Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ANALÍTICA E FÍSICO-QUÍMICA DISCIPLINA: FÍSICO-QUÍMICA APLICADA A FARMÁCIA ADRIELLE LIMA FONTELES RELATÓRIO: TENSÃO SUPERFICIAL E CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA Fortaleza – CE 2021 2 SUMÁRIO 1. Introdução......................................................................................................... 03 1.1 Polaridade ................................................................................................... 03 1.2 Tensão Superficial ..................................................................................... 04 1.3 Tensoativos ................................................................................................. 05 1.4 Comportamento Dos Tensoativos Em Solução ....................................... 06 1.5 Tensiômetro ................................................................................................ 08 2. Objetivos ........................................................................................................... 09 2.1 Objetivos Gerais ........................................................................................ 09 2.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 09 3. Materiais e Métodos ........................................................................................ 10 3.1 Fluxograma 01 ........................................................................................... 10 3.2 Fluxograma 02 ........................................................................................... 11 4. Resultado e Discussão ...................................................................................... 13 4.1 Fórmula do Coeficiente de Tensão Superficial ....................................... 13 4.2 Determinação da CMC por Tensiometria ............................................... 15 4.3 Determinando os Resultados da CMC ......................................................15 4.4 Valores da Condutância Final .................................................................. 16 4.5 Tabela Concentração SDS ........................................................................ 17 4.6 Tabela Concentração CTAB ..................................................................... 18 4.7 Determinação das Coordenadas Cartesianas SDS ................................. 20 4.8 Determinação das Coordenadas Cartesianas CTAB ............................. 21 5. Aplicações ......................................................................................................... 23 5.1 Aplicações na Industria Farmacêutica .................................................... 26 5.2 Curiosidades ............................................................................................... 26 6. Conclusão ......................................................................................................... 25 7. Bibliografia ....................................................................................................... 26 3 1. INTRODUÇÃO 1.1 POLARIDADE Entende-se que a polaridade de uma molécula é resultado das suas ligações químicas e de sua estrutura. As ligações químicas entre dois átomos podem ser polares ou apolares. A polaridade de uma ligação é maior ou menor, dependendo da eletronegatividade dos átomos envolvidos. Segundo CANTO, Eduardo Leite. Química na abordagem do cotídiano. Saraiva, 2015. ‘’Denomina-se eletronegatividade a tendência que o átomo de um determinado elemento apresenta para atrair elétrons’’. Fig. 01: A eletronegatividade dos átomos na tabela periódica, cresce da esquerda para a direita e de baixo para cima. Com bases nos estudos obtidos anteriormente na disciplina de Química Geral, é possível ver que quando dois átomos de mesma eletronegatividade formam uma ligação covalente, a mesma é chamada de ligação apolar, pois os elétrons envolvidos estão estatisticamente distribuídos na região próxima a cada átomo. No caso da água, a molécula é polar em virtude da grande diferença de eletronegatividade entre o hidrogênio e o oxigênio. 4 Fig. 1.1: Representatividade molécula da água. Fonte: Disponível em usp.br/massa/2014/qfl2453/pdf/Tensoativos-livrodeDecioDaltin-Capitulo1.pdf<acesso em 14 de abril de 2021> A molécula de água apresenta um ângulo de 104,5° em virtude das repulsões eletrostáticas internas da molécula. Vale lembrar que a água é uma molécula polar pelo fato de apresentar uma forma angular. 1.2 TENSÃO SUPERFICIAL Sabe-se que cada molécula de água sofre forte atração das moléculas vizinhas. (DECIO, DALTIN 2011). Porém, a soma vetorial das forças de atração tem uma resultante nula, já que há vizinhas por todos os lados. Entretanto, é possível observar que esse fator não ocorre com as moléculas de água que estão na superfície, o motivo disso que é as moléculas na superfície do líquido sofrem a penas para baixo e para os lados, formando assim uma tensão superficial. Fig. 1.2: Esquema representativo da tensão superficial da água. Fonte: Disponível em: https://www.infoescola.com/quimica/ligacao-de-hidrogenio/. <cesso em: 14 de abril de 2021> 5 Fig. 1.3: Representação das forças das moléculas no meio e na superfície. Fonte: Disponível em pt.khanacademy.org/science/biology/water-acids-and-bases/cohesion-and-adhesion/a/cohesion- and-adhesion-in-water.<Acesso em 14 de abril de 2021> 1.3 TENSOATIVOS ‘’Tensoativo é um tipo de molécula que apresenta uma parte com característica apolar ligada a uma outra parte com característica polar, que é responsável pela solubilidade da molécula em água. Sabões, detergentes, xampus e sabonetes são exemplos de tensoativos amplamente utilizados.’’ (DALTIN, D, 2011) Fig. 1.3: Representação de uma molécula de tensoativo. Fonte: DALTIN, Decio, 2011 Os tensoativos, também podem ser chamados de surfactantes, e estes por sua vez, são divididos em: catiônicos, aniônicos, anfóteros e não iônicos. Essa divisão é feita de acordo com a polaridade de cada um desses. 6 Os catiônicos apresentam carga positiva, com isso eles adsorvem facilmente os substratos carregados negativamente, como por exemplo, o cabelo, as fibras têxteis e as membranas das células, fazendo com que funcionem bem como como agentes antiestáticos. Características: constituem uma classe representada por poucos tensoativos. Atualmente só há disponibilidade de tensoativos catiônicos baseados no nitrogênio quaternário. Esses tensoativos apresentam as mais altas toxicidades aquáticas quando comparados com as outras classes de tensoativos. Já os aniônicos possuem carga negativa e por sua vez, eles são o de maior volume de produção devido ao seu baixo custo e sua grande aplicação nas formulações de sabões e detergentes. Seguindo a ordem, temos os anfóteros, que se comportam como aniônicos ou catiônicos, dependendo do pH da solução. Suas propriedades podem variar em espumante, umectação, detergência. Porém essas características dependem do pH do meio. Constituem a classe de tensoativos menos utilizada no mercado por causa do alto custo. E por fim, os não iônicos, que constituem a segunda classe de tensoativos mais utilizada no mercado. Estes, não se dissociam em íons em solução aquosa, por isso são compatíveis com qualquer outro tipo de tensoativo. Fig. 1.4: Representação de tensoativos conforme as suas classes, onde (A) Catiônicos, (B) Aniônicos, (C) Anfóteros, (D) Não Iônicos Fonte: Surfactantes sintéticos e biossurfactantes: vantagens e desvantagens. 1.4 COMPORTAMENTO DOS TENSOATIVOS EM SOLIUÇÃO A partir do embasamento dado sobre os conceitos de polaridade, tensão superficial e tensoativos, é importanteressaltar agora sobre o comportamento destes tensoativos em solução. Quando uma molécula tensoativa é solubilizada em água, a parte polar, ou seja, hidrofílica, da molécula auxilia na sua solubilização, enquanto a parte apolar, ou seja, hidrofóbica, diminui a solubilidade. Caso a parte hidrofílica seja suficientemente polar para solubilizar a parte apolar, a solução é estável, mas continua havendo uma tensão http://qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=tema.102 7 entre a estabilidade da parte hidrofílicas e a parte hidrofóbica. De maneira semelhante, a mesma molécula tensoativa, quando solubilizada em uma fase orgânica, como por exemplo, um óleo, tem a parte hidrofóbica responsável pela sua solubilidade. Caso a parte lipofílica seja suficientemente grande em comparação com a polaridade da parte hidrofílica, o tensoativo se mantém solúvel em óleo, mesmo havendo a tensão. Ou seja, de modo a concluir esse raciocínio um tensoativo por ter características hidrofílica e lipofílica na mesma molécula, nunca vai apresentar uma total estabilidade. O que pode ser citado para facilitar a compreensão é quando se coloca óleo e água em um mesmo recipiente, após que houver uma determinada agitação, esses líquidos vão tender a se separar, isso se dar por ação de suas diferentes atrações entre as moléculas associadas à suas diferentes densidades, como mostrado na figura 1.5. Fig. 1.5: Representação de um recipiente que se encontra um tensoativo dissolvido nas fases óleo e água. Os símbolos indicam a estabilidade ou instabilidade das partes hidrofílica ou lipofílica do tensoativo em cada meio. Fonte: autoria própria. 8 1.5 TENSIÔMETRO É visto que, os tensiômetros são equipamentos para a medição da tensão superficial e interfacial estática de líquidos. São dois métodos utilizados para leitura, anel Du-Nouy e placa Wilhelmy. Em ambos, são imergidos no líquido para a leitura da tensão superficial e a força máxima antes da quebra da lamela é registrada no mesmo. FIG. 1.6: TENSIÔMETRO. Fonte: Disponível em: https://bityli.com/EaJKA. Acesso em 14 de abril de 2021. 9 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS Determinar a concentração micelar crítica por tensiometria da água destilada e Dodecil Sulfonato de Sódio em diferentes concentrações. Relacionar a concentração molar com a tensão superficial. Posteriormente, seguindo a prática, determinar a concentração micelar crítica por condutimetria do surfactante aniônico Dodecil Sulfonato de Sódio (SDS) e Brometo de cetiltirmetilamônio (CTAB) em diferentes concentrações em meio aquoso. Com isso, relacionar a concentração molar com a condutância específica. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Construir gráfico da variação entre tensão superficial x concentração molar. E seguindo a prática de CMC, construir gráfico da variação entre concentração molar de Dodecil Sulfonato de Sódio (SDS) x Condutância e um da concentração molar de brometo de dicetiltirlamonio (CTAB) X Condutância. 10 3. MATERIAS E MÉTODOS ➢ TENSÃO SUPERFICIAL. 1. Béquer 2. Tensiômetro 3. Água destilada 4. SDS — 3 mmol\L 5. SDS — 4 mmol\L 6. SDS — 6 mmol\L 7. SDS — 8 mmol\L 8. SDS — 10 mmol\L 3.1 FLUXOGRAMA 1 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL – AVALIAÇÃO DA TENSÃO SUPERFICIAL. As avaliações da Tensão Superficial foram realizadas no laboratório de físico-química do departamento da química analítica e físico-química da Universidade Federal do Ceará (UFC). O procedimento experimental se inicia fazendo a medição da tensão superficial da água. Para esse procedimento foi utilizado o béquer, contendo um pouco de água destilada e em seguida, o béquer é levado para a plataforma do tensiômetro, fazendo com que a água que estar presente no béquer passe a ter contato com o anel presente no 11 tensiômetro. E é nesse momento que é realizada a medição da tensão superficial, ou seja, quando o líquido escoa e ocorra a formação de uma espécie de filme nesse anel. É visto que para cada substância realiza 3 vezes a mesma medida, e após a terceira medição é descarada a substância presente no béquer e se repete o procedimento com o SDS. ➢ CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA 1. Agitador magnético 2. Condutivímetro 3. Eletrodo 4. Bureta 5. Béquer 6. Solução de 25 mM de SDS 7. Solução de 25 mM de CTAB 8. 50 mL de água destilada 3.2 FLUXOGRAMA 02: PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL DA AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA. As avaliações da Concentração Micelar Crítica (CMC) foi foram realizadas no laboratório de físico-química do departamento da química analítica e físico-química da Universidade Federal do Ceará (UFC). O procedimento é iniciado transferindo 50ml de água que foi reservado anteriormente pro béquer e em seguida, é colocado 50ml de dodecilsulfato de sódio (SDS) na bureta. Depois desses passos, o agitador magnético é 12 ligado e após um certo momento é desligado e logo em seguida é feita a medição com o condutivimetro, para verificar a medição da condutância elétrica da água destilada presente no béquer. Após o valor é anotado começa-se fazer a titulação, usando novamente o agitador magnético usando 3ml da solução de SDS, que estava presente na bureta. Depois que é feito essa titulação o agitador é desligado e é realizado a medição da condutância elétrica da solução que estava presente no béquer, ou seja, 50mL de água + 3mL de dodecilsulfato de sódio (SDS). Esse procedimento é repetido de 3 em 3mL, até praticamente todo líquido presente na bureta ser titulado. Depois disso, todo o procedimento é repetido para o brometo de dicetiltirlamonio (CTAB). Dessa forma, foi calculada a concentração das soluções de SDS e CTAB. 13 4. RESULTADO E DISCUSSÃO ➢ TENSÃO SUPERFICIAL 4.1 FÓRMULA DO COEFICIENTE DE TENSÃO SUPERFICIAL: ÍNDICE: Fonte: - Atkins, P.; de Paula, J. Físico-Química, vol.1, 9ª ed., LTC, Rio de Janeiro, 2012 Y: tensão superficial A: área da interface do líquido d: deslocamento W: trabalho F: força 14 TABELA 1 - CONCENTRAÇÃO MOLAR E MÉDIA DA TENSÃO SUPERFICIAL DAS AMOSTRAS ANALISADAS. Substância Concentração em Mmol/L γ em mN/m Água Destilada - 62,83 SDS 1 3 32,06 SDS 2 4 30,43 SDS 3 6 31,77 SDS 4 8 29,30 SDS 5 10 29,87 Fonte: autoria própria. 4.2 DETERMINAÇÃO DA CMC POR TENSIOMETRIA. Tensão Superficial x Concentração Molar De acordo com o gráfico, o momento em que o ponto tende a começar entrar em uma constância é o ponto em que ocorre a concentração micelar crítica (CMC), ou seja, exato momento que ocorre a formação das micelas. Nesse gráfico, a CMC é: 32,06. Com isso, é possível observar que ao chegar o ponto da CMC, ele tende a permanecer constante. E observa-se que a constante da água acaba sendo um pouco mais alta, ou seja, a água possui uma tensão superficial maior e isso ocorre, pois ela detém uma força intermolecular muito forte, que são as ligações de hidrogênio. 15 ➢ CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA 4.3 DETERMINANDO OS RESULTADOS DE CMC Determinou-se no procedimento os seguintes dados: T: 28°C; Volume inicial de água: 50 mL; Concentração inicial de SDS: 25 mM; Concentração inicial de CTAB: 25mM; Condutividade inicial da água: 2,27 µS. Desse modo, calculou-se a concentração milimolar (mM) da solução resultante após cada adição de 3 mL de surfactante.Ressaltando que esse procedimento foi realizado tanto para o SDS, como também para o CTAB. Utilizando a seguinte fórmula: C1 x V1 = C2 x V2 ÍNDICE: C1 – concentração da solução estoque de SDS; V1 – volume inicial da solução estoque SDS; C2 – concentração final da solução; V2 – volume final da solução. TABELA 02 – CONCENTRAÇÃO FINAL DAS SOLUÇÕES APÓS CADA ADIÇÃO DE 3 ML DO SURFACTANTE SDS. 25 mM x 3mL= C2 x 53mL C2 = 1,415 mM 25 mM x 6mL= C2 x 56mL C2 = 2,679 mM 25 mM x 9mL= C2 x 59mL C2 = 3,814 mM 25 mM x 12mL= C2 x 62mL C2 = 4,839 mM 25 mM x 15mL= C2 x 65mL C2 = 5,769 mM 25 mM x 18mL=C2 x 68mL C2 = 6,618 mM 25 mM x 21 mL=C2 x 71mL C2 = 7,394 mM 25 mM x 24mL= C2 x 74mL C2 = 8,108 mM 25 mM x 27mL= C2 x 77mL C2 = 8,766 mM 25 mM x 30mL= C2 x 80mL C2 = 9,375 mM 25 mM x 33mL= C2 x 83mL C2 = 9,940 mM 25 mM x 36 mL= C2 x 86mL C2 = 10,465 mM 25 mM x 39mL= C2 x 89mL C2 = 10,955 mM 25 mM x 42mL=C2 x 92mL C2 = 11,413 mM 25 mM x 45mL= C2 x 95mL C2 = 11,842 mM 25 mM x 48mL= C2 x 98mL C2 = 12,243 mM - - Fonte: autoria própria. 16 Após o cálculo da concentração final (mM), foi calculado os valores da condutância final (uS) da solução resultante, sempre, a cada adição de 3 mL do surfactante. Utilizando a seguinte fórmula: Lf = Lobs - Li ÍNDICE: Lf (µS) – condutância elétrica final da solução resultante; Lobs (µS) – condutância elétrica observada da solução resultante; Li (µS) – condutância inicial da água. 4.4 VALORES DA CONDUTÂNCIA FINAL REAL OBSERVADA, OU SEJA, A CONDUTÂNCIA DO SURFACTANTE SUBTRAINDO A ÁGUA. SDS CTAB Lf= 118,60 µS - 67 µS → Lf= 116,33 µS Lf= 220,00 µS - 67 µS → Lf= 217.73 µS Lf= 303,00 µS - 67 µS → Lf= 300,737 µS Lf= 346,00 µS - 67 µS → Lf= 343,73 µS Lf= 363,00 µS - 67 µS → Lf= 360,73 µS Lf= 383,00 µS -67 µS → Lf= 380,73µS Lf= 395,00 µS -67 µS → Lf = 392,73 µS Lf= 412,00 µS -67 µS → Lf = 409,73 µS Lf= 436,00 µS -67 µS → Lf = 433,73 µS Lf= 438,00 µS -67 µS → Lf= 435,73 µS Lf= 453,00 µS -67 µS → Lf= 450,73 µS Lf= 466,00 µS -67 µS → Lf= 463,73 µS Lf= 463,00 µS -67 µS → Lf = 460,73 µS Lf= 479,00 µS -67 µS → Lf= 476,73 µS Lf= 483,00 µS -67 µS → Lf = 480,73 µS Lf= 491,00 µS -67 µS → Lf = 488, 73 µS Lf= 492,00 µS -67 µS → Lf = 489,73 µS Lf= 493,00 µS -67 µS → Lf = 490,73 µS Lf= 492,00 µS -67 µS → Lf = 489,73 µS Lf= 82,70 µS – 2,27 µS → Lf= 80,43 µS Lf= 150,30 µS - 2,27 µS → Lf= 148,03 µS Lf= 229,00 µS - 2,27 µS → Lf= 226,73 µS Lf= 272,00 µS - 2,27 µS → Lf= 269,73 µS Lf= 326,00 µS - 2,27 µS → Lf= 323,73 µS Lf= 362,00 µS - 2,27 µS → Lf= 359,73 µS Lf= 408,00 µS - 2,27 µS → Lf = 405,73 µS Lf= 436,00 µS - 2,27 µS → Lf = 433,73 µS Lf= 463,00 µS - 2,27 µS → Lf = 460,73 µS Lf= 480,00 µS - 2,27 µS → Lf= 477,73 µS Lf= 505,00 µS - 2,27 µS → Lf= 502,73 µS Lf= 517,00 µS - 2,27 µS → Lf= 514,73 µS Lf= 522,00 µS - 2,27 µS → Lf = 519,73 µS Lf= 523,00 µS - 2,27 µS → Lf= 520,73 µS Lf= 525,00 µS - 2,27 µS → Lf= 522,73 µS Lf= 525,00 µS - 2,27 µS → Lf= 522,73 µS 17 É notório a importância de calcular o Lfinal, pois assim podemos encontrar a condutância real do surfactante, ou seja, o seu valor subtraindo a água. Um fator sobre o determinado surfactante é que ele possui uma característica que favorece a condutância. 4.5 TABELA DOS VALORES OBTIDOS ATRAVÉS DOS CÁLCULOS PARA SABER A CONCENTRAÇÃO FINAL E O LFINAL, A CADA ADIÇÃO DE 3 ML DO SURFACTANTE SDS. Volume adicionado (mL) Volume total Adicionado (mL) Volume Total do Sistema (mL) Concentração Final do SDS (mM) Lobs, µS Lf, µS 3 3 53,0 1,415 82,70 80,43 3 6 56,0 2,679 150,30 148,03 3 9 59,0 3,814 229,00 226,73 3 12 62,0 4,839 272,00 269,73 3 15 65,0 5,769 326,00 323,73 3 18 68,0 6,618 362,00 359,73 3 21 71,0 7,394 408,00 405,73 3 24 74,0 8,108 436,00 433,73 3 27 77,0 8,766 463,00 460,73 3 30 80,0 9,375 480,00 477,73 3 33 83,0 9,940 505,00 502,73 3 36 86,0 10,413 517,00 514,73 3 39 89,0 10,955 522,00 519,73 3 42 92,0 11,413 523,00 520,73 3 45 95,0 11,842 525,00 522,73 3 48 98,0 12,245 525,00 522,73 Valores obtidos através da aula prática. Fonte: autoria própria. 18 4.6 TABELA DOS VALORES OBTIDOS ATRAVÉS DOS CÁLCULOS PARA SABER A CONCENTRAÇÃO FINAL E O LFINAL, A CADA ADIÇÃO DE 3 ML DO SURFACTANTE CTAB. Volume adicionado (mL) Volume total Adicionado (mL) Volume Total do Sistema (mL) Concentração Final do SDS (mM) Lobs, µS Lf, µS 3 3 53,0 1,415 118,60 116,33 3 6 56,0 2,679 220,00 217,73 3 9 59,0 3,814 303,00 300,73 3 12 62,0 4,839 346,00 343,73 3 15 65,0 5,769 363,00 360,73 3 18 68,0 6,618 383,00 380,73 3 21 71,0 7,394 395,00 392,73 3 24 74,0 8,108 412,00 409,73 3 27 77,0 8,766 436,00 433,73 3 30 80,0 9,375 438,00 435,73 3 33 83,0 9,940 453,00 450,73 3 36 86,0 10,413 466,00 463,73 3 39 89,0 10,955 463,00 460,73 3 42 92,0 11,413 479,00 476,73 3 45 95,0 11,842 483,00 480,73 3 48 98,0 12,245 491,00 488,73 3 51 101,0 12,624 492,00 489,73 3 55 104,0 12,981 493,00 490,73 3 57 107,0 13,318 492,00 489,73 *Valores obtidos através da aula prática. Fonte: autoria própria. Com isso, para determinar a concentração micelar crítica do surfactante, foram realizados cálculos que determinam o ponto de intersecção entre as duas retas obtidas por regressão linear. O ponto obtido a partir da soma de um sistema linear de duas equações corresponde à CMC do surfactante que o momento em que os monômeros anfipáticos se 19 agrupam para uma forma mais estável, diminuindo a área de contato entre as cadeias hidrocarbônicas do surfactante e a água ou outro composto polar. CONCENTRAÇÃO FINAL DO SDS (MMOL/L) X LFINAL Fonte: autoria própria. DEMONSTRAÇÃO DO PONTO DE INTERSECÇÃO ENTRE AS RETAS REFERENTE À CMC DO SDS Fonte: autoria própria. 20 4.7 DETERMINAÇÃO DAS COORDENADAS CARTESIANAS DO PONTO DE INTERSECÇÃO PARA O SDS: • Determinando a equação da reta por regressão linear dos dados da concentração monomérica, em SDS, obtém-se a seguinte equação: y = 49,616 + 25,417 R² = 0,9933 • Determinando a equação da reta por regressão 2linear dos dados da concentração micelar, em SDS, obtém-se a seguinte equação: y = 4,3331 + 470,8 R² = 0,8606 CONCENTRAÇÃO FINAL DO CTAB (MMOL/L) X LFINAL (µS) 21 PONTO DE INTERSECÇÃO REFERENTE À CMC DO CTAB. Fonte: autoria própria 4.8 DETERMINAÇÃO DAS COORDENADAS CARTESIANAS DO PONTO DE INTERSECÇÃO PARA O CTAB: • Determinando a equação da reta por regressão linear dos dados da concentração monomérica, em CTAB, obtém-se a seguinte equação: y = 76,946+ 8,7872 R² = 0,9993 • Determinando a equação da reta por regressão linear dos dados da concentração micelar, em CTAB, obtém-se a seguinte equação: y = 18,306 + 261,31 R² = 0,9782 SDS: Pela análise dos pontos do gráfico, temos que as duas retas se interceptam nos pontos [SDS] /mM = 10,465 e uS = 517,00 Indicando, assim, a concentração micelar crítica do Dodecilsulfato de sódio (SDS) determinada no experimento. Logo, o ponto de intersecção que corresponde à CMC do surfactante é de aproximadamente 9,38356 SDS que corresponde à uma condutância de 504,59 µS A 28°. 22 CTAB: seguindo o mesmo raciocino para o ctab, as duas retas se interceptam nos pontos mM = 3,814 e uS = 300,76 Indicando, assim, a concentração micelar crítica do brometo de dicetiltirlamonio (CTAB) determinada no experimento. Logo, o ponto de intersecção que corresponde à CMC do surfactante é de aproximadamente 4,30632 de CTAB que corresponde à uma condutância de 340,14 µS a 28ºC.Logo, foi determinada a concentração micelar crítica utilizando a forma de medidas de condutimetria. E assim, é possível observar que a partir da CMC ocorre uma quebra e deixa de ser ascendente. Tal medida analisada permite determinar o ponto em que se inicia a formação de micelas. Dessa forma, é de suma importância concatenar os objetivos que foram alcançados com essa prática que foram, a determinação da concentração micelar crítica por meio dos dois surfactantes (SDS) e (CTAB). Determinar a concentração micelar crítica por condutimetria do surfactante aniônico Dodecil Sulfonato de Sódio (SDS) e Brometo de cetiltirmetilamônio (CTAB) em diferentes concentrações em meio aquoso. Com isso, relacionar a concentração molar com a condutância específica. E por fim, construir gráfico da variação entre concentração molar de ambos surfactantes x Condutância. 23 5. APLICAÇÕES Os surfactantes são utilizados amplamente no quesito cosméticos, estes por sua vez, também podem ser chamados tensoativos. São substâncias que, a partir da sua estrutura e propriedades, modificam a tensão superficial dos líquidos em que estão presentes, assim, acabam intervindo na orientação da molécula de superfície e na interface dos sistemas. Dessa forma, atuando como agente facilitador nas formações de emulsões. É visto também aplicações também na produção de cremes e loções. As principais aplicações de tensoativos são em emulsões, detergência e espumas. • Emulsões: são utilizados para estabilizar ou desestabilizar as mesmas. Exemplo: separação no processo líquido-líquido. Um exemplo clássico de utilização de tensoativos para emulsões é na fabricação da maionese, onde ela é uma emulsão de água em óleo e é estabilizada por tensoativo. Fig 5.1: Esquema dos tipos de emulsão Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Tipos-de-emulsoes-oleo-em-agua-A-e-agua-em-oleo-B_fig13_259054710. <Acesso em: 14/2021 • Detergência: Observa-se que a detergência seja talvez a maior aplicação de tensoativos. A função deles é retirar as sujeiras, em geral, de superfícies que devem ser limpas e emulsionar ou suspender esses componentes até o enxágue. Os tensoativos mais utilizados nesse meio são os sabões de ácidos graxos animais ou vegetais, porém é visto cada vez mais esses sabões estão sendo substituídos por tensoativos sintéticos, que apresentam melhor comportamento em água dura e espuma mais estável. 24 Fig 5.2: Sequência dada pela migração das micelas em solução aquosa na estabilização de uma superficie na retirada da sujidade oleosa, que por sua vez, dar espaço para estabilização do tensoativo. Fonte: usp.br/massa/2014/qfl2453/pdf/Tensoativos-livrodeDecioDaltin-Capitulo1.pdf<acesso em 14 de abril de 2021> • Outra aplicação importante dos tensoativos é a capacidade de formar espumas, um exemplo disso é a fabricação do sorvete. Pois se faz necessário dois tensoativos, um para emulsionar as gorduras com a água e outro para a formação de espuma, por isso ele é chamado de uma emulsão-espuma. Fig 5.3: Sequência de formação de espuma a partir da formação de bolhas de ar em solução aquosa de tensoativo acima da CMC. Fonte: usp.br/massa/2014/qfl2453/pdf/Tensoativos-livrodeDecioDaltin-Capitulo1.pdf<acesso em 14 de abril> 25 5.1 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA O uso de surfactantes é uma das principais formas de aumentar a solubilidade de fármacos, por meios de mecanismos como a molhabilidade e a solubilização micelar. No processo de molhabilidade o ângulo de contato sólido-líquido é reduzido, diminuindo as tensões superficial e interfacial e, consequentemente, aumentando a penetração do meio dissolvente na matriz sólida. O processo de solubilização micelar consiste na adição do surfactante em concentração superior à CMC, formando micelas e dando um aspecto mais homogêneo à solução contendo o fármaco (SHARMA et al., 2014; SILVA e VOLPATO, 2002) 5.2 CURIOSIDADES Curiosidade sobre as Aplicações: Uma das principais aplicações industriais de surfactantes é seu uso na limpeza de tanques de estocagem bem como para a recuperação melhorada do petróleo. Além disso, na agricultura também é utilizado na recuperação de solos contaminados e têm sido investigados como pesticidas, devido à sua ação antibiótica. Outro ponto observado, foi seu uso para reduzir a corrosão, especialmente em meio ácido, inibidores são utilizados, entre eles surfactantes (NEGM et al., 2010; TIZPAR e GHASEMI, 2006). 26 7. CONCLUSÃO Portanto, foi determinada a concentração micelar crítica (CMC) utilizando as sguintes formas de medidas: tensiometria e condutimetria. E com visto, ambas são capazes de fornecer dados confiáveis. Os surfactantes analisados permitiram determinar o ponto em que se inicia a formação de micelas, portanto a CMC é importante visto que possui diversas aplicações, como catalisadores ou inibidores de reações químicas, entre outras. Pela as analises gráficas, os resultados de SDS estão próximo a literatura, já os resultados de CTAB não estão de acordo com a literatura. Essa diferença para o CTAB ocorre, pois possui propriedades químicas diferentes do SDS, sendo assim, seu CMC é bem mais baixo. O que ocasiona um erro na quantidade de amostra analisada (3ml), ou seja, era necessário apenas alíquotas menores. Para que assim pudesse ocorrer maior pontos de leitura e melhor visualização do ponto de quebra na tendência. Além disso, é bastante notório sua importância na indústria farmacêutica. Por tanto, os objetivos desse trabalho foram alcançados por meio dessa prática de tensão superficial e concentração micelar crítica, que determinaram a concentração micelar crítica por meio dos dois surfactantes (SDS) e (CTAB). 27 8. BIBLIOGRAFIA CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química, Macgraw HILL, 11ª Edição. 2013. 475 p. DALTIN. D. Tensoativos: química, propriedades e aplicações. Blucher. São Paulo: 2011. usp.br/massa/2014/qfl2453/pdf/Tensoativos-livrodeDecioDaltin-Capitulo1.pdf <Acesso em: 14 de abril de 2021> puc-rio.br/pibic/relatorio_resumo2017/relatorios_pdf/ctc/MEC/MEC- Pedro%20Henrique%20de%20Lima%20Ripper%20Moreira.pdf <Acesso em :14 de abril de 2021> analiticaweb.com.br/p.php?tit=tensiometro-para-medida-de-tensao-superficial-e- interfacial-em-placa-e-anel-tc1-e-td4- &Bid=p4d2f27f705497#:~:text=Os%20tensi%C3%B4metros%20s%C3%A3o%20equi pamentos%20para,Du%2DNouy%20e%20placa%20Wilhelmy<Acesso em: 14 de abril de 2021> quimica.com.br/abc-cosmeticos-surfactantes-na-industria cosmetica/#:~:text=De%20uso%20amplamente%20difundido,interface%20dos%20siste mas%20de%20fases%2C.<Acesso: em 14 de abril de 2021> Barros, Cleber. Tipos de surfactantes: tenha essas informações e não erre mais. Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M8GyEjv-IMo. <Acesso em: 14 de abril de 2021> Barros, Cleber. Quais as vantagens e características de uma emulsão óleo em água (O/A)? Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M8GyEjv-IMo. <Acesso em: 14 de abril de2021> MORAES, S. Leite; REZENDE, O. Oliveira. Determinação da concentração micelar crítica de ácidos húmicos por medidas de condutividade e espectroscopia. Quím. Nova vol.27 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2004 http://www.usp.br/massa/2014/qfl2453/pdf/Tensoativos-livrodeDecioDaltin-Capitulo1.pdf http://www.puc-rio.br/pibic/relatorio_resumo2017/relatorios_pdf/ctc/MEC/MEC-Pedro%20Henrique%20de%20Lima%20Ripper%20Moreira.pdf http://www.puc-rio.br/pibic/relatorio_resumo2017/relatorios_pdf/ctc/MEC/MEC-Pedro%20Henrique%20de%20Lima%20Ripper%20Moreira.pdf https://www.analiticaweb.com.br/p.php?tit=tensiometro-para-medida-de-tensao-superficial-e-interfacial-em-placa-e-anel-tc1-e-td4-&Bid=p4d2f27f705497#:~:text=Os%20tensi%C3%B4metros%20s%C3%A3o%20equipamentos%20para,Du%2DNouy%20e%20placa%20Wilhelmyhttps://www.analiticaweb.com.br/p.php?tit=tensiometro-para-medida-de-tensao-superficial-e-interfacial-em-placa-e-anel-tc1-e-td4-&Bid=p4d2f27f705497#:~:text=Os%20tensi%C3%B4metros%20s%C3%A3o%20equipamentos%20para,Du%2DNouy%20e%20placa%20Wilhelmy https://www.analiticaweb.com.br/p.php?tit=tensiometro-para-medida-de-tensao-superficial-e-interfacial-em-placa-e-anel-tc1-e-td4-&Bid=p4d2f27f705497#:~:text=Os%20tensi%C3%B4metros%20s%C3%A3o%20equipamentos%20para,Du%2DNouy%20e%20placa%20Wilhelmy https://www.analiticaweb.com.br/p.php?tit=tensiometro-para-medida-de-tensao-superficial-e-interfacial-em-placa-e-anel-tc1-e-td4-&Bid=p4d2f27f705497#:~:text=Os%20tensi%C3%B4metros%20s%C3%A3o%20equipamentos%20para,Du%2DNouy%20e%20placa%20Wilhelmy 28 http://docs.fct.unesp.br/docentes/dfqb/angel/EVOLU%C7%C3O%20DOS%20CONCEI TOS/Tensao%20superficial%20-%20Priscila.pdf <Acesso em: 14 de abril de 2021> https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/8043/2/PerspectivasAplicacoesAgentesSurfactantes.pdf< Acesso em: 14 de abril de 2021> http://docs.fct.unesp.br/docentes/dfqb/angel/EVOLU%C7%C3O%20DOS%20CONCEITOS/Tensao%20superficial%20-%20Priscila.pdf http://docs.fct.unesp.br/docentes/dfqb/angel/EVOLU%C7%C3O%20DOS%20CONCEITOS/Tensao%20superficial%20-%20Priscila.pdf
Compartilhar