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RELATÓRIO DE CONDUTIMETRIA

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Universidade Federal Do Ceará
Centro de Ciências
Departamento de Química Analítica e Físico-Química
Curso: Farmácia
Disciplina: Físico-Química Aplicada A Farmácia
Prática da determinação da concentração micelar crítica de um surfactante por condutimetria
Docente: Adriana Nunes Correia 
Discente: Lorena Karla Estevam da Silva
Matrícula: 385870
Objetivo
Estudar a formação de micelas através da medida de condutividade de soluções aquosas de SDS (dodecilsulfato de sódio) com diferentes concentrações e a partir disso, determinar, graficamente, a concentração micelar crítica do SDS por condutimetria. 
Procedimento experimental
Em uma bureta colocou-se 30 mL de SDS (dedocilsulfato de sódio). O condutivímetro se encontrava calibrado. Transferiu-se para o béquer de água destilada. Mediu-se a condutividade elétrica da água. Em seguida, adicionou-se 3 mL do conteúdo da bureta, depois 1 ml e a partir daí de em até completar , sempre sob agitação. Após cada volume adicionado a solução foi homogeneizada com a ajuda de uma barra magnética, logo em seguida conferiu-se a ausência de bolhas e foi feita a leitura da condutância para cada volume adicionado da solução estoque. 
Resultados e discussão
Considerações do experimento:
Temperatura: 27°C
Concentração da solução estoque de SDS: 30 mM
Volume inicial de água: 50mL
Condutância inicial da água (Li) 2,80 µS
O surfactante SDS (dodecil sulfato de sódio) possui sua concentração micelar crítica estabelecida pela literatura num valor de 8,1mmol/L. A partir das condições experimentais da prática, foi possível determinar valores das concentrações da solução resultante e seus respectivos valores de condutância de acordo com o volume adicionado. Os cálculos estão em anexo. Com os valores obtidos, foi possível determinar a concentração micelar crítica graficamente. 
O SDS (dodecilsulfato de sódio) é um tipo de tensoativo aniônico que tem como característica uma molécula constituída por uma cadeia apolar longa e uma cabeça polar ou iônica carregada negativamente. A sua reação com a água é caracteriza-se pela seguinte equação: 
𝑁𝑎𝐶12𝐻25𝑆𝑂4 → 𝑁𝑎+ + 𝐶12𝐻25𝑆𝑂4− (1)
Na presença de água o SDS é dissociado e uma parte origina monômeros, enquanto outra parte origina uma monocamada instável. Quando a concentração de monômeros atinge uma determinada concentração mínima, designada concentração micelar crítica (cmc), há a formação de micelas. Quanto maior a concentração da solução mais saturada de monômeros ela fica, em algum momento, não haverá mais espaço na superfície da solução para comportar esses monômeros, então essas moléculas se agrupam, formando micelas. Estas são estruturas globulares formadas por um agregado de moléculas anfipáticas (possuem características polares e apolares). Geralmente a parte polar das moléculas interage com o solvente, enquanto que a zona apolar fica no interior da micela, diminuindo o contato desta com o solvente. 
A condutividade reflete a tendência à passagem da corrente, sendo o inverso da resistência. As soluções iônicas produzem eletricidade devido à presença de íons. Quanto maior for a quantidade de partículas carregadas e quanto maior a carga, maior será a condutividade da mesma. O SDS é um eletrólito forte e baixas concentrações deste tensoativo forma íons completamente dissociados e sua condutividade se dá pela soma desses íons. Porém, com as constantes adições de SDS à solução, em um determinado momento, o aumento da concentração ultrapassa a cmc e e os íons ao invés de se dissociarem formam micelas.
Das medições efetuadas, obteve-se os resultados a seguir:
	V/mL (SDS)
	C / Mm
	LOBS/ µS
	Lf/µS
	0
	0,00
	2,80
	0,00
	3
	1,70
	131,3
	128,5
	4
	2,22
	166,4
	163,6
	6
	3,21
	234
	231
	8
	4,14
	300
	297
	10
	5,00
	344
	341
	12
	5,81
	389
	386
	14
	6,56
	422
	419
	16
	7,27
	450
	447
	18
	7,94
	477
	474
	20
	8,57
	500
	497
	22
	9,17
	520
	517
	24
	9,73
	539
	536
	26
	10,26
	557
	554
	28
	10,77
	572
	569
	30
	11,25
	587
	584
É possível verificar que a condutância aumenta proporcionalmente ao aumento da concentração de SDS. A partir das condições experimentais da prática, foi possível determinar valores das concentrações ada solução resultante e seus respectivos valores de condutância de acordo com o volume adicionado. Com os valores obtidos, foi possível determinar a concentração micelar crítica graficamente. 
As fórmulas utilizadas foram:
Para o cálculo da concentração da solução resultante foi utilizada a seguinte equação:
C1.V1 = C2.V2
Em que: C1 é a concentração da solução estoque de SDS (30mM); V1 é o volume de SDS adicionado à solução; C2 é a concentração da solução resultante e V2 é o volume da solução resultante (50mL de água + o volume de SDS adicionado);
Para o cálculo da condutância elétrica final da solução resultante utilizou-se a seguinte equação:
Lf = LOBS – Li
Em que: Lf é a condutância elétrica final da solução resultante; LOBS é a condutância elétrica observada na solução resultante; Li é a condutância inicial da água (2,80 µS).
Todos os cálculos realizados e o gráfico estão em anexo.
O ponto no qual as retas se interceptam corresponde à CMC. Acima deste ponto a um aumento de formação de micelas na solução o que é observado pela variação de condutividade. Já abaixo do ponto obtido como CMC a variação da condutividade é devida a adição do SDS na solução, o qual se apresenta primeiramente na forma de monômeros, atuando como eletrólito forte.
	O valor obtido é distante do encontrado na literatura . Essa diferença pode ser explicada a partir dos diversos erros experimentais como por exemplo, a formação de bolhas durante o preenchimento da bureta o que dificultou a leitura do menisco durante as adições de SDS, a troca de analista a cada adição de SDS bem como a vidraria utilizada não ser a adequada por não permitir um total preenchimento da célula.
Conclusão
Foi possível determinar graficamente o valor de CMC dpara a solução de dodecilsulfato de sódio a partir da relação da variação da condutância elétrica com a concentração. Quanto maior a concentração de SDS maior o valor de condutância elétrica. O resultado obtido é diferente ao mencionado na literatura mencionado na literatura (8,1mM), entretanto essa discrepância pode ser explicada pelos diversos erros experimentais acometidos durante o experimento.
Referências bibliográficas
TENSOATIVOS. Química, propriedades e aplicações. Disponível em: < http://www.usp.br/massa/2014/qfl2453/pdf/Tensoativos-livrodeDecioDaltin-Capitulo1.pdf> Acesso em: 10 Nov 2016
MANUAL DE PRÁTICAS físico-químicas da Universidade Federal do Ceará.
MORAES, S.L.; REZENDE, M.O.O. Determinação da concentração micelar crítica de ácidos húmicos por medidas de condutividade e espectroscopia. Química Nova, v. 27, n. 5, p. 701-705, 2004.v

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