. 126-A estabelece que nenhum servidor poderá ser 
responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à 
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, 
a outra autoridade competente para apuração de informação 
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha 
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego 
ou função pública. 
Vejamos como isso aparece em provas. 
 
Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, derrapou, invadiu 
a pista contrária e colidiu com o veículo de um particular. O acidente resultou em 
 
10 e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 782. 
 
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danos a ambos os veículos e lesões graves no motorista do veículo particular. Com 
referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
27. (Cespe ± Agente Administrativo/Suframa/2014) O motorista da SUFRAMA 
poderá ser responsabilizado administrativamente pelo acidente, ainda que tenha 
sido absolvido por falta de provas em eventual ação penal instaurada para apurar a 
responsabilidade pelas lesões causadas ao motorista particular. 
Comentário: as instâncias penal, civil e administrativa são, em regra, 
independentes. Assim, de acordo com o art. 126 da Lei 8.112/1990, a 
responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de 
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Nos demais 
casos, a esfera penal não irá influenciar as demais instâncias. 
Assim, a absolvição penal por falta de provas não gera efeitos nas esferas civil 
e administrativa, podendo o motorista poderá ser responsabilizado 
administrativamente pelo acidente. 
Gabarito: correto. 
28. (Cespe ± TJ/CNJ/2013) Considere que determinado servidor público, dentro de 
suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado abusivamente. 
Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à revisão judicial ou 
administrativa, podendo, inclusive, o servidor responder por ilícito penal. 
Comentário: se o servidor se afastou do interesse público e atuou 
abusivamente, significa que ele cometeu irregularidades. Nesse caso, sua 
conduta pode ser revista judicial ou administrativamente, podendo o servidor 
responder por eventuais ilícitos administrativos, civis e penais. 
Gabarito: correto. 
Penalidades disciplinares 
As penalidades disciplinaressão as sanções administrativas impostas 
aos servidores em decorrência da prática dos ilícitos administrativos. Nesse 
contexto, dispõe o art. 127 da Lei 8.112/1990 que são penalidades 
disciplinares: 
a) advertência; 
b) suspensão; 
c) demissão; 
d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
e) destituição de cargo em comissão; e 
 
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f) destituição de função comissionada. 
Na aplicação das penalidades, serão considerados: (i) a natureza e a 
gravidade da infração cometida; (ii) os danos que dela provierem para o 
serviço público; (iii) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; e (iv) os 
antecedentes funcionais (art. 128). 
Além disso, a Administração sempre deve dar a devida motivação para 
os atos administrativos que imponham sanções aos servidores, permitindo 
que o servidor e o Poder Judiciário tenham condições de realizar o devido 
controle. Dessa forma, impõe o art. 128, parágrafo único, que o ato de 
imposição de penalidade sempre mencionará o fundamento legal e 
a causa da sanção disciplinar. 
O sistema punitivo na esfera administrativa é 
bem diferente do que ocorre no plano criminal. 
No direito penal, as condutas são tipificadas, existindo uma sanção 
específica para a conduta que estiver vinculada. Por exemplo, o crime de 
lesões corporais enseja especificamente a pena de detenção de três 
meses a um ano (CP, art. 129). 
Por outro lado, na esfera administrativa, não há essa relação direta. 
6HJXQGR� -RVp� GRV� 6DQWRV� &DUYDOKR� )LOKR�� RV� ³HVWDWXWRV� IXQFLRQDLV�
apresentam um elenco de deveres e vedações para os servidores, e o 
ilícito administrativo vai configurar-se exatamente quando tais deveres e 
vedações são inobservados. Além do mais, os estatutos relacionam as 
penalidades administrativas, sem, contudo, fixar qualquer elo de ligação 
a priori FRP�D�FRQGXWD´� 
Por exemplo, o art. 116 descreve os deveres funcionais, enquanto o art. 
117 dispõe sobre as proibições. Já o art. 127, por outro lado, apresenta o 
rol de penalidades administrativas. Com efeito, não há total precisão na 
descrição dos deveres e das proibições. Por exemplo, o art. 116, I, dispõe 
que o servidor deve exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo. 
1mR�Ki�XPD�GHVFULomR�FODUD�GR�TXH�VHMD�³]HOR´�RX�³GHGLFDomR´� 
Dessa forma, a autoridade responsável pela apuração do ilícito 
administrativo é que deve enquadrar determinada conduta em algum tipo 
de previsão legal, impondo-lhe a pena cabível ao caso. 
Com efeito, a Lei 8.112/1990 descreve, ainda que de forma genérica, 
a penalidade aplicável para determinado cada tipo de ilícito administrativo. 
 
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Devemos relembrar que, no tópico sobre as proibições, vimos as penas 
aplicáveis para cada tipo de infringência. Assim, vamos descrever abaixo as 
situações que ensejam cada tipo de penalidade, sem repetir a relação de 
proibições. Por isso, o aluno deverá retomar o tópico sobre as proibições 
para evitar repetições desnecessárias. 
Advertência 
A advertência deve ser aplicada por escrito, no caso de (art. 129): 
a) violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX ± 
conforme relação apresentada no tópico sobre as proibições; e 
b) inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou 
norma interna, que não justifique a imposição de penalidade mais 
grave. 
Suspensão 
A suspensão, que não poderá exceder a noventa dias, será aplicada 
nos seguintes casos (art. 130): 
a) reincidência das faltas punidas com advertência; 
b) violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a 
penalidade de demissão (vide tópico sobre as proibições). 
Como podemos notar, a lei determina que a pena de suspensão não 
poderá exceder a noventa dias. Portanto, caberá à autoridade competente 
analisar o caso e decidir, de forma discricionária, qual o prazo da suspensão. 
Claro que a decisão será devidamente fundamentada, devendo ser aplicada 
dentro dos parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade. 
Há ainda uma situação em que a lei estabelece um limite menor do 
prazo de suspensão. Assim, determina o art. 130, §1º, que será punido com 
suspensão de até quinze dias o servidor que, injustificadamente, recusar-
se a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade 
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a 
determinação. 
Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de 
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinquenta por 
cento por dia de vencimento ou remuneração, desde que haja 
conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela 
 
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multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em serviço (art. 
130, §2º). 
Além disso, as penalidades de advertência e de suspensão terão seus 
registros cancelados, após o decurso de três e cinco anos de efetivo 
exercício, respectivamente, desde que o servidor não tenha praticado, 
nesse período, nova infração (art. 131). Todavia, o cancelamento da 
penalidade não surtirá efeitos retroativos (art. 131, parágrafo único). 
Demissão 
A pena de demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132): 
a) crime contra a administração pública; 
b) abandono de cargo; 
c) inassiduidade habitual; 
d) improbidade administrativa; 
e) incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
f) insubordinação grave em serviço; 
g) ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima 
defesa própria ou de outrem; 
h) aplicação irregular de dinheiros públicos; 
i) revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
j) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
k) corrupção; 
l) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
m) transgressão das proibições constantes dos incisos IX a XVI do art. 117 
± conforme vimos no tópico sobre as proibições. 
O abandono de cargo decorre da ausência intencional do servidor 
ao serviço por mais de trinta dias consecutivos (art. 138). Por outro 
lado, a inassiduidade habitual representa a falta ao serviço, sem causa 
justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de 
doze meses (art. 139). 
Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade 
Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que 
houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão (art. 134). 
 
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Destituição de cargo em comissão 
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de 
cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades 
de suspensão e de demissão (art. 135). 
Caso o servidor tenha sido exonerado e, posteriormente, seja 
constatada a prática de infração punível com suspensão ou penalidade, a 
exoneração será convertida em destituição de cargo em comissão (art. 135, 
parágrafo único). 
 
****** 
Em alguns casos, a demissão e a destituição de cargo em comissão, 
implica também a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento

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