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Resumo 01 Texto 10A O perfil do Gestor do Processo de Inovação Tecnológica no Limiar do Século XXI

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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Gestão da Tecnologia e Inovação
Professor Pierre Ohayon
Resumo 01: Texto 10A – O perfil do Gestor do Processo de Inovação Tecnológica no Limiar do Século XXI
	O texto resume algumas conclusões do Dr. Carlos Costa Ribeiro, Diretor Técnico, Científico e Cultural da Fundação Universitária José Bonifácio, falecido em 2016, a respeito do programa de intercâmbio organizado pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimentos das Empresas Industriais, em parceria com o Ministério de Relações Exteriores da França.
	O autor inicia sua reflexão destacando as dificuldades do modelo brasileiro de desenvolvimento tecnológico que se baseava fortemente na concepção que caberia fundamentalmente ao Estado a tarefa de correr riscos inerentes à pesquisa e desenvolvimento. No contexto, muitos centros de P&D governamentais não atingiram as metas previstas de transferências de projetos para empresas públicas e privadas de pequeno e médio porte, trazendo à tona a baixíssima eficácia do modelo, principalmente por não levar em conta o fato que as atividades de P&D são inalienáveis, uma vez que visam a preservação do lucro, e portanto, a continuidade das organizações.
Pouco depois, o Brasil deu início à abertura comercial, ao processo de privatização e a buscar melhores padrões de qualidade, competitividade e produtividade. Esta nova estratégia, de acordo com o autor, possibilitou um enorme avanço para a política de integração comercial do país com resto do mundo.
O autor destaca quatro tópicos ao longo do texto, onde discorre acerca das mudanças do fluxo do comércio, capital e tecnologia; tendências no ambiente de P&D no Brasil; a configuração do sistema de inovação para a próxima década; e o perfil do gestor da tecnologia e inovação.
Mudanças no fluxo de comércio, capital de tecnologia
As características de atividades de P&D mudaram muito ao longo dos anos. Atualmente, vem sendo desenvolvida através da administração de competências pulverizadas. Os profissionais cada vez mais devem se adaptar ao novo modelo de trabalho, baseado no compartilhamento do saber, gestão da informação, habilidade de trabalhar em equipe, trabalhar remotamente, etc.
O sistema produtivo, por sua vez, também evoluiu. Convivemos diariamente com novos conceitos, de altíssimo impacto econômico, financeiro, social e político. Fusões de empresas, valuation, partnerships, são as novas palavras do dia-a-dia da comunidade ligada à inovação tecnológica no mundo globalizado.
Levando em conta o ambiente bem mais competitivo, os mecanismos de protecionismo adotados pelos principais blocos econômicos demonstram a preocupação em seu processo de aperfeiçoamento, dificultar assédio comercial de outras potências, e salvaguardar seu ativo intelectual.
Na contramão dessas mudanças, existem outros paradigmas que ainda permanecem válidos como eram há duas décadas atrás. Excelência científica vs. Capacidade de produzir e comercializar novas tecnologias e qualidade como fator central da competitividade por exemplo.
Outra constatação importante para a inovação tecnológica é o crescimento da demanda por educação superior no Brasil. 
Tendências no ambiente de inovação tecnológica no Brasil
As influências trazidas através da globalização influenciaram o ambiente de inovação no Brasil. Porém, não podemos esquecer dos problemas represados a 300 anos: má distribuição de terras e renda, desemprego, sistemas educacionais deficientes, problemas de segurança pública, problemas na área da saúde, etc.
Segundo o autor, o Brasil demorou muito para reconhecer o fim do ciclo das tecnologias de grande porte. Nos 65 anos o Brasil viveu um surto de desenvolvimento trazido pelas chamadas tecnologias de grande porte. Elas nada mais são aquelas que resultam na implantação de indústrias de grande porte, como petroquímicas, siderúrgicas, cimento, entre outras.
O governo brasileiro investiu pesadamente nas tecnologias de grande porte, colhendo frutos sociais e econômicas na época. Porém, o maior erro do Estado foi a demora em reconhecer que o governo deveria transferir definitivamente estas atividades ao setor privado e passar a concentrar esforços e recursos nas tecnologias soft, aquelas direcionadas para a solução de novos problemas, ou antigos problemas, específicos do Brasil, principalmente no setor de serviços e gerenciamento.
A partir de 1994 começaram a ser adotadas medidas sistemáticas para suprir a necessidade de regulamentação e aumento de eficiência e eficácia nos serviços básicos, polos de elevada complexidade e que requerem forte atuação do Estado através de novas políticas públicas. Porém, até hoje, as universidades, por exemplo, encontram-se descapitalizadas e sem uma estrutura gerencial, financeira e administrativa modernas.
Em 1998, foi lançado o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT-III), onde o governo e o Banco Mundial fecharam um acordo de empréstimo para financiamento de atividades de P&D.
No final da seção, o autor levanta algumas sugestões/pontos muito pertinentes, como:
Projeto de pesquisa, liderado pela FEA/USP, destinado a realizar um levantamento dos erros e acertos da política de integração competitiva;
Estudar novos mecanismos institucionais, de baixo custo, para disseminação de tecnologias de domínio público;
Produção de normas bem-feitas para o controle do meio-ambiente e segurança do trabalho;
Estudar novos mecanismos para solucionar o problema do crescimento de mão-de-obra de baixa qualificação.
A configuração do sistema de inovação tecnológica na próxima década
O autor sugere que a grande oportunidade de desenvolvimento está no movimento mundial de formação de blocos econômicos regionais. Temo que buscar, com urgência, procedimentos de integração com a América do Sul, através do Mercosul, na área de inovação tecnológica. Devemos buscar essa integração através de diversas medidas, como livre trânsito de técnicos, especialistas e profissionais liberais, abandonando velhos artifícios de protecionismo e organizando a chamada soberania compartilhada.
A área da regulamentação também oferece ótimas oportunidades através da criação de agências especializadas, encarregadas da normatização e controle técnico das atividades econômicas nos setores de telecom, energia, petróleo, entre outros. As agências seriam âncoras para a alavancagem de um novo ciclo de desenvolvimento tecnológico nesses setores.
Devemos sempre estar em linha com o padrão world class, onde buscaremos nos enquadrar no padrão que qualidade das empresas internacionais. Devemos nos atentar principalmente para: competitividade, conservação do patrimônio ecológico, regulamentação.
O perfil do gestor de inovação tecnológica
Para os institutos de pesquisa, o perfil dos gestores deverá ser empreendedor. Com tais competências, eles deverão buscar transformar os centros em empresas, com o intuito de fortalece-los. Já em setores governamentais, o perfil do gestor deve ser mais focado na capacitação para regulamentação, como já havíamos mencionado na síntese. A regulamentação certamente cria novas oportunidades nas áreas carentes de difusão de tecnologias de domínio público. Para associações setoriais, o gestor que possuir habilidades para desburocratizar e fazer fluir a informação, sairá na frente. Por fim, nas universidades, o gestor deverá se conscientizar que o momento carece por mudanças. Eles deverão estar atentos às demandas por ensino superior de qualidade.

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