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MUNDO DO TRABALHO E SINSICATO RICARDO ANTUNES

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MUNDO DO TRABALHO E SINDICATOS NA ERA DA
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: IMPASSES E
DESAFIOS DO NOVO SINDICALlSMO BRASilEIRO.
RicardoANTUNES
UNICAMP
RESUMO
Discute o movimentosindicalistabrasileirodesde a década de 1970,
seu desenvolvimentona década de 1980, com o nascimento da Central
Única dos Trabalhadores (CUT), para entrar nos anos 90, na fase da
"negociação". Negociação é a palavra-chavedos anos 90. Mas negociar
dentro ou fora da ordem capitalista?
Palavras-chave: Sindicalismo brasileiro;Sindicato de trabalhadores;
CUT; Trabalho; Trabalhadores; Capital; Classe trabalhadora.
A crisequeatingeo mundodotrabalho,seusorganismos
sindicaisepartidáriosédeproporçõesaindanaodetodoassimiladas.
Suaintensidadeeagudezadevem-seaofatodeque,simultaneamen-
te, atingiua materialidadee a subjetividadedo ser-que-vive-do-
trabalho.Nao forampoucasas transformaçõesvivenciadasnesta
últimadécada,atingindocentralmenteos paísescapitalistasdesen-
volvidos,mascomfortesrepercussões,decorrentesdamundializaçao
eglobalizaçaodocapital,noconjuntodepaísesdoTerceiroMundo,
especialmenteaquelesintermediários,dotadosde umsignificativo
parqueindustrial,comoé o casodoBrasil.
(*)Capltulodo livrode:
ANTUNES, Ricardo.Adeusaolrabal1o?:ensaiosobreas metanorfosese a centralidadedo
mundodotrabalho.SãoPaulo:Cortez,1995(ConcessaoespecialdoautorparaTransinformaçao).
Transinfonnação,v. 8, n.3, p.13D-137, setembro/dezembro, 1996
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Indico,a seguir,algunselementosque,noseuconjunto,
compõema causalidadedeste quadro agudamentecrítico: a
automação,a robóticae a microeletrônicapossibilitaramumarevo-
luçãotecnológicadeenormeintensidade.O taylorismoeo fordismo
já nãosãoúnicos,convivendo,noprocessoprodutivodocapital,com
o "toyotismo",o "modelosueco",entreoutros.Tais mudançastêm
conseqüênciasdiretasno mundodo trabalho,especialmentena
classeoperária.Aflexibilizaçãodaunidadefabril,adesconcentração
daprodução,aarrasadoradesregulamentaçãodosdireitosdotraba-
lho, os novos padrõesde gestãoe "envolvimento"da força de
trabalho,comoosCírculosdeControledeQualidade(CCQ),experi-
mentadosnoJapão - emrealidadeumaapropriaçãodofazeresaber
dotrabalho,sobocomandomanipulatóriodocapitaldosnossosdias,
levandoo estranhamentodotrabalho(nosentidomarxiano)ao seu
limite-tudoisso,feitosobum"inquestionável"domínioda"produti-
vidade"eda"modernidadesocial",acabouafetandoa formadeser
do proletariadofabril, tradicional.A classe-que-vive-do-trabalho
metamorfoseou-se.'
Se já bastassemestastransformações,a crise atingiu
tambémdiretamenteasubjetividadedotrabalho,suaconsciênciade
classe,afetandoseusorganismosde representação,dos quaisos
sindicatose os partidossãoexpressão.Os primeiros,os sindicatos,
foramforçadosa assumirumaaçãocadavezmaisdefensiva,cada
vez maisatadaà imediatidade,à contingência,regredindosua já
limitada ação de defesa de classe no universo do capital.
Gradativamenteforamabandonandoseus traços anticapitalistas,
aturdidosque estavam,visandoa preservara jornadade trabalho
regulamentada,osdemaisdireitossociaisjá conquistadose,quanto
maisa"revoluçãotécnica"docapitalavançava,lutavamparamanter
omaiselementaredefensivodosdireitosdaclassetrabalhadora,sem
osquais.suasobrevivênciaestáameaçada:o direitoao trabalho,ao
emprego.
É nestacontextualidadeadversaque se desenvolveo
sindicalismode participaçiJoem substituiçãoao sindicalismode
classe.Participardetudo...,desdequenãosequestioneo mercado,
a legitimidadedo lucro,o quee paraquemse produz,a lógicada
produtividade,a sacra propriedadeprivada,enfim,os elementos
Transinfonnac;ão, v. 8, n. 3, p. 130-137,setembro/dezembro,1996
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básicosdocomplexomoventedocapital.As perspectivasgenerosas
da emancipaçãohumana,tãocarasa Marx,foramou estãosendo
poucoa poucotrocadaspelosvaloresda acomodaçãosocial-de-
mocrática.EntreoestragoneoUberaleabancarrotadoLesteeuropeu
(equivocadamenteassimiladaporenormescontingentesdaesquer-
dacomoo "fimdosocialismoedomarxismo"),o universopolíticoe
ideológicodomundosindicaldeesquerda,incapazdebuscarnovas
alternativassocialistas,refundadas,redescobertase radicais,cada
vez maisse inserena preservaçãodo chamadowelfarestate,no
universoda açãosocialdemocrática.A lutapelocontrolesocialda
produção,presentecomintensidadenosanos60nO,naEuropa,eem
tantosoutrosmomentosda lutadostrabalhadores,parececadavez
maisdistante.O modernoéomercado,aprodutividade,a integração,
a negociação,o acordo,a conciliação,a concertação.
Incapazdeapreendera amplitudee a dimensãoda crise
docapitalismo,postadonumasituaçãodesfavorávelquelheobstaa
possibilidadedevisualizareagirparaalémdocapital,osindicalismo,
em seus traçose tendênciasdominantesnos paísesavançados,
conduzidopeloideárioquetemconformadosuaslideranças,a cada
passodado,recuaa umpatamaranterior,assemelhando-sea um
indivíduoque,emborapareçacaminharparaa frente,desceuma
escadade costas,semvisualizaro últimodegraue menosaindao
tamanhodotombo.Cadavezmaisatuandosoboprismainstitucional,
distanciando-sedosmovimentossociaisautônomos,o sindicalismo
vive umabrutalcrisede identidade.Pensoquese tratamesmoda
maisagudacrisenouniversodotrabalho,comrepercussõesfortesno
movimentodos trabalhadores.A simu"aneidadeda crise,tantona
materialidadequantonasubjetividadedaclasse-que-vive-do-traba-
lho,torna-omuitomaisintensa.Quaisforamasconseqüênciasmais
visíveisdessastransformações?
No quediz respeitoao mundodotrabalho,as respostas
são complexase envolvemmúltiplasprocessualidades,que aqui
somentepodemosindicar,de modoa tentarconfigurarumesboço
explicativopara a crise que assola a classe trabalhadora(nela
incluídooproletariado)eemparticularomovimentosindical.Évisível
areduçãodooperariadofabril,industrial,geradopelagrandeindústria
comandadapelo binômiotaylorismo-fordismo,especialmentenos
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paísescapitalistasavançados.Porém,paralelamenteaesteproces-
so,verifica-seumacrescentesubproletarizaçaodotrabalho,através
da incorporaçãodo trabalhoprecário,temporário,parcialetc. A
presença imigrante no Primeiro Mundo cobre fatias dessa
subproletarizaçao.Ora se confundindo,orase diferenciandodesta
tendência,háumfortíssimoprocessode terceirizaçaodo trabalho,
quetantoqualificacomodesqualificae comcertezadesempregae
tornamuito menos estável a condiçãooperária.2Deslanchao
assalariamentodos setoresmédios,incorpora-seo trabalhodas
mulheresnoprocessoprodutivo.Háqualificaçãoemváriossetores,
comonoramosiderúrgico,acarretando,comotendência,umproces-
so de intelectualizaçaodo trabalhoindustrial(o trabalhadorcomo
"supervisore reguladordo processode produção",conformea
antecipaçãogenialde MarxnosGrundrisse),e desqualificaçãoem
outros,comono mineiro.Como se constata,a processualidadeé
complexaemultiformeetemcomoresultadoumaclassetrabalhado-
ramaisheterogeneizada,fragmentadae complexificada.3
O sindicalismonãopermaneceuimunea estastendênci-
as:diminuíramastaxasdesindicalização,na(s)última(s)década(s),
nosEUA, Japão, França,Itália,Alemanha,Holanda,Suíça, Reino
Unido,entreoutrospaíses.4Comoaumentodofossoentreoperários
estáveise precários,parciais,reduz-sefortementeo poder dos
sindicatos,historicamentevinculadosaosprimeirose incapazes,até
o presente,de incorporaros segmentosnao estáveisda forçade
trabalho.Houve,nadécadade 1980,reduçãodo númerodegreves
emváriospaísesdocentro.Aumentamos casosdecorporativismo,
xenofobia,racismo,noseiodaprópriaclassetrabalhadora.Tudoisso
permiteconstatarqueo movimentosindicalencontra-senumacrise
deproporçõesnuncavistas,atingindocomintensidade,nadécadade
1980,osindicalismonospaísesavançadoseque,naviragemde1980
para1990,atingiudiretamenteospaísessubordinados,especialmen-
teaquelesdotadosdeumaparqueprodutivorelevante,comoéocaso
doBrasil.
(
Quandose refletesobreas transformaçõesvivenciadas
no sindicalismonos paísescentraise seus paraleloscom aquele
praticadonoBrasil,éprecisofazerasdevidasmediações.Participa-
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mosde umcontextoeconômico,social,políticoe culturalquetem
traçosuniversaisdocapitalismoglobalizadoemundializado,masque
temsingularidadesque,umavezapreendidas,possibilitamresgatar
aquiloqueé t/picodessecantodo mundoe dessemodoretera sua
particularidade.Trata-se,portanto,deumaglobalidadedesigualmen-
te combinada,quenãodevepermitirumaidentificaçãoacríticaou
epifenomênicaentreoqueocorrenocentroe nospaísessubordina-
dos.
o nossosindicalismoviveu,nadécadade 1980,orano
fluxo,oranocontrafluxodastendênciasacimadescritas.Diriaque,na
contabilizaçãoda década,seusaldofoi muitopositivo.Houveum
enormemovimentogrevista;ocorreuumaexpressivaexpansãodo
sindicalismodosassalariadosmédiosedosetordeserviços;deu-se
continuidadeaoavançodosindicalismorural,emascensodesdeos
anos70;houveonascimentodascentraissindicais,comoa Central
Única dos Trabalhadores(CUT), fundadaem 1983;procurou-se,
ainda que de maneirainsuficiente,avançarnas tentativasde
organizaçãonos locaisde trabalho,debilidadecrônicado nosso
movimentosindical;efetivou-seumavançonalutapelaautonomiae
liberdadedos sindicatosem relaçãoao Estado;verificou-seum
aumentodo númerode sindicatos,ondese sobressaia presença
organizacionaldosfuncionáriospúblicos;houveaumentonosníveis
desindicalização,configurando-seumquadronitidamentefavorável
parao novosindicalismoao longodeúltimadécada.
Porém,paralelamenteaesseprocesso,nosúltimosanos
da décadade 1980,acentuavam-seas tendênciaseconômicas,
políticase ideológicasqueinseriamo nossosindicalismona onda
regressiva.A automação,a robóticaeamicroeletrônica,desenvolvi-
dasdentrodeumquadrorecessivointensificado,deslanchavamum
processodedesproletarizaçãode importantescontingentesoperári-
os, de que a indústriaautomobilísticaé um forte exemplo.As
propostasdedesregulamentação,de flexibilização,de privatização
acelerada,de desindustrializaçãotiveram,no neoliberalismodo
projetoCollor,forteimpulso.
Estanovarealidadearrefeceueacuouonovosindicalismo
noBrasil,queseencontrava,deumlado,frenteàemergênciadeum
sindicalismoneoliberal,expressãodanovadireita,sintonizadacoma
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ondamundialconservadora,dequeaForçaSindical(centralsindical
criadaem1991)é o melhorexemploe,de outro,frenteàs próprias
lacunasteóricas,políticase ideológicasno interiorda CUT, quelhe
dificultavamenormementeoavançoqualitativo,capazdetransitarde
umperíododeresistência,comonosanosiniciaisdonovosindicalismo,
paraummomentosuperior,deelaboraçaodepropostaseconômicas
a"emativas,contráriasaopadraodedesenvolvimentocapitalistaaqui
existente,quepudessemcontemplarprioritariamenteo amplocon-
juntoquecompreendenossaclassetrabalhadora.Nestecaso,além
da combatividadeanterior,era necessáriaa articulaçãode uma
análiseagudadarealidadebrasileiracomumaperspectivacriticae
anticapitalista,de nltidoscontornossocialistas,de modoa dotaro
novosindicalismodoselementosnecessáriospararesistiraos influ-
xosexternos,à avalanchedocapital,ao ideárioneoliberal,no lado
maisnefastoe, de outro,à acomodaçaosocial-democrática,que,
apesarde sua crise no centro,aumentavafortementeseus laços
políticose ideológicoscomo nossomovimentosindical,procurando
apresentar-secadavezmaiscomoa únicaalternativapossívelpara
sefazero combateao neoliberalismo.
Não é precisodizerque o quadrohoje é agudamente
crítico.O sindicalismodaForçaSindical,comfortedimensãopolítica
eideológica,preencheocamposindicaldanovadireita,dapreserva-
çãodaordem,dasintoniacomodesenhodocapitalglobalizado,que
nosreservao papeldepaísmontador,semtecnologiaprópria,sem
capacitaçãocientífica,dependetotalmentedosrecursosforãneos.
Na CentralÚnicadosTrabalhadoreso quadrotambémé
de grandeapreensão.Começaa ganharcadavez maisforçaem
algumasdesuasprincipaislideranças,umaposturadeabandonode
concepçõessocialistaseanticapitalistas,emnomedeumaacomoda-
ÇaodentrodaOrdem.O cultodenegociação,dascâmarassetoriais,
doprogramaeconômicoparagerirpelocapitalasuacrise,tudoisso
estáinseridonumprojetodemaiorfôlego,cujooxigênioédadopelo
ideárioepelapráticasocial-democráticas.Trata-sedeumacrescente
definiçãopollticae ideológicano interiordo movimentosindical
brasileiro.É umaposturacadevezmenosrespaldadanumapolftica
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declasse.Ecadavezmaisnumapolíticaparao conjuntodopaís,o
"paisintegradodocapitale dotrabalho".
Nocampoquesereconhececomosocialistaeanticapitalista
no interiorda CentralÚnica dos Trabalhadores,as dificuldades
tambémsão enormes.Como é possívelresistira uma ondatão
intensa?ComoépossívelelaborarumprogramaeconÔmicoa"erna-
tivoqueincorporeosmilhõesdetrabalhadoresquenãoparticipamdo
mercadoe que vivemda misériada economiainformal?Como é
possívelgestarumnovomodeloeconômicoqueeliminedefinitiva-
menteasuperexploraçãodotrabalho,queparticularizaocapitalismo
industrialbrasileiro,cujosaláriomínimoédegradante?Quaissãoos
contornosbásicosdessemodeloeconômicoalternativocuja lógica
deveráiniciara desmontagemdopadrãode acumulaçãocapitalista
vigentenopaís?Comoépossívelpensarnumaaçãoquenãoimpeça
o avançotecnológico,maso faça em basesreais,com ciênciae
tecnológiadepontadesenvolvidaemnossopaís?Comoé possível
um caminhoa"ernativoque recuperevaloressocialistasoriginais,
verdadeiramenteemancipadores?Quenãoaceiteumaglobalização
e umaintegraçãoimpostaspelalógicado capital,integradorapara
forae desintegradoraparadentro? Comoé possívelhojearticular
valoresinspiradosnumprojetoqueolhaparaumasociedadepara
alémdo capital,masquetemquedar respostasimediatasparaa
barbáriequeassolaocotidianodeserquevivedotrabalho?Emoutras
palavras,comosuperarumcaminhomeramentedoutrinárioebuscar
a difícile imprescindívelarticulaçãoentreos interessesimediatose
uma ação estratégica,de longo prazo, de clara conformação
anticapitalista?Estessão,comosepodeperceber,desafiosenormes.
Se, entretanto,conseguitraçarumquadrocriticoaproxi-
mado,o desafiomaisurgentedonossosindicalismopodeserassim
sintetizado:comoseefetiva,nocontextodeumasituaçãodefensiva,
umaaçãosindicalquedê respostasàs necessidadesimediatasdo
mundo do trabalho,preservandoelementosde uma estratégia
anticapitalistae socialista?
Qualcaminhoo novosindicalismobrasileiro,nascidono
finaldosanos70,vaiadotar:iránegociardentrodaOrdemoucontra
a Ordem?Procuraráelaborarum programade emergênciapara
simplesmentegerira crisedocapitaloutentaráavançarnaelabora-
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çãode umprogramaeconômicoalternativo,formuladosoba ótica
dostrabalhadores,capazderesponderàs reivindicaçõesimediatas
domundodotrabalho,mastendocomohorizonteumaorganização
societária fundada nos valores socialistas e efetivamente
emancipadores?Pode-seresponderqueparatantoé precisomuito
maisquea açãosindical.É verdade.Mas pode-seresponderquea
açãosindicalnoBrasildosnossosdiasseguramenteauxiliará,numa
ounoutradireção,o quelheconfereumaenormeresponsabilidade.
NOTAS
(1)Ver, porexemplo,F. Murray,"The Descentralisationof Production-The Declineof the
Mass-ColectiveWorker",Capita/&C/ass,19,Londres,1983;Annunziato,F.,"liFordismo
nellaCriticadeGramscie NellaRealtaStatunitenseContemporanea",CriticaMarxista,6,
Itália;1989,S. Clarke,"CrisedoFordismoouCrisedaSocial-democracia",LuaNova,24,
sao Paulo,1991;T. Gounet,"LuttesConcurrentiellesetStratégiesd'accumulationdans
L'lndustrieAutomobile",EstudesMarxistes,n.10,Bélgica,maio,1991.
(2)VerA. Bihr,"LeProlétariatDansTous Ses Eclats",LeMondeOip/omatiqueeA.
Gorz,"PourquoiIa SociétéSalarialea Besoin de NouveauxValets",Le Monde
Oip/omatique,22/6/1990.
(3)VerI.Mészáros,"TheDivisionofLaborandThePost-CapitalistState",Month/yReview,
39,jul.ago.1987e E. Mandei,"Marx,LaCriseActuelleetL'AvenirduTravailHumain",
Quatriéme/ntemaaona/e,20,Paris,maio1986.
(4)Ver,porexemplo,os dadosapresentadosporJelle Visserem J. Freyssinet(organizador),
"SyndicalismeetDésyndicalisation",emLeMouvementSocial,n.162,"SindicatsO'Europe,
janvier/mars1993,Paris,ÉditionsOuvriéres.
ABSTRACT
Brazilianunion movementis discussedin the lightof production
changesofthelastthreedecades.Theninetiesisthedecadeof "negociation".
Howto negociate?Withinor outof capitalistorder?
Keywords:Brazilianunion; Trade union; CUT; Labor; Workers; Capi-
tal;Work class.
Transinformac;ão, v. 8, n.3, p. 130-137,setembro/dezembro, 1996

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