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CONTABILIDADE E MERCADO DE TRABALHO

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CONTABILIDADE E MERCADO DE TRABALHO
Aula 1 
Mercado de trabalho
De forma abrangente, podemos conceituar mercado de trabalho como a relação entre a oferta e a procura de empregos.
O mercado de trabalho pode ser estratificado por:
A tabela a seguir apresenta os elementos que caracterizam essa estratificação, destacando, no segmento da área de atuação profissional, os elementos voltados para os contabilistas – foco central desta disciplina.
Dentro de uma abordagem simples e objetiva, o funcionamento do mercado apresenta dois polos que se atraem mutuamente:
A partir dessa constatação inicial, observamos que a dinâmica dos elementos que transformam o ambiente e as necessidades das organizações influencia, decisivamente, o mercado de trabalho, provocando alterações nas competências e habilidades exigidas dos profissionais que buscam uma colocação.
Em certos casos, em face da velocidade e da profundidade das mudanças, algumas vagas deixam de ser preenchidas por falta de profissionais qualificados.
A seguir, você conhecerá os principais elementos que transformam o ambiente e as necessidades das organizações.
Crescente expansão da informação e do conhecimento
Influenciada diretamente por novas tecnologias, a expansão do conhecimento tomou um grande impulso a partir das redes sociais, que alavancaram as interações entre os indivíduos. Estes passaram a trocar informações e a discutir sobre as mais
variadas questões, aprendendo e ensinando, uns com os outras, em diversas áreas do conhecimento.
Nesse contexto, as informações são rapidamente compartilhadas.
Desenvolvimento dos serviços
Dentro de uma abordagem conservadora, percebemos o setor de serviços como uma atividade residual e pouco produtiva para a economia.
Entretanto, a partir da expansão da demanda por serviços, cresceu, também, a importância assumida pelo setor para o desenvolvimento econômico.
O crescimento da participação do setor de serviços no PIB tem sido uma tendência observada em nível global. No Brasil, não é diferente
Dessa forma, fica claro que o setor de serviço inferiu mudanças no mercado de trabalho, configurando-se como mais uma alternativa para a obtenção de uma colocação.
Globalização
Muito já se ouviu sobre globalização, mas você sabe em que ela consiste?
Basicamente, em um processo social e econômico que integra pessoas e países
do mundo todo, por meio do intercâmbio cultural, científico, tecnológico,
financeiro e comercial.
Seu conceito está relacionado com o encurtamento das distâncias físicas
e culturais, que, de forma semelhante a uma rede, facilita as condições para
que as relações entre os povos sejam mais efetivas, ágeis e seguras.
Timeline Vertical
Seguindo a corrente majoritária dos historiadores, podemos considerar como marco inicial do processo de globalização as grandes navegações (séculos XV e XVI), que levaram os europeus a ampliar o mundo conhecido e a iniciar relações com povos de outros continentes.
Entretanto, foi apenas no final do século XX – mais precisamente a partir dos anos 1970 – que a globalização se consolidou.
A aceleração do desenvolvimento tecnológico – que levou à maciça utilização da internet, das redes de computadores e da comunicação via satélite – foi o fenômeno que, aliado à queda do socialismo e ao avanço do neoliberalismo, impulsionou e fortaleceu o processo de globalização.
A globalização, por sua vez, levou à proliferação de organizações multinacionais, que buscam por todo o mundo novos e melhores mercados consumidores.
Normalmente, essas empresas estão inseridas em mercados de acirrada concorrência, e buscam sempre reduzir os custos e aumentar a qualidade de seus produtos e serviços, de forma a ofertá-los com uma melhor relação custo/benefício.
No que se refere aos aspectos diretamente relacionados à Contabilidade, a globalização e a proliferação de organizações multinacionais motivaram os países a buscar um padrão contábil.
O objetivo é possibilitar a equalização de dados e de informações diferentes em termos de origem, em função das distintas políticas (econômica, fiscal e tributária) adotadas pelos países.
Conforme destaca Deloitte ([s.d.] apud SOUSA, 2009), essas diferenças dificultam a análise e a comparação das empresas entre diversos países.
Nas palavras de Sousa (2009, p. 5):
“As vantagens que a harmonização contábil proporcionaria são inúmeras. Entre as mais citadas, encontram-se:
• A diminuição do custo de elaboração e apresentação das demonstrações contábeis por parte das empresas multinacionais, que passariam a seguir apenas uma norma;
• A facilitação da consolidação das demonstrações contábeis;
• A facilitação da análise por parte dos usuários;
• Um maior domínio dos sistemas contábeis por parte dos auditores.
Diante da relevância dessa necessidade, em 1995, o International Organization of Securities Commission (IOSCO) firmou acordo com o IASC, no qual se comprometeu a exigir que todas as bolsas de valores se mobilizassem em atender às normas contábeis internacionais – razão essa que levou a CVM a iniciar seus esforços na busca da convergência contábil”.
Avanço tecnológico
O acelerado avanço da ciência e da tecnologia tem causado importantes impactos na economia,
influenciando diretamente o mercado de trabalho.
As profissões têm se adaptado às novas exigências. Algumas estão desaparecendo, enquanto outras
tantas têm surgido, requerendo novas competências e habilidades dos profissionais que pretendem ocupá-las.
Nesse contexto, aqueles que não se capacitarem para acompanhar as novas exigências terão sua importância
reduzida no mercado de trabalho e poderão ser excluídos.
Os acadêmicos e os profissionais já perceberam que é necessário adotar uma nova postura
que vença o desafio de obter as qualificações demandadas pelo mercado atual.
Afinal, nesse, as noções de tempo e de distância se encurtaram sob a tutela das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), e a adesão a padrões internacionais tem
se mostrado uma realidade.
O novo e o mais estão permanentemente presentes – o novo software, a nova plataforma, o mais rápido, o mais barato, o novo caminho, o mais leve etc. Isso soa como uma espécie de mantra que dita cada vez mais o novo perfil dos profissionais requeridos pelo mercado de trabalho.
Inserção no mercado de trabalho
Para obter uma colocação no mercado de trabalho, você deve:
Vamos entender melhor essas questões?
Estar capacitado
Empregabilidade
O desenvolvimento de habilidades e competências agregadas por meio do conhecimento específico e pela multifuncionalidade torna o profissional apto à obtenção de trabalho dentro ou fora da empresa.
Nesta acepção, a empregabilidade poderia ser definida como a “probabilidade de saída do desemprego”.
Atualmente, um diploma não é garantia de colocação no mercado – não apenas pelas transformações ininterruptas que vêm ocorrendo na natureza do trabalho, mas também pelas oscilações entre oferta e demanda.
Sob uma abordagem abrangente, a capacitação que pode levar à obtenção de um emprego é composta pela formação acadêmica bem como por outros aspectos observados pelas empresas nos candidatos.
Na busca de uma colocação, é fundamental que os candidatos identifiquem as principais características profissionais valorizadas pelas organizações. São elas:
DESENVOLTURA
Agilidade e fluidez com que o profissional atua, comunica-se e comporta-se de forma geral, trabalhando em grupo ou diante do público.
CONHECIMENTO DO MERCADO
• Saber quem são os concorrentes;
• Conhecer o perfil dos clientes, identificando eventuais alterações;
• Conhecer os produtos ou serviços do segmento de atuação da empresa e seus respectivos ciclos de vida;
• Perceber novas tendências, ameaças e oportunidades etc.
COMPETÊNCIAS
Capacidades e aptidões que habilitam o profissional, por exemplo, a saber que ação deve ser realizada ou que decisão deve ser tomada. Trata-se do chamado saber-conhecer.
HABILIDADES
Capacidade do profissional de saber-fazer, ou seja, de realizar as ações de forma a produzir osresultados esperados.
PONTOS FORTES E FRACOS
Este é um aspecto que as organizações invariavelmente avaliam nas entrevistas de emprego, porque tem a capacidade de sintetizar diversas características dos candidatos.
Pontos fortes
O candidato deve focar no cargo para o qual está fazendo a entrevista, deixando claro que suas competências, habilidades e experiências são adequadas ao cargo pretendido.
Outra inciativa importante é demonstrar que conhece a empresa por meio de comentários positivos acerca de sua missão e de seus valores.
Pontos fracos
O que as empresas desejam saber é como você lida com suas fraquezas. Uma atenção que o candidato deve ter é não confundir qualidades com defeitos ou abordar aspectos que não agregam informações.
Por exemplo, alguns candidatos citam o perfeccionismo e o excesso de organização como defeitos, enquanto as empresas veem esses pontos como qualidades.
Utilizar os facilitadores
Existem algumas iniciativas e alguns comportamentos que devem ser adotados pelos candidatos a uma colocação no mercado de trabalho, pois agem como elementos facilitadores nesse processo de busca.
Destacamos, aqui, aqueles que auxiliarão você nessa caminhada:
Dispor dos meios
Na busca de uma colocação no mercado de trabalho, também é fundamental que os candidatos disponham de todos os meios disponíveis – e os utilizem – para obter sucesso nessa empreitada.
Não há uma hierarquia entre os meios: todos são igualmente válidos e relevantes. Afinal, o que importa é obter sucesso!
Head Hunter
Expressão em inglês cuja tradução literal é “caçador de cabeças”. No mercado de trabalho, os head hunters atuam assessorando as empresas a selecionar os melhores profissionais nas áreas em que têm necessidade – especialmente nas funções executivas.
Contabilidade e Mercado de Trabalho / Aula 2 - Contabilidade como profissão
Contabilistas
A Contabilidade é uma das áreas do conhecimento que mais oferecem oportunidades em variados segmentos de especialização profissional.
A profissão de contabilista se divide em duas categorias profissionais que são:
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o contabilista pode exercer as suas atividades na condição de profissional liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar, de sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de conselheiro de quaisquer entidades, ou em qualquer outra situação jurídica prevista na legislação, exercendo qualquer tipo de função.
Via de regra, os contadores são profissionais que lidam com:
Podemos destacar as seguintes áreas/funções de atuação dos contabilistas:
Atuarial
A expansão dos mercados de previdência e de seguros abriu a possibilidade de uma carreira promissora para profissionais de áreas correlatadas à atuária, como é o caso dos contabilistas.
Entretanto, para que um contabilista possa ter chance de sucesso na obtenção de uma colocação nessa área, é necessário que ele possua conhecimentos específicos em atuária, o que geralmente requer um curso de especialização.
Analista financeiro
A função de analista financeiro tem um relacionamento direto e profundo com
a Contabilidade, na medida em que as suas atribuições necessitam de conhecimentos
específicos da área.
Um exemplo, é saber ler e interpretar as demonstrações financeiras, identificando
eventuais fragilidades ou oportunidades de investimento.
De uma forma geral, o analista financeiro prepara todo o planejamento financeiro da
empresa, projetando e acompanhando o fluxo de caixa e o faturamento.
A área de análise financeira também se subdivide em alguns ramos de especialização,
como por exemplo:
Analista de crédito e analista de projetos financeiros (project finance).
Auditor
Sabe qual é a importância do auditor nas organizações?
Ele exerce papel fundamental para assegurar a credibilidade das organizações, verificando se estas estão atuando em conformidade com as normas e com o que foi planejado, e se as ações previstas foram implementadas com eficácia, na direção dos objetivos estabelecidos.
Sob a abordagem contábil, a atividade do auditor também se diversifica nos segmentos
de auditoria contábil, tributária ou fiscal.
A atividade de auditoria pode ser interna, com a utilização de funcionários da própria
organização, ou externa, que é realizada através da contratação de uma empresa especializada,
independente da contratante.
Consultor
A atividade do consultor contábil consiste basicamente em aconselhar as empresas quanto à administração dos recursos financeiros.
Controller
No contexto da administração financeira, a controladoria é um órgão de observação e controle da alta administração da empresa.
As principais atribuições do cargo incluem:
Através do diagrama a seguir, podemos ter uma noção abrangente das atividades executadas pelo setor de controladoria e sua relação com a Contabilidade:
Contador de custos
De acordo com Oliveira et al (2008 apud ROSA, 2010), é sabido pelos atuantes na área que
a Contabilidade de Custos há tempos deixou de ser uma simples ferramenta voltada para
a gestão de estoques.
A evolução da complexidade dos métodos de produção de bens e serviços e o acirramento
da competição deram posição de destaque à Contabilidade de Custos que passou a ter papel
essencial no fornecimento de informações para a Contabilidade Gerencial, guiando os gestores
no processo de tomada de decisão.
Nesse contexto o Contador de Custos, para além do domínio das técnicas de rateio, controle e
registro dos custos, passou a atuar de forma gerencial.
Contador público
A Contabilidade Pública é um ramo especializado da ciência contábil que utiliza os
princípios e as normas contábeis direcionados à gestão patrimonial de entidades públicas.
Como ramo especializado, o principal dispositivo legal utilizado pela Contabilidade
Pública é a Lei nº 4.320/1964, que estabelece normas gerais de Direito financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal, o que por si só nos dá uma ideia da diferenciação em
relação à Contabilidade das entidades privadas que é guiada pela Lei nº 6.404/1976.
É possível que você esteja se perguntando...
Como é o ingresso na área pública?
Ocorre por meio de concurso. Os contabilistas encontram campo de trabalho em
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, de
qualquer um dos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – em qualquer
esfera de governo – União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
Contador tributário
Segundo Oliveira (2009 apud PRADO, 2013), o Brasil possui mais de 60 tipos de tributos vigentes,
o que implica em alto custo para controle e gestão dos mesmos.
Para Fabretti (2009 apud PRADO, 2013) as organizações necessitam cada vez mais de assessorias
jurídicas e contábil, o que exige dos profissionais constantes atualizações.
De acordo com Prado (2013, p. 132), no Brasil:
“[...] o número de vagas disponíveis para a área tributária e fiscal demonstra
a dificuldade enfrentada pelas empresas em contratar profissionais capacitados [...]”.
Contador terceirizado/autônomo
O contador terceirizado é aquele que trabalha em uma empresa de consultoria/assessoria contábil que é contratada por outras empresas, de variadas áreas, para prestação de serviços.
Na maioria das vezes, as empresas prestadoras de serviços contábeis, conhecidas como escritório de Contabilidade, são contratadas por pequenas e médias empresas, porque para entidades de menor porte essa modalidade de contratação normalmente apresenta menor custo em relação à manutenção de um profissional exclusivamente dedicado a essa função.
Além disso, a terceirização auxilia a empresa a manter o foco no seu negócio, permitindo que seus empregados se concentrem nas atividades voltadas para os objetivos da empresa, sem preocupações com questões burocráticas, que via de regra se mostram complexas e necessitam de mão de obra especializada
A Contabilidade é uma profissão que pode ser exercidade forma autônoma. Muitas vezes, a opção por essa modalidade decorre de uma decisão pessoal e implica em vantagens e desvantagens.
Geralmente, as maiores vantagens da autonomia são a flexibilidade de horário e a independência...
...ao passo que as desvantagens são o grande acúmulo de responsabilidades e a necessidade de assunção de custos em algumas situações como, por exemplo, o gozo de férias.
Gestor de empresas/gestor público
A necessidade de manter a Contabilidade permanentemente atualizada, em um País com uma intrincada legislação fiscal e com uma das mais elevadas cargas tributárias, como é o caso do Brasil, passou a exigir dos contadores um perfil que, para além das exigências técnicas e da necessidade de permanente atualização, seja capaz de vencer desafios.
Nesse contexto, os contadores têm atuado como verdadeiros gestores dos negócios, subsidiando e orientando as organizações, notadamente nos processos de tomada de decisão.
Na área pública, a consolidação da democracia e as crescestes demandas sociais, trouxeram a necessidade de que o Estado disponha de mecanismos capazes de atendê-las de forma adequada, o que tem pressionado os gestores a adotar padrões de economicidade adequados à escassez dos recursos disponíveis, conferindo destaque à gestão orçamentária e financeira.
Atualmente, a gestão pública está na pauta de discussão dos governos de diversos países ao lado de temas que perpassam as políticas públicas, como a transparência, a ética pública, a sustentabilidade, a preservação do meio ambiente, os direitos das minorias, a utilização de recursos naturais etc.
Dentre as atribuições dos gestores públicos com mais forte interface com a Contabilidade, encontramos oportunidades nas áreas de orçamento, finanças, patrimônio e no próprio setor contábil.
Professor/pesquisador
Se você consultar o Site Nacional de Empregos (SINE), verá que, quase sempre, há ofertas de emprego para a função de Professor de Contabilidade.
Isso ocorre porque observa-se no mercado uma demanda quase que permanente por profissionais de Contabilidade, o que provoca um incremento no fluxo de alunos interessados em obter uma formação nessa área.
Não podemos esquecer que o exercício do magistério superior, via de regra, requer Especialização, Mestrado ou Doutorado.
Os professores de Contabilidade normalmente são estudiosos da área, ou vice-versa, e orientam estágios, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses, além de realizarem pesquisas procurando a evolução da ciência contábil, na direção do estado da arte.
Perito contábil
Segundo definição da NBC TP 01, de 27 de fevereiro de 2015:
“A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for pertinente”.
O perito contador deve ser regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade (CRC) e deve ser profundo conhecedor da matéria periciada.
Existem três tipos de perito:
Parecerista
Pareceristas são profissionais responsáveis pela formulação de pareceres,
opiniões especializadas sobre alguma área do conhecimento, no nosso caso,
em Contabilidade.
De forma geral, os pareceristas são profissionais com vasta experiência e tempo
de serviço, que realizam pesquisas e publicam artigos com regularidade.
Em variadas questões, ou mesmo nos casos de divergência de entendimentos,
os pareceristas são contratados para emitir opinião balizada cientificamente,
de forma a subsidiar a decisão sobre o que se está discutindo ou esclarecer
eventual dúvida.
Normas Brasileiras de Contabilidade
De uma forma geral, os requisitos para o exercício da profissão de contabilista decorrem da necessidade de que os profissionais de que trata o Decreto-lei nº 9.295/1946, somente poderão exercer a profissão após a regular conclusão do respectivo curso, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), aprovação em Exame de Suficiência e registro no CRC a que estiverem sujeitos.
Os Conselhos de Contabilidade têm como atribuição precípua fiscalizar o exercício profissional.
Adicionalmente, cabe também a esses conselhos estabelecer normas e princípios que devem ser seguidos por todos os profissionais da Contabilidade e promover os meios para realização de exame de suficiência para o exercício da profissão de contador ou técnico em Contabilidade.
As regras e os procedimentos de conduta que devem ser observados para o exercício da profissão contábil são estabelecidos pelo CFC, por meio das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), que se classificam em Profissionais e Técnicas, cuja estrutura está regulamentada através da Resolução CFC nº 1.328/2011.
Contabilidade e Mercado de Trabalho / Aula 3 - Perspectivas do mercado de trabalho para contabilistas – desenvolvimento da empregabilidade
Introdução
Em seu discurso na sessão de encerramento do XV Congresso Mundial de Contadores, realizado em 1997, em Paris, o então presidente da França, Jacques Chirac, assim se referiu à profissão contábil:
“[...] A profissão contábil desempenha um papel fundamental na modernização e internacionalização de nossa economia. Isso porque vocês não se restringem a cuidar de contas.
Vocês são conselheiros e, às vezes, confidentes das administrações de companhias, e têm um importante papel a desempenhar, especialmente em assuntos sociais e tributários.
Vocês orientam pequenas e médias empresas e sua administração, simplificando as alternativas, que ainda são muito complexas.
Vocês desempenham, portanto, um papel no desenvolvimento das possibilidades de emprego, o que merece um especial registro de reconhecimento [...]”.
Essas palavras dão a dimensão da abrangência e da importância do exercício da profissão de contador, que, em um mundo globalizado, vê seu campo de atuação diversificar-se cada vez mais, como estudaremos nesta aula.
Objetivos
Avaliar as perspectivas do atual mercado de trabalho para os contabilistas.
Identificar as possibilidades de aumento do potencial de empregabilidade.
Créditos
Flávia Teófilo
Redator
Nathalia Rangel
Designer Instrucional
Allan Gadelha
Web Designer
Rostan Silva
Programador
INTRO
OBJETIVOS
CRÉDITOS
Tendência do exercício da profissão de contabilista
Auditoria ambiental
Produtos ambientalmente corretos têm sido cada vez mais procurados pelos consumidores, fazendo com que as empresas procurem eliminar os impactos ambientais de suas atividades através da adoção de modelos de gestão sustentável.
Juntamente com a crescente preocupação com a preservação do meio ambiente, desenvolveu-se uma extensa legislação para a área.
De acordo com Silva et al. (2009, p. 73):
“O país possui uma rica legislação relacionada ao meio ambiente. Contudo, somente dos anos 80 para cá, a sua observância vem sendo mais cobrada. Além dessa legislação, há ainda as normatizações ISO, elaboradas pela International Organization for Standardization, com sede na Suíça e membros em todas as partes do mundo, incluindo o Brasil.
Assim, normas locais, convenções e acordos internacionais e a série ISO 14000 foram alguns dos instrumentos criados no sentido de viabilizar a promoção do desenvolvimento com conservação ambiental, dando origem a vários mecanismos de gestão ambiental nas empresas e a definição de políticas governamentais locais, atuando como orientadoras do processo econômico e social, com a inclusão da variável meio ambiente”.
A auditoria ambiental contempla um conjunto de procedimentos destinados a avaliar a eficácia dos sistemas de gestão ambiental, de forma a permitir fiscalizar e limitar o impacto das atividades da organização sobre o meio ambiente.
Contabilidade ecológica ou ambiental
Normalmente, a utilização de recursos naturais, embora seja imprescindível para o desenvolvimento econômico, provoca a degradação do meio ambiente e levaà escassez.
Em contrapartida, não podemos paralisar o crescimento da economia, pois dele dependem as pessoas, razão pela qual é necessário encontrar mecanismos que conciliem o desenvolvimento com a preservação ambiental.
A ciência contábil, através dos seus mecanismos de registro e controle, consegue captar, registrar, sintetizar e demonstrar, dados econômicos e financeiros de entidades que cuja operação envolva a exploração do meio ambiente.
A Contabilidade ambiental permite apresentar informações referentes aos efeitos causados por questões ambientais no patrimônio das organizações, tanto para os usuários internos, quanto para os externos.
A adoção da Contabilidade ecológica pode proporcionar algumas vantagens, tais como:
Contabilidade aplicada à logística
Como podemos conceituar logística?
De forma abrangente, como uma área do conhecimento que se dedica à gestão dos processos relacionados com as cadeias de suprimentos.
Em um ambiente globalizado e competitivo, a logística assume papel fundamental para as organizações, na medida em que os elevados padrões de qualidade, a minimização de custos e o encurtamento dos tempos das entregas são fatores determinantes para manutenção e conquista de clientes.
São quatro os custos básicos associados à logística e sob os quais a Contabilidade atua de forma gerencial:
Além desses custos, a Contabilidade Logística também cuida da gestão dos custos de oportunidades e das perdas, confirmando seu forte viés gerencial no auxílio à gestão das cadeias de suprimentos.
Contabilidade estratégica
Ainda não há unanimidade quanto ao conceito de Contabilidade estratégica. Entretanto, a partir da compilação de diversas definições, podemos sugerir o seguinte conceito:
Contabilidade estratégica é um olhar especializado sobre os dados contábeis de uma organização, comparando-os com os dos concorrentes, com vistas a obter vantagens competitivas na busca da consolidação e ampliação dos negócios.
Na moderna visão empresarial, a estratégia está vinculada a inovação e a criatividade necessárias para superação dos concorrentes em ambientes de acirrada competitividade e elevada complexidade.
Para atuar estrategicamente o contabilista deve se manter sempre capacitado tecnicamente, o que significa estar permanentemente atualizado com a legislação e o estado da arte das melhores práticas contábeis.
Nesse segmento de atuação, o profissional deve ser dotado de uma visão holística dos negócios e ter a capacidade de perceber mudanças culturais e econômicas que ocorram nos mercados nos quais a organização atua.
De acordo com Goldenberg ([s.d.] apud VIEIRA et al., 2010), a respeito da abordagem estratégica, a visão contábil deve ser ampliada, indo além das informações produzidas pelos fatos já conhecidos para as atividades de planejamento, de modo a antever as consequências para a empresa no futuro e tornando-se parte integrante do processo de decisão da empresa.
Quadro comparativo
Contabilidade tradicional X Contabilidade estratégica
Investigador contábil
A gestão de riscos de uma empresa deve procurar prevenir a ocorrência de fraudes e erros.
Para isso, deve contar em seus quadros com contadores capazes de realizar ações que efetivamente previnam tais ocorrências, quer seja através da condução de processos investigativos decorrentes de suspeitas de fraude, ou do permanente monitoramento das atividades contábeis, com o objetivo de minimizar a ocorrência de erros.
Rasmussen (1988, p. 14) nos ensina que:
 “[...] os roubos e fraudes sempre começam em quantidade pequena e aumentam sucessivamente com a confiança do delinquente, pois não existem sistemas de controles internos, auditoria e naturalmente uma justiça severa que puna estes atos”.
Os processos de investigação são iniciados a partir de suspeitas, indícios ou denúncia de fraude.
O profissional designado para condução da investigação deve dominar um conjunto de habilidades que, além dos sólidos conhecimentos contábeis, engloba também aspectos jurídicos e dos processos organizacionais.
Durante o procedimento investigativo, o contador deve caminhar lado a lado com o setor jurídico para encontrar os meios capazes de identificar a ocorrência de fraudes.
Desenvolvimento da empregabilidade
Como já tivemos a oportunidade de ver na aula 1, a empregabilidade diz respeito à passagem da situação de desemprego para a de emprego.
Nessa acepção, “empregabilidade” poderia ser definida como “probabilidade de saída do desemprego”.
Colocando a empregabilidade no eixo oferta/demanda, temos de um lado as necessidades e requisitos das organizações e de outro os profissionais e seus respectivos perfis.
Nessa perspectiva, a multifuncionalidade tem se mostrado cada vez mais como uma forte demanda dos empregadores, cujo atendimento requer a diversificação de conhecimentos, habilidades e competências, por parte daqueles que postulam uma colocação no mercado de trabalho.
Ao procurar um perfil multifuncional, a empresa busca identificar um profissional que tenha capacidade de alavancar os negócios e agregar valor à empresa.
Contabilidade e Mercado de Trabalho / Aula 5 - Relatórios contábeis/estrutura de capital
Introdução
Um dos mais relevantes propósitos da Contabilidade é fornecer a seus usuários informações sobre os resultados alcançados e dados de natureza patrimonial, orçamentária, econômica e financeira. Isso é feito por meio das demonstrações contábeis ou financeiras.
Diferentes grupos – gestores, acionistas, credores, investidores, governo e sociedade – têm interesse nessas demonstrações, pois necessitam delas para suas atividades e, principalmente, para tomar decisões.
Mediante sua análise, também é possível conhecer a composição da estrutura de capital da empresa. Nesta aula, estudaremos tais assuntos.
Objetivos
Reconhecer os demonstrativos contábeis (obrigatórios e não obrigatórios).
Identificar os aspectos da composição da estrutura de capital das empresas.
Créditos
Flávia Teófilo
Redator
Nathalia Rangel
Designer Instrucional
Allan Gadelha
Web Designer
Rostan Silva
Programador
INTRO
OBJETIVOS
CRÉDITOS
Estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro
A estrutura conceitual básica da Contabilidade fornece um conjunto de princípios e de normas que tem o objetivo de guiar a prática contábil.
No Brasil, algumas instituições tratam dessa estrutura. São elas:
Entre os atos do CFC, encontra-se a Resolução CFC nº 1.374/2011, que dá nova redação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.
Aquelas que tem o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM emite instruções que estabelecem normas e procedimentos para, entre outros aspectos, a elaboração de demonstrações financeiras
De acordo com a Resolução CFC nº 1.055/2005, trata-se daquele que tem como objetivo:
“[...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais”
Demonstrações contábeis
A NBC TG 26, aprovada pela Resolução CFC nº 1.185/2009, estabelece requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo, em consonância com o CPC 26, de 15/12/2011.
Conceito
• Exposição resumida e ordenada de um conjunto de dados colhidos pela Contabilidade, que permite evidenciar a posição patrimonial e financeira, bem como o desempenho da entidade em determinado período;
• “[...] representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data” (IBRACON, 2017).
Objetivo
• Relatar às pessoasque utilizam a Contabilidade (usuários) os principais fatos contábeis registrados em determinado período, bem como informar as posições (patrimonial e financeira), o desempenho e os Fluxos de Caixa da entidade, visando subsidiar o processo de tomada de decisão;
• “[...] fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões” (IBRACON, 2017).
Para satisfazer seus objetivos, as demonstrações contábeis devem proporcionar informações acerca da entidade, que juntamente com outros esclarecimentos constantes das notas explicativas, possam ajudar os usuários a terem uma visão das posições, econômica, patrimonial, financeira, do desempenho e dos Fluxos de Caixa, de forma a melhor qualificá-los para a tomada de decisão.
Conforme disposto no item 13 da ITG 2000 – Escrituração Contábil –, todas as Demonstrações Financeiras devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do titular ou do representante legal da entidade e do profissional da Contabilidade legalmente habilitado.
As demonstrações contábeis fornecem informações a respeito de:
Além das informações fornecidas pelas demonstrações contábeis, o processo de tomada de decisão também deve considerar outras, como, por exemplo:
• Condições econômicas gerais;
• Perspectivas para o setor (indústria, comércio e serviços);
• Eventos e clima políticos;
• Leis e regulações.
Decisões tomadas com base nas demonstrações contábeis
De acordo com a Resolução CFC nº 1.374/2011, as demonstrações contábeis devem satisfazer as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam-nas para a tomada de decisões econômicas, tais como:
• Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;
• Avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas;
• Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios;
• Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade;
• Determinar políticas tributárias;
• Determinar a distribuição de lucros e dividendos;
• Elaborar e usar estatísticas da renda nacional;
• Regulamentar as atividades das entidades.
O nível de utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis varia conforme as suas características, na medida em que elas sejam mais ou menos:
• Relevantes;
• Fidedignas;
• Comparáveis;
• Verificáveis;
• Tempestivas;
• Compreensíveis.
Conjunto das demonstrações contábeis
O conjunto completo das demonstrações contábeis está previsto no item 10 da NBC TG 26 R4:
A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados na NBC TG 26 R4, desde que não contrarie a legislação societária brasileira vigente.
Obrigatoriedade de elaboração e divulgação das demonstrações financeiras
A obrigatoriedade de elaborar as demonstrações contábeis está contida nas seguintes legislações:
A obrigatoriedade de elaborações divulgação das demonstrações financeiras varia conforme os seguintes tipos e portes da entidade:
PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME)
MICROEMPRESA (ME) E EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP)
SOCIEDADE ANÔNIMA (SA)
Demonstrações contábeis e legislação do Imposto de Renda
No Brasil, a questão tributária tem elevada complexidade e demanda um amplo conhecimento por parte dos gestores.
Além da divulgação de informações a terceiros, as demonstrações contábeis são também utilizadas, entre outros fins, no processo de prestação de contas dos administradores e para a apuração do resultado sobre o qual, via de regra, incide o Imposto de Renda (IR).
A Lei nº 9.430/1996 estabelece que, a partir do ano-calendário de 1997, o IR das Pessoas Jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, observada a legislação vigente.
Dessa forma, torna-se necessário que as empresas privadas brasileiras e as estrangeiras com operação no Brasil elaborem, ao final de cada período de incidência do IR, as demonstrações financeiras, de forma que seja possível apurar a base sobre a qual incidirá o IR.
O Decreto nº 3.000/1999 regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Estrutura de capital das empresas
Para a doutrina contábil, o termo capital engloba, em sentido amplo, todas as origens e aplicações dos recursos (ativo, passivo e Patrimônio Líquido).
Por isso, precisamos diferenciar essa aplicação abrangente para a doutrina de seu sentido restrito, que nos remete apenas aos recursos dos sócios (capital social ou individual).
A estrutura de capital de uma empresa refere-se aos recursos que lhe financiam, que podem ser de duas origens:
Capital próprio ou Patrimônio Líquido (PL) – recursos dos acionistas ou proprietários da empresa.
Capital de terceiros (passivo) – recursos dos credores.
Nesse contexto, financiar a empresa significa alocar os recursos que têm origem no passivo e no PL em bens e direitos que integram o ativo.
Capital próprio X Capital de terceiros
Tanto o capital próprio quanto o de terceiros podem ser materializados por meio de materiais, produtos, mercadorias e dinheiro.
O capital próprio é composto pelos recursos que os sócios colocaram na organização, para realizar os investimentos necessários ao seu funcionamento.
Quando maior for o volume de capital próprio, maior será a participação dos sócios nos resultados, mas, por outro lado, também maiores serão seus riscos.
O capital de terceiros é comporto pelos recursos vindos de fora da sociedade, ou seja, não vem dos seus sócios.
Em relação ao capital de terceiros, deve-se considerar seu custo, que é traduzido pelos juros, pelas taxas e pelas margens de lucro dos fornecedores.
O capital de terceiros é remunerado com o resultado da atividade operacional da empresa.
Dessa forma, se a empresa tiver muito esse tipo de capital, terceiros usufruirão mais dos resultados da organização que, por outro lado terá menos riscos, pois os riscos são daqueles que a financiam, no caso terceiros (fornecedores, governo, bancos etc.).
Atividades e diferenças de estruturas de capitais
A estrutura de capital de uma empresa varia de acordo com o seu ramo de atuação.
Por exemplo, a estrutura de capital de um banco não tem a mesma estrutura de capital de uma indústria.
Um banco pode ter 10% de recursos de seus sócios, contra 90% de recursos de seus depositantes e outros credores que essa configuração será considerada confortável, mantendo a instituição em equilíbrio.
Por outro lado, uma indústria, normalmente, para ter uma configuração confortável, necessita de maior volume de capital de seus sócios e menor participação de terceiros.
Capital sob a perspectiva do ativo – capital circulante e capital fixo
Como vimos, o capital próprio e o capital de terceiros constituem a fonte de financiamento dos bens e direitos que integram o ativo.
Sob essa perspectiva, o capital traduzido em bens e direitos se classifica em dois grupos, conforme o grau de liquidez:
Ativo circulante
O conceito de capital circulante está relacionado com este grupo, que engloba os ativos que permanecem dentro da empresa por um curto período de tempo, de acordo com o ciclo operacional (normalmente um ano).
Esses bens são convertidos em espécie com maior rapidez (realizáveis), ou já estão disponíveis, normalmente em dinheiro (uso imediato).
O inciso I do artigo 179 da Lei nº 6.404/1976 aponta os itens que devem ser classificados no grupo ativo circulante.
Ativo não circulante
O conceito de capital fixo está relacionado com este grupo, especialmente no que se refere ao subgrupo ativo imobilizado, que é integrado por bens necessários ao funcionamento da empresa e que nãodesaparecem em um único ciclo operacional da empresa.
O capital fixo vai sendo reduzido em função da depreciação, amortização ou exaustão, resultantes da ação do tempo, da utilização ou da obsolescência.
Os incisos III, IV e V do artigo 179 da Lei nº 6.404/1976 definem os itens que devem ser classificados no grupo ativo não circulante.
Contabilidade e Mercado de Trabalho / Aula 4 - Metodologias e enfoques da pesquisa em contabilidade
Introdução
A Contabilidade nasceu em decorrência da necessidade humana de acompanhar e controlar a evolução de seu patrimônio, configurando-se como uma ciência social, na medida em que interage diretamente com a vida de indivíduos e grupos.
A Contabilidade é influenciada pelas transformações da sociedade e do meio em que atua e está se adaptando permanentemente ao contexto das mudanças econômicas e sociais, sem comprometer seu propósito maior: atender aos diversos usuários da informação contábil.
Como ciência, a Contabilidade está apoiada em princípios, postulados e axiomas, que formam a base sobre a qual se estrutura a teoria contábil e seus diferentes enfoques – tema central desta aula.
Razões científicas da Contabilidade
Não podemos questionar a condição da Contabilidade como ciência, pois suas características são suficientes para lhe conferir suporte científico.
Características da ciência contábil
1. Fontes de informação organizadas e tratadas com objetividade;
2. Estabelecimento de princípios e postulados;
3. Capacidade de apresentar verdades sobre novos fatos que podem ser comprovados através de experimentação e modelos que possibilitam estabelecer leis científicas válidas universalmente;
4. Estado de permanente evolução, buscando otimizar o uso dos recursos dos indivíduos, das células sociais e da própria sociedade.
Conceito de Contabilidade
São várias as formas pelas quais podemos conceituar Contabilidade.
Veja abaixo o exemplo constante, na página 27, do Manual de Contabilidade do Sistema CFC/CRCs:
“Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade.”
Em relação aos fenômenos que afetam o patrimônio, a contabilidade:
Observa capta registra resume 
Informa aos interessados DECISÃO
Processo pelo qual são escolhidas algumas ou apenas uma entre muitas alternativas para as ações a serem realizadas.
Classificação da Contabilidade como ciência social
A classificação da Contabilidade como ciência social decorre do fato de que seu objeto de estudo é o patrimônio das células sociais.
A Contabilidade tem diferentes áreas de especialização todas com base científica que sustenta as tecnologias e as aplicação práticas.
Finalidades do conhecimento contábil
O que ocorre em uma entidade, seja pública ou privada, tenha fim lucrativo ou não, interessa à própria entidade, mas também a muitas outras pessoas.
O conhecimento contábil, alimentado pelas informações produzidas pela Contabilidade, principalmente através do sistemático registro das operações e da elaboração das demonstrações financeiras, se presta a diversos usos e aplicações.
Sá (1998, p. 89) aponta as seguintes finalidades para a Contabilidade:
• Orientação para investidores e para o mercado de capitais;
• Orientação para credores e instituições de crédito;
• Orientação societária e trabalhistas;
• Análises científicas para modelos de comportamento da riqueza para ensejar decisões administrativas;
• Desenvolvimento de modelos para prosperidade;
• Implantação de controles governamentais de fiscalização e auditoria fiscal;
• Instrumentos de provas judiciais e perícia contábil;
• Previsões de ocorrências e efeitos orçamentários;
• Explicação de fatos patrimoniais e análises contábeis;
• Investigações sobre irregularidades;
• Dados e pesquisa social e econômica;
• Orientações sobre o meio ambiente natural;
• Investigação e determinação sobre o valor intelectual no capital.
Teoria da Contabilidade
A teoria da Contabilidade é formada por um arcabouço de postulados e princípios que sustenta a prática contábil.
Ferrero (1956 apud HENDRIKSEN, 1999) nos ensina que:
O estudo da teoria da Contabilidade tem o objetivo de analisar o embasamento teórico da ciência contábil, interpretá-lo e traduzi-lo, de forma a possibilitar a aplicação prática do conhecimento no processo contábil.
Para Iudícibus (1997, p. 22 apud SACRAMENTO, 1998):
Podemos conceituar teoria como sendo o conjunto de ideias, princípios, postulados e axiomas que formam a base a partir da qual determinada área do conhecimento se desenvolve, procurando explicar determinados fenômenos que ocorrem no raio de abrangência dos seus interesses.
Para Hendriksen (1999, p. 30):
Enfoques da teoria da Contabilidade
O pensamento necessita de organização, caso contrário se apresentará confuso, vago, e não conseguirá expor as verdades.
O pensamento organizado dá consistência e racionalidade aos alicerces de quaisquer ciências, conduzindo-as por meio de métodos, através do contínuo processo de evolução.
Dessa forma, os métodos se apresentam como elementos fundamentais no processo de evolução de qualquer área do conhecimento.
Via de regra, a aplicação de qualquer método na construção do raciocínio contábil percorre as seguintes etapas:
Existem diferentes métodos de pesquisa. Vamos ver seis, detalhando os três primeiros:
1. Indutivo;
2. Indutivo axiomático;
3. Fenomenológico;
4. Sistêmico;
5. Dialético;
6. Dedutivo.
Método indutivo
Nas palavras de Pasold (2000, p. 101):
Induzir consiste em conduzir o raciocínio com base em alguma coisa observada ou percebida, para um ponto ou conclusão determinada a respeito da mesma, em relação a uma generalidade.
Método indutivo axiomático
Se uma verdade reconhecida está na base de formação e o método percorre todas as etapas de construção do raciocínio contábil, existe uma maior tendência de que sua aplicação seja aceita.
Para Sá (1998, p. 79):
Método fenomenológico
Para a ciência contábil, a essência do método fenomenológico consiste na prevalência da essência sobre a forma.
Em outras palavras, na construção do raciocínio acerca de determinado fenômeno contábil, devemos ter como foco prioritário a realidade, não nos deixando enganar pelas aparências e pelos aspectos formais.
Métodos sistêmico, dialético e dedutivo
Visões da teoria
Uma teoria pode ser vista basicamente sob três diferentes ângulos:
a) Como linguagem;
b) Como raciocínio;
c) Como decreto.
Vejamos com mais detalhes...
TEORIA COMO LINGUAGEM
A linguagem da Contabilidade é voltada basicamente para os negócios e, sob essa abordagem, devem ser consideradas três dimensões:
Pragmática;
• Semântica;
• Sintaxe.
TEORIA COMO RACIOCÍNIO
Os métodos dedutivo e indutivo são os principais na pesquisa contábil, embora outros possam ser considerados.
Sobre esses dois métodos de raciocínio (indutivo e dedutivo) renomados autores dissertaram, abordando-os sob o prisma da ciência contábil. Clique aqui e veja dois quadros consolidados para sua melhor compreensão.
TEORIA COMO DECRETO
A teoria como decreto permite a abordagem dos métodos indutivo e dedutivo sob a visão das teorias descritivas (positivas), ou prescritivas (normativas).
O que se observa é que as teorias descritivas e prescritiva se complementam na formação do pensamento contábil.
Contabilidade e Mercado de Trabalho / Aula 5 - Relatórios contábeis/estrutura de capital
Introdução
Um dos mais relevantes propósitos da Contabilidade é fornecer a seus usuários informações sobre os resultados alcançados e dados de natureza patrimonial, orçamentária, econômica e financeira. Isso é feito por meio das demonstrações contábeis ou financeiras.
Diferentes grupos – gestores, acionistas, credores, investidores, governo e sociedade – têm interesse nessas demonstrações, pois necessitam delas para suas atividades e, principalmente, para tomar decisões.
Estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro
A estrutura conceitual básica da Contabilidade fornece um conjunto de princípiose de normas que tem o objetivo de guiar a prática contábil.
No Brasil, algumas instituições tratam dessa estrutura. São elas:
Conselho federal de contabilidade (CFC)
Entre os atos do CFC, encontra-se a Resolução CFC nº 1.374/2011, que dá nova redação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.
Relatório Contábil-Financeiro
Novo nome dado pelo International Accounting Standards Board (IASB) às demonstrações contábeis.
Entre os atos do CFC, encontra-se a Resolução CFC nº 1.374/2011, que dá nova redação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.
Comissão de valores mobiliários (CVM)
Aquelas que tem o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM emite instruções que estabelecem normas e procedimentos para, entre outros aspectos, a elaboração de demonstrações financeiras.
Aquelas que tem o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM emite instruções que estabelecem normas e procedimentos para, entre outros aspectos, a elaboração de demonstrações financeiras.
De acordo com a Resolução CFC nº 1.055/2005, trata-se daquele que tem como objetivo:
“[...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais”.
Comitê de pronunciamento contábeis (CPC )
De acordo com a Resolução CFC nº 1.055/2005, trata-se daquele que tem como objetivo:
“[...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais”.
Saiba mais
Conforme aponta o Pronunciamento Conceitual Básico (R1), emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis:
“[...] as demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios interesses. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo esta Estrutura Conceitual”.
Demonstrações contábeis
A NBC TG 26, aprovada pela Resolução CFC nº 1.185/2009, estabelece requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo, em consonância com o CPC 26, de 15/12/2011.
Conceito
• Exposição resumida e ordenada de um conjunto de dados colhidos pela Contabilidade, que permite evidenciar a posição patrimonial e financeira, bem como o desempenho da entidade em determinado período;
• “[...] representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data” (IBRACON, 2017).
Objetivo
• Relatar às pessoas que utilizam a Contabilidade (usuários) os principais fatos contábeis registrados em determinado período, bem como informar as posições (patrimonial e financeira), o desempenho e os Fluxos de Caixa da entidade, visando subsidiar o processo de tomada de decisão;
• “[...] fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões” (IBRACON, 2017).
Para satisfazer seus objetivos, as demonstrações contábeis devem proporcionar informações acerca da entidade, que juntamente com outros esclarecimentos constantes das notas explicativas, possam ajudar os usuários a terem uma visão das posições, econômica, patrimonial, financeira, do desempenho e dos Fluxos de Caixa, de forma a melhor qualificá-los para a tomada de decisão.
Conforme disposto no item 13 da ITG 2000 – Escrituração Contábil –, todas as Demonstrações Financeiras devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do titular ou do representante legal da entidade e do profissional da Contabilidade legalmente habilitado.
As demonstrações contábeis fornecem informações a respeito de
Além das informações fornecidas pelas demonstrações contábeis, o processo de tomada de decisão também deve considerar outras, como, por exemplo:
• Condições econômicas gerais;
• Perspectivas para o setor (indústria, comércio e serviços);
• Eventos e clima políticos;
• Leis e regulações.
Decisões tomadas com base nas demonstrações contábeis
De acordo com a Resolução CFC nº 1.374/2011, as demonstrações contábeis devem satisfazer as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam-nas para a tomada de decisões econômicas, tais como:
• Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;
• Avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas;
• Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios;
• Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade;
• Determinar políticas tributárias;
• Determinar a distribuição de lucros e dividendos;
• Elaborar e usar estatísticas da renda nacional;
• Regulamentar as atividades das entidades.
O nível de utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis varia conforme as suas características, na medida em que elas sejam mais ou menos:
• Relevantes;
• Fidedignas;
• Comparáveis;
• Verificáveis;
• Tempestivas;
• Compreensíveis.
Conjunto das demonstrações contábeis
O conjunto completo das demonstrações contábeis está previsto no item 10 da NBC TG 26 R4:
A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados na NBC TG 26 R4, desde que não contrarie a legislação societária brasileira vigente.
Obrigatoriedade de elaboração e divulgação das demonstrações financeiras
A obrigatoriedade de elaborar as demonstrações contábeis está contida nas seguintes legislações:
A obrigatoriedade de elaborações divulgação das demonstrações financeiras varia conforme os seguintes tipos e portes da entidade:
PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME)
No que se refere às demonstrações contábeis para Pequenas e Médias Empresas (PMEs), as seções 03 a 09 da NBC TG 1000 (R1), que trata da Contabilidade para empresas desse porte, cuidam da questão.
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) – que pode ser substituída pela DLPA;
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) – obrigatória se substituir a DRA ou a DMPL;
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) – que pode ser substituída pela DLPA;
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
• Notas Explicativas (NEs).
De acordo com a redação da ementa da Lei nº 11.638/2007:
“[...] estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras”.
Há controvérsia quanto à obrigatoriedade de publicação das demonstrações financeiras pelas sociedades limitadas de grande porte.
Entende-se por sociedade de grande porte as que tiverem ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões (parágrafo único do artigo 3º da Lei nº 11.638/2007).
MICROEMPRESA (ME) E EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP)
No que se refere às demonstrações contábeis para Microempresas(MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs), os itens 26 e 27 da Resolução CFC nº 1.418/2012, que aprova a ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, tratam da questão:
“A entidade deve elaborar o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado e as Notas Explicativas ao final de cada exercício social. Quando houver necessidade, a entidade deve elaborá-los em períodos intermediários.
A elaboração do conjunto completo das Demonstrações Contábeis, incluindo além das previstas no item 26, a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Resultado Abrangente e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, apesar de não serem obrigatórias para as entidades alcançadas por esta Interpretação, é estimulada pelo Conselho Federal de Contabilidade”.
SOCIEDADE ANÔNIMA (SA)
As únicas sociedades obrigadas a publicar suas demonstrações financeiras são aquelas constituídas por ações, de capital aberto ou fechado, com as seguintes exceções:
• A companhia fechada que tiver menos de vinte acionistas, com Patrimônio Líquido inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), poderá deixar de publicar suas demonstrações financeiras, desde que elas sejam arquivadas na Junta Comercial (artigo 294, inciso II, da Lei nº 6.404/1976);
• A companhia fechada, com Patrimônio Líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), não será obrigada à elaboração e publicação da DFC (artigo 176, parágrafo 6º, da Lei nº 6.404/1976);
• Apenas as companhias abertas estão obrigadas a elaborar e publicar a Demonstração do Valor Adicionado (inciso V do caput do artigo 176 da Lei nº 6.404/1976).
O Capítulo XV da Lei nº 6.404/1976 trata das demonstrações financeiras, e o artigo 176 traz a relação das demonstrações contábeis, cujas elaboração e publicação são obrigatórias por parte das S.A.
Demonstrações contábeis e legislação do Imposto de Renda
No Brasil, a questão tributária tem elevada complexidade e demanda um amplo conhecimento por parte dos gestores.
Além da divulgação de informações a terceiros, as demonstrações contábeis são também utilizadas, entre outros fins, no processo de prestação de contas dos administradores e para a apuração do resultado sobre o qual, via de regra, incide o Imposto de Renda (IR)
A Lei nº 9.430/1996 estabelece que, a partir do ano-calendário de 1997, o IR das Pessoas Jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, observada a legislação vigente.
Dessa forma, torna-se necessário que as empresas privadas brasileiras e as estrangeiras com operação no Brasil elaborem, ao final de cada período de incidência do IR, as demonstrações financeiras, de forma que seja possível apurar a base sobre a qual incidirá o IR.
O Decreto nº 3.000/1999 regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Decreto nº 3.000/1999
Art. 274. Ao fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte deverá apurar o lucro líquido mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com observância das disposições da Lei nº 6.404, de 1976 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI, Lei nº 7.450, de 1985, art. 18, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 5º).
§ 2º O balanço ou balancete deverá ser transcrito no Diário ou no LALUR (Lei nº 8.383, de 1991, art. 51, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º, § 3º).
Art. 275. O contribuinte deverá elaborar demonstração do lucro real, discriminando (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 8º, § 1º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º):
I - o lucro líquido do período de apuração;
II - os lançamentos de ajuste do lucro líquido, com a indicação, quando for o caso, dos registros correspondentes na escrituração comercial ou fiscal;
III - o lucro real.
Parágrafo único. A demonstração do lucro real deverá ser transcrita no LALUR (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 8º, inciso I, alínea “b”).
A Deliberação CVM nº 676/2011 também trata dessas demonstrações.
Estrutura de capital das empresas
Para a doutrina contábil, o termo capital engloba, em sentido amplo, todas as origens e aplicações dos recursos (ativo, passivo e Patrimônio Líquido).
Por isso, precisamos diferenciar essa aplicação abrangente para a doutrina de seu sentido restrito, que nos remete apenas aos recursos dos sócios (capital social ou individual).
A estrutura de capital de uma empresa refere-se aos recursos que lhe financiam, que podem ser de duas origens:
Capital próprio ou Patrimônio Líquido (PL) – recursos dos acionistas ou proprietários da empresa.
Capital de terceiros (passivo) – recursos dos credores.
Nesse contexto, financiar a empresa significa alocar os recursos que têm origem no passivo e no PL em bens e direitos que integram o ativo.
Passivo e no PL
O passivo e o PL constituem a origem de todos os recursos que são aplicados em bens e direitos e que integram o ativo.
Capital próprio X Capital de terceiros
Tanto o capital próprio quanto o de terceiros podem ser materializados por meio de materiais, produtos, mercadorias e dinheiro
O capital próprio é composto pelos recursos que os sócios colocaram na organização, para realizar os investimentos necessários ao seu funcionamento.
Quando maior for o volume de capital próprio, maior será a participação dos sócios nos resultados, mas, por outro lado, também maiores serão seus riscos.
O capital de terceiros é comporto pelos recursos vindos de fora da sociedade, ou seja, não vem dos seus sócios.
Em relação ao capital de terceiros, deve-se considerar seu custo, que é traduzido pelos juros, pelas taxas e pelas margens de lucro dos fornecedores.
O capital de terceiros é remunerado com o resultado da atividade operacional da empresa.
Dessa forma, se a empresa tiver muito esse tipo de capital, terceiros usufruirão mais dos resultados da organização que, por outro lado terá menos riscos, pois os riscos são daqueles que a financiam, no caso terceiros (fornecedores, governo, bancos etc.).
Atividades e diferenças de estruturas de capitais
A estrutura de capital de uma empresa varia de acordo com o seu ramo de atuação.
Por exemplo, a estrutura de capital de um banco não tem a mesma estrutura de capital de uma indústria.
Um banco pode ter 10% de recursos de seus sócios, contra 90% de recursos de seus depositantes e outros credores que essa configuração será considerada confortável, mantendo a instituição em equilíbrio.
Por outro lado, uma indústria, normalmente, para ter uma configuração confortável, necessita de maior volume de capital de seus sócios e menor participação de terceiros.
Capital sob a perspectiva do ativo – capital circulante e capital fixo
Como vimos, o capital próprio e o capital de terceiros constituem a fonte de financiamento dos bens e direitos que integram o ativo.
Sob essa perspectiva, o capital traduzido em bens e direitos se classifica em dois grupos, conforme o grau de liquidez:
Ativo circulante
O conceito de capital circulante está relacionado com este grupo, que engloba os ativos que permanecem dentro da empresa por um curto período de tempo, de acordo com o ciclo operacional (normalmente um ano).
Esses bens são convertidos em espécie com maior rapidez (realizáveis), ou já estão disponíveis, normalmente em dinheiro (uso imediato).
O inciso I do artigo 179 da Lei nº 6.404/1976 aponta os itens que devem ser classificados no grupo ativo circulante.
Ativo não circulante
O conceito de capital fixo está relacionado com este grupo, especialmente no que se refere ao subgrupo ativo imobilizado, que é integrado por bens necessários ao funcionamento da empresa e que não desaparecem em um único ciclo operacional da empresa.
O capitalfixo vai sendo reduzido em função da depreciação, amortização ou exaustão, resultantes da ação do tempo, da utilização ou da obsolescência.
Os incisos III, IV e V do artigo 179 da Lei nº 6.404/1976 definem os itens que devem ser classificados no grupo ativo não circulante.

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