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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS PARAUAPEBAS JOSEANE MEMÓRIA RIBEIRO DOS SANTOS MAIKO JORDAN NUNES DURÃES MAX ALVES DE SOUZA SILVA PEDRO WELLINGTON DE OLIVEIRA MIRANDA RAQUEL FEITOSA DE ARAUJO REYNALDO MELO KOURY SOBRINHO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO - UC PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL PARAUAPEBAS - PA 2017 JOSEANE MEMÓRIA RIBEIRO DOS SANTOS MAIKO JORDAN NUNES DURÃES MAX ALVES DE SOUZA SILVA PEDRO WELLINGTON DE OLIVEIRA MIRANDA RAQUEL FEITOSA DE ARAUJO REYNALDO MELO KOURY SOBRINHO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO - UC PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL Trabalho apresentado à disciplina de Manejo de Áreas Silvestres, como nota avaliativa do NAP 2, do Curso de Engenharia Florestal, da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, Campus Parauapebas/PA. Prof.º Dr.º Ângelo Augusto Ebling PARAUAPEBAS - PA 2017 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3 2. GRUPO E CATEGORIA DA UC ................................................................................... 4 2.1. Unidade de Uso Sustentável ............................................................................................. 4 2.2. Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) ...................................................... 4 3. OBJETIVO DA UC PROPOSTA .................................................................................... 5 4. INVENTÁRIO FLORESTAL E FAUNÍSTICO............................................................ 6 4.1. Descrição da Área .............................................................................................................. 6 4.2. Objetivo do Inventário ...................................................................................................... 7 4.3. Procedimentos para Trabalho em Campo (Inventário Florestal)................................. 7 4.4. Procedimentos para Trabalho em Campo (Inventário Faunístico) .............................. 7 4.5. Tipo de Amostragem Adotada para Inventário Florestal da Área .............................. 8 4.6. Tipo de Amostragem para Inventário Faunístico ........................................................ 10 5. ZONEAMENTO .............................................................................................................. 11 6. CONSELHO GESTOR .................................................................................................... 13 7. POTENCIAL PARA SER AUTOSSUSTENTÁVEL FINANCEIRAMENTE ......... 14 8. ESPERADO PARA UC AO FINAL DO PRIMEIRO PLANO DE MANEJO (5 ANOS APÓS) .......................................................................................................................... 15 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 17 3 1. INTRODUÇÃO A implantação de uma Unidade de Conservação – UC deve seguir as recomendações da Lei 9.985/2000 que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, a qual dividi as Unidades de conservação em 2 (dois) grupos sendo de Proteção Integral e de Uso Sustentável, e em 12 (doze) categorias (BRASIL, 2000). No grupo de Uso Sustentável tem a categoria Reserva Particular do Patrimônio Natural, que para a implantação da mesma deve seguir às orientações descritas no Instrução Normativa nº 07, de 17/12/2009 (BRASIL, 2000) e de acordo com a Lei 9.985/2000 a unidade exige um plano de manejo assegurando a sustentabilidade de seus recursos naturais (BRASIL, 2000). A categoria de UC Reserva Particular de Patrimônio Natural – RPPN é obrigatoriamente criada em propriedade particular, objetivando a conservação da biodiversidade bem como promover a educação ambiental, registrada com perpetuidade, por espontaneidade do proprietário, que tenha interesse de transformar parte ou totalidade da área em uma UC, no entanto isso não ocasiona a perda dos direitos da propriedade, ou seja, o proprietário continuará tendo a posse e os direitos administrativos da terra (BRASIL, 2000). O presente trabalho tem por objetivo a proposta de implantação de uma RPPN em uma área na cidade de Parauapebas – PA, na zona rural, uma área de morro conhecida como Matinha da UFRA. Pelo fato da proximidade da mata com a instituição de ensino federal a Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, justifica um dos principais objetivos dessa categoria, que é a realização de pesquisas científicas. O Plano de Manejo da área, exigido por lei, seguirá uma adaptação ao Roteiro Metodológico estabelecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, as pesquisas serão realizadas em função de levantamentos de dados, realizados em campos, topográfico cartográficos, físicos, químicos e biológicos (MMA, 2002). Os dados serão organizados, tratados e cruzados servirão de base para a elaboração do documento técnico, Plano de Manejo, com o objetivo de definição das atividades e normas de uso de manejo, levando em consideração a elaboração em incumbência da biodiversidade local em função dos usos permitidos. 4 2. GRUPO E CATEGORIA DA UC 2.1. Unidade de Uso Sustentável Objetiva conciliar as atividades de conservação da biodiversidade com o uso sustentável dos recursos naturais, em partes, em concordância com a Lei nº 9.985/2000, permite-se a coleta e o uso de recursos naturais, desde que se respeite o ciclo reprodutivo dos recursos naturais renováveis, garantindo os ciclos dos processos ecológicos (BRASIL. 2000). 2.2. Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Segundo a Lei 9.985/2000, a RPPN configura-se uma área privada, sendo perpetuada a partir de sua criação, sendo permitidas pesquisas científicas, visitas de ecoturismo e educação ambiental, os órgãos integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, devem prestar orientações técnicas e científicas para a elaboração do Plano de Manejo, sempre que necessário, ao proprietário da RPPN (BRASIL, 2000). A categoria em questão é regulamentada pelo Decreto 5.746/2006, o qual determina que a RPPN tem “objetivo de conservar a diversidade biológica, gravada com perpetuidade, por intermédio de Termo de Compromisso averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis” (BRASIL, 2006). O Decreto 5.746/2006, determina que a criação da UC deve ser obrigatoriamente em áreas privadas, posse e domínio, e que sua criação poderá ser solicitada pelos órgãos que integram o SNUC (BRASIL, 2006). Os procedimentos a serem seguidos pelo proprietário, são descritos na Instrução Normativa Nº 07/2009, a qual “regulamenta os procedimentos para a criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes” (BRASIL, 2009). 5 3. OBJETIVO DA UC PROPOSTA A categoria de RPPN tem como objetivo, determinado pelo Decreto 5.746/2006, “conservar a diversidade biológica, gravada com perpetuidade, por intermédio de Termo de Compromisso averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis” (BRASIL, 2006). O objetivo central da RPPNproposta é servir para fins de pesquisas cientificas, haja vista que no seu entorno está situado o campus da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, a área proposta já vem sendo utilizada para fins de pesquisas e diversos experimentos conduzidos por professores e estudantes da instituição de ensino superior. Bem como a recuperação de áreas degradas pela supressão da vegetação causada pelo avanço de pastos e por queimadas florestais. Além da alta viabilidade em tornar a área uma RPPN, seria um incentivo a mais para a potencialização destas pesquisas, tendo em vista que os resultados iriam ser um grande benefício para a cidade e região onde estar localizada, que atualmente tem como principal atividade a mineração e poderá cogitar a viabilidade de novas atividades econômicas. 6 4. INVENTÁRIO FLORESTAL E FAUNÍSTICO 4.1. Descrição da Área A área em foco localiza-se no Município de Parauapebas, sudeste do Pará, zona rural, no entorno do campus da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA (Figura 1). Trata- se de um trecho de floresta secundária intermediária, com dimensões aproximadas de 311 ha, tipologia ombrófila densa de terra firme (Figura 2). O clima é do tipo tropical “Am”, segundo a classificação Köppen, com média pluviométrica entre 1.500 mm e 2.000 mm no período chuvoso, temperatura média por volta de 28º - 30ºC. Há presença de estiagem ou seca de inverno, durante aproximadamente 3 meses (PARAUAPEBAS, 2016). Figura 1: Localização da área da Matinha da UFRA. Fonte: Google Earth – 2017. Figura 2: Matinha da UFRA. Fonte: Google Earth – 2017. 7 4.2. Objetivo do Inventário Objetiva-se, por meio de levantamento florístico e faunístico, fazer uma descrição aprofundada da vegetação e da fauna existente na área, respaldada por informações quali e quantitativas dos recursos florestais existentes e da diversidade de fauna, para fins de manejo conservacionista (MACHADO, et al; 2006). 4.3. Procedimentos Para Trabalho em Campo (Inventário Florestal) A equipe será composta, ao todo, por 08 técnicos, 03 engenheiros florestais, 03 biólogos e 2 veterinários, que irão a campo inventariar a área. Os equipamentos utilizados no processo de inventário florestal serão: GPS, fitas métricas, hipsômetro vertéx para medição da altura de algumas árvores para ajuste de modelos hipsométricos, pranchetas para anotações, câmera fotográfica e EPIs (capacetes, botas, perneiras e luvas). Dispensa-se o uso de transporte para deslocamento de pessoal e equipamento, haja vista que o local é próximo ao campus da UFRA e o material utilizado é leve. 4.4. Procedimentos Para Trabalho em Campo (Inventário Faunístico) Dentre os profissionais envolvidos haverá, 5 profissionais responsáveis pelo levantamento faunístico, 03 biólogos e 02 veterinários. Os equipamentos utilizados serão lanternas, ganchos e pinções herpetológicos, minis gravadores digitais para registro e reprodução de sons (playback), microfone direcional, binóculos, armadilhas fotográficas (modelo Tigrinus Digital-6.0D e modelo Bushnell ThrophyCam), iscas atrativas, sensores de movimento, pranchetas, GPS e EPIs (perneiras, botas, luvas de couro e óculos de proteção). Faz-se necessário o uso de veículo para transporte de equipamentos. 8 4.5. Tipo de Amostragem Adotada Para Inventário Florestal da Área As informações a serem levantadas serão acerca da composição florística (diversidade de espécies), parâmetros de estrutura horizontal (frequência absoluta e relativa, densidade absoluta e relativa dominância de espécies) e estrutura vertical (DAP, altura e volume) (MMA, 2017). O modelo de amostragem utilizado será baseado na Grade Nacional de Pontos Amostrais – GNPA, proposta pelo Inventário Florestal Nacional - IFN que é aplicada a todo o território nacional. O padrão de distância utilizado entre pontos equidistantes é de 20 km x 20 km, no entanto, será feito o adensamento da grade para uma distância de 5 km, em graus, 0,045° (Tabela 1) (MMA, 2017). Tabela 1: Grade Nacional de Pontos Amostrais GRADE 20 GRADE 10 GRADE 5 GRADE 2,5 GRADE 1,25 GRADE 0,625 Distância em Km (aproximada) 20 10 5 2,5 1,25 0,625 Distância em graus 0,18° 0,09° 0,045° 0,0225° 0,01125° 0,005625° Fonte: Adaptada, MMA – 2017. Será adotado a amostragem de área fixa retangular baseados na grade citada. Quatro, no total, conglomerados no formato de Cruz de Malta, orientados de acordo com os pontos cardeais (Figura 3) (MMA, 2017). Figura 3: Esquema de amostragem "Cruz de Malta". Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (2017). 9 As subunidades multiestágios terão tamanhos de área em torno de 2.000 m² (20 m x 100 m), com subdivisões em seu interior de 100 m² (10 m x 10 m). Em cada subunidade serão medidos DAP ≥ 10 cm. Nas ultimas subdivisões 10 m x 10, coletarão DAPs de indivíduos entre 5 cm e 10 cm (5 cm ≤ DAP < 10 cm) e serão demarcadas subparcelas 5 m x 5 m para avaliar grau de regeneração, serão medidos e identificados os indivíduos de porte menor ou igual a 1,3 m e DAPs menores que 5 cm (MMA, 2017). Ainda nas extremidades de cada subunidade, serão demarcados quadrantes para avaliar a cobertura herbácea, bem como a espécie dominante (Figura 4) (MMA, 2017). Figura 4: Organização de um conglomerado. Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (2017). Informações como DAP, altura total e altura do fuste, tal como sanidade do indivíduo, grupo taxinômico e posição sociológica, deverão estar inclusas nos dados coletados de cada parcela. Os valores de altura serão estimados por meio de modelos hipsométricos ajustados, para tal, alguns destes deverão ser medidos em campo (SOARES, et al; 2012). Os dados deverão ser tratados estatisticamente por meio de analises de suficiência amostral, variância, erro padrão do valor central, intervalo de confiança, área basal, estimativas de variáveis de interesse como volume (por meio de cubagem rigorosa) e altura, distribuição de indivíduos por classe diamétrica, analise de perfil, frequência, densidade, dominância de espécies, valor de importância, dentre outros, todas estas informações resultantes deverão estar inclusas em um relatório final (SOARES, et al; 2012). 10 4.6. Tipo de Amostragem para Inventário Faunístico O inventário faunístico a ser realizado reunirá uma série de metodologias e procedimentos práticos que visam detecção, registro e identificação de indivíduos de forma direta, auditiva e visualmente, e indireta, por intermédio de vestígios como pegadas, penas, fezes, ninhos, tocas, pelos, etc. Transectos serão estabelecidos ao longo do relevo, 9 m de extensão e 10 m de abrangência lateral, ao todo. Perpendicularmente, serão instaladas unidades fixas, para registro e observação da fauna existente, o conjunto é denominado módulo (MAGNUSSON, et al; 2005). Os animais capturados serão fotografados ou gravados e em seguida, soltos. 11 5. ZONEAMENTO A Unidade abrangerá uma área parcial da propriedade particular Fazenda Esperança conforme determina o DECRETO Nº. 5.746/2006 deve estar georreferenciada ao Sistema Geodésico Brasileiro, que será base para o Programade Manejo e também para averbação do Termo de Compromisso do proprietário com a intenção de aprovação (BRASIL, 2006). Para que se obtenha um melhor resultado do manejo a área foi demarcada em zonas de características distintas, para facilitar a gestão e a administração da unidade. O zoneamento para a RPPN foi determinado segundo os objetivos gerais e as características de uma RPPN, foi dividido em 3 (três) áreas, sendo elas Área de Pesquisas científicas e Área de Proteção Permanente – APP, Área de Proteção destinada à Recuperação de Área Degrada – RAD e Área de Visita Educacional (Figura 5): Área de Pesquisas Científicas e Área de Proteção Permanente – APP: Área destinada à pesquisas, estudos e visitação de baixo impacto, objetivando a preservação da vegetação nativa, bem como a preservação de uma APP, configurada por ser topo de morro. A conservação de topo de morro foi utilizada como critério para determinar à esta área um grau de conservação da vegetação, pois nesta região pode se encontrar nascentes, que alimentam o corpo hídrico das regiões circunvizinhas. Área de Proteção Destinada à Recuperação de Área Degrada – RAD: A área possui supressão vegetal causada pelo avanço de pastos e por incêndios florestais, faz-se necessário um trabalho de RAD, com espécies nativas, para que a mata mantenha suas características originais. Área de Visita Educacional – Esta área por ter atrativos como, o topo de morro, será de fundamental importância para visitas educacionais, exaltando a importância da preservação da vegetação de topo de morro e do entorno de nascentes, para se manter a qualidade da disponibilidade dos recursos hídricos. Os critérios utilizados para determinar estas áreas, foram a variação de relevo com declividade acentuada, presença de nascentes, vegetação nativa peculiar da região e a importância da recuperação das áreas degradadas. A área, por apresentar elemento de relevância como topo de morro, nascentes e supressão de vegetação tem um grande potencial para a realização de pesquisas científicas, as quais serão de suma importância a formação dos futuros profissionais dos cursos destinados ao manejo e preservação do meio ambiente, bem como para um conhecimento mais aprofundado dos recursos naturais da região. 12 Figura 5: Zoneamento da RPPN Matinha da UFRA. Fonte: Google Earth – 2017. 13 6. CONSELHO GESTOR Apesar da UC ser propriedade particular, sendo gerida e administrada pelo proprietário da área, de acordo com o Guia Conselho Gestor de Unidades de Conservação do ICMBio, o conselho gestor da RPPN será o Conselho Consultivo, suas atribuições serão (ICMBio, 2014): Decide sobre assuntos relacionados à forma de funcionamento do Conselho, prevista em seu Regimento Interno; Atua de acordo com as competências definidas no Decreto n° 4.340/02; Decide sobre o conteúdo do Plano de Ação do Conselho; Emite recomendações e moções; Emite manifestações sobre assuntos relacionados à gestão da unidade de conservação; A composição do conselho será por setores de usuários distintos, que regularmente usarão a área e demais setores que tenham uma relação com a UC, portanto o concelho da RPPN deverá ser composto, da seguinte forma (ICMBio, 2014): I – Proprietário da terra; II - Órgãos ambientais e de áreas afins, do Poder Público Federal, Estadual e Municipal, com competência pela regulação dos usos do território; III - Usuários dos setores de agricultura, pecuária e turismo, etc.; IV - Organizações não governamentais e organizações da sociedade civil, como associações e sindicatos; e V - Instituições de ensino, pesquisa e extensão. 14 7. POTENCIAL PARA SER AUTOSSUSTENTÁVEL FINANCEIRAMENTE Não é possível afirmar que tal unidade de conservação será autossustentável, do ponto de vista econômico, embora existam fatores que podem ser considerados favoráveis a alguns dos vieses inerentes a essas unidades (educação e pesquisa), como o fato de estar localizada próxima a uma Universidade Federal, e que através de parceria público-privada, poderá desenvolver projetos de pesquisas, das mais variadas naturezas como melhores práticas de manejo, controle de pragas, desenvolvimento de tecnologias e conhecimentos de espécies endêmicas e suas peculiaridades, além de obtenção de matrizes genéticas de interesse. Investimentos privados para pesquisa e obtenção de produtos não madeireiros, como cosméticos e medicamentos também se apresentam como alternativa viável financeiramente falando, como no caso da Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caju (Aracaju - SE), onde se estabeleceu uma parceria entre a EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, Universidade Federal do Sergipe (UFS), Universidade Tiradentes (UNIT) e outros potenciais parceiros (INCRA, EMDAGRO, Banco do Nordeste, Banco do Brasil, CEFAC, Petrobrás e Prefeitura Municipal de Itaporanga D´Ájuda) (EMBRAPA, 2013). 15 8. ESPERADO PARA UC AO FINAL DO PRIMEIRO PLANO DE MANEJO (5 ANOS APÓS) Atender a todos os objetivos preconizados pela Lei n°9.985/2000 - SNUC e no Decreto n°5.746/2006, como: Art. 7°, § 2°. “A compatibilização da conservação com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais” (BRASIL, 2000). Art. 21°. A “perpetuação” da RPPN conforme disposição legal (BRASIL, 2000). Art. 14°. O desenvolvimento de pesquisas científicas e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais previstas no Termo de Compromisso e no seu plano de manejo (BRASIL, 2006). Art. 4°. Recuperação das áreas de amortecimentos, conforme diretrizes legais preconizadas (BRASIL, 2006). Bem como um resultado positivo na recuperação da vegetação na área, atualmente, suprimida. 16 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se considerar que a conservação aliada à pesquisa cientifica também resulta em ganhos de natureza biológica, tecnológica, social e econômica a médio e longo prazo. É preciso tornar obsoleta a ideia de inacessibilidade dos ambientes naturais e adotar a visão de potencial de uso sustentável destes, bem como o holísmo dos resultados envolvidos de diferentes naturezas. Os ambientes de florestas secundárias apresentam-se desguarnecidos em termo de informação e maiores conhecimentos, em suma, há grande necessidade, ainda pouco percebida, de maiores estudos destas áreas, mediante a crescente diminuição de áreas primitivas, configuradas em florestas primárias, resultante das pressões antrópicas de cunho econômico e o aumento dos espaços florestais secundários. A reserva destes ambientes ressurgentes para estudos de estrutura e dinâmica de seus componentes, tal como sua função social e ambiental, é de extrema importância, o que justifica a criação de unidades de conservação a partir destes. 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Decreto Nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Ministério do Meio Ambiente. Brasília – DF, agosto – 2002. BRASIL. Decreto Nº 5.746, de 05 de abril de 2006. Regulamenta o art. 21 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.Ministério do Meio Ambiente. Brasília – DF, abril – 2006. BRASIL. Instrução Normativa nº 07, de 17 de dezembro de 2009. Regulamenta os procedimentos para a criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes. Ministério do Meio Ambiente. Brasília – DF, dezembro – 2009. BRASIL. Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Ministério do Meio Ambiente. Brasília – DF, julho – 2000. EMBRAPA. Plano de Manejo Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Caju. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Tabuleiros Costeiros. Aracaju –SE. 2013. MACHADO, S. A., et al. Dendrometria. 2.ed. Guarapuava: Unicentro. 2006. MAGNUSSON, W.E.; et al. RAPELD: uma modificação do método de Gentry para inventários de biodiversidade em sítios para pesquisa ecológica de longa duração. Biota Neotrop. Jul/Dez 2005, vol. 5, no. 2, ISSN 1676-0603. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.org.br/v5n2/pt/abstract?point-of-view+bn01005022005>. Acesso em: 10 de outubro de 2017. MMA. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Metodologia – IFN. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, jul. 2017. Disponível em: <http://www.florestal.gov.br/metodologia>. Acesso em: 14 de outubro de 2017. MMA. Roteiro Metodológico de Planejamento – Parque Nacional, Reserva Biológica, Estação Ecológica. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Brasília - DF. 2002. ICMBIO. Conselho Gestor de Unidades de Conservação Federais – Um guia para gestores e conselheiros. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Brasília – DF. 2014. PARAUAPEBAS. Portal da Transparência – Geografia. Prefeitura de Parauapebas. Parauapebas-PA, 2016. Disponível em: <http://www.parauapebas.pa.gov.br/index.php/geografia>. Acesso em: 24 de outubro de 2017. SOARES, C. P. B., et al. Dendrometria e Inventário Florestal. 2nd ed., UFV, 2012, Viçosa, MG, pg. 250 – 252.
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