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Sociologia Jurídica e Judiciaria como Ciência Social

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Sociologia Jurídica e Judiciaria 
* Qual a diferença entre Sociologia do Direito e Sociologia Jurídica?
A distinção está em que a sociologia do direito é um ramo da sociologia que busca descrever e explicar o fenômeno jurídico como parte da vida social; já a sociologia jurídica é um ramo do direito que busca descrever e explicar a eficácia dos institutos jurídicos
*O que significa marxista?
Escola Marxista A teoria marxista surgiu em meados do século XIX, enunciada por dois pensadores alemães: Karl Marx e Friedrich Engels. Nesta teoria o Direito pressupõe o Estado. Surge somente quando há uma sociedade política, jurídica e economicamente organizada, com uma fonte emanadora do preceito jurídico e um órgão capaz de impor o cumprimento de suas prescrições. Esta teoria expõe que o Direito é formado pela expressão de interesse da classe dominante, instrumento ideológico de dominação da burguesia sobre o proletariado. Para Marx o Estado é instrumento de pressão que deve ser combatido por todos os meios e finalmente destruído. O Direito tem origem no Estado, não existindo Estado sem Direito, nem o inverso.
*Quais são as diferenças entre a Filosofia do Direito e a Sociologia Jurídica?
A Sociologia Jurídica procura a existência; a Filosofia preocupa-se com a essência. A sociologia Jurídica dá ao jurista uma descrição objetiva da realidade social do direito, válida num dado meio social; a filosofia do direito lhe dá um critério de valores jurídicos, que lhe ajuda em suas manifestações particulares para alcançar fins concretos.
*Qual a diferença entre a sociologia do direito e no direito?
Sociologia do direito = Positivista e Sociologia no direito = Evolucionista A diferença entre reside justamente na metodologia Para positivista a Sociologia Jurídica não pode ter uma participação ativa dentro do direito. sua tarefa é a de ser um observador neutro do sistema jurídico. Já a para os adeptos da Sociologia no Direito contestam a exclusividade de um método jurídico tradicional, afirmando que a sociologia jurídica deve interferir ativamente na elaboração, no estudo dogmático e inclusive na aplicação do direito
*Como a Escola Sociológica atribui a origem do Direito?
Para a Escola Sociológica, o Direito é fato social. A sociedade possui vínculos. As relações sociais dão-se entre os indivíduos de uma dada sociedade. Tendo em vista que o homem é um ser social, toda e qualquer convivência gera necessariamente normas de conduta. O Direito, então, seria proveniente das relações sociais, entre indivíduos e grupos de uma determinada sociedade.
*Como o Direito deixa de ser um repositório formal de normas ou mero instrumento de reprodução da ordem para assumir uma função ativa no mundo social?
Ao se admitir os mecanismos de funcionamento do Direito, pode-se, então, estruturá-lo para que se venha a aceitar e a considerar os valores mais acentuados à sociedade nos relativos processos decisórios. É desse contorno que o Direito deixa de ser um repositório formal de normas ou mero instrumento de reprodução da ordem para assumir uma função ativa no mundo social. Ocorre isso tanto com a admissão de aspectos positivos, valorativos e materiais no interior da sua instrumentalidade formal como pelo reconhecimento de sua função social de redistribuição, apesar do risco de se ter e chegar a um descontrole. Esse risco, todavia, apesar de existente, deve, de certo modo, ser previsto e, da melhor forma possível, contornado por meio de mecanismos decisórios cada vez mais eficientes.
*Podemos dizer então de forma resumida que a sociologia jurídica estuda o direito na prática e a filosofia do direito estuda as questões valorativas?
É quase isso. Acontece que, quando você diz "o direito na prática", é da Sociologia de que estamos falando, pois estaremos tratando dos efeitos das leis jurídicas sobre os fatos, a realidade social, ou seja, a relação entre norma jurídica e fato social (sofre a incidência da norma), enquanto que, ao falar "questões valorativas", estaremos cuidando dos fundamentos (justa ou injusta?) da lei, por exemplo, Lei Maria da Penha, Reforma Trabalhista, PEC dos Gastos etc. Sendo assim, basicamente, se estamos falando de Sociologia Jurídica, a questão será cumprimento ou descumprimento da lei, enquanto na Filosofia do Direito a preocupação é se a referida lei ou comando legal é certo, coerente, justo, independentemente se está sendo obedecido ou cumprido pela sociedade.
*É correto afirmar que a função social do Direito, tem a função de solucionar os conflitos?
A função social do Direito tem a função de prevenir e compor os conflitos. Prevenir quando a norma é elaborada pelo legislador, visando que o cidadão não cometa crimes, atos ilícitos, ou mesmo uma contravenção penal. Sua função compositiva se dá quando o indivíduo atua em uma das condutas supra citadas e o Estado através do Poder Judiciário compõe o conflito.
*Porque a exterioridade é uma característica do fato social? 
Nesse caso trabalhamos sociedade. Fato social, conforme Durkheim, afeta toda a sociedade. São ações simples que já estão pre concebidas antes mesmo dele nascer, dai falar-se em exterioridade. Advém da sociedade.
*Com base nas aulas ministradas e no conteúdo online, quais seriam as funções sociais do Direito na visão do ilustre jurista Sergio Cavalieri Filho ?
	De acordo com Cavalieri Filho (2007, p. 15 e p. 17), a primeira e principal função social do Direito é, prevenir conflitos, que afetam o equilíbrio e a paz social. Essa prevenção ocorre a partir de um "conveniente disciplinamento social", quando se estabelecem regras de conduta na sociedade com base nos direitos e deveres do cidadão. Mas, apesar do esforço da população, nem todos os indivíduos se socializam inteira ou suficientemente. Por isso, uma vez instaurado o conflito, é necessário solucioná-lo. E disso resulta a "segunda grande função social do Direito: compor conflitos". Para resolvê-los, basta colocá-los em equilíbrio, determinando aquele que deve persistir e aquele que deve ser combatido.
*Referente a Sociologia Jurídica qual seria o seu principal objetivo além de compreender o direito como fato social?
O direito como fato social é estudado pela sociologia jurídica enquanto que para a ciência jurídica e para a filosofia do direito ele é visto como norma e como valor, respectivamente. Nesse diapasão, o direito não é resultado da exclusiva vontade do homem, mas fruto da atividade social, da vida em sociedade. O direito é assim, produto condicionado mas que também condiciona o comportamento social, e o seu estudo passa pelo conhecimento dos fatores sociais que dão substrato à sua existência. Uma ciência nova cuida do estudo do direito como dado social: a sociologia jurídica.
*Qual a importância do estudo da Sociologia Jurídica para a compreensão e aplicação do Direito?
Existe um ramo da Sociologia, denominado de Sociologia Jurídica cuja vocação é perceber a relação existente entre duas ciências de grande importância para a vida da sociedade (Sociologia e Direito), por tratarem das relações, dos conflitos, das normas, do controle, enfim, de todas as ligações que possam surgir entre os indivíduos e que necessite de normas reguladoras. Assim podemos conceituara Sociologia Jurídica como sendo a ciência que estuda o direito como fenômeno social(ser), a fim de observar a adequação da ordem jurídica aos fatos sociais, o cumprimento pelo povo das leis vigentes, aplicação destas pelas autoridades e os efeitos sociais por elas(leis)produzidos(eficácia). Para tanto, o Direito é visto pelos juristas como um conjunto de significações normativas. Já para a Sociologia Jurídica apresenta-se como um fato social e, também, como configurador da sociedade ao gerar efeitos sobre outras manifestações da vida social.
*Que relações podemos estabelecer entre a moral e o direito?
O campo do direito é comum ao campo da moral, uma vez que nela está contido. Tanto as normas jurídicas como as morais têm origem e formação inteiramente social, resultando daí a dificuldadeem distinguí-las. Há numerosos preceitos comuns ao direito e à moral. Por isso, afirma Del Vecchio, entre a moral e o direito pode haver distinção, mas nunca separação e muito menos oposição. O campo da moral, como se pode verificar acima, é mais amplo do que o do direito. Nesse sentido, pode-se dizer que a moral é mais exigente do que o direito. Ex.: o incesto (união ilícita entre parentes próximos) é repelido pela moral. Não há crime praticado em pensamento, pois enquanto não é exteriorizada, a intenção não tem relevância para o direito. Já a moral, o que conta é exatamente a intenção, podemos citar como exemplo o indivíduo que faz caridade para se autopromover, que moral tem essa pessoa?
*A teoria criada por Miguel Reale que pressupõe que fato, valor e norma estão sempre presentes e correlacionados em qualquer expressão da vida jurídica, é possível dizer que os sociólogos, filósofos e juristas não devem estudar o Direito e os seus fatores isoladamente?
É fato que devemos estudar em conjunto,pois os fatos sociais onde quer que estejam, todos são relacionados à realidade da vida, ou seja, as análises dos três ramos passa a ter um sentido dialético, uma sentença judicial deve ser apreendida segundo uma experiência axiológica concreta e não apenas como um ato lógico que é resultado de um silogismo.
*Fato, valor e norma são interligados ou não na teoria tridimensional do Direito?
Sim, são interligados. Segundo a Teoria de Miguel Reale, o fenômeno jurídico, qualquer que seja sua forma de expressão, requer a participação do fato / valor / norma. As notas dominantes do fato, valor e norma estão respectivamente, na eficácia, fundamento e vigência. Com a criação da norma, o fato e o valor ficam interligados e entram no mundo jurídico, havendo uma interdependência entre os três elementos. Fato pode ser social, econômico, geográfico, demográfico entre outros. Valor conferido ao fato em virtude de determinada significação que deve ser preservada; importância; qualidade inerente a um bem ou serviço que traduz o seu grau de utilidade. Norma medida que integra o fato ao valor. princípio que serve de regra; preceito; lei; conjunto de regras de uso relativas às características de um produto ou de um método, compiladas com o objetivo de uniformizar e de garantir o seu modo de funcionamento e a sua segurança; aquilo que é de uso geral, regra de direito, regra jurídica. Exemplo: 1. Aquele que, por ação ou omissão, causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano prevista no Código Civil. 1.1 . dispõe dobre bens alheios (fato econômico) - 1.2 . Visando a segurança do patrimônio (valor)

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