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Revestimentos de superfícies com materiais metálicos e inorgânicos I-REVESTIMENTOS METÁLICOS: São revestimentos onde se emprega metais que podem ter como função: a decoração (ouro, prata); o aumento da resistência ao atrito (índio e cobre); a recuperação de peças desgastadas (cromo) e a resistência à corrosão (cromo, níquel, alumínio, zinco, cádmio, estanho). As técnicas mais utilizadas para aplicação de revestimentos metálicos são: cladização, imersão a quente (galvanização), aspersão térmica (metalização) e eletrodeposição. 1. Cladização: Pode ser feita pela laminação conjunta, a quente, de chapas do metal base (a se proteger) com a chapa de revestimento (resistente à corrosão), pelo processo de explosão ou por solda. Exemplo: a cladização do aço carbono com aço inoxidável, níquel, titânio e tântalo tem sido muito usada em vasos de pressão, reatores e tanques de armazenamento. O aço dá ao equipamento as propriedades mecânicas necessárias, e o aço inoxidável, ou os outros metais, fornece resistência ao meio corrosivo, não havendo necessidade de se usar grandes espessuras de materiais metálicos de custo elevados. http://multiclad.com.br/12.html http://www.youtube.com/watch?v=pHXDvXOLDVk 2. Imersão a quente: é a técnica em que se mergulha o material metálico em um banho do metal (protetor) fundido, obtendo-se o revestimento. É um processo muito usado para revestimento de aço com estanho (estanhagem), com cobre (copperweld – fio de aço revestido com cobre), com alumínio (aluminação – combina a resistência do aço com a característica de ser resistente à corrosão do alumínio) e com zinco (galvanização ou zincagem) A espessura do revestimento depende do tempo de imersão e da temperatura do banho, assim, esses fatores são controlados rigorosamente. 3. Aspersão térmica (Metalização): O processo de metalização consiste na aplicação de um revestimento, metálico ou não-metálico, usando-se uma pistola de aspersão ou de metalização. Basicamente uma pistola de aspersão é dotada de chama oxi-acetilênica e é alimentada com fio ou pó do material metálico a ser utilizado como revestimento. A liga, ou o metal, é aquecida até fusão e por meio de ar comprimido é projetada, sob a forma de finíssimas partículas, em um substrato adequadamente preparado, como, por exemplo, por jateamento abrasivo. Quando as partículas metálicas tocam o substrato se solidificam, ligando-se à superfície metálica a ser protegida, em camadas lamelares. São também usadas pistolas em que o aquecimento é feito por chama oxi-acetilênica, sendo usado um aquecimento por meio de arco elétrico ou voltaico. Para materiais ou compostos metálicos de pontos de fusão elevados é usado o processo de plasma. Nesse processo um gás inerte, como argônio, nitrogênio ou hélio, é ionizado em um arco elétrico e a energia produzida eleva a temperatura do fluxo de gás para cerca de 8000ºC, e o material metálico ou não metálico, sob a forma de pó, é colocado nesse fluxo onde funde imediatamente e é dirigido para a superfície a ser revestida. O material do revestimento atinge a superfície já numa temperatura baixa permitindo que o substrato com ponto de fusão baixo possa ser revestido pelo processo de plasma. É usado para depositar, entre outros materiais, tântalo, molibdênio, ligas de cobalto, alumina, óxido de zircônio e carbetos de boro e de tungstênio, visando-se a proteção contra a corrosão ou contra a abrasão. A metalização é muito usada para diversos fins como recuperação de peças gastas, aplicação de revestimentos duros e também paa proteção contra corrosão. São usadas metalizações com zinco, alumínio, estanho, chumbo, cobre cromo, níquel latão, aço inoxidável etc. No controle de qualidade do fio ou do pó metálico, na presença de umidade no ar comprimido, na temperatura e no preparo da superfície, reside o bom resultado do processo de metalização. A superfície deve ser bem preparada para garantir firme aderência do revestimento, usando-se, por exemplo, o jateamento abrasivo. Em alguns casos, na proteção contra a corrosão procura-se combinar a metalização com a pintura, para aumentar a durabilidade do revestimento e também diminuir a porosidade do metal depositado. http://www.metalica.com.br/metalizacao-revestimentos-por-aspersao-termica/ 4. Eletrodeposição: Processo comumente utilizado por ser possível a obtenção de um revestimento muito e relativamente livre de poros. Trata-se de uma eletrólise: o material a ser protegido é colocado no cátodo e o eletrólito contém sal do metal protetor. Anodo insolúvel: Catodo: Mn+ + ne M Anodo: 2OH- H2O + ½ O2 + 2e Anodo solúvel: Catodo: Mn+ + ne M Anodo: M Mn+ ne II- REVESTIMENTOS INORGÂNICOS NÃO-METÁLICOS: Os revestimentos não-metálicos inorgânicos são aqueles constituídos de compostos inorgânicos que são depositados diretamente na superfície metálica ou formados sobre essa superfície. 1. Anodização. Para o alumínio, de acordo com o tempo de exposição ao ar, forma-se uma película protetora de óxido que apresenta grande aderência e boa resistência à corrosão. De acordo com o tempo de exposição ao ar tem-se determinada espessura desse óxido, assim, por exemplo, em uma exposição de um dia é formada uma camada de 0,001µm e em um ano é formada uma camada de 0,01-0,03µm. A anodização é utilizada para se obter a camada de óxido de forma mais rápida e em espessuras maiores que a natural. Para tanto, pode-se fazê-la por dois métodos: o químico e o eletrolítico. Na oxidação por métodos químicos trata-se o alumínio com soluções de cromatos ou dicromatos em presença de carbonatos alcalinos, a quente. A camada de óxido obtida tem espessura de 1-2 µm, apresenta grande aderência, pouca elasticidade e serve como excelente base para pintura sobre alumínio, sendo utilizada com excelente base para pintura sobre alumínio, sendo utilizada na indústria aeronáutica como base para aplicação do primer de cromato de zinco, em estruturas de alumínio ou suas ligas. A oxidação eletrolítica utiliza-se o tratamento do metal, em solução adequada, colocando-se o material metálico como anodo, daí o processo ser chamado anodização. Por exemplo, para o alumínio tem-se a reação no anodo, com formação da película de óxido de alumínio: 2Al + 3H2O Al2O3 + 6H+ + 6e- Após a anodização, faz-se a selagem com água em ebulição ou vapor d’água sob pressão, ou em solução de dicromato de potássio durante cerca de 30 minutos. Essa selagem é necessária devido a camada de óxido ser porosa e estar sujeita a depósitos de agentes químicos. Dica: O alumínio anodizado é muito utilizado em construção civil e deve-se evitar seu contato com argamassa de cimento úmida. 2. Cromatização: processo em que o revestimento obtido é produzido em soluções contendo cromatos ou ácido crômico. Esse revestimento pode ser feito sobre o metal ou sobre camadas de óxidos ou de fosfatos. No primeiro caso, o objetivo é aumentar a resistência à corrosão como no aço galvanizado, para evitar a corrosão ou oxidação branca ou melhorar a aderência de tintas sobre materiais metálicos, como alumínio e magnésio ou suas ligas. No segundo caso, é utilizado como vedante de poros suplementando a proteção dada pelas camadas de óxido ou fosfatos obtidos respectivamente por anodização ou fosfatização. Costuma-se adicionar, na solução de cromatização, ativadores como sulfato, nitrato, cloreto, fluoreto, fosfato ou acetato. Eles aceleram o ataque do metal, e o hidrogênio resultante reduz parte do íon dicromato, dando hidróxido de cromo e cromato básico de cromo, Cr(OH)3.Cr(OH)CrO4, que se depositam sobrea superfície. Essa camada contém, também, óxido do metal tratado e metal alcalino, sob a forma de cromato duplo básico. São prováveis as reações: M Mn+ + ne nH+ + ne n/2 H2 HCr2O7- + 3H2 2Cr(OH)3 + OH- Cr2O72- + 3H2 + 2H+ 2Cr(OH)3 + H2O E com a elevação do pH tem-se: 2Cr(OH)3 + Cr2O42- + 2H+ Cr(OH)3.Cr(OH)CrO4 + 2H2O A cromatização pode ser feita em meio básico ou ácido, geralmente em temperaturas ambientes. O tempo de tratamento varia de segundos a alguns minutos e o revestimento pode ser aplicado por imersão ou jateamento. Depois da cromatização o material é cuidadosamente lavado e seco. A espessura desse revestimento varia entre 0,01 e 1 µm, contendo diferentes colorações: incolor, azulado, amarelo, violáceo, verde-oliva e verde. 3. Fosfatização: A fosfatização permite a aplicação de camada de fosfato sobre variados materiais metálicos como ferro, zinco, aluminío, cádmio e magnésio. Esse tipo de revestimento tem especial importância que decorre, não propriamente, das suas propriedades intrínsecas, e sim de seus efeitos secundários, pois a camada fosfatizante, por si só, não tem qualidades senão medíocres, para não dizer fracas, porém a sua presença exalta a eficiência de outros meios convencionais de proteção. Isso ocorre devido ao aumento de porosidade e área específica da superfície tratada, o que permite alguma penetração de tinta (ou absorção de óleos lubrificantes protetivos), de modo a criar uma unidade integrada metal base/depósito/recobrimento orgânico. A aderência do filme aplicado é, então, muito maior do que no caso de uma superfície não-tratada. Assim, a película de fosfato permite uma boa aderência dos esquemas de pintura aos substratos e melhora a resistência à corrosão conferida pelos revestimentos.
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